6/06/07

Ferroviário de Pemba sonha com Moçambola.

Antoninho Muchanga, um dos elementos do quadro técnico do clube de Desportos da Maxaquene, está a treinar, desde a presente temporada, o Ferroviário de Pemba, da província de Cabo Delgado, que participa no Campeonato Nacional de Futebol da Divisão de Honra da Zona Norte.
A sua equipa ocupa neste momento a segunda posição, com seis pontos, e surge como uma das fortes candidatas a subida de divisão. Antoninho aceitou assumir o comando técnico do Ferroviário de Pemba como um desafio à sua nova carreira e acredita que com o apoio de todos os elementos do departamento e massa associativa poderá alcançar os seus objectivos de assegurar o regresso dos “locomotivas” de Pemba à ribalta do futebol nacional.
“É um novo desafio na minha vida. Apesar das dificuldades existentes relacionadas com meios de trabalho, estou satisfeito pela oportunidade e confiança que me foram depositadas. Estou a tentar construir uma equipa com capacidade para discutir o apuramento. Sei que a tarefa não se afigura fácil, mas tenho fé no que faço”, disse o nosso interlocutor.
A procissão vai ainda no adro. O tempo é de reflexão sobre a estratégia a adoptar para as diversas adversidades decorrentes da competição. As arbitragens são para já um verdadeiro obstáculo para o Ferroviário de Pemba.
“Temos que ser mais equipa para superar as múltiplas adversidades. Não há movimentações de árbitros e estes têm sempre a tendência de dar uma mãozinha às equipas caseiras. É uma situação complicada que urge uma intervenção de quem de direito. Mas vamos continuar a trabalhar com rigor para a materialização dos nossos objectivos”, disse Antoninho.
O novo timoneiro do Ferroviário de Pemba não deixa de elogiar os seus jogadores. Diz que há uma boa matéria-prima humana por explorar na província de Cabo Delgado, tendo citado o nome de Dula, um avançado com excelentes qualidades técnicas e uma boa compleição física.
“É um jogador com um bom porte físico: 1,90 metro de altura. Sabe jogar muito bem na área. Fui a Montepuez buscar um bom médio de nome Sídio. É um pulmão na zona intermediária do Ferroviário, tal como Tchitcho que já representou os “locomotivas” de Nampula. Portanto, temos aqui muitos bons valores que precisam de um trabalho profundo para se afirmarem”, explicou Antoninho.
Num outro desenvolvimento, Antoninho disse que a Associação Desportiva de Pemba tem quatro jovens talentos que não aceita ceder ao Ferroviário de Pemba. “Pretendíamos reforçar ainda mais a nossa equipa. São jogadores com uma boa margem de progressão mas os dirigentes da Associação Desportiva de Pemba não aceitam negocia-los. Preciso de mais avançados para garantir o equilíbrio na equipa. Estamos perante valores que necessitam de um melhor enquadramento”, confessou.
Afirmou que o Ferroviário tem condições mínimas de trabalho, tendo apontado a falta de campo para treinos como um dos maiores obstáculos para a realização cabal dos seus planos.
“É complicado trabalhar nestas condições. Quando cá cheguei tive que reestruturar o departamento de futebol para o torna-lo mais funcional. Há outros aspectos que devem ser melhorados para que o Ferroviário possa ser um clube cada vez mais respeitável na província. O ambiente de trabalho é animador”, disse o nosso entrevistado.
Maputo, Quarta-Feira, 6 de Junho de 2007:: Notícias

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