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Os ex-trabalhadores estão expectantes da decisão a ser tomada pelo tribunal judicial local, que deverá se pronunciar, a qualquer momento, por forma a pôr termo ao diferendo que os opõe à entidade patronal, segundo revelou um ex-trabalhador daquela empresa, em contacto com o "A TribunaFax". “Estamos à espera da decisão do tribunal. O que queremos é que sejam salvaguardados os nossos direitos. Queremos os nossos salários em atraso e indemnizações”, disse, frisando que, no caso específico, a Estaleiro Naval de Pemba lhe deve mais de 50 mil meticais, referentes a salários indemnização. “Trabalho naquela empresa há mais de cinco anos. O que nos deram foi, apenas, o montante respeitante ao pré-aviso, por isso, estamos a exigir que nos paguem o nosso dinheiro”, reiterou, frisando que “já tivemos muitas negociações com o nosso patronato, mas não chegamos a nenhum acordo, por isso, preferimos resolver o caso, judicialmente”.
A crise financeira, no Estaleiro Naval de Pemba, ao que soube o "A TribunaFax", iniciou quando o grupo de sócios, formado por três cidadãos nacionais, começou a entrar em conflitos, devido a uma dívida contraída numa firma local, que não nos foi revelada. Como corolário deste conflito, a empresa foi acumulando dívidas entre salários e indemnizações para com os seus trabalhadores, de cerca de 1.5 milhões de meticais, montante que afirma não o possui. A nossa reportagem tentou, sem sucesso, ouvir um dos sócios da empresa. Contudo, ficou a saber que uma das partes que tentou mediar o conflito que assola a sociedade daqueles nacionais, foi a OTM-CS, que, na pessoa do seu secretário provincial, Arlindo Valentim, sem lograr sucesso. “Já tivemos várias negociações com a entidade empregadora, e devido a este conflito entre os sócios não conseguimos chegar a um consenso, pois, com único sócio não era possível resolver este problema”, disse Valentim para, de seguida, frisar que “um sócio é que se mostrava disponível para tentar, por via do diálogo, resolver o problema, o que se tornou impossível, visto que se trata de uma sociedade e não de pertença a única pessoa”. “Esperamos pela decisão do tribunal, que passa pela venda da empresa e/ou contracto de exploração a um outro patronato”, disse, sublinhando que, neste momento, esta é a questão que mais preocupa a sua agremiação. Num outro desenvolvimento, Valentim denunciou à nossa reportagem a existência de muitas empresas que descontam seguro social aos seus trabalhadores, sem, contudo, canalizá-los ao Instituto Nacional de Segurança Social-INSS. A sustentar as suas declarações, a fonte citou empresas de segurança privada, como são os casos da Sosep Coin e Impar Segurança Pemba, FIPAG, Hotel Cabo Delgado, Complexo Nautilus, entre outras. “O trabalhador fica lesado duas vezes. É descontado e, em casos de necessidades, não terá acesso às suas contribuições”, disse, para, de seguida, avançar que “algumas dessas empresas que não canalizam os descontos dos trabalhadores foram remetidas a execuções fiscais, de modo a que paguem as dívidas”. Salientou, no entanto, que existem melhorias da situação do conflito laboral, facto resultante de uma maior abertura por parte das entidades patronais, o que, anteriormente, era difícil, sobretudo, nas empresas madeireiras. “Há empregadores que pensam que o sindicato quer prejudicar a empresa. Estamos a ultrapassar, aos poucos, estas situações, até porque faz parte da nossa luta sindical”.
Nelson Nhatave - A TribunaFAX - Maputo, sexta-feira 17 de Agosto 2007, N°530.
A crise financeira, no Estaleiro Naval de Pemba, ao que soube o "A TribunaFax", iniciou quando o grupo de sócios, formado por três cidadãos nacionais, começou a entrar em conflitos, devido a uma dívida contraída numa firma local, que não nos foi revelada. Como corolário deste conflito, a empresa foi acumulando dívidas entre salários e indemnizações para com os seus trabalhadores, de cerca de 1.5 milhões de meticais, montante que afirma não o possui. A nossa reportagem tentou, sem sucesso, ouvir um dos sócios da empresa. Contudo, ficou a saber que uma das partes que tentou mediar o conflito que assola a sociedade daqueles nacionais, foi a OTM-CS, que, na pessoa do seu secretário provincial, Arlindo Valentim, sem lograr sucesso. “Já tivemos várias negociações com a entidade empregadora, e devido a este conflito entre os sócios não conseguimos chegar a um consenso, pois, com único sócio não era possível resolver este problema”, disse Valentim para, de seguida, frisar que “um sócio é que se mostrava disponível para tentar, por via do diálogo, resolver o problema, o que se tornou impossível, visto que se trata de uma sociedade e não de pertença a única pessoa”. “Esperamos pela decisão do tribunal, que passa pela venda da empresa e/ou contracto de exploração a um outro patronato”, disse, sublinhando que, neste momento, esta é a questão que mais preocupa a sua agremiação. Num outro desenvolvimento, Valentim denunciou à nossa reportagem a existência de muitas empresas que descontam seguro social aos seus trabalhadores, sem, contudo, canalizá-los ao Instituto Nacional de Segurança Social-INSS. A sustentar as suas declarações, a fonte citou empresas de segurança privada, como são os casos da Sosep Coin e Impar Segurança Pemba, FIPAG, Hotel Cabo Delgado, Complexo Nautilus, entre outras. “O trabalhador fica lesado duas vezes. É descontado e, em casos de necessidades, não terá acesso às suas contribuições”, disse, para, de seguida, avançar que “algumas dessas empresas que não canalizam os descontos dos trabalhadores foram remetidas a execuções fiscais, de modo a que paguem as dívidas”. Salientou, no entanto, que existem melhorias da situação do conflito laboral, facto resultante de uma maior abertura por parte das entidades patronais, o que, anteriormente, era difícil, sobretudo, nas empresas madeireiras. “Há empregadores que pensam que o sindicato quer prejudicar a empresa. Estamos a ultrapassar, aos poucos, estas situações, até porque faz parte da nossa luta sindical”.
Nelson Nhatave - A TribunaFAX - Maputo, sexta-feira 17 de Agosto 2007, N°530.
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