A medicina avança, aperfeiçoa-se, buscando melhores resultados e minimizar os incómodos que determinados exames preventivos causam. E, em Portugal, os "jovens cientistas" da Universidade de Aveiro para isso vão também contribuindo com mérito. Esperamos só que tais avanços fiquem disponíveis, acessíveis para utilização da população de poder económico baixo não só de Portugal (onde últimamente os serviços públicos de saúde estão gerando polémica e desagrado generalizado) como dos países africanos de expressão portuguesa até ao Brasil inclusivé.
Só quem já fez uma endoscopia à "moda antiga" sabe o quanto é desagradável...
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A cápsula endoscópica, um micro-dispositivo que permite filmar todo o tracto intestinal durante o processo de digestão, foi aperfeiçoada.
Um grupo de investigação da Universidade de Aveiro, em parceria com médicos do Hospital de Santo António, no Porto, conseguiu diminuir o tempo de visualização do exame (oito horas) permitindo aos médicos um ganho de 15 minutos.
O estudo que foi publicado na edição deste mês da revista científica norte-americana “IEE – Transactions on Medical Imaging”, refere-se à primeira parte da investigação.
"Prosseguimos a pesquisa no sentido de conseguirem ser detectados automaticamente problemas específicos como áreas de sangramento e pólipos [formações pré-malignas]. Já temos resultados significativos que ainda não foram publicados", explica ao PÚBLICO o orientador do projecto, João Paulo Cunha.
Os investigadores envolvidos no projecto conseguiram superar o principal entrave deste método: a duração do processo de visualização do filme pelo médico especialista com vista à obtenção de um diagnóstico.
Através do desenvolvimento de novos algoritmos de processamento digital de vídeo e da sua integração numa plataforma computacional os médicos conseguem um ganho de 15 minutos, chegando mais facilmente às áreas que pretendem visualizar.
Contendo no seu interior uma pequena câmara de vídeo, a cápsula endoscópica permite visualizar áreas do intestino delgado que, de outra forma, seriam impossíveis de alcançar.
Outra das vantagens deste exame é que, ao contrário da endoscopia tradicional, não causa qualquer incómodo para o doente.
“O doente pode fazer uma vida normal durante as oito horas de duração do exame. No final é apenas necessário a leitura da informação armazenada na unidade e a sua posterior análise”, informa um resumo do estudo divulgado na internet.
A cápsula endoscópica que começou a ser administrada a nível mundial em 2001 só chegou a Portugal em 2003.
Desenvolvida no final da década de 90 por cientistas israelitas e ingleses, os últimos avanços referentes a este exame têm sido levados a cabo pelos investigadores da Universidade de Aveiro.
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