Incrédulos vamos escutando e lendo as notícias do mundo globalizado: Focos crescentes de conflito aqui e ali, perseguições raciais e étnicas acolá, miséria, morte, chacinas, crise, desemprego e a sensação também crescente de que o mal vence o bem nessa massa pesada, violenta de informação permanente, facilitada pelas novas tecnologias e absorvida diáriamente neste planeta onde se assiste plácidamente à inversão de valores, à afirmação do absurdo, à aceitação do anormal, do desonesto, à imposição do irracional como lógico, qual estivessemos em real circo romano lotado de massas populares ensandecidas, contaminadas pela inércia da pobreza, de desinformação, deseducadas, induzidas ao clamor emotivo pelo discurso de "mascates" de palavra fácil, que permitem os derradeiros gladiadores da ética sejam confrontados e devorados pelos leões esfomeados da iniquidade e do mau-caráter.
E de permeio assiste-se agora ao renascer de novos "Capitães Gancho" apetrechados e baseados em palacetes de luxo e ostentação lá pela costa da miserável Somália de povo sofrido, perseguido, esquelético, sem voz.
Com a maior liberdade, revoltante apatia mundial e dos próprios governantes somális (se é que existe governo por lá) sequestram petroleiro gigante saudita com mais de 100 milhões de dólares em carga, navegando fácil e impunemente até porto-pirata sobejamente conhecido e divulgado como paraíso de piratas, confirmando o retrocesso da sociedade globalizada aos tempos da barbárie.
E não fica dificil acreditar nem surpreenderia, pelo que leio, que a base da pirataria somali, o porto de Eyl, logo logo se transforme em concorrida atração turística mundial... A ver vamos!
A notícia, segundo a BBCBrasil:
""O navio saudita com US$ 100 milhões em petróleo que foi seqüestrado por piratas no sábado estaria navegando pela costa da Somália nesta terça-feira, segundo relatos de fontes ligadas à Marinha americana. Acredita-se que ele esteja a caminho do porto de Eyl, onde muitas embarcações seqüestradas ficam ancoradas... ...
... ... O seqüestro do navio Sirius Star é visto como inédito, tanto pelo tamanho da embarcação como pelo local. O navio com 2 milhões de barris de petróleo cru foi seqüestrado a mais de 400 milhas náuticas a partir do porto de Mombassa, no Quênia – longe do "Beco dos Piratas", como é conhecido o trecho onde muitos navios são raptados... ...
... ... Segundo pessoas que visitaram Eyl recentemente ouvidas pela BBC, o porto da cidade mudou muito desde que virou um "centro" da pirataria da Somália.
No último ano, o local deixou de ser uma pequena vila de pescadores para se transformar em um dos pontos mais ricos da Somália.
Apesar de a maioria do dinheiro ganho com pirataria ir para lugares como Dubai e Nairóbi, parte do montante fica na cidade portuária da Somália, onde os jovens que trabalham no ramo são vistos como heróis.
Alguns dos milhões de dólares ganhos com o pagamento de resgates foram gastos na construção de casas luxuosas e na compra de iates.
Há relatos de que os moradores de Eyl estão animados com a notícia do seqüestro do Sirius Star. A tripulação de 25 pessoas – entre sauditas, poloneses e britânicos – deve se juntar a outros 200 reféns que foram seqüestrados no último ano.
Os reféns dos navios são mantidos em boas condições, pois são parte importante na negociação do resgate. Alguns reféns chegaram a ser trocados por milhões de dólares. Em geral, eles são bem tratados na Somália.
Recentemente, alguns restaurantes especiais surgiram em Eyl especializados em atender apenas reféns que não gostam da comida típica somali.
Incrível retrocesso.
ResponderEliminarEntre os avanços da tecnologia aparece o atraso da mentalidade popular, materialista, distante de padrões morais e cristãos, acirrada por uma mídia especulativa, sensacionalista, que enaltece mais a côr de um futuro presidente de nação e a raça dos cachorros que com ele habitarão na Casa Branca, que sua capacidade, inteligência e intenções de colaborar para um mundo justo e melhor. Pobre mundo este.
Leiam esta:
ResponderEliminarPiratas do século XXI consideram-se Heróis - 11.22.2008 - http://encontreinanet.info/
Um somali, que se descreve apenas como “chefe pirata” que está capturando navios no Golfo do Aden e no Oceano Índico, afirmou que eles se consideram “heróis” e que estão apenas lutando contra a pobreza. As informações são do jornal britânico The Guardian, que publicou um texto de Asad ‘Booyah’ Abdulahi, 42 anos, em primeira pessoa.
No texto publicado, Abdulahi afirma que, quando era pescador, era confrontado por embarcações estrangeiras que não queriam competição no litoral da Somália. Segundo ele, o primeiro seqüestro de que participou foi em 1998 e, com os US$ 300 mil do resgate, o grupo comprou barcos mais velozes e rifles AK-47.
Desde então, o chefe pirata diz não se lembrar de quantos navios seqüestrou. Ele explica que a prioridade é a captura de navios europeus, que dão os maiores resgates e que o grupo se torna amigo dos reféns a bordo da embarcação, deixando claro que não hà risco de nenhum dos tripulantes ser morto, pois o alvo é o dinheiro.
A tática de abordagem consiste em atirar perto do barco para que ele pare. Caso isso não ocorra, destaca Abdulahi, o grupo faz uma abordagem com escadas para subir nos navios. O pirata diz que não considera sua atividade crime mas sim um “pedágio” já que a Somália não tem um governo central para controlar o mar territorial do país.
Após o pagamento do resgate, o pirata afirma que parte do dinheiro vai para remunerar o investidor que financiou a operação e o resto é dividido perante o grupo. Como exemplo, em um resgate de US$ 1,8 milhão, Abdulahi afirmou que US$ 380 mil vão para o financiador do seqüestro.
Segundo ele, a patrulha de navios estrangeiros está dificultando a ação do grupo. No entanto, ele ressalta que está comprando novas armas e embarcações e que não vai parar enquanto a Somália não tiver um governo central para controlar o mar do país.
Concluindo - Negócio rentável, como sempre foi ao longo dos séculos, principalmente na costa africana onde se lucrava com a cruel captura e exportação da matéria-prima "escravos"...
Saudações.