11/04/08

No reino do Marrocos libertado jovem de 18 anos que comparou o "rei" com o time do Barcelona...

Em certos territórios do absurdo geográfico que ainda nos rodeia e envergonha, continua-se brincado aos reizinhos poderosos, quase divindades, senhores da vida e da morte de seus humildes, esfarrapados súbditos acorrentados a pesadas grilhetas de obediência servil e inquestionável, advindas por herança de dinastias tirânicas, repletas de história de insensibilidade, abuso, violência, enriquecimento ignóbil, complementadas por excessivas doses de ignorância fanático-religiosa que se mantêm até nossos dias, com o complacente alheamento de todos nós que nos dizemos sociedade livre.

E não é só no "reino das Arábias" ou do "Marrocos", como no caso que mostro abaixo. Existem outros reizinhos e outros reinados, com outros nomes e sistemas que enojam, depauperam e martirizam povos e mentes de formas diversas, atuantes por esse mundo afora... É só ficarmos atentos ao que acontece de lamentável no Congo da martirizada mãe África, no Zimbabwe do ditador desavergonhado Mugabe, na Venezuela do tirano e presunçoso Chavez, na China dos propagados jogos olimpicos que acobertaram e ainda por cima exportam como algo justificável ou desculpável, a vergonha da negaçao à liberdade e os excessos de crúeis déspotas, entre outros para ser breve...

Do brasileiro site "Espaço Vital", que leio diáriamente, transcrevo:

Libertado jovem de 18 anos que comparou o rei do Marrocos com o time do Barcelona.

Por Marina Birnfeld, de Sevilla, Espanha - 03/11/2008.
Foi colocado em liberdade provisória, no fim-de-semana, em Marrakech, o jovem Yassin Belassal, 18 de idade, que foi condenado, em setembro, a um ano de prisão por ofender à monarquia do Marrocos.

Em um desenho, pintado em um quadro-negro da escola, ele relacionou o rei Muhammad VI ao time do Barcelona.

Segundo a denúncia que o levou a julgamento, "o réu modificou o lema nacional marroquino e equiparou a figura do rei com a de um time de futebol".

Abalado pelas condições que enfrentou atrás das grades, onde dividiu cela com mais de 80 presos, a primeira coisa que ele fez foi agradecer ao rei Muhammad VI pela libertação.

O jovem reconheceu ter pintado "Deus, a pátria, o rei e o Barça" na sala de aulas, modificando com isso o lema nacional marroquino e equiparando a figura do monarca com a do Futbol Club Barcelona.

"Seu amor pelo Barcelona foi o que o levou à prisão", assegurou seu pai, ao ir buscá-lo na saída da prisão.

Em uma das muitas versões contraditórias que circularam em torno do caso, foi especulado que Belassal teria substituído no lema nacional a palavra "rei" pelo nome de seu clube favorito. No entanto, a denúncia apresentada acusa o jovem de ter escrito em um desenho a frase "Que Deus maldiga a teu pai", em referência ao monarca.

Pela ofensa à monarquia explicita nessa última frase, o jovem poderia ter sido sentenciado a cinco anos de prisão, segundo admitiu Mohammed el-Ghalussi, advogado da Associação Marroquina de Direitos Humanos, que esteve à frente da defesa. Durante a audiência foi solicitado ao promotor e ao juiz que levassem em conta a juventude de Belassal, de 18 anos, assim como o fato de que essa frase não foi lançada por uma verdadeira falta de respeito à coroa, mas como uma provocação sem transcendência dirigida aos seus companheiros. Além disso, os advogados de defesa mostraram a inexistência de maior dano à monarquia, à imagem exterior do país e à democracia, que poderia supor a permanência na prisão de um estudante.

A liberdade provisória não garante a absolvição que será examinada pelo chamado Juízo de Apelações.

- O Marrocos é uma monarquia. O atual rei Mohammed VI, filho do falecido Mohammed V, é casado com uma engenheira de sistemas e tem um filho, o próximo herdeiro do trono.

- Seus gigantescos palácios estão fincados em cada cidade marroquina.

- Em algumas cidades, como Casablanca, ele tem mais de um palácio.
- Tanta riqueza de um lado e tanta pobreza de outro.

- A população sofre com a falta de emprego e salários baixos. Situação não muito diferente de contrastes e exclusões do nosso Brasil. As mulheres - especialmente as brasileiras - que pensam em ir ao Marrocos precisam saber que a sociedade marroquina é muito machista; assim, mulher sozinha é sinônimo de garota de programa. Existem duas soluções para essa situação: viajar em grupo ou contratar um guia. Outra coisa importante, e obvia, nada de usar minissaia, blusa muito justa ou decotada, nem os braços à mostra.

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