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3/31/12

Claudino Castro de Abreu: Um Homem de Porto Amélia/Pemba

Claudino de Abreu: Ainda há homens como este?
Transcrição - Rádio Moçambique - Sábado, 31 de Março de 2012 - 15:03 - É difícil estar perante quem se deu a tarefa de manutenção de um cemitério municipal, com trabalhadores permanentes por si pagos, constroi esquadras e oferece-as ao Estado e devolve a este mesmo Estado dinheiro que alguém, num negócio escuro, depositou na sua conta, denunciando assim uma burla das mais badaladas que a sociedade em Cabo Delgado já testemunhou.

Claudino Castro de Abreu, a figura que transporta esta personalidade, pensamos não haja quem vive ou tenha vivido em Pemba, não o conheça, apesar de a sua vida ser muito discreta, quase ausente, mas respeitada por todos os segmentos sociais, políticos, empresariais desta parcela do país e não só .

Desde 2006 tomou sob sua responsabilidade o cemitério municipal de Pemba, onde colocou 8 trabalhadores de limpeza permanentes, que diariamente tratam de o assear, pintando-o e ornando-o, do que resultaram as melhorias do local a que ninguém escapa, para ficar como hoje o é: digno.

Em resposta a uma nossa pergunta, Claudino de Abreu diz que se trata duma inclinação que traz da sua juventude, quando militava num movimento de voluntariado, do tipo escuteiros, mas que se tornou mais acutilante, depois que perdeu a sua esposa e ali foi enterrada.

Claudino, como carinhosa e simplesmente é tratado, de nacionalidade portuguesa, vai todos os dias ao cemitério para ver a campa da sua falecida esposa e ver o trabalho dos trabalhadores que colocou para a sua manutenção, tratando de todos cujas almas ali jazem, como se todos eles fossem seus familiares.

Só depois deste ritual se entrega aos outros afazeres, nomeadamente, cuidar dos seus negócios em diferentes frentes, uma forma de vida que vem do longínquo ano de 1957, quando veio para Moçambique, levado por um primo, Matranque, que se juntou a outro, Tambor, que viviam em Namuno.

Pouco tempo depois, soube da existência do terceiro primo, por sinal mais directo ainda, a viver em Balama, aonde teve que ir e lhe pôs a trabalhar nas suas machambas e a controlar mercados de algodão em diferentes zonas da sua influência, incluindo Mesa, na altura pertencente a Montepuez, hoje distrito de Ancuabe.

“Voltei de novo para Namuno, já como empregado duma loja, na região de Perepere, onde havia um centro de leprosos. Depois de algum tempo fui a Montepuez, já em 1962”, recorda Claudino.

Em 1964 é incorporado para o serviço militar e como praça esteve em Boane, tendo como especialidade as transmissões, função que confessa nunca ter chegado a desempenhar.

Voltou para a então Porto Amélia, hoje Pemba, para fazer a tropa como cantineiro, durante três anos, tendo saído com louvor, precisamente no dia 12 de Setembro de 1966, para no mês seguinte começar a trabalhar no emblemático “Niassa Comercial”, um estabelecimento de comércio geral, na então rua Jerónimo Romero, hoje simplesmente rua do comércio, na baixa da cidade, onde se manteve durante 34 anos.

“Eu, no “Niassa Comercial”, era chefe dos serviços, até ao ano de 1975, ano da proclamação da Independência Nacional. Éramos 16 brancos empregados naquela firma, mas com a independência todos fugiram, incluindo o patrão, ficando eu sozinho, com mais 30 trabalhadores moçambicanos” explica o nosso entrevistado.

Ele não fugiu, segundo justifica, porque “desde a primeira hora acreditei na independência. Até porque uns meses antes estava de férias em Portugal e quando soube da data da independência, tive que regressar para assistir a esse momento especial”.

Não é verdade, como a maioria pensa, que o “Niassa Comercial” tenha alguma vez sido sua firma, apesar de ter ficado à sua frente durante 34 anos, de 1966 a 2000, porque o seu patrão, mesmo antes da independência, não tinha residência fixa em Moçambique.

“Durante este período todo o “Niassa Comercial”, que não chegou a ser intervencionado, porque tinha pés para andar sozinha, teve um relacionamento extraordinário com o governo, que era o nosso melhor cliente, que tinha uma grande consideração pela firma”, faz questão de esclarecer o nosso entrevistado.

Deixou a firma em 2000, na sequência duma desinteligência, que envolvia-o ao patrão, que afinal era familiar da sua falecida esposa, tendo decidido largar o emprego, 34 anos depois, sem pedir sequer salário nem indemnização.

Uma das últimas acções consideradas invulgares, foi terem-no tentado meter na burla que o Estado sofreu, no caso dos funcionários das Finanças, que acabou com a condenação, pelo Tribunal Judicial Provincial de Cabo Delgado, de três dos cinco réus, acusados de desvio de fundos do Estado, de forma continuada e que se saldaram, nos anos 2007/8, num prejuízo que totalizou 43.450.123,56 Meticais.

Os burladores haviam transferido para a conta de Claudino parte considerável desta soma e ele, ciente de que não havia feito nenhum negócio que atingisse aquele valor avultado, devolveu o dinheiro, presumindo que tivesse havido algum um erro. Não quis ficar com o dinheiro à espera que eles viessem para a negociação agendada, que era como faziam com os outros estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço. E terá sido a gota que encheu o oceano!

É Claudino de Abreu que, atras de quem esteve a iniciativa e suporte da construção das esquadras policiais, na sede do posto administrativo de Murrébué e na Localidade de Muitua, ambos no distrito de Mecúfi.

Por ocasião da gala de personalidades, edição 2011, recebeu um trofeu da confederação das associações económicas de Cabo Delgado, em reconhecimento das suas qualidades em diferentes áreas, incluindo a empresarial.

Por Pedro Nacuo, jornalista do “Notícias”. Publicado no dia 31 de Março de 2012

8/11/11

Falar sobre os Bombeiros da Régua

Jaime Luis V. F. Gabão

Falar sobre os Bombeiros da Régua não é difícil para as gentes da Régua. Ao longo da vida e do tempo acompanham-nos em um quotidiano repleto de episódios reveladores de abnegação, doação ao semelhante, generosidade desinteressada, modelos de coragem, sacrifício e por aí adiante. Difícil é para quem como eu, nado e criado até aos 9 anos de idade na sempre estimada Peso da Régua e posteriormente emigrou por força do destino e das circunstâncias para lugares distantes que juntam África, Europa e América do Sul, detalhar o caminho grandioso e beneficente para com o povo vareiro, traçado por essa Instituição já centenária em período no qual, sem abandonar espiritualmente as raízes, só vivenciei fatos da Régua por notícias, por cartas e testemunho de meu saudoso Pai, Jaime Ferraz Rodrigues Gabão quando vivo, também por estadias curtas no berço pátrio para colmatar saudades ou ainda por relatos de Amigos.
No entanto, apesar dessa ‘ausência’, dois acontecimentos marcam nitidamente a minha memoria. Um é o ‘grito’ angustiado da sirene instalada no característico ‘quartel antigo’ dos bombeiros, que ecoava tristemente por toda a Régua na minha meninice feliz, chamando os soldados da paz, ‘grito’ quase desesperado, representativo do acontecer de algum drama em algum lugar, como tantos que o Amigo Dr. José Alfredo Almeida vem descrevendo no Escritos do Douro e vou absorvendo-editando aqui pelos trópicos como se na Régua estivesse fisicamente, fruindo deste ‘milagre’ da comunicação e da informação que é a internet e que tanto nos aproxima. De tal forma ficava apavorado e trémulo em minha ingénua meninice, que buscava aconchego nos braços de minha Querida Mãe Nair ao ouvir essa sirene aflitiva, assim ela me contava... E o segundo, refere o dramático e tantas vezes evocado incêndio da Casa Viúva Lopes, já assim descrito por mim: “Na dramática noite do dia 8 de Agosto de 1953 eu estava lá, em frente à estação da Régua, junto ao muro que dá para o rio Douro, a assistir ao dantesco espetáculo. Com seis anos de idade na época, acompanhava meu Pai Jaime Ferraz Rodrigues Gabão. Nunca saiu de minha memória a beleza assustadora e dramática das chamas envolvendo o edifício enorme da Casa Viúva Lopes. Foi experiência que marca minhas lembranças com nitidez impressionante até aos dias de hoje!”. Dessa data e desse espetáculo belo, dantesco e triste emoldurado pelas sombras de uma noite de verão há 58 anos passados, resultou a morte do Bombeiro João Gomes Figueiredo, também conhecido por João dos Óculos e que o  mestre da escrita do Douro, João de Araújo Correia, homenageou em “HISTÓRIA DE UM SONETO” que pode ser lido aqui (Escritos do Douro).

Em outras paragens, os Bombeiros são-no por profissão. Auferem salário e a isso se dedicam inteiramente. Na Régua não, contava-me meu Pai, ainda em Porto Amélia-Moçambique, enquanto redigia as suas ‘Cartas de Longe’ para o ‘Notícias do Douro’ publicadas nos anos 60/70 ou à mesa de nossa casa africana, em refeições com sabor a Douro e Trás-os-Montes, elaboradas pela mão atinada de minha Querida Mãe e compartilhadas por reguenses como meu estimado Irmão Júlio Gabão, o Guedes tipógrafo, o marinheiro de fragata Zagalo, o Major Leite Pereira, ou mais destacados nas letras como o alferes Manuel Coutinho Nogueira Borges, o tenente médico Dr. Camilo de Araújo Correia (filho de João de Araújo Correia, escritores já falecidos). Todos eles, pela guerra colonial de então ou em busca de uma vida melhor, iam parar em terras de Cabo Delgado e em nossa sala de visitas sempre hospitaleira e de portas franqueadas, amenizando saudades em longas conversas dulcificadas e entremeadas por saborosos cálices de Porto e acepipes culinários, nas tardes domingueiras ensolaradas ou anoiteceres quentes de cacimbo africanas.
Pois e como dizia acima, na Régua os bombeiros são-no por amadorismo e doação desinteressada. Uns trabalham no campo, outros são empregados de balcão, outros sapateiros, comerciantes e assim para diante. E, sem proveito material adicional, nas horas vagas ou, quando avocados pela tal sirene, são Bombeiros da Régua e de todos que precisam de socorro e ajuda. Como ininterruptamente aconteceu afinal, quando no antigo e hoje abandonado cinema sentíamos a segurança tranquila da sua presença física durante as projeções, quando as velhas bancadas de madeira do campo de futebol do Peso, nos anos 50, desmoronaram (e eu junto) repletas de adeptos do SC da Régua, quando de plantão para qualquer eventual acidente em corridas de motos realizadas na beira-rio (organizadas também pelo SC da Régua de que meu Pai era diretor), quando o autocarro com estudantes se despenhou da ponte, quando as ainda existentes casas construídas à moda antiga em esqueleto de madeira se incendeiam, quando os pinhais e montes são desgastados pelo fogo do estio, quando alguém submerge no rio Douro ou quando o mesmo rio Douro, corre farto lá de Espanha e estende com indiferença fria suas águas, transformando em leito as ruas e caminhos da Régua, quando algum automóvel se acidenta nas encostas do Marão, quando alguma pessoa adoece e precisa de uma ambulância que o leve à saúde num hospital do Porto ou mais distante até, quando acompanham à última morada pessoa querida, quando e ainda hoje (assim lemos na internet) acodem um barco de turismo avariado, repleto de viajantes admiradores das belezas do recanto fluvial duriense...,  tudo e sempre num comportamento de grandeza e generosidade, sem diferenças sociais, que sobrevém ao longo de nossas vidas desde que, em “1842, a Câmara Municipal do Peso da Régua resolveu enviar um representante à Câmara dos Deputados a solicitar a concessão de uma bomba, para que na vila se pudesse acudir aos incêndios que por cá deflagrassem” e, mais tarde, quando em “28 de Novembro de 1880, nascia a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua ou Real Associação Humanitária, comandada por Manuel Maria de Magalhães”...

E tivesse eu a sabedoria atilada e conhecimento de meu querido, saudoso Pai e de Amigos que pela Régua e arredores pelejam e escrevem, permaneceria horas a fio ‘falando’ sobre os Bombeiros da Régua, contando a ode de seres anônimos, de parentes, de heróis em feitos exemplares, já fenecidos como seres físicos, mas não esquecidos como entes imortais participantes da minha vida, de muitas vidas, da História da Régua e de um dos seus maiores patrimônios, num hoje ininterrupto, estruturado e continuado na pujança de jovens Bombeiros sempre Voluntários.
Portanto, repetirei e para terminar este meu ‘desabafo’ provocado pelo Amigo José Alfredo Almeida, que é para eles e por tudo que representam minha inabalável admiração!
30 de Julho de 2011
Este post também pode ser lido no Blogue "Escritos do Douro"
Texto e edição de Jaime Luis Gabão. Colaboração de imagens do Dr. José Alfredo Almeida para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2011. Clique nas imagens acima para ampliar.

Falar sobre os Bombeiros da Régua
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 11 de Agosto de 2011
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5/14/11

Escritos do Douro - MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS

                                                                                                   M. Nogueira Borges

""Conheci-o em Moçambique, para onde fora mobilizado, no ano de sessenta e oito. Mais concretamente, foi em Porto Amélia que começou uma das minhas mais lindas amizades. O Jaime Ferraz Gabão – é dele que se trata – deixara um dia a sua Régua em busca de outros horizontes que lhe desse, e aos seus, novo sentido à vida. Pertenceu a essa plêiade de cabouqueiros que em África assegurou a sobrevivência sem chibatas, antes com suor repartido entre brancos e negros, respeitando as gentes, pois há sempre uma alma para dar a Deus. ... ... ""
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I- «Era ainda pequenino, acabado de nascer», mas lembro-me, no meio de alguma sombra, do primeiro fogo que vi. Eu brincava, com o Aires e o Manel, no quintal da casa onde nasci ; seria Verão, e no entardecer,  porque o meu Avô, ao fundo, sentado num cesto vindimo, vestia colete e embrulhava um cigarro de tabaco de onça. O ar tinha uma calma de convento e só os crianças algaraviavam nos caminhos. Corríamos com os arcos, que descarrilavam dos ganchos, perdendo-se nos bardos de um calço rente ao muro. De repente, o meu Avô pegou na bengala que o ataque lhe impusera, levantou-se a gesticular, mandou-nos parar, e gritou pelo Alberto que dava palha ao Castanho. Minha Mãe também acorreu, pois quando o Pai se alterava toda a estirpe desassossegava.

Em Santo Estevão, no caminho alto que dá para o Rodo, uma chama, logo espalhada em contágio descontrolável, começava a devorar uma casa e outras anexas. Quase todas tinham muita madeira na sua feitura e o incêndio alastrou com a rapidez de um roubo. O povo despertou num clamor de tragédia. Mulheres, de canecos à cabeça, corriam a despejar a água colhida numa fonte escassa, situada no fundo da rampa; os homens, de sacholas e pás, lançavam a terra que arranhavam no caminho. Eu e os meus amigos largamos tudo e fomos para o pé do meu Avô a quem faltou a saliva para colar a mortalha. Batia com a bengala no chão e dizia para o Alberto: «Depressa! Chama o carro de praça para ir avisar os bombeiros!» Lembrei-me do inferno e dos pecadores. Jurei que iria ser sempre «um rapaz muito bem comportado», pois se as chamas infernais eram assim, então a minha Mãe tinha razão quando me dizia para comer a sopa toda.

Mal o carro vermelho, tocando a sineta, chegou ao Fial parece que as labaredas amainaram em respeito. Mas alegria tivemos nós quando o vimos a fazer a curva da árvore queimada, capacetes e machados reluzentes de homens que vinham «acabar com o fogo». Vários, aos gritos, se lhes dirigiram, ensinando o atalho onde o carro não cabia. Em desafio, pareceu, as chamas alteraram-se como se tivessem encontrado restos de papel. Correndo, os bombeiros lançaram-se àquele inferno verdadeiro, espalhando instruções, clamando ânimos, recusando desfalecimentos. Ainda hoje, ao escrever estas linhas, me emociono com o recordativo. Quando, no final, vencido o abrasamento, eles, descompostos e afogueados, desceram para a Régua, deixaram atrás de si o triunfo cantado no agradecimento dos atormentados, que, varrendo as cinzas da sua amargura, sonhavam com casas de cantaria.

Fiquei sempre com essa impressão juvenil de reverência e carinho pelo sacrifício e solidariedade dos nossos bombeiros, consolidada vida fora, algumas vezes lembrada quando as peripécias da vida, muitas vezes, me esbofeteiam com a surpresa.

II- A sirene dos Bombeiros ouvia-se no alto de S. Gonçalo. Era um chamado que afligia. Começava por um grito de desespero, de quem é atacado à falsa fé, seguido por prolongado gemido de sofrimento, esperando uma ajuda caridosa. Repetido, como se ninguém acudisse, esse apelo sonoro, num eco estendido pelos montes e vales, dilacerava as almas e escurecia a natureza. Os homens suspendiam as fainas, soerguiam-se, olhavam em redor, lançavam o olhar para Avões ou São Domingos, firmavam-se em Remostias ou no cimo do Peso; queriam ver onde se elevava o fumo, se era dentro ou fora da “vila”. Tiradas as “teimas” e assente a origem, debruçavam-se, de novo, para a terra que lhes dava o suor do sustento.

Os tempos de que trato eram de necessidade, em que uma sardinha de barrica dava para três, comia-se cebola com sal e broa com azeitonas, mas havia uma enorme riqueza de solidariedade. As gentes sofriam com o mal alheio, gostavam de ajudar e sentiam como suas as lágrimas vizinhas. A escassez irmanava no relevo dos gestos. Ser bombeiro era fazer parte dessa honra, ditada pelo falar popular, soldados da paz e serventes da humanidade, voluntários do mundo e escravos da lida contra o infortúnio, corpos fardados e almas civis.

III- As noites do Douro, nesse Agosto de 53, eram mais escuras do que hoje. A sua claridade vinha da lua, dos faróis de carro que, de quando em vez, alumiavam o silêncio dos vinhedos, um ou outro poste, de longe em longe, plantado pela boa vontade da Chenop, o petromax de quem levava a recolher a ebriedade, que esquecia nas tabernas as injustiças da sua sorte  desajustada na sua contabilidade doméstica.
Foi numa dessas noites que a Régua se cobriu com o clarão da tragédia. A Casa Viúva Lopes, forte estabelecimento comercial da época, ardia diante do pasmo assustado da terra, tolhida pelo sobressalto e pelo dó. Nem o rio ali ao pé nem o clamor da população segurou o recheio ou as traves que o defendia. Bem lutaram os bombeiros; lutaram até ao fim e até à morte. Lá ficou o Senhor Figueiredo, imortalizado pela pena do nosso Escritor, também ele imortal, João de Araújo Correia, como o João dos Óculos, que ganhava a vida a desenhar palavras no chumbo tipográfico. Lá ficou, queimado pelo seu voluntarismo, pela dedicação e amor ao próximo.

Na nossa Região, os Bombeiros Voluntários da Régua sempre foram uma referência. Associação humanitária a dar «vida por vida», num ditame nunca contestado, servindo, sem olhar a quem, nas dificuldades físicas e morais, na vida e na doença, na esperança e na morte. Mais uma vez se comprovara, bem duramente, a tradição e a lenda da sua história.

IV- Conheci-o em Moçambique, para onde fora mobilizado, no ano de sessenta e oito. Mais concretamente, foi em Porto Amélia que começou uma das minhas mais lindas amizades. O Jaime Ferraz Gabão – é dele que se trata – deixara um dia a sua Régua em busca de outros horizontes que lhe desse, e aos seus, novo sentido à vida. Pertenceu a essa plêiade de cabouqueiros que em África assegurou a sobrevivência sem chibatas, antes com suor repartido entre brancos e negros, respeitando as gentes, pois há sempre uma alma para dar a Deus. Ofereceu-me a sua mesa e as suas palavras nas noites em que brilhavam as acácias rubras sob os candeeiros escurecidos pelos mosquitos. Sentia-lhe a saudade pelo regresso, mas, também, receio de um dia ter que abandonar tudo - por pouco que fosse – depois de anos de sacrifício. Colaborámos, na distância – ele há tempos e com melhor saber – nos semanários regionalistas da nossa terra, cada qual na sua independência e companheirismo. Eu regressei e ele ficou.

Um dia abraçámo-nos na Rua dos Camilos. Ele viera nessa leva, inventada por uma qualquer pejorativa mente, de “retornados“. Ainda tentara ficar, mas a onda de oportunismo e adesão cobarde aos valores nunca professados, não lhe sossegavam as entranhas. Chegou de olhos tristes e coração despedaçado. Depois de alguns anos de aptidões reconquistadas, o Jaime adoeceu no corpo, que no espírito nunca sarou. Prolongou a doença o mais que pôde, mas quando ela chegou ao fim não encontrou grande resistência: ele já se cansara de lutar, de andar de abrigo em abrigo em busca da serenidade.
Foi numa tarde de Junho, quando a Régua é um inferno de calor, que ele subiu para o Peso onde descansa eternamente. Foram os nossos bombeiros  que o levaram, associado que era. Atrás, com os seus familiares e amigos, eu recordava-o numa mistura confusa, em que cabiam as memórias dos meus mortos, dos fogos e das cinzas, mas, também os carinhos dispensados aos vivos, ajudando, até, a nascer muitos que perpetuam o nosso mundo.

Agora que vem aí o Verão, estação para algumas descomposturas e traições humanas, ofensivas da natureza e dos socorros dos soldados da paz, que não falte o apoio e a boa fé de quem manda, mesmo neste tempo de desgosto e baixeza moral.

Abril 2011

Nota: Agradecemos ao escritor M. Nogueira Borges, natural do concelho de S. Marta de Penaguião, por ter escrito para o Arquivo dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua este brilhante texto sobre as suas memórias dos bombeiros e, em especial, sobre os da Régua. O nosso muito obrigado por ter evocado factos e figuras que ainda hoje são inesquecíveis na longa história dos Bombeiros da Régua.
- Matéria cedida por M. Nogueira Borges e J. Alfredo Almeida para Escritos do Douro em Maio de 2011. Clique nas imagens ilustrativas do texto acima para ampliar.
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Memórias dos Nossos Bombeiros - 1
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 28 de Abril de 2011
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MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS
Memórias dos Nossos Bombeiros - 2
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 5 de Maio de 2011
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
MEMÓRIAS DOS NOSSOS BOMBEIROS - 2
Transcrito do Blogue "Escritos do Douro"

12/15/10

LEMBRANDO A CIDADE DE PORTO AMÉLIA/PEMBA E A POETISA GLÓRIA DE SANT’ANA

Por Carlos Lopes Bento
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler. Link para formato "pdf" http://www.youblisher.com/files/publications/14/78663/pdf.pdf

11/06/10

Recordando CARLOS FERNANDO MACHADO DA CRUZ - Pachancho

Carlos Fernando Machado da Cruz - PACHANCHO - Um jovem generoso, cheio de vida e alegria, que perdeu o futuro...

Em 28 de Março de 1974, Carlos Fernando Machado da Cruz (Pachancho) piloto do CR-AOC ETAPA, durante a aproximação nocturna à pista de Mueda com teto e visibilidade reduzidos, para evacuação de um militar, supôe-se que (entre outras hipóteses como a de ter sido alvejado pelos terroristas da Frelimo e atingido, foram aventadas mas não confirmadas na época) entrou em perda antes da cabeceira da pista (lado da povoação) e acabou por embater na copa de uma árvore.
Avião e piloto ficaram carbonizados pelo fogo consequente ao acidente.

Nesse dia estava de folga.

No dia seguinte faria o ultimo vôo para a Etapa e sairia para ingressar como piloto comercial na TAP.

Foi chamado pelas 18:30 (estava em casa da "Avózinha" ao lado do cinema velho de Porto Amélia na parte baixa da cidade) para ir fazer a evacuaçao de um militar de Mueda para Nampula por não haver mais nenhum piloto disponivel.

O acidente foi a 28 de Março à noite, os destroços localizados e o corpo transladado de Mueda para Porto Amélia a 29 de Março e o funeral a 30 de Março, dia do aniversário de seu Pai, Sr. Machado da Cruz.
Ainda recordo o imenso cortejo de carros que se formou nesse final de tarde de 29 de Março de 1974, para acompanhar os restos mortais do Pachancho desde o aeroporto de Porto Amélia até à cidade.

Arrepiava e emocionava ver aquele imenso cordel de luzes ao longo da estrada do aeroporto...
- Clique nas imagens acima para ampliar
- J. L. Gabão em ForEver PEMBA de Março 2007
- Luisa Hingá em Voando em Moçambique  de Março de 2007

(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)

8/14/08

Retalhos da História de PEMBA - A Companhia do Niassa e a fundação de Porto Amélia. Parte 2.

(Clique na imagem para ampliar)
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A COMPANHIA DO NIASSA E A FUNDAÇÃO DE PORTO AMÉLIA. - (continuação daqui!)
A colónia de Pemba foi um fracasso e foi abandonada alguns anos depois, tendo a corveta Mindelo encontrado em 1882 no Ibo, "dois negociantes portugueses, os únicos que restavam da colónia de Pemba, que ali se haviam estabelecido há 24 anos". (António Marques Esparteiro, Op. cit., Vol. XVII, p. 44).
Em 1884, Augusto Castilho, informava "que o único vestígio d'esta ephemera e desastrosa occupação reduz-se apenas a uma insignificante fortificação abandonada" (Augusto Castilho, Relatório acerca de alguns portos da província de Moçambique, p. 49.), com o formato de um hexágono regular "de uns 10 metros de lado com duas canhonheiras por lado, e uma porta a meio da face occidental. As muralhas terão uns 3 metros de alto acima do terreno, e são cercadas de um ridículo fosso de 1,5 metros de largo, sobre talvez 0,8 metros de fundo", mas informa que a sua localização fora bem escolhida.
António Enes deixou-nos um relatório já antes mencionado, que além de ser um texto de grande qualidade literária, é também um documento de grande interesse histórico para a compreensão da situação da administração portuguesa em Moçambique. Neste documento, o norte de Moçambique só marginalmente é referenciado porque de facto não tinha instalada uma administração coerente e não havia uma lei a cumprir, sendo afirmado que "capitais há de distritos e distritos inteiros, como o de Cabo Delgado, onde totalmente faltam elementos policiais".
No que respeita aao povoamento do território diz António Enes que "em 1891 vi desembarcar e acompanhei com a vista os centenares de colonos que a Metropole despejou para Moçambique por medida policial e económica, e o resultado da minha observação foi mandar pedir ao governo que não continuasse a remeter para lá semelhante gente". (António Enes, Moçambique, p. 62).
A calamitosa situação administrativa de Moçambique também o inspirou a propor importantes reformas, que apoiou com um projecto de orçamento das receitas e despesas da província. (António Enes, Op. cit., 4.ª Edição, Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1971, p. 557-577).
Relativamente ao distrito de Moçambique, esse orçamento previa a colocação de um comandante militar superior de Cabo Delgado e concelho do Ibo, um comandante militar de Palma e um comandante militar de Mocímboa, além de outros funcionários administrativos, significando a vontade de instalar uma administração no concelho do Ibo, que não existia de forma estruturada.
Em finais do século, na linha do pensamento expresso por António Enes, também o governador Mouzinho de Albuquerque traçava um panorama desolador em relação ao povoamento europeu de Moçambique: "Hoje abona o Estado um certo número de passagens mensaes a colonos, mas estes são escolhidos a capricho, sem ter em attenção as circunstancias e carencias da provincia. Vão muitos vadios, vão pobres jornaleiros do campo que é muito dificil, senão impossivel, empregar alli. Succede por vezes, como ainda em Janeiro de 1897, chegar alli mais de um cento de colonos, a maior parte sem officios ou profissão definida, sem que d'isso houvessem sido avisadas as autoridades locaes. Isto não é colonisar, povoar ou nacionalisar, é apenas fazer um estendal de miséria." (J. Mousinho de Albuquerque, Moçambique (1896-1898), Sociedade de Geografia de Lisboa, 1913, p. 110.)
- Continua em breve...
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O autor:
Adelino Rodrigues da Costa entrou para a Escola Naval em 1962 como cadete do "Curso Oliveira e Carmo", passou à reserva da Armada em 1983 no posto de capitão-tenente e posteriormente à situação de reforma. Entre outras missões navais que desempenhou destaca-se uma comissão de embarque realizada no norte de Moçambique entre 1966 e 1968, onde foi imediato da LGD Cimitarra e comandante das LFP Antares e LFG Dragão.
Especializou-se em Artilharia, comandou a LFG Sagitário na Guiné, foi imediato da corveta Honório Barreto, técnico do Instituto Hidrográfico, instrutor de Navegação da Escola Naval, professor de Navegação da Escola Náutica e professor de Economia e Finanças do Instituto Superior naval de Guerra. Nos anos mais recentes foi docente universitário, delegado da Fundação Oriente na Índia e seu representante em Timor Leste. É licenciado em Sociologia (ISCSP), em Economia (ISEG), mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação (ISCTE) e membro da Academia de Marinha.
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O livro:
Título - As Ilhas Quirimbas - Uma síntese histórico-naval sobre o arquipélago do norte de Moçambique;
Edição - Comissão Cultural da Marinha;
Transcrição da publicação "As ilhas Quirimbas de Adelino Rodrigues da Costa, edição da Comissão Cultural da Marinha Portuguesa, 2003 - Capítulo 11, que me foi gentilmente ofertado pelo Querido Amigo A. B. Carrilho em Pinhal Novo, 26/06/2006.

7/31/08

Retalhos da História de Pemba - A Companhia do Niassa e a fundação de Porto Amélia.

(Clique na imagem para ampliar)
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A COMPANHIA DO NIASSA E A FUNDAÇÃO DE PORTO AMÉLIA.
Até principios do século XIX a administração do território de Moçambique pelos portugueses era muito limitada e precária, exercendo-se apenas em alguns pontos do litoral através de concessões dadas a alguns indivíduos, geralmente sob a forma de "prazos da coroa".
Depois, ao longo do século XIX, as autoridades portuguesas, continuaram a não conseguir mobilizar emigrantes para se estabelecerem em África, mas tiveram algum sucesso no propósito de incentivar os goeses a emigrar para Moçambique.
Eduardo Mondlane escreveu que "a pequena colónia de Goa foi sujeita a uma influência portuguesa como nenhuma outra colónia africana e a emigração goesa foi, em muitos sentidos, mais portuguesa que indiana" (Eduardo Mondlane, The Strugle for Mozambique, p. 55), porque os goeses falavam português e eram predominantemente católicos.
Nessas condições, em 1871 verificava-se que havia em Moçambique apenas oito padres católicos, sendo sete originários de Goa e apenas um de Portugal (Mozambique - a brief survey, p. 70).
Neste quadro de dificuldades na mobilização de emigrantes portugueses que então tinham o Brasil por preferência, a fixação de colonos no norte de Moçambique era um enorme desafio. Não se estranha, por isso, que na sua descrição roteirista da costa de Moçambique, António Lopes da Costa Almeida tivesse escrito em 1840, que a baía de Pemba "muito pouco conhecida he do Europeos" (Costa Almeida, Roteiro Geral dos Mares, Costas, Ilhas e Biaxos Reconhecidos no Globo, parte V, p. 57).
A primeira tentativa séria para fixar colonos no norte de Moçambique aconteceu em 1857. No dia 21 de Junho de 1857 largou de Lisboa a escuna Angra sob o comando do 1º tenente Jerónimo Romero, com a missão de estabelecer uma colónia de sessenta emigrantes portugueses na baía de Pemba, cujo chefe seria Albano Apolinário Moniz da Maia, um agricultor de 28 anos, solteiro e natural de Torres Novas (António Marques Esparteiro, Op. cit., Vol. XXII, p. 105).
A escuna Angra dirigiu-se ao Ibo e, no dia 22 de Outubro, Jerónimo Romero tomou posse como Governador de Cabo Delgado. No dia 10 de Novembro de 1857, a escuna largou para a baía de Pemba com o governador, os colonos e o vigário do Ibo, tendo chegado à baía pelas 17 horas desse mesmo dia.
Entretanto, chegou a Moçambique o iate Dezanove de Maio com uma força militar e com material destinado à fundação da nova colónia, enquanto do Ibo chegaram duas embarcações com soldados.
No dia 12 de Novembro desembarcou o 1º tenente Jerónimo Romero que foi recebido pelo régulo Said-Ali e por muita população. Lavrou-se um auto de vassalagem e construiu-se um barracão de 57 metros por 7 metros de largura, com 12 compartimentos para servir de alojamento aos colonos e à tropa, botica e depósito de mantimentos e de material.
Os colonos constituiram-se em sociedade para "empreender na maior escala possível a cultura da cana do açucar, café, arroz, algodão, gergelim, etç., e comerciar com géneros do país".
No dia 8 de Dezembro ficou formalmente constituída a colónia de Pemba, na presença dos colonos, da tropa e de muita população. Houve missa cantada e grossa festa de batuque. Só em Abril de 1858 a escuna Angra deixou a baía de Pemba com destino a Moçambique, levando consigo um pangaio árabe que entretanto tinha sido apresado.
- Continua em breve...
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O autor:
Adelino Rodrigues da Costa entrou para a Escola Naval em 1962 como cadete do "Curso Oliveira e Carmo", passou à reserva da Armada em 1983 no posto de capitão-tenente e posteriormente à situação de reforma. Entre outras missões navais que desempenhou destaca-se uma comissão de embarque realizada no norte de Moçambique entre 1966 e 1968, onde foi imediato da LGD Cimitarra e comandante das LFP Antares e LFG Dragão.
Especializou-se em Artilharia, comandou a LFG Sagitário na Guiné, foi imediato da corveta Honório Barreto, técnico do Instituto Hidrográfico, instrutor de Navegação da Escola Naval, professor de Navegação da Escola Náutica e professor de Economia e Finanças do Instituto Superior naval de Guerra. Nos anos mais recentes foi docente universitário, delegado da Fundação Oriente na Índia e seu representante em Timor Leste. É licenciado em Sociologia (ISCSP), em Economia (ISEG), mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação (ISCTE) e membro da Academia de Marinha.
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O livro:
Título - As Ilhas Quirimbas - Uma síntese histórico-naval sobre o arquipélago do norte de Moçambique;
Edição - Comissão Cultural da Marinha;
Transcrição da publicação "As ilhas Quirimbas de Adelino Rodrigues da Costa, edição da Comissão Cultural da Marinha Portuguesa, 2003 - Capítulo 11, que me foi gentilmente ofertado pelo Querido Amigo A. B. Carrilho em Pinhal Novo, 26/06/2006.

8/06/05

Cheira a Chamussa com "piri-piri"...

Mãos femininas indianas as produziam, degustavam, ofereciam e vendiam pelas ruas e praias de Porto Amélia/Pemba, com cheiro a "piri-piri" e sabor a "quero-mais"... Para os saudosistas-gulosos e habilidosos na culinária, aqui fica, sugerida pela Isabel Filipe a "fórmula-mágica":


Chamussas - Ingredientes
Massa
260gr de farinha s/fermento
1,5dl de água morna
· 1 colher de sopa de vinagre
· sal fino,farinha e óleo q.b.


Recheio
· 50gr de manteiga
· 2 cebolas
· 4 dentes de alho
· 1 colher de chá de gengibre ralado
· 1 colher de sopa de caril
· 400gr de carne picada (porco ou borrego)
· 1/2 limão(sumo)
· 1 ramo de coentros
· sal e pimenta q.b.


Polme
· 1 colher de sopa de farinha
· 2 colheres de sopa de água


Prepare a massa:
Misture a farinha com a água morna, o óleo e o vinagre.
Envolva bem, até obter uma massa homogénea e elástica.
Tempere com sal e deixe repousar.


Faça o recheio:
Leve ao lume a manteiga com a cebola, os alhos picados e o gengibre.
Deixe refogar bem e adicione o caril e a carne; tempere com sal, pimenta e o sumo de limão. Deixe cozinhar, em lume brando, por 25 minutos.
Se necessário, adicione água quente.
Rectifique os temperos, junte os coentros picados e deixe arrefecer.
Divida a massa em bolas e estenda-as, numa superfície enfarinhada, com o rolo de cozinha. Coloque uma chapa lisa a aquecer e disponha as folhas de massa.
Marque-as dos dois lados e vire-as com a espátula.
Retire e corte em rectângulos.
Faça o polme, misturando bem a farinha com a água.
Coloque uma colher, das de chá, de recheio numa das pontas da massa e dobre em forma de triângulo.
Feche a última volta com o polme.
Frite em óleo bem quente e escorra-as sobre papel absorvente.
Sirva mornas ou frias.
E... Não esqueçam de dizer depois se ficou bom e valeu !