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9/08/08

Transgénicos - A Europa diz não!

(Imagem original daqui)
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A discussão vai longe.
A "chamada-de-atenção" para países como Moçambique, empolgados com as novas-tecnologias vendidas como "milagreiras" também aqui fica.
A biotecnologia e seus perigos acendem polémica num mundo onde se buscam a cada dia alimentos baratos que escasseiam. E a necessidade aliada a interesses económicos de empresas gigantes do ramo da biotecnologia, que fazem dos países emergentes pobres, com fossos sociais evidentes e crescimento demográfico sem mando, laboratório e campo de testes, quando se busca nos tão apregoados "transgênicos" a solução, o milagre para colmatar a fome do povo-cobaia.
O argumento daqueles que defendem o uso de transgênicos, as poderosas multinacionais agroquímicas, é que o seu cultivo eliminará a fome no mundo, aumentará a produtividade e será mais rentável para os pequenos agricultores, enaltecendo em simultâneo as vantagens de que são resistentes a insetos e pragas, se adaptam à diferentes climas, são mais produtivos e incorporam substâncias que auxiliam no combate à obesidade, ao colesterol alto e outros. Entretanto, vêm patenteado os seus produtos e as sementes só estarão disponíveis mediante o pagamento de royaltes. Assim, o produtor torna-se cliente-cativo ou escravo, pois delas terá que comprar a semente e o herbicida que produzem em simultâneo.
Mas os benefícios apregoados não são suficientes para convencerem a população esclarecida que já vem protestando em crescente tom contra estes alimentos, quando suspeita por notícias divulgadas, de que esses produtos podem causar doenças como o câncer, alergias, além de aumentar a resistência contra agrotóxicos e antibióticos. E já se evidencia que, na natureza, os transgênicos empobrecem a biodiversidade, eliminam insetos como abelhas, minhocas e outros animais, além de espécies de plantas. E contribuem para o desenvolvimento de ervas daninhas resistentes.
Entretanto, os ditos transgénicos ou organismos biologicamente alterados por engenharia genética vêm gerando no mundo dito "civilizado" forte polêmica acerca do seu cultivo e consumo. Na maioria dos casos essa polêmica tem origem também em interesses económicos e os países da Europa são os que rejeitam mais veementemente tais alimentos.
De notar que o Brasil é o terceiro maior produtor de transgênicos do mundo, ficando atrás sómente dos Estados Unidos e da Argentina.
Segundo o portal luso GAIA - Grupo de Ação e Intervenção Ambiental, "...os transgénicos podem estar com os dias contados na Europa. Cresce entre a população européia o movimento contra os transgênicos, já proibidos em vários países. França, Hungria e Polônia, principais produtores europeus de cereais, proibiram o cultivo de milho transgênico em seus territórios e a Alemanha está no caminho de fazer o mesmo...
...As pressões da presidência da Comissão Européia não conseguiram dar um impulso nos transgênicos. Apesar do poder do órgão executivo do bloco, os países da União Européia vão gradualmente desistindo destes cultivos. Isto se deve em grande parte às dificuldades para convencer os agricultores europeus deste modelo impulsionado por grandes multinacionais da indústria agroalimentar, mas também pelos crescentes protestos da sociedade civil, que reclamam dos governos um papel ativo, segundo uma especialista entrevistada pela IPS...
...Na Espanha e em Portugal, dois redutos da produção de milho transgênicos com as maiores áreas plantadas na União Européia, se começa a questionar os benefícios de plantar e colher essas variedades do cultivo originário da América, onde foi alimento básico de várias culturas aborígines....
...Em outubro de 2007, o comissário europeu de Meio Ambiente, Stavros Dimas propôs aos demais membros do Executivo do bloco de 27 países proibir o cultivo das variedades transgênicas Bt-11 e 1507, devido a evidências científicas sobre seu impacto ambiental negativo. "Mas, o senso majoritário na Comissão é a favor dos OGMs, e a decisão final foi adiada duas vezes por falta de consenso", explicou à IPS a bióloga portuguesa Margarida Silva, coordenadora nacional da Plataforma Transgênicos Fora, integrada por 12 organizações não-governamentais de Portugal da áreas de meio ambiente e agricultura, associada ao seus congêneres do bloco...
...Os críticos como Margarida Silva lembram que já foi provado que a abundante quantidade de herbicidas usados em plantações transgênicas contamina os solos, e a diversidade de espécies também está em risco. Os críticos também dizem que os grãos geneticamente modificados desenvolvem imunidade, exigindo doses mais fortes de agroquímicos, prejudicando o meio ambiente e levando a uma uniformização das sementes, que terão cada vez mais as mesmas características. Também rebatem o argumento de que as plantações transgênicas, por sua grande produtividade, podem colaborar para elevar a produção de comida e acabar com a fome no mundo. "O interesse não é esse, mas os grandes agronegócios de exportação, atualmente voltados à indústria transgênica", disse a especialista..."".
Para não alongar o post, poderão ler o texto integral redigido Por Mario de Queiroz, para a agência IPS e publicado pelo portal GAIA em 05/09/2008 aqui!

4/14/08

Fome no mundo - Antevisão sinistra...

(Imagem original daqui)
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A "descoberta" recente(?) da alta a nível mundial de preços dos alimentos alarma as nações. Políticas, muitas vezes de cariz populista voltadas para a angariação de votos através da pobreza e ignorância humanas se vêm em perigo de frustar, a médio prazo, multidões e povos esfaimados que cobrarão inevitávelmente o preço a seus eleitos.
Tal era prevísivel pois o mundo é limitado e, sobrecarregado a cada dia por mais "gente" que vai nascendo imprevidentemente, sem planejamento nos grotões de pobreza, está sendo castigado sistemáticamente por desmatamento selvagem, poluição irresponsável, aquecimento global inconsequente, industrialização e consumismo exagerados, etç., etç. como demanda de toda essa "população" excessiva, de custo também alto em programas sociais consequentemente necessários e sustentados por impostos crescentes oriundos dum rol concentrado, propenso a rarear de contribuintes.
África será, lamentávelmente, por todas as suas fraquezas sociais, um dos primeiros continentes atingidos por essa onda gigantesca que se aproxima. Díficil será evitar...Mas há que correr contra o tempo... ...
Transcrevo abaixo o que acabo de ler na edição eletrónica do Jornal Folha de São Paulo/BBC-Brasil, deste final de tarde de domingo, a respeito:
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FMI E BIRD PEDEM AÇÃO URGENTE CONTRA ALTA ALIMENTAR
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e o diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, defenderam neste domingo a adoção de medidas urgentes para conter a atual inflação de alimentos.
"Temos agora que colocar nosso dinheiro onde está a nossa boca, para que possamos colocar comida em bocas famintas", disse Zoellick, usando uma expressão idiomática da língua inglesa que significa algo como não ficar apenas no discurso, mas tomar uma ação.
Os comentários dos dois líderes foram feitos na entrevista coletiva que marcou o encerramento da reunião de primavera do FMI e do Bird, em Washington, neste domingo.
De acordo com Zoellick, o fato de o preço de alimentos ter dobrado nos últimos três anos poderá fazer com que 100 milhões de pessoas em países de baixa renda mergulhem ainda mais na pobreza.
O presidente do Banco Mundial lembrou que o Programa Mundial de Alimentos da ONU pediu que até o início de maio sejam feitas contribuições para que o órgão possa sanar seu rombo de US$ 500 milhões.
"Já há indicações de contribuições que chegam quase à metade da cifra exigida, mas não é o bastante. É crucial que governos confirmem seus compromissos o quanto antes e que outros também comecem a fazê-lo."
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INSTABILIDADE
O líder do Bird saudou o fato de que o elevado preço das commodities e seu impacto no crescimento e no desenvolvimento será um dos temas da reunião dos ministros das Finanças do G8, que será realizada em junho, no Japão.
"Mas, falando honestamente, a reunião do G8 será em junho. E não podemos esperar tanto assim."
Tanto Zoellick como Strauss-Kanh destacaram que a inflação poderá causar graves instabilidade políticas. No sábado, o diretor do fundo chegou a afirmar que a crise alimentar poderá levar a guerras em diferentes países.
"Ontem mesmo, nós vimos a queda do governo do Haiti", lembrou, Zoellick, comentando a queda do primeiro-ministro haitiano, Jacques Edouard Alexis, que perdeu seu cargo após uma série de protestos violentos contra a alta do preço de alimentos no país.
Zoellick destacou que o Bird destinou US$ 10 milhões ao Haiti e lembrou que o governo brasileiro também fez uma contribuição ao país caribenho.
O presidente do Banco Mundial lembrou, no entanto, que a contribuição emergencial do Bird exigirá uma "ginástica" para contornar trâmites burocráticos atualmente exigidos já que "muito do nosso dinheiro está alocado mediante determinadas fórmulas e categorias".
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ADAPTAÇÃO
A necessidade de adaptação também foi destacada pelo diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss Kahn, que afirmou que a atual crise obrigará o órgão a reestruturar algumas de suas "ferramentas financeiras" que não são apropriadas para lidar com crises como a atual.
Stauss-Kahn chegou a ironizar a maneira como o fundo é visto, muitas vezes associado à recomendação de políticas macroeconômicas duras e com um pesado custo social.
"Muitos podem se surpreender ao ver o diretor do FMI preocupado com crise de alimentos". Mas acrescentou: "Não se surpreendam, nós iremos destinar tempo, recurso e expertise para lidar com isso".
13/04/2008 - 20h42 - BRUNO GARCEZ da BBC, em Washington.
  • ONU - Uso de biocombustíveis se tornou um crime contra a humanidade - O GLOBO OnLine - 14/04/08, 13h00 - Leia o texto Aqui !