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3/04/10

Arquipélago das Quirimbas e Lago Niassa ameaçados de desaparecer...

Cultivo nas zonas costeiras e destruição de mangais - Maputo (Canalmoz) – O Lago Niassa, na província com o mesmo nome e o Arquipélago das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, estão sob ameaças de desaparecer do mapa geográfico nacional, nos próximos 100 anos, caso não se ponha termo às acções de prática de agricultura nas zonas costeiras e à destruição dos mangais nestas regiões. Este alerta foi lançado por Peter Bechetel, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (WWF) Moçambique, à margem dum seminário sobre o meio ambiente que teve lugar ontem em Maputo.

Falando ao Canalmoz, o representante do Programa das Nações Unidas para o Ambiente disse que, para além sofrer fortes acções agrícolas nas suas margens, o lago Niassa debate-se igualmente com problemas de disputa da fronteira entre Malawi e Tanzania e como o lago é único, isto tem efeitos para os três países que o partilham.

“Malawi e Tanzania estão a discutir um problema criado pelos colonizadores. A Inglaterra, depois da Segunda Guerra Mundial, passou a administrar a Tanzania e como já estava a dirigir os dois países, o aspecto da fronteira não teve relevância”, disse esclarecendo que agora que os dois países são Estados soberanos, o conflito das fronteiras está no topo da agenda e os efeitos fazem-se sentir nas margens do lago Niassa. Segundo Peter Bechetel, a fronteira entre os dois países está no meio do lago, mas agora o Malawi reivindica que a mesma deve ser removida mais para a costa tanzaniana.

Para os ambientalistas, estas discussões, em curso naqueles dois países, foram criadas pelos colonizadores e isto já está a criar problemas no lago, “apesar de existirem poucos impactos em Moçambique, em virtude da província de Niassa ser pouco habitada, o que não acontece do lado das províncias no Malawi e Tanzânia, que são densamente povoadas”.

Bechetel que falava ontem à margem do encontro ”Save Turism”, subordinado ao tema “Oportunidades para a Prática do Turismo Cientifico, Académico, Voluntário e Educacional em Moçambique”, organizado pelo Ministério do Turismo em parceria com a WWF, disse que Moçambique ao trazer este assunto para discussão, não está a fazer guerra contra nenhum destes países, mas sim a tentar salvar a biodiversidade do lado que está a ser posto em causa.

“As ervas marinhas são importantes para a reprodução e alimentação dos peixes, e estas estão a ser destruídas pelos agricultores”, lamentou.

Falando sobre o arquipélago das Quirimbas, sentenciou que as previsões mundiais indicam que o nível das águas do mar vai subir drasticamente nos próximos 100 anos, acompanhado de ciclones.

“Com o mar a galgar alguns metros, parte das ilhas do arquipélago das Quirimbas vai desaparecer e haverá muitos ciclones”, disse acrescentando que há dois anos, nalgumas zonas do arquipélago, a água aqueceu e espécies de animais aquáticos, bem como corais, foram destruídos.

Segundo explicou, os mangais que tem a função de defender a parte continental das tempestades estão a ser destruídos na ordem de 18 porcento e, neste momento, cerca de 700 famílias abandonaram uma das ilhas das Quirimbas, devido aos efeitos climáticos.

Um docente da Faculdade de Engenharia e Ciências Naturais, na Universidade Lúrio, em Pemba, que interveio no debate, disse haver necessidade de se requerer mais hectares de áreas na zona de Ibo para que se façam estudos durante as férias do verão.

“A Universidade vai dar uma parte da logística e os investigadores poderão trabalhar com os estudantes e comunidade. Depois vamos publicar os resultados deste trabalho que é muito urgente para salvar a zona”, desafiou, sublinhando que o estudo está aberto aos interessados, incluindo instituições do ensino superior.

Disse ainda que o passo mais importante será encontrar os parceiros interessados em participar nesta área, apontando que a partir do ano em curso vai se fazer naquela zona uma área de conservação.
- (Fenias Zualo) - 2010-03-03 05:46:00 - CanalMoz

1/27/10

Ronda pela net: Onde se fala da "Costa dos Horrores" que fica em PEMBA

Lastimável, triste, de mau vaticinio o que se vai comentando para além dos limites de Pemba e de Moçambique sobre o escandaloso, anômalo crescimento habitacional nas marginais que vão do Wimbe à Maringanha. E, parece-nos que ninguém de responsabilidade, com bom senso, coloca um basta às aberrações ambientais que vão devastando o património natural da soberba e única costa de Pemba. Não bastasse o património histórico da cidade estar sendo apagado, como também sua riqueza turística.
E quem é responsável?
Lamenta-se. E denuncia-se com veemência, com revolta:

""""O facto de este discurso se centrar na “casa do capitão de Inhambane” não exclui a realidade de que o mesmo está acontecer em todo o país, e um dos casos mais escandalosos será provavelmente o da CIDADE DE PEMBA, onde, de WIMBE À MARINGANHA JÁ QUASE NÃO SE VÊ O MAR e as construções dão azo a que já lhe vamos chamando de “COSTA DOS HORRORES”, com as suas muralhas de dois metros e mais de altura, encimadas por justificados cacos de vidro e arames farpados, a cair directamente sobre a cada vez mais estreita faixa de rodagem de uma estrada que se chama Avenida Marginal, tal como essa de Inhambane. E portanto, a casa do capitão, apesar de com todo o mérito, recai apenas na categoria de bode expiatório. Porque comparado com quase todo o resto, terá mesmo bastante qualidade.""""

12/26/09

Parque Nacional da Gorongoza - A chacina dos animais !

A situação alcançou níveis descritos pelas autoridades administrativas do parque como sendo bastante alarmantes, informa neste sábado (26) o jornal Notícias.

Maputo - A explosão da população animal no Parque Nacional da Gorongosa (PNG), na província de Sofala, em Moçambique, está a ser manchada pela caça furtiva praticada em grande escala pela comunidade que vive dentro e fora desta reserva do Estado, com recurso a laços, armas de fogo de fabrico caseiro e armadilhas à venda nos estabelecimentos comerciais.

A situação alcançou níveis descritos pelas autoridades administrativas do parque como sendo bastante alarmantes, informa neste sábado (26) o jornal Notícias.

O Parque ocupa uma área de aproximadamente 3770 quilómetros quadrados, com um universo de cinco mil pessoas vivendo no interior do parque e outras 120 mil na zona-tampão, exactamente nos distritos de Cheringoma, Muanza, Nhamatanda e Gorongosa, cuja principal fonte de rendimento está directamente ligada à prática da actividade clandestina.

Segundo Mateus Muthemba, Director de Relações Comunitárias daquela área de conservação, trata-se de um problema complexo e antigo, que se relaciona com factores sócio-culturais e históricos de difícil solução considerando que o mesmo remonta dos primórdios da criação do parque, na década de 60.

As estatísticas indicam que pelo menos 3 500 animais são abatidos todos os anos, como porcos selvagens, vulgo fucoceros, changos e pivas, cuja carne é transportada à cabeça e em bicicletas para consumo e venda.

A caça furtiva é praticada em grande escala entre Setembro e Dezembro nas regiões de Gorongosa, Pedreira e Massapassua, no distrito de Muanza, Dingue-Dingue, em Nhamatanda.
- África 21 Digital, 26/12/2009.

12/14/09

Pemba: Construções ilegais não mais vão ser permitidas... Assim prometem!


Pemba: Presidente do município promete mão dura contra construções ilegais - O presidente do município de Pemba, Sadique Yacub, disse que vai haver mão dura contra construções ilegais na cidade, grosso modo, de barracas e lojas edificadas nos passeios da autarquia, visando corrigir os erros cometidos no passado, facilitados pelos secretários de bairro que concederam licenças, igualmente ilegais, para que tal fosse possível.

Yacub, falando durante a V sessão ordinária da Assembleia Municipal, que decorreu de 7 a 9 de Dezembro corrente, disse que para tal vai agravar as taxas a pagar pela ocupação dos espaços que foram cedidos em conluio com os secretários dos bairros e os residentes que quiseram com isso tirar proveito, em detrimento da boa circulação dos peões e viaturas.

“Por exemplo, os passeios da avenida Eduardo Mondlane, todos foram ocupados por barracas, lojas, barbearias, enquanto que a estrada tinha reservado largos passeios e a passagem da vala de drenagem que evacua todas as águas cépticas da montante para o mar”.

O presidente do Conselho Municipal, acrescentou que naquela avenida ocorrem muitos acidentes, pois os peões disputam as estradas com as viaturas, não havendo sequer espaço para aqueles evitarem os automobilistas que por sua vez vêem-se na contingência de transitarem com medidas acrescidas de precaução, se bem que a avenida acabe ficando muito estreita, devido às pessoas que a invadem.

Este cenário contrasta com os esforços envidados durante largos anos visando a construção de um mercado municipal, localizado na mesma avenida, entretanto não utilizado pelos vendedores que preferem edificar barracas, nas bermas da estrada.

“Nós construímos um mercado, mas os agentes económicos não o estão a utilizar, consequentemente o municipio não está sequer a recuperar o dinheiro investido, quando na mesma rua há concorrentes que construíram ilegalmente os seus respectivos postos de venda”, disse.

Para estancar este estado de coisas, o municipio, segundo o seu presidente, vai aplicar uma taxa de 3000,00 Mt pela ocupação do espaço e pela actividade comercial ao mesmo tempo que vai baixar significativamente as taxas a pagar pela ocupação das bancas no mercado municipal.

“Vamos baixar as taxas no mercado e agrava as taxas das barracas que estão em locais impróprios. Quem não aguenta que vá ao mercado. Não podemos destruir, porque isso implicaria que tivéssemos que indemnizar as pessoas, porque de alguma forma houve quem em nome do município autorizou a construção. A saída é essa, pagam-nos muito dinheiro ou vão ao mercado, onde estamos à espera das taxas e temos muito lugar desocupado”, determinou.

Enquanto isso, a Assembleia Municipal na última sessão deu aval à proposta do Conselho Municipal, do orçamento para o exercício de 2010, que aponta para uma receita e despesas de 102549000,00 Mt, superior em 22,59 por cento, quando comparado com o do ano anterior, se bem que estava fixado em 83655000,00 Mt.

O órgão não viu inconvenientes para o aprovar por reunir todos os requisitos exigidos por lei para a sua aceitação, para pôr em marcha o funcionamento da edilidade durante o próximo ano em que as rubricas que vão consumir maior fatia serão as despesas com pessoal, 17314528,00 Mt, e bens e serviços, no valor de 16554500,00 Mt, para o que a Assembleia Municipal aprovou uma resolução, a 12/2009, de 8 de Dezembro deste ano.
- Maputo, Segunda-Feira, 14 de Dezembro de 2009:: Notícias.

12/09/09

Praias de Pemba - Erosão e maus tratos... Que futuro ?

A questão ambiental debatida nos mais diversos fóruns internacionais e também, no momento, na conferência em Copenhague faz-nos refletir sobre atitudes e comportamentos quotidianos que não contribuem para um planeta sustentável e que implicam em mudanças de hábitos, em abdicarmos de interesses individuais para, com isso, contribuirmos para o bem e melhoria da sociedade que nos rodeia e para um futuro onde o assustador fantasma do aquecimento global possa ser amenizado e sobressaltar menos. Porto Amélia no passado colonial (hoje Pemba) era exemplo de cidade planejada, ecologicamente equilibrada dentro do que se conhecia a respeito naquele tempo até 1975, de ruas amplas, limpas, arborizadas, edifícios airosos, modernos, perspectivando um futuro prometedor voltado para o turismo. Para isso contribuíram diversas figuras que, direta ou indiretamente a foram desenhando e lapidando como jóia rara encravada nas areias do imenso mar azul que a cerca. Citarei, entre outros, somente os Dr. Cristina e Tito Livio Xavier, como presidentes do município e o saudoso arquiteto Andrade Paes, idealizador e responsável pela construção de inúmeras residências belas e edifícios que ainda hoje fazem e dão ar de graça à atual Pemba. Uma Pemba que em 2009, sentimos estar crescendo desorganizada, super povoada, com esgotos a céu aberto, lixo nas ruas, informalidade desregrada e crescente praticada por um povo que busca sobreviver mas em rumo direto, inevitavel á crescente insalubridade da urbe e à destruição de suas praias... hoje, muitas delas (como as praias do Wimbe, Maringanha ou até Mecufi) transformadas em latrinas públicas, vitimas da erosão, quase redutos murados, fechados por construções aleatórias ou não mas inconvenientes, redutos esses exclusivos e destinados a classes sociais mais “abonadas”.

Ainda bem que a próxima cúpula sobre mudança climática de 2011 será na África do Sul como hoje anunciou a presidente da conferência em Copenhague, a dinamarquesa Connie Hedegaard.

Quem sabe e por proximidade, cheguem mais fortes a Moçambique e a Pemba as necessárias demandas para mudanças radicais de conduta e usos que são imperativas quando se trata da questão ambiental.

E, para “desenhar” um pouco mais nitidamente minha apreensão, transcrevo, de autoria de Edmundo Galiza Matos – 2008, um texto encontrado na net, que faz parte de suas “Impressões após nove anos de ausência” da nossa querida Pemba e arredores:

""Mecufi: Impressões após nove anos de ausência - A erosão, é verdade, é um cancro maligno que dilacera impiedosamente o distrito costeiro de Mecufi. Há anos. Antes mesmo da independência nacional.

O fenómeno abate-se com maior inclemência sobre a praia e as várias tentativas para aplacá-lo de nada serviram. Os estudos científicos para a correcção da acção do oceano e do homem não passam disso mesmo. Muitos mas engavetados.

Desapareceram da praia a prancha para o mergulho. Os parrôs implantados nas frondosas causuarinas nem sequer deixaram marcas. Do balneário só restam o entulho em forma de pedra. As raízes desventradas dos coqueiros são como que a prova de que ali se bebericava whisky com agua de lanho.

O barquito “pilotado” pelo velho Jenguesse já lá não está... para meu desgosto, uma vez que, para além da travessia (paga) para Kambala, com ele “navegavamos” entre os inúmeros canais e mangais até “aportar” em Muária, aldeia construída já depois da independência nacional.

O bar do Herculano Faria está numa lástima à espera que um diferendo qualquer, inexplicável, seja sanado. Ali perto funciona uma cabana feita com macuti.

Reduzido devido à invasão das aguas do mar o terreno que utilizavamos para acampanar com tendas feitas de macuti e bambu, simplesmente já não existe.
- Em 31 de Outubro de 2008 - Edmundo Galiza Matos.

9/23/09

Governo de Moçambique pratica política ambiental que destrói a natureza

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"Vai acontecer-nos como a China, que só se preocupou com desenvolvimento e destruiu florestas, hoje as pessoas morrem com poluição diariamente e estão num ponto em que começaram a ver que o ambiente é importante. Agora estão a voltar para trás mas os danos já estão feitos - e agora vêm para o nosso país buscar recursos que eles não têm".

Moçambique - Ong acusa governo de adoptar "políticas ambientais erradas" - Maputo - A organização não-governamental (ONG) moçambicana Justiça Ambiental acusou terça-feira o Governo de Moçambique de adoptar "políticas ambientais erradas" ao concentrar as atenções no desenvolvimento, sem ter em atenção um balanço com as áreas social e económica.

Em declarações à agência Lusa, à margem do lançamento do filme a "Era da Estupidez", em Maputo, Anabela Lemos disse recear pelo caminho que as autoridades moçambicanas decidiram seguir, o de alcançar "desenvolvimento a todo o custo".

"Em Moçambique, estamos em risco com a questão da poluição, minas e iminente exploração de petróleo, que está a começar, mega-barragens ...

Pensar só em mega-projectos como solução de desenvolvimento não é a maneira certa de caminharmos", disse Anabela Lemos.

"Vai acontecer-nos como a China, que só se preocupou com desenvolvimento e destruiu florestas, hoje as pessoas morrem com poluição diariamente e estão num ponto em que começaram a ver que o ambiente é importante. Agora estão a voltar para trás mas os danos já estão feitos - e agora vêm para o nosso país buscar recursos que eles não têm", afirmou.

Em 2006, o Executivo de Maputo indicou a empresa brasileira Camargo Corrêa para estruturar a construção da barragem de Mpanda Nkuwa, obra que está no topo das prioridades do governo, e que pretende vender o excedente da energia produzida a outros países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A Justiça Ambiental tem tentado dissuadir os bancos chineses de prosseguirem com o financiamento da mega-barragem de Mphanda Nkuwa, advertindo para as consequências ambientais no Vale do Zambeze.

Recentemente, o governo de Maputo autorizou também a Oilmoz a construir uma refinaria em Maputo, avaliada em 8 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros), um projecto também contestado devido ao impacto que poderá causar a biodiversidade.

Aliás, devido à proximidade do projecto a uma reserva de elefantes, os investidores viram-se forçados a mudar a localização prevista para aquela infra-estrutura.

Um dos argumentos usados a favor da viabilidade deste projecto, que tem uma capacidade de produção prevista de 350 mil barris por dia, mais de 20 vezes o consumo diário moçambicano, é a possibilidade de exportação para os países vizinhos, sobretudo para a África do Sul, a maior economia da região.

Já no ano passado, a Ayr-Petro-Nacala, da norte-americana Ayr Logistics, anunciou a construção de uma refinaria na cidade portuária de Nacala, na Província de Nampula, Norte de Moçambique.

"Estamos a chegar a um ponto que ninguém leva em consideração os problemas que estarmos a ter e que teremos se continuarmos nesse caminho: desenvolvimento a todo o custo, que é o nosso receio", comentou Anabela Lemos.

"O caminho que estamos a seguir não é certo. O pensamento só no desenvolvimento sem ter em consideração um balanço entre a área social, ambiental e económica, não chega. Não há desenvolvimento sem um balanço entre as três áreas. Nós estamos só preocupados com o desenvolvimento, o que é errado", avisou a ambientalista.