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5/25/09

PEMBA e a luta contra o Hiv/Sida nas madrassas

Madrassas começam a discutir prevenção de HIV/SIDA com alunos - Pemba, 25 Maio 2009 (PlusNews) - É hora da oração na madrassa Nur, em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, na costa norte do país. Crianças e adolescentes com idades entre oito e 20 anos se dividem em grupos de meninas e meninos para rezar. Na lousa, versos do Alcorão escritos em árabe e uma seriedade que não se vê nas salas de aula comuns.

As madrassas são escolas islâmicas, onde alunos são educados sobre o islamismo e aprendem a se portar segundo o Alcorão na sociedade, na família e nos relacionamentos. Na madrassa Nur, no entanto, essa educação não para aí. Em determinados sábados, quando os 120 alunos dos dois períodos podem se reunir no mesmo horário, o jovem malimo [professor] Mitilage Rashid fala sobre HIV e SIDA, adaptando as informações segundo a idade das crianças.

Rashid foi um dos malimos que em 2008 receberam formação sobre HIV do Conselho Islâmico, em parceria com outras organizações. Na formação, ele, com 30 outros professores, aprenderam mais sobre a epidemia e como ensinar os alunos. Mas o tema não era novidade para ele.

“Nós, muçulmanos, já fomos alertados no Alcorão sobre essa doença, que quando os actos sexuais fossem cometidos de qualquer maneira, sem compromisso, haveria uma doença sem cura.”

A inclusão do HIV/SIDA nos currículos das madrassas é uma inovação bem-vinda no rígido sistema educacional. Embora algumas madrassas ainda proíbam o assunto, malimos de escolas como Nur entenderam a importância de se abordar a epidemia num país cuja seroprevalência nacional é de 16 por cento.

No contexto do Alcorão - A mensagem sobre HIV nas madrassas, no entanto, é bem diferente da passada nas escolas regulares. Segundo o sheikh Mohammed Abdulai Cheba, director das 54 madrassas de Cabo Delgado, a mensagem é transmitida em duas partes: a primeira deixa claro que o HIV é um castigo divino; a segunda reforça a ideia de que a única forma de prevenção é a abstinência e a fidelidade.

“As pessoas fazem sexo ilegalmente, mas isso é um erro muito grande, porque é fora da autorização da família. Se querem fazer esse acto, eles devem preparar todos os requisitos: casar, aproximar as famílias e legalizar aquela vida que vai levar”, explica. Nas madrassas, os alunos não questionam tais ensinamentos.

“O Profeta falou que se as pessoas fizessem coisas que Alá não gosta, haveria uma doença sem cura. É uma forma de castigo”, repete Darisse Muarabo, 19 anos, aluno da quinta classe da madrassa e décima classe na escola regular.

O estudante Kadafi Joaquim leva as lições da madrassa ao pé da letra. Aos 18 anos, ele se mantém longe das raparigas – namorar, só se for para casar.

“Temos que ouvir o Profeta e nos afastarmos das moças antes do casamento, porque é pecado”, diz.

Ao defender a abstinência e a fidelidade, preservativos são automaticamente excluídos da discussão, porque, na opinião dos malimos, podem levar os alunos ao sexo. Haram (ilícito, em árabe) é o termo usado para descrevê-los.

“Quando confiamos na camisinha, ao invés de ter medo, o aluno vai querer fazer o adultério. Ele não terá mais medo de praticar o sexo”, explica Rashid.

Cheba vai além: “Todos os livros celestiais condenam o uso de camisinha. Quando o líder diz às crianças que têm que usar camisinha, ele está a autorizá-las a usar e a pecar.”

Joaquim explica a lógica da perspectiva dos adolescentes: “O rato não pode ver o amendoim, senão vai querer comer. Se você carregar preservativo no bolso, vai começar a pensar em coisas.”

Para os malimos, associar o HIV a comportamentos ilícitos não estimula o preconceito ou a discriminação. “Quando aparece um castigo ele é para toda gente, não só para quem cometeu o acto”, explica o sheikh Cheba. “Se uma pessoa está doente, muçulmana ou não, ela merece conselho e nós apoiamos, moralmente e materialmente.”

Nem todos os alunos, porém, parecem entender dessa forma. “Eu não conheço ninguém seropositivo, mas se conhecesse, eu iria me afastar”, disse Ausse Said, 17 anos, que cursa a quarta classe da madrassa Nur.

Enquanto isso, na escola - Adamo Selemani Daúdo, professor e activista da Geração Biz, projecto conjunto do governo de Moçambique com ONGs como Pathfinder International sobre saúde sexual e reprodutiva para adolescentes e jovens, critica a forma como o HIV, e o sexo em geral, é abordado nas madrassas.

“Religião e ciência quase não se dão, uma contradiz a outra. Mas eu, como professor, sempre aconselho os alunos no uso do preservativo”, diz. “Nas madrassas eles defendem o não-uso do preservativo para praticar a fidelidade, mas hoje não existe fidelidade em Moçambique.”

Muçulmano, casado e pai de dois filhos pequenos, Daúdo diz que usa camisinha nas relações extra-maritais “porque hoje em dia não há confiança. Nem mesmo as próprias muçulmanas são fiéis. Eu uso para a minha própria segurança.”

O jovem professor dá aulas de história na Escola Secundária Fraternidade, mantida pela comunidade islâmica e que fica ao lado da Africa Muslim, uma das mesquitas mais conservadoras de Pemba. Também faz palestras sobre saúde sexual. “Eu digo aos alunos que o preservativo é uma questão individual”, defende. “Não se pode falar dele como sendo um pecado, porque o preservativo é uma questão de segurança, proteção.”

A escola dispõe de uma sala batizada de Canto do Aconselhamento, onde alunos podem esclarecer dúvidas ou pegar preservativos. Segundo ele, muitos rapazes que frequentam as madrassas vão até lá em busca de preservativos. Tímidas, as meninas geralmente não aparecem.

“Não estamos a incentivar o sexo, mas a ajudar o jovem na prevenção”, diz Daúdo.

Ajira Abdul Razak, uma extrovertida rapariga de 20 anos, defende a educação sexual como ela é dada nas escolas regulares, “porque não é realista esperar que o jovem seja abstinente e fiel”. Para ela, os jovens precisam de informações práticas, mesmo que decidam não usá-las. Ela fala por experiência própria. Mãe de um menino de um ano e meio, Ajira frequentava uma madrassa onde não recebeu nenhum tipo de orientação sobre HIV. Na escola, aprendia sobre saúde sexual e participava de palestras sobre a epidemia. Mesmo com todo o conhecimento, ela dispensava a camisinha nas relações sexuais com o namorado. Ficou grávida e quase foi expulsa de casa pelo pai quando anunciou a notícia, principalmente por ser a única filha. Teve o bebé, que agora fica aos cuidados de sua mãe enquanto ela está na escola.
- PlusNews - Notícias e análises sobre HIV e Sida, 25/05/2009.
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1/27/09

HIV-SIDA - Moçambique: Triste história de Natal...

É uma triste mas real história de Natal:
Sem identificação, mas com HIV - Moçambique, Beira, 27 Janeiro 2009 - Andar sem bilhete de identidade (BI) se tornou factor de risco para o HIV entre as raparigas da cidade da Beira, na província de Sofala-Moçambique. Agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) têm abusado de sua autoridade para extorquir dinheiro e exigir sexo em troca de liberdade de moças que não apresentem os seus bilhetes de identidade ou passaportes. Segundo as vítimas, moçambicanas e estrangeiras, principalmente zimbabueanas, o acto sexual é desprotegido, aumentando as chances de infecção pelo HIV.

Foi o que aconteceu com Carolina Johane*, 26 anos, que diz ter contraído o vírus numa relação desprotegida com um agente da polícia em troca de liberdade, na noite de Natal de 2006.

No trajecto da igreja até a sua casa, no bairro de Chipangara, Johane e outras pessoas foram paradas por dois polícias, que exigiram os bilhetes de identidade. Os que não tinham identificação, inclusive Johane, foram levados até a 5ª Esquadra. “Mas antes disso, um dos polícias me disse em voz baixa: uma mão lava a outra”, conta.

Por medo de dormir na esquadra e depois ser expulsa de casa, porque não havia avisado a seus pais que iria à igreja, Johane ofereceu aos polícias 50 meticais (US$ 2). “Eles recusaram, alegando que não eram corruptos. Ameaçaram processar judicialmente por tentar corrompê-los, o que deixou-me com medo”, diz.

Depois de algumas horas, as outras pessoas foram soltas, menos Johane. “Comecei a chorar, implorando fazer tudo que desejassem para soltarem-me. Eis que um dos agentes perguntou-me se tencionava manter relação sexual com ele em troca da liberdade”, revela.

“Não tive escolha.”

Depois de cinco meses, o seu namorado, na altura na província de Inhambane, pediu que ela preparasse alguns documentos e fizesse o teste de HIV para uma candidatura a um emprego numa organização não-governamental. “Aí descobri que era seropositiva. Concluí logo que fui infectada pelo polícia, visto que sete meses atrás eu e o meu namorado tínhamos feito o teste de HIV antes de ele viajar e o resultado havia sido negativo”, diz.

Interessante e sem BI.
Essa rotina era familiar para Alfredo Chimaze*, polícia há 15 anos e afecto na 4ª Esquadra, na Munhava, o bairro periférico mais populoso na cidade da Beira.

Chimaze, 39 anos, é seropositivo e faz tratamento antiretroviral. Ele acredita ter contraído o HIV numa relação sexual com uma rapariga que deteve por falta de bilhete de identidade, no bairro da Muchatazina, nos arredores da Beira.

“Quando interceptava-se uma mulher sem BI que achássemos interessante nos patrulhamentos nocturnos, nós a persuadíamos a transar com um de nós em troca de liberdade”, conta.

“Elas, por temer dormir na cela, aceitavam o nosso pedido.”

Segundo Chimaze, eles enganavam as mulheres dizendo que elas seriam indiciadas por trabalharem como “isca de larápios” e responderiam em tribunal, onde seriam condenadas entre seis a oito meses de prisão. Porém, depois que um de seus colegas contraiu sífilis e chitaio (perda, no dialecto Sena) [doença tradicional transmitida sexualmente, ligada a um rito de purificação, e que causa dor nos pulmões, cansaço e dores de cabeça], Chimaze resolveu mudar.

Três meses depois da sua decisão, a notícia: a sua mulher havia sido diagnosticada com o HIV numa consulta pré-natal. Foi aí que ele soube que era seropositivo.

“Quando a minha esposa disse-me não duvidei, porque comecei a recordar aquilo que eu fazia”, diz.

O seu filho também nasceu com o vírus. “Eu ignorava os perigos que corria ao praticar esse acto, tendo em conta que uma equipa da saúde vem ao meu posto de trabalho mensalmente fazer palestras sobre ITS e HIV”, lamenta.

Moçambique tem uma seroprevalência de 16,2 por cento numa população de pouco mais de 20 milhões de habitantes. Beira, segunda maior cidade depois de Maputo, é a capital de Sofala, província com 1,6 milhões de habitantes e 26 por cento de seroprevalência.

Medo da discriminação e do desemprego.
Representantes do comando provincial da PRM na província de Sofala dizem não ter conhecimento da prática. Segundo Mateus Mazive, chefe da secção de imprensa da instituição, não há registo de denúncias populares acusando agentes da polícia de exigirem relações sexuais de mulheres sem BI em troca de liberdade.

“Andar sem BI não é crime, mas é um dever da cidadania. Se está a acontecer isto, pedimos que a população denuncie este mau hábito para que os infractores sejam penalizados pelo crime que estão a cometer”, afirma.

Dados oficiais mostram que há 93 policiais seropositivos na província de Sofala, todos em terapia antiretroviral e recipientes de um bónus de 30 por cento do salário para a aquisição de cesta alimentar, que ajuda com o tratamento.

Porém, Massada Elias João, coordenador do núcleo de prevenção de HIV/SIDA no comando provincial da PRM em Sofala, acredita que os números sejam mais altos, se for levado em conta o efectivo da polícia na região, que ele não tem autorização para divulgar.

“Acredito que haja mais polícias seropositivos na corporação que tencionam anunciar o seu estado de saúde, mas acham que fazendo isso poderão ser discriminados ou perder o emprego”, diz.

O núcleo de prevenção de HIV/SIDA no comando provincial da PRM em Sofala foi criado em 2000 pelo Ministério do Interior para sensibilizar funcionários da polícia. Segundo João, o núcleo conta com pouco mais de 100 educadores de pares, que semanalmente realizam palestras e sessões de vídeo para a prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. “Temos vindo a sensibilizar os nossos colegas para usarem correctamente o preservativo e levar as suas famílias para fazer o teste”, destaca.
- *Nome fictício jc/am/ll - PlusNews África Portuguese Service, 27/01/09.

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1/15/09

HIV-SIDA: Videogames ajudam o combate da epidemia em África.

Complementando post's anteriores sobre a epidemia de HIV/SIDA em Moçambique/África e acreditando que uma das armas mais eficazes para a combater é a informação, acabo de ler no blogue "Notícias do Velho", recheado de novidades sobre o mundo das novas tecnologias ligadas á informática, que surgiu em teste na cidade de Nairobi-Quénia, junto a comunidades de jovens, um videogame didático e preventivo dessa malvada doença dizimadora de vidas.
Esperando desperte atenções também em Moçambique, onde o flagelo preocupa, na íntegra e com a devida vénia ao "Notícias do Velho", transcrevo:

""Segundo esta nota da Popular Science, a Warner Brothers Interactive, em parceria com a iniciativa HIV Free Generation estão desenvolvendo um videogame que trata da prevenção a AIDS na África.

O jogo, chamado "Pamoja Mtaani", ou sua versão em Inglês "Together in the Hood", está sendo desenvolvido pela seríssima e competente Virtual Heroes, e está em fase de testes em alguns centros de juventude em Nairobi, capital do Quênia.
Não encontrei muitas informações sobre o jogo, além de que é um jogo multiplayer e que acompanha a vida de cinco personagens, que cumprem missões importantes. Os personagens podem ser conhecidos, através de animações bem legais, no site da iniciativa HIV Free Generation.

Ai vai um dos personagens do jogo - Lefty:
Fonte: Popular Science.""
(Evite sobreposição de sons "desligando" o player em funcionamento que se localiza no menu deste blogue, lado direito.)

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1/14/09

HIV-SIDA: Brasileiros em Moçambique acreditam que ‘Agência Aids’ trará impacto às ações de comunicação daquele país...

(Clique na imagem para ampliar)

Entrevistados pela Agência de Notícias da Aids, os brasileiros que trabalham em Moçambique Josué Lima, diretor da ICAP, e Elaine Teixeira, coordenadora do Psicossocial da MSF, afirmaram que a criação de um serviço de apoio aos jornalistas moçambicanos poderá trazer um forte impacto nas ações de comunicação deste país, quebrando o tabu de alguns temas relacionados ao sexo na mídia e dando voz às pessoas vivendo com HIV.

O mesmo idioma e a grande experiência no combate da Aids fizeram do Brasil um dos principais aliados de Moçambique na resposta desta epidemia.

Desde 1997, quando profissionais de saúde moçambicanos vieram oficialmente pela primeira vez ao Brasil para um treinamento sobre prevenção do HIV entre jovens, mulheres e trabalhadoras do sexo, intensificaram-se as relações dos dois países nesta área.

Em 2003, o Governo brasileiro passou a enviar medicamentos anti-retrovirais para dezenas de moçambicanos vivendo com Aids e recentemente, em visita oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o compromisso na instalação de uma fábrica de anti-retrovirais até 2010 naquele país africano.

Nesses anos de estreita parceria, vários brasileiros foram trabalhar em Moçambique nas áreas médica e social.

A Agência de Notícias da Aids conversou com dois deles sobre a importância da criação, em Moçambique, de um serviço de apoio aos jornalistas especializado em HIV.

Josué Lima é diretor nacional da ICAP, sigla em inglês para Central Internacional para Cuidados e Tratamento da Aids, da Universidade de Columbia. Instituição que apóia o governo em grande parte dos tratamentos anti-retrovirais realizados no país. Para ele, quanto mais profissionais de comunicação tiverem conhecimentos adequados sobre o HIV e mais sensíveis forem a todas as correlações advindas desse assunto, mais as pessoas vivendo com HIV e expostas estarão bem cuidadas.

“Fico muito feliz em saber que logo teremos uma Agência de Notícias da Sida em Moçambique”, comentou. “Há mais de 23 anos no Brasil e fora do nosso país, aprendi logo a força e o impacto que as ações de comunicação bem conduzidas e orientadas podem ter em qualquer atividade voltada a essa questão”, justificou.

Em Moçambique, segundo Lima, os desafios nas diversas áreas relacionadas à Aids são inúmeros e em especial na comunicação.

“Há muito que se fazer, mas, obrigatoriamente, tudo precisa ser feito com o máximo de criatividade e respeito ao contexto de um país africano que fala a língua portuguesa e diversas outras línguas locais”, observa.

“As diferenças sócio-culturais e regionais aliadas a poucos recursos disponíveis exigem que as estratégias sejam muito bem elaboradas, implementadas e adaptadas à realidade local”, acrescentou o médico.

Elaine Teixeira é coordenadora do Psicossocial da organização Médicos Sem Fronteira (MSF) – Suíça, em Moçambique. Ela atua em atividades de educação para o tratamento e prevenção do HIV e Aids. Segundo a psicóloga, uma agência de notícias sobre Aids em Moçambique vai ajudar a minimizar a discriminação através de uma mídia mais livre de tabus perante a temática do sexo.

“Seria uma excelente oportunidade para se começar a falar mais abertamente sobre saúde sexual, práticas culturais sexuais e sobre as diferenças de gênero, fazendo relação com a prevalência no país, assumindo que a maioria das infecções se dá através da via sexual”, comentou.

Teixeira acredita que este serviço dará ainda mais voz às associações de pessoas vivendo com HIV e Aids (PVHA).

“De maneira direta apoiaria o fortalecimento da pessoa que vive com HIV e sua participação aos poucos na planificação do programa de Aids do país.

As associações de PVHA não estão bem organizadas ainda em Moçambique, falta ação, ativismo, não têm participação no programa e na resposta à epidemia, e não percebem a importância do seu papel na resposta a esta epidemia”, opinou.

Para uma população de aproximadamente 20 milhões, Moçambique tem uma prevalência do HIV estimada em 16% entre as pessoas sexualmente ativas. No Brasil, essa estimativa é de 0.7%.

A fundação, em Moçambique, de um serviço de ajuda aos jornalistas especializado em HIV será uma parceria da Agência de Notícias da Aids e do MISA (Media Institute of Southern Africa) – Moçambique, com apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (UNAIDS) do Brasil e de Moçambique, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Programa Nacional de DST/Aids, por meio do Centro Internacional de Cooperação Técnica (CICT).
- Lucas Bonanno para Agência de Notícias da AIDS, 12/1/2009 - 18h10.

Leia também:

  • Brasil-Moçambique: Parceria entre os dois países irá viabilizar a fundação de uma agência noticiosa sobre HIV/Aids naquele país africano - Aqui!
  • ‘Agência Aids’ em Moçambique: Uma aliada do movimento social, dizem ativistas daquele país - Aqui!
  • Diversos post's deste blogue sobre HIV/SIDA em Moçambique e África - Aqui!

4/22/08

Moçambique - HIV/SIDA o flagelo que deve ser discutido e informado...

Praga dos tempos modernos que massacra o mundo e os povos mais humildes e desinformados. Busca-se uma cura que ainda não surgiu, mas avanços têm sido feitos que amenizam e podem até controlar a evolução da moléstia, o que, complementado com prevenção, educação e informação dificulta seu progresso e a contaminação. Moçambique é um dos países que muito tem sofrido com essa doença. Milhares de moçambicanos têm perecido e milhares ainda morrerão por causa desse vírus malvado. Mas, felizmente, algo vem sendo feito tentando sustar o avanço da doença. Talvez com alguma timidez ou pouca exposição, mas está aí e deve ser divulgado:
(Para evitar sobreposição de sons, não esqueça de "desligar" a rádio "ForEver PEMBA.FM" no lado direito do menu deste blogue.)
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"No nosso país, como em outros países da África Austral, o impacto do HIV/SIDA é multisectorial, não poupando nenhum sector. Este impacto resulta num ciclo vicioso que no fim se manifesta na pobreza e subdesenvolvimento. A pobreza aumenta a vulnerabilidade à infecção pelo HIV e a fraca capacidade de resposta aos seus efeitos. Por outro lado, o HIV/SIDA tem efeitos negativos que interferem em todas as esferas do desenvolvimento, criando mais pobreza. Sem desenvolvimento sustentável não é possível combater eficazmente o HIV/SIDA e com o HIV/SIDA não pode haver desenvolvimento sustentável. O reconhecimento de que a problemática do HIV/SIDA não é apenas um assunto de saúde, mas sim um problema de desenvolvimento e que tem implicações em todos os sectores e níveis, faz com que seja necessário adoptar estratégias multissectoriais e a todos os níveis para melhor responder às implicações da pandemia do HIV/SIDA. Estas estratégias precisam de ter uma boa coordenação e interdependência a nível nacional como a nível internacional. A implementação destas estratégias deve sempre ter em vista a integração de acções de prevenção e mitigação do HIV/SIDA em todos os sectores já existentes, e não a criação de novos sectores específicos para o HIV/SIDA. Para isso é preciso que todos os sectores e níveis actuem de forma coordenada e colaborativa para prevenir e reduzir a ocorrência de novas infecções e prevenir e reduzir os impactos resultantes das infecções já ocorridas."
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Mais:
Nova abordagem do HIV/SIDA para deficientes em Moçambique.
Maputo, Moçambique (PANA) - Organizações não Governamentais moçambicanas vão lançar, esta semana, uma nova abordagem que presta uma atenção especial ao rumo das pessoas deficientes na luta contra o HIV/Sida, noticiou terça-feira a Agência de Informação de Moçambique (AIM) citando um comunicado do Fórum das Associações Moçambicanas para Pessoas Deficientes (FAMOD).O FAMOD indicando que as pessoas deficientes são estigmatizadas e têm, por conseguinte, menos oportunidades de se casar, declarando que elas, devido a esta situação, têm tendência a ter mais do que um parceiro sexual e relações sexuais instáveis.De acordo com o fórum, as mulheres e crianças deficientes são mais expostas à violação e têm pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde de qualidade e a informações sobre o HIV/Sida.De acordo com estatísticas de 2007 sobre a prevalência do HIV em Moçambique, pelo menos 324 mil pessoas deficientes são igualmente seropositivas.Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de dois milhões de pessoas em Moçambique são deficientes até a um certo grau e as organizações que trabalham com elas afirmam que os deficientes são excluídos dos programas de luta contra a pandemia da sida.O FAMOD, em parceria com a ONG europeia Handicap International e outros parceiros, previu um seminário esta semana para lançar a Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida.O objectivo deste seminário é divulgar as directivas da Campanha Africana sobre as Pessoas Deficientes e o HIV/Sida em Moçambique e fazer tomar consciência aos dirigentes políticos e ao público da vulnerabilidade das pessoas deficientes face à pandemia.A reunião tem igualmente por objectivo assegurar um melhor acesso à despistagem do HIV, a uma assistência médica e ao tratamento para as pessoas deficientes.A Campanha Africana é coordenada pelo Secretariado da Década Africana (1999-2009) para as Pessoas Deficientes e pela Handicap International.
Maputo - 04/03/2008 - PanaPress.
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Seropositividade em grávidas aumenta em Cabo Delgado.
Mais de mil mulheres grávidas, das 17 mil submetidas a testes de HIV/SIDA no primeiro trimestre deste ano na província de Cabo Delgado, tiveram resultados positivos.
O chefe da Repartição da Saúde na Comunidade em Cabo Delgado, Francisco Paulo, disse que em igual período do ano passado tinham sido diagnosticados mais de 640 casos da doença em mulheres grávidas. Francisco Paulo exortou a população para maior adesão aos testes de HIV para o controlo do seu estado, especialmente para mulheres grávidas, responsáveis pelo estado de saúde dos seus filhos.
Maputo, Terça-Feira, 22 de Abril de 2008:: Notícias

9/27/07

Bispo de Moçambique acusa europeus de infectar camisinhas com HIV.

A mais proeminente figura da Igreja Católica de Moçambique causou revolta em ativistas anti-Aids nesta quinta-feira, ao afirmar que camisinhas produzidas na Europa são deliberadamente infectadas com o vírus HIV "para acabar o povo africano".
"Sei que em dois países europeus estão produzindo camisinhas com vírus de propósito", disse em entrevista à BBC o arcebispo Francisco Chimoio.
"Eles querem acabar com o povo africano. Querem colonizar tudo. Se não tomarmos cuidado, estamos liquidados", acrescentou.
O arcebispo, que não detalhou exatamente os responsáveis pela suposta fraude, disse ainda que drogas antirretrovirais também estão sendo contaminadas.
A Igreja de Moçambique se opõe formalmente ao uso de camisinhas para combater a Aids, e prega a fidelidade no casamento ou a abstinência sexual.
"Se quisermos mudar a situação para encarar o HIV/Aids, é necessário adotar uma nova mentalidade. Se não mudarmos nossa mentalidade, estaremos liquidados em breve", acrescentou o arcebispo.
"(A nova mentalidade) significa casamento, fidelidade às suas mulheres e jovens se abstendo das relações sexuais."
Ativistas anti-Aids qualificaram as declarações como "bobagem".
"Há anos utilizamos camisinhas, e ainda achamos que elas são seguras", disse à BBC a ativista moçambicana Marcella Mahanjane.
Já o ativista Gabe Judas, que coordena um grupo de teatro para promover a conscientização sobre o problema, disse:
"As camisinhas são uma das melhores maneiras de se proteger contra a Aids. São uma maneira segura e as pessoas devem usá-las".
O correspondente da BBC em Maputo Jose Tembe disse que as estimativas indicam que a contaminação por HIV afeta mais de 16% da população de 19 milhões de habitantes do país.
Cerca de 500 pessoas são infectadas a cada dia.
O catolicismo é praticado por 17,5% da população moçambicana. De acordo com o correspondente, o arcebispo --um dos facilitadores do acordo de paz que pôs fim a 16 anos de guerra civil em 1992-- é bastante respeitado no país.
In - Folha OnLine/BBC-Brasil - 27/09/07 08:22