8/19/05

Recomendação cinematográfica...



Posted by Picasa

Paulo Peres foi ver 'Hotel Ruanda' e comenta:

11:30 Quase 1 milhão de pessoas foram assassinadas em Ruanda em meados dos anos 90.
Um massacre de 100 dias que o mundo ignorou e no qual se destacou a coragem de um homem - Paul Rusesabagina, que salvou mais de 1,200 escondidos no Hotel Milles Collines, do qual era gerente, em Kigali, a capital.
Em 'Hotel Ruanda', estréia de hoje, o diretor e roteirista Terry George ('Em Nome do Pai') conta a história deste herói num filme pontuado por forte emoção e tamanho realismo que mais se assemelha a um documentário.
O filme é um cruel registro do genocídio provocado pela perseguiçao dos extremistas hutus aos tutsis, o que arrasou o país enquanto a comunidade internacional virava as costas e limitava-se a retirar do país os estrangeiros.
Lá ficaram somente Paul, sua mulher, seus filhos e centenas de tutsis pobres e ricos.
Paul, temendo a invasão iminente do hotel e tentando salvar seus compatriotas, usou de seu prestígio junto ao general corrupto que dava proteção, em troca de uísque escocês, ao líder dos sanguinários guerrilheiros. E até mesmo junto a tímida força de paz da ONU.
A câmera de George nao poupa nenhum detalhe.
Mostra corpos espalhados pelas ruas e estradas, como na chocante sequência em que Paul e seu motorista param sua van subitamente num mar de corpos espalhados pela estrada e são obrigados a dar marcha a ré para sair dali.
Don Cheadle, visto até aqui como coadjuvante de filmes policiais, é uma gratíssima surpresa vivendo Paul com sensibilidade.
Sophie Okonedo, como sua mulher Tatiana, também impressiona.
Não foi a toa que os dois foram indicados ao Oscar deste ano por suas interpretaçoes.
Joaquim Phoenix, no papel do câmera de uma rede de TV, e Nick Nolte, o coronel da ONU, não destoam dos protagonistas.
Terry George faz um filme brilhante numa produção certamente desprovida de recursos e que poucos diretores teriam coragem de encarar.
Todas do Paulo Peres, escolha uma na lista aqui.
Com a devida vénia do excelente Blue Bus

Não me canso de ler...

Depoimento... ou a voz da lembrança e do coração !


Cheguei a Porto Amélia com 3 meses, vinda do horror de Portugal, atravessando um Atlântico feroz, com os submarinos alemães e os destroyers ingleses.

Ali, descobri o Paraíso - e ainda hoje, passados mais de 60 anos de ter deixado a minha querida Porto Amélia, com 4 anos, ainda hoje penso muitas vezes em macua!

Para mim o amendoim continua a ser endeixa, a kizumba e o simba são a hiena e o leão, haraka é depressa!

Lembro sempre a praia da Maringanha - os meus pais deixavam-me pendurada numa cadeirinha de lona, abanando ao vento das casuarinas, e iam tomar banho nas águas cálidas do Índico - e depois assim que comecei a poder pôr-me em pé, também eu chapinhava na água, brincava naquela areia branquíssima!

A nossa casa era na ponta de terra, foi depois vendida aos padres do seminário e transformou-se mais tarde em pensão - era uma casa linda, toda em vidro - do terraço, onde havia a cisterna, podíamos ver as trovoadas em todo o seu esplendor, os macacos que vinham à mangas do quintal, ouvir o leão rugir!

Paula d'Oliveira - 26-07-2004 08:04:48