5/11/06

Depois da avaria grossa : "Mueda" volta a navegar.


A barcaça Mueda, que em Novembro passado sofreu uma avaria grossa num dos motores, voltou a navegar.
O barco sofreu a avaria quando regressava da Tanzania, onde estivera retido durante três anos por causa de um litígio com uma empresa daquele país, cuja solução teve de ser encontrada em tribunal.
"Mueda" está a funcionar desta feita em águas moçambicanas, conforme apurou a nossa Reportagem de fontes residentes em Mocímboa da Praia e do proprietário da embarcação, Mamudo Naface, delegado do ICM, para onde foi encaminhada a barcaça depois de registada a avaria.
As duas viagens feitas até aqui foram ao serviço de uma instância turística denominada Vamizi, junto a costa de Palma, que alugou a embarcação por um período de 90 dias.
A mesma está a transportar equipamento necessário para o apetrechamento da instituição que vai ser inaugurada esta semana pelo presidente da República.
A embarcação volta a funcionar depois de três anos de inoperacionalidade e após ser usada abusiva e indevidamente pela empresa tanzaniana que havia firmado um acordo com o ICM.
No lugar de alugar, a empresa quis se apoderar do mesmo, para o efeito, falsificando documentos.
O processo de libertação do barco chegou a envolver diplomatas dos dois países.
"Mueda" é uma barcaça com capacidade para levar 100 toneladas e possui uma potência de 187 cavalos, dois motores, 20 metros de comprimento, seis de largura e dois de profundidade.
A mesma foi produto de donativo e destinava-se ao Programa de Desenvolvimento Integrado da província de Cabo Delgado, que incluía três empreendimentos, designadamente, o projecto de auto-suficiência alimentar, o de apoio à pesca artesanal, construção de pequenas embarcações e o projecto de salinas na zona costeira.

5/10/06

Em Cabo Delgado : Cinco distritos isolados de Pemba.


Os distritos do norte de Cabo Delgado, designadamente Mocímboa da Praia, Muidumbe, Palma, Nangade e Mueda estão desde a noite de segunda-feira sem comunicação via terrestre com a capital provincial, Pemba, em resultado de um corte na rodovia sobre o rio Nango, limite entre os dois primeiros, na localidade de Awasse.
A directora das Obras Públicas e Habitação, Cacilda Machava, confirmou o facto ao "Notícias" e precisou que se tratou de uma escavação do aqueduto em consequência das chuvas que nos últimos dias caiem na província, em geral, e naquele ponto em particular, que fizeram com que os solos aluíssem, provocando o desabamento de uma das faixas da ponte.
Maputo, Quarta-Feira, 10 de Maio de 2006:: Notícias

A fonte disse que uma equipa da sua direcção já se havia deslocado ao local para avaliar a situação e hoje espera-se que técnicos das estradas e pontes concluam uma acção de emergência com vista a viabilizar a transitabilidade, ainda que provisoriamente.
"Teremos que encontrar uma solução de emergência, pondo, por exemplo, sacos de areia na outra faixa, por onde poderão passar as viaturas de menos de 20 toneladas", disse Cacilda Machava.
Na verdade, a estrada, para além de servir os cinco distritos do norte de Cabo Delgado, tem a particularidade de ligar o país à da Tanzania, através do rio Rovuma, nas fronteiras de Namoto e Namatil.
Por outro lado, a visita presidencial aos distritos de Palma e Nagade, que se prevê para este fim-de-semana, pode conhecer algumas perturbações, pois parte da sua comitiva, caso o problema prevaleça, pode não atingir aqueles pontos.
A alternativa Estrada Nacional é, igualmente, neste momento impraticável pois passa pelo troço Chitachi/Muidumbe, cujo grau de inclinação, mesmo em tempo seco, só permite a passagem de automobilistas que se arriscam.
A outra alternativa seria a via Montepuez/Mueda, passando por Nairoto, mas neste momento, para além da degradação devido às chuvas, poderia triplicar a distância Pemba/Palma ou Nangade.
As implicações de carácter sócio-económico são também aqui trazidas pelo administrador distrital de Mocímboa da Praia, Arcanjo Cassia, que ao fim da tarde de ontem falou ao "Notícias", quando acabava de regressar do local onde a ponte desabou.
"Fui confirmar que, de facto, a ponte desabou. Neste momento estamos a fazer o baldeamento de passageiros e mercadoria das duas margens. Quer dizer, as pessoas e bens são transferidos na ponte para os carros e camiões das duas margens. Motoristas trocam-se ali mesmo", disse Cassia, acrescentando que, enquanto se espera pela intervenção de emergência, a Administração está a montar alpendres para acomodar os passageiros em trânsito.
Sobre as consequências que o sucedido representa para o seu distrito, caso a situação venha a manter-se por muito tempo, Arcanjo disse estar ciente de sérios problemas de abastecimento, visto que grandes quantidades de produtos consumidos vêm de Nampula e as outras alternativas podem onerar o transporte, provocando inflação nos preços.
A superintendente interina da Petromoc em Mocímboa da Praia, Isabel Mamudo, que também abastece uma parte de clientes no distrito de Mueda, chamou a atenção para o facto de que "se a situação levar duas semanas, vamos ter uma ruptura de 'stocks', principalmente na gasolina". De acordo com ela, nos outros produtos, como gasóleo e petróleo de iluminação, existem quantidades suficientes que podem ir até Junho.
Grandes empresas de exploração madeireira têm centrado as suas actividades de extracção no norte da província, algumas das quais com as suas sedes naquele ponto da província, como é o caso da Colossa Miti, Lda.
Por outro lado, pelo porto de Mocímboa da Praia são exportadas grandes quantidades de madeira explorada nos cinco distritos, a norte do rio Nango.
O administrador de Mueda, Leôncio Julai, apresentou o mesmo tipo de preocupações, embora, segundo as suas palavras exista uma alternativa, entretanto muito arriscada.
"A via Chitachi, em Muidumbe, não é muito aconselhável, porque é insegura, devido unicamente à rampa que poucas viaturas e motoristas podem aguentar.
Na via de Nairote, passando depois por Montepuez, há quatro rios sem ponte", disse Julai.
Pedro Nacuo