As províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia comercializaram 58,5 mil toneladas de castanha de caju, das 75 mil toneladas planificadas para a presente campanha, que vai até Março próximo.
Dados do Instituto de Fomento do Caju (INCAJU), ao nível daquelas províncias, indicam que Nampula, com 45 mil toneladas planificadas para a presente campanha, já comercializou 42 mil toneladas da castanha de caju.Na Zambézia, a quantidade da castanha comercializada até agora atinge a 9.800 toneladas, do total de 10.000 programadas para esta campanha, sendo que em Cabo Delgado estima-se em 6.700 toneladas, das sete mil toneladas estabelecidas como meta.
”Neste momento a colheita terminou, mas a campanha continua, o que nos leva a crer que cerca de cinco a 10 mil toneladas ainda poderão ser comercializadas ao nível daquelas três províncias”, disse Santos Frijone, técnico do Departamento de Economia do INCAJU, falando a AIM.
Contudo, projecções iniciais indicavam que Nampula poderia não atingir a meta de 45 mil toneladas estabelecida para a presente campanha, terminando apenas nas 35 mil toneladas, uma vez ter havido ventos fortes que abalaram a província e que destruíram flores de muitos cajueiros, além doutros milhares que foram afectados por queimadas descontroladas.
Em entrevista a AIM, Frijone disse que “fomos pessimistas em relação as previsões por causa dos fenómenos que ocorreram. As queimadas aconteceram, tiveram o impacto negativo que tiveram, mas parece que, felizmente, havemos de conseguir cumprir com o planificado, ou mesmo se não conseguirmos não estaremos longe das metas”.
O preço médio do quilograma da castanha ao produtor nas províncias da Zambézia e Cabo Delgado mantêm-se estável nos 5.5 Meticais, mas em Nampula, onde o mínimo praticado é de 6.5 meticais, já atingiram o pico de oito meticais.
Ana Machalele, também do Departamento de Economia do INCAJU e ligada a área de exportações, referiu que cerca de 9.500 toneladas deste produto poderão ser exportados para Índia até finais deste mês, estando-se neste momento a terminar com todas as formalidades.
Segundo ela, outra quantidade estimada em 10.000 toneladas já foi comprada pela industria nacional, que poderá processar entre 25 a 30.000 toneladas da produção global da campanha corrente.
“Calcula-se que em toda região norte do pais as exportações atingirão 15.000 toneladas. Mas esses são dados preliminares, creio até ao fim deste mês teremos os números reais”, disse Machalele.
No sul e centro do país, onde os principais produtores da castanha são as províncias de Inhambane e Gaza (sul), ainda não existem dados sobre o ponto de situação de comercialização, contudo há um comerciante que disse possuir cerca de duas mil toneladas e que deseja exportar ainda este mês.
Nesta campanha, prevê-se que Gaza poderá comercializar cinco mil toneladas de castanha de caju, Inhambane quatro mil toneladas e Sofala e Manica (centro) 1.500 toneladas (cada).
A meta para a província de Maputo é de mil toneladas.
Dados estatísticos sobre a comercialização da castanha de caju na campanha passada indicam que Cabo Delgado comercializou pouco mais de quatro mil toneladas, Nampula 29 mil, Zambézia 11 mil, Manica e Sofala 6,500, Inhambane 5 mil, Gaza 6 mil e Maputo 196 toneladas.
(AIM) - Maputo, Sexta-Feira, 19 de Janeiro de 2007:: Notícias