1/24/07

Moçambique - Objectivos governamentais continuam a falhar.


O Estado moçambicano continua com grandes dificuldades em contribuir para o desenvolvimento humano no país.
Com um Plano Quinquenal longo, sinuoso e vago, reduziu a discurso as estratégias de combate à corrupção e mantêm obscuras as políticas de combate à pobreza absoluta, acusa relatório divulgado pela Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) há dias em Maputo.
A falta de transparência na administração, o despreparo e a falta de conhecimentos de administração, para além da ineficiência do sistema de fiscalização e monitoria na gestão governativa, são, de acordo com LDH parte das razoes que contribuem para o fraco desempenho dos planos que tem sido traçados desde, 1992, aquando do Acordo Geral de Paz.
Em finais de 2006 soube-se, em função de um relatório internacional, que Moçambique é dos países africanos que está a registar grandes avanços económicos, apesar de não produzir petróleo. Entendidos iam mais longe, acreditando que o país estava a caminhar num ritmo galopante, sem comparação a nível mundial.
O Relatório da LDH, que faz uma abordagem mundial, sustenta que dois principais problemas inquietam a população moçambicana.
Nomeadamente, o enriquecimento ilícito de minorias ligadas ao poder e a ausência de políticas públicas impulsionadoras de um rendimento familiar capaz de promover vida economicamente estável.
O principal desafio do Presidente da República, Armando Guebuza, e seu Executivo é indubitavelmente o combate à pobreza absoluta.
Apregoado a nível das bases e por grande parte dos dirigentes do Estado este projecto não é visto por todos com bons olhos.
Determinados círculos de opinião acreditam que é preciso demonstrar e flexibilizar os mecanismos pelos quais este projecto se vai servir para atingir as suas respectivas metas.
“Como desafio ao combate à pobreza absoluta foram identificados as seguintes áreas como sendo prioritários: Educação, Saúde, Agricultura, Infra-estruturas e as regiões com desenvolvimento relativamente baixo”, indicam os dados.
A desigualdade de oportunidades e a generalização de salários extremamente baixos tendem a ser a principal causa da pobreza absoluta.
Esses factores constituem o maior empecilho na concretização das metas propostas tanto na esfera do governo central como na esfera local.
No que toca as principais doenças, o relatório refere que a malária, HIV/SIDA, cólera, e diarreias endémicas continuam sendo os maiores problemas de saúde e principais causas de mortalidade em Moçambique.
Das mulheres grávidas, 20% são portadoras do parasita da malária e de 15% a 30% das mortes maternas resultam disso.
A população moçambicana é calculada em 20 milhões, das quais cerca de 13 milhões vivem no campo e sobrevivem graças a uma agricultura de subsistência praticada com métodos rudimentares e em pequena escala.
De acordo com o relatório a vida na periferia das cidades e no campo é fortemente caracterizada pela ausência de Estado.
À medida que se caminha para fora de Maputo, capital, o Estado vai gradualmente enfraquecendo a sua actuação, presença e efectividade na vida dos cidadãos.
Os dados acrescentam que o Estado desenhou várias reformas para o sector judiciário em 2006. Das principais interessa citar a expansão do Tribunal Administrativo, realização de fóruns com a media, faculdades de direito e divulgação de brochuras para informar a população sobre seus direitos, além de conceber assistência jurídica gratuita a indivíduos pobres.
Porém, os dados lamentam que “o Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica, criado pelo Estado para oferecer uma assistência jurídica gratuita, acabou transformando-se numa espécie de sociedade onde técnicos e assistentes jurídicos chegam a cobrar valores como se fossem advogados, embora seja um serviço público”.
O relatório adianta que Portugal é um dos 17 Parceiros do Apoio Programático de Moçambique com uma contribuição anual de 1,5 milhão de dólares.
Boaventura Mucipo Júnior - In "O País OnLine" - 22/01/07

1/23/07

Pemba - A morte das florestas...III

Madeira retida no Porto de Pemba: Transporte de retorno está a ser difícil.
O processo de retorno dos 47 contentores de madeira cujo embarque para exportação foi embargado, pelo Governo Provincial de Cabo Delgado, por suspeitas de conterem produtos florestais não autorizados está conhecer percalços demorados de modo que ainda não foi concluído.
Fonte próxima do processo disse ao “Notícias” que coloca-se primeiro a quantidade dos contentores que devem ser desempacotados, um por um, depois de chegarem ao parque, associado às condições existentes no local para atender agrandes quantidades de uma só vez.
A agravar, no tarde do Sábado, um dos contentores que estava a retornar ao parque tombou na Praça 25 de Setembro, vulgarmente chamada Kankhomba, obstruindo a rotunda a partir da qual é possível se comunicar com a praia de Wimbe, Porto de Pemba e o centro da cidade.
Foi necessária a mobilização de meios suplementares para afastar o contentor e depois retirá-lo, o que só foi possível pela madrugada de Domingo, com a intervenção de uma máquina da Empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Ainda não há informações dando conta de mais um contentor, para além daquele que em pleno recinto portuário foi detectado com umbila e jambire, espécies cuja a exportação só se pode efectuar em madeira serrada e não em toros, como aconteceu.
A “operação” contínua e prevê-se que hoje possa ser concluído depois que o governo provincial poderá se pronunciar à volta do que foi encontrado neste intricado caso que está a ser conduzido com relativo secretismo e com acompanhamento minucioso das entidades das Florestas e Fauna Bravia, agentes das forças de segurança entre outros.
Enquanto isso, está a ficar cada vez mais oneroso para a empresa que infligiu as normas, tendo em conta que para além de não poder fazer embarcar a mercadoria, no navio que lhe vai cobrar como se nada tivesse acontecido, há o facto de que deve pagar o porto pela entrada e saída da mercadoria, fora os outros encargos colaterais que advém do transporte de retorno ao parque.
Maputo, Terça-Feira, 23 de Janeiro de 2007:: Notícias