2/22/07

Donativo de 95 mil livros para Cabo Delgado


O governo de Cabo Delgado, através da Direcção Provincial da Educação e Cultura recebeu esta semana um donativo de 95.000 livros escolares e didácticos, de diferentes níveis de escolaridade e subsistemas, oferta da Fundação Aga Khan em parceria com a “Texto Editores”.
Rui Rocha da “Texto Editores” justificou o gesto como partindo do facto de que Cabo Delgado tem muita necessidade de se apetrechar com o máximo possível de livros, uns adquiridos e outros oferecidos, que a tornou elegível dentro duma programação iniciada há três anos e que começou em Tete e Inhambane.
Em parceria com a Fundação Aga Khan a “Texto Editores” quer com o gesto cativar o hábito e cultura pela leitura em Cabo Delgado, em particular e, segundo os seus representantes, esperam que a acção tenha sucesso e traga benefícios aos estudantes e professores, que “mesmo carenciados de material escolar trabalham afincadamente para o sucesso escolar e desenvolvimento do nosso belo Moçambique”.
Antuía Soverano, directora provincial da Educação e Cultura, que recebeu a oferta, na presença do director Regional da Fundação Aga Khan, Minóz Hassane e do Presidente do Conselho Municipal de Pemba, Agostinho Ntawale, comprometeu-se, na oportunidade a cuidar da melhor forma o donativo, tendo em conta que o livro só tem importância quando for usado.
“Vamo-nos organizar rapidamente para que o livro chegue aos destinatários, nomeadamente do ensino básico, secundário e nas instituições de formação de professores”.
Tratou-se, segundo o director regional da Aga Khan, de mais um sinal de uma parceria bem encaminhada entre a sociedade civil representada pela sua organização e o Governo provincial, visando o desenvolvimento.
Maputo, Quinta-Feira, 22 de Fevereiro de 2007:: Notícias

2/19/07

Levantamento sísmico na Bacia do Rovuma : Relatório divide interesses nas Quirimbas.


O relatório de estudo da “Impacto, Lda”, preparado para a norueguesa “Hydro Oil & Gaz Mozambique”, para início dos levantamentos sísmicos em alto mar, nas áreas 2 e 5 da Bacia do Rovuma, apresentado sexta-feira na cidade de Pemba, divide vários grupos de interesse pela exploração multifacetada do Arquipélago das Quirimbas, nomeadamente o Parque Nacional, os operadores turísticos e pescadores artesanais, que acham não terem sido suficientemente reflectidos no estudo aspectos que asseguram que as suas actividades sejam acauteladas.
Mário Jorge Rassul, gestor do projecto e chefe da equipa de participação pública Impacto, Lda, respondendo a uma pergunta da nossa Reportagem sobre as observações consideradas ao seu relatório, disse que tal “faz parte do processo e da fase de revisão do relatório que vai ser comentado. “Trata-se de um rascunho final, está perfeitamente dentro daquilo que é normal e fiquei satisfeito que as pessoas tenham falado com aquela abertura, porque no fundo queremos que a actividade aconteça sem prejuízos”, disse.
Rassul disse que é preciso prever que as pessoas que falam podem ter segundas intenções, sendo um facto que neste momento o Parque Nacional das Quirimbas tem pouca informação primária sobre a pesquisa e que os seus dirigentes não conseguem fazer a recolha dessa informação.
O conflito de interesses parte do facto de que a zona onde serão feitos os levantamentos sísmicos, áreas de exploração em mar aberto, está próxima do Arquipélago das Quirimbas, que se encontra numa das oito áreas teoricamente prioritárias de importância para a conservação global do ecossistema marinho.
Por outro lado, prevê-se aparentemente que possa afectar grandemente o turismo e a actividade piscatória das comunidades locais e outros que dependem da pesca.
Segundo soube o nosso Jornal, a pesquisa sísmica está planificada para o ano corrente, numa área de 13.400 metros quadrados em águas, com profundidades que variam entre menos de 20 e excedendo os 200 metros. Mas para o caso concreto daquelas duas áreas o contrato de concessão dá aos concessionários direitos exclusivos para conduzir a actividade de exploração durante oito semanas, período do qual se prevê sejam efectivamente usados 25 dias, excluindo as paragens que podem surgir por qualquer motivo.
“Este relatório não nos dá a informação sobre o levantamento exaustivo, por exemplo, que nos diga onde estão os digongos e tartarugas. Diz que basta visualizar mamíferos e répteis, o barco sísmico vai parar e à noite como vai ser”, questiona Helena Mota, do WWF, uma organização mundial de defesa da natureza.
John Hewlett, que explora a Ilha Quilálea, afirmou que nenhuma compensação pode corresponder a um esforço de cinco anos, a fazer um “marketing” pelo mundo, para levar o nome de Cabo Delgado como destino turístico mundial e que depois disso terá que haver uma ordem de os turistas não virem a Moçambique, muito particularmente a Cabo Delgado.
O Ministério da Coordenação da Acção Ambiental é que vai determinar os passos seguintes, segundo Mário Rassul, o que pode passar por mandar a reelaboração do relatório, ou que a Impacto faça uma adenda ou vai, como normalmente acontece, incorporar os comentários na recomendação da execução da actividade.
PEDRO NACUO - Maputo, Segunda-Feira, 19 de Fevereiro de 2007:: Notícias