3/27/07

Assim vai África: Os protetores de Mugabe...


Liga dos Direitos Humanos (LDH) acusa os estados africanos de darem `protecção´ ao Governo do Zimbabwe, por se "manterem calados e prosseguirem uma diplomacia corporativista" em relação àquele país.
Num comunicado segunda-feira divulgado em Maputo, assinado pela presidente da LDH, Alice Mabota, a organização condena `a diplomacia silenciosa´ com que os Estados africanos acompanham os acontecimentos no Zimbabwe.
`Ao manterem-se calados e protegendo o regime de Robert Mugabe, os Estados africanos estão simplesmente afirmando que podem a qualquer momento optar pelas mesmas vias a fim de protegerem seus interesses e não querem interferências de algum outro país. Isso faz perigar a democracia e cria precedentes para a criação e sobrevivência de Estados, com fundamentos e filosofias na tirania e na demagogia´, realça o documento.
Aludindo especificamente à postura dos países da África Austral, a LDH salienta que `o regime zimbabweano está a desestabilizar a região´, pois os problemas neste país estão a causar `o crescimento do número de refugiados em Moçambique, África do Sul, Malawi, Tanzânia e outros´.
Com esse fenómeno, recrudesceu também a criminalidade, a prostituição, a vadiagem, a mendicidade e o tráfico na África Austral, considera ainda a LDH.
O ex-chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, é alvo de censura na declaração, devido à sua posição pública de apoio a Mugabe, que estende a sua preocupação a um acordo de cooperação no sector policial entre os Governos zimbabweanos e angolano.
`Os governos africanos têm a responsabilidade de remeter comunicações à Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e inclusive de condenarem pública e expressamente o comportamento do governo do Zimbabwe pela flagrante violação dos direitos humanos´, enfatiza a declaração da LDH.
Na mesma ocasião, falou também Tafadzwa Ralph Mugabe, advogado de Grace Kwinge e Sekai Holland, as duas mulheres que as forças de segurança zimbabweanas impediram de viajar para África do Sul, onde iriam receber tratamento médico a ferimentos provocados por agressões da polícia nos incidentes de 11 de Março último.
Tafadzwa também repudiou a `diplomacia silenciosa´ dos governos africanos, ressalvando que `a crise zimbabweana é também regional, pois milhões de compatriotas estão a emigrar e a pressionar os parcos recursos económicos da zona´.
fonte: LUSA - Via Imensis de 27/03/07

3/26/07

Diversificando - Salazar volta a estar na moda ?


De: zinhopemba
Numa outra discussão sobre o tema eu já havia comentado:
....mais do que voto de apoio a Salazar, é um voto de protesto pela situação politica, económica e social que nos vão ministrando......
Numa análise a frio, há que refletir sobre o facto de Salazar e Cunhal encabeçarem os votos (não ouso dizer "escolha"). Poderemos ser levados a pensar que os portugueses gostam da canga, de mão forte e rude à frente dos nossos destinos, que ainda vivem na miragem do sebastianismo, da vinda de um salvador.
Mas creio bem não entroncar aí esta votação que, antes de se iniciar o programa, já contava com mais de 200.000 telefonemas. E sendo pelo telefone que os portugueses manifestavam o seu voto, não é legítimo pensar, como alguns já esboçam defender, que foram os "portuguezinhos" atrasados, os tais "rurais do Norte", os "provincianos" quem mais votaram. É que, sendo o voto telefónico, não estou a ver esse "pessoal" (que não é menos avisado, como muitos querem fazer crer), em maioria, a correrem aos postos telefónicos das aldeias ou a servirem-se dos telemóveis, que os mais idosos não utilizam... o universo foi outro, assentou mais numa classe média baixa, vilipendiada e defraudada com as medidas penalizadoras duma classe política que não cumpre as promessas eleitorais e lhes atraiçoa o voto a cada passo.
Continuo, pois, a pensar que mais do que uma maifestação de apoio a Salazar, o que está em presença é um voto de protesto contra a classe política actual e todos os iluminados papagaios que a apoiam, lançando atoardas e falando de "coisas" que não conheceram ou, intencionalmente, deturpam.
Foi mesmo um VOTO DE PROTESTO.
(Mas a heroína da noite foi mesmo a Odete Santos).....
Como diria um notável lá do Norte:..... penso eu de que.....
esqueci-me de dizer que também não terá pesado pouco na votação o facto do "velho" morrer pobre e os novos políticos e gestores que gravitam na sua órbitra, depois de alguns anos (poucos) na "causa pública" se abotoarem com chorudas reformas, saltitando de cargo em cargo, como se andassem por Macau abanando a árvore das patacas..... enquanto as massa populares vão definhando e contando os trocos para pagar impostos....
Boa semana,
B.A.