4/19/07

Em Pemba: Governo entrega pesquisa e exploração de petróleo "on shore" no norte.



Maputo, 18/04 - O Governo moçambicano assina hoje o contrato de concessão para a pesquisa e produção de petróleo na área "on shore" do Bloco do Rovuma (norte), que será entregue às empresas Artumas Moçambique Petróleo e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos. A cerimónia de assinatura dos contratos, em que participa a ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, terá lugar em Pemba, província de Cabo Delgado (norte). As autoridades moçambicanas têm dado conta da existência de fortes indícios de presença de petróleo na bacia do Rovuma (rio que separa Moçambique da Tanzânia, no norte do país) e no delta do Zambeze (centro). "Do ponto de vista geológico, há potencial para ocorrência de petróleo", disse recentemente o presidente do Instituto Nacional de Petróleo (PCA), Arsénio Mabote, indicando que a existência no país de hidrocarbonetos associados ao petróleo, como o gás e o carvão mineral, criam a expectativa de que é também possível encontrar crude nas águas moçambicanas. A possibilidade de existência em Moçambique de reservas petrolíferas passíveis de exploração comercial tem, de resto, atraído ao país algumas das principais empresas do ramo. Companhias como a Norsk Hydro (Noruega), Anadarko Petroleum Corporation (Estados Unidos), ENI (Itália) e Petronas (Malásia) têm estado activas na prospecção de petróleo no país. A Galp Energia, através ENI (accionista de referência da empresa, com 33,34 por cento do capital), poderá também entrar na exploração de blocos ganhos pela empresa italiana em Moçambique. Na corrida está também a petrolífera Petrobras, que em Outubro do ano passado firmou com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH, estatal) um acordo para a exploração de petróleo e gás natural em Moçambique, com a intenção de iniciar a exploração nos primeiros meses deste ano.A empresa brasileira já actua num bloco de exploração em Moçambique, em parceria com a Petronas (Malásia), na produção de hidrocarbonetos na foz do rio Zambeze. A companhia petrolífera malaia deverá, entretanto, começar no primeiro semestre deste ano a sua fase II de pesquisas de petróleo no Delta do Zambeze, estando prevista a realização de um furo "off shore" com um custo de 20 a 25 milhões de dólares (14,6 a 18,3 milhões de euros). A Norsk Hydro, por seu turno, manifestou recentemente o desejo de prosseguir com as actividades de pesquisa e prospecção de petróleo na bacia do rio Rovuma, embora sem confirmar a existência de crude no país. Por divulgar está ainda o relatório de impacto ambiental do projecto de levantamento sísmico "off shore" na bacia do Rovuma, tendo o Governo prometido a divulgação do documento até Maio. A zona em prospecção é descrita pelos especialistas como muito sensível por se situar no Parque Nacional das Quirimbas, constituído pelo arquipélago com o mesmo nome, uma cadeia de 28 ilhas habitadas, onde residem algumas espécies marinhas protegidas e é uma das mais importantes zonas turísticas de Moçambique.
Angola Press - 18/04/07

4/16/07

Aniversário do bispo emérito de Porto Amélia-Pemba, D. José dos Santos Garcia.


D. José dos Santos Garcia comemora 94 anos hoje, 16 de Abril de 2007.
Nascido a 16 de Abril de 1913, D. José dos Santos Garcia, Bispo Emérito de Pemba, comemora hoje (16 de Abril de 2007) na sua terra natal, Aldeia do Souto o seu 94 aniversário. D. José é membro da Sociedade Missionária, trabalhou enquanto jovem Padre nos seminários de Portugal, foi um grande obreiro da Missão do Mutuáli, Diocese de Nampula, onde construiu a Igreja, internatos masculino e feminino e centro de saúde. Nomeado Bispo de Porto Amélia, hoje Pemba, em 1957, promoveu uma bem planeada pastoral em que eram prioridades a formação do clero, dos leigos e de religiosas moçambicanas. Para isso criou os Seminários, a Escola de Professores Catequistas e a primeira congregação religiosa de Moçambique, Filhas do Coração Imaculado de Maria. Promoveu a evangelização e dotou as missões de esmerada estrutura. Sofreu com a divisão da sua diocese nos tempos da luta pela independência quando não podia visitar todos os cristãos. Voltando a Portugal em 1974, colaborou com a Diocese da Guarda naquilo que lhe foi pedido e ele faz questão de destacar as aulas de missionologia aos seminaristas. D. António Santos, actual Bispo da Guarda, reconhece que "é difícil fazer registo completo dos valiosos serviços prestados a esta Diocese". Depois dos 85 anos dedicou-se a reformar a Igreja e as capelas da sua terra natal, Aldeia do Souto e a escrever livros: Alicerce e Construção duma Igreja Africana, Diário do Mutuáli, Evangelização de Cabo Delgado e Notas para a História da Paróquia de Aldeia do Souto. Este dois últimos foram oferecidos aos amigos no dia da festa dos 90 anos. Além de reflexões pessoais, os três primeiros são documentos para história da Igreja em Moçambique."
Memórias de Bispo-Pai Natal
D. António Santos (Bispo da Guarda) cita alguns episódios narrados na primeira pelo aniversariante, por ocasião das visitas pastorais, apresentando-os como exemplo da "simplicidade e simpatia" do grande "Bispo Missionário". "O primeiro deu-se em Orjais, pelo ano de 1975. Fui lá com D. Policarpo e cheguei dez minutos antes. Subi a escadaria da casa do pároco onde, a meio, estavam dois pequenos que iam ser crismados. Um disse: o senhor é que nos vai crismar? Ao que respondi: posso ser ou não! O outro observou: o senhor com essa batina, essa faixa vermelha, essa cruz e esse chapeuzinho está mesmo porreirinho..." O segundo caso que o aniversariante costuma relatar ocorreu em 1988. "Uma jovem foi crismada no Fundão e quando chegou a casa disse à mãe: mãe, sabes quem me crismou? Foi o Pai Natal! A senhora viu-me passar a pé, saiu de casa e veio contar-me a história".
Dados recolhidos do portal de Porto Améla-Pemba:

Nota - D. José dos Santos Garcia ainda é vivo, conta com 94 anos e está com uma memória previlegiada. e sempre bem disposto. Quem o quiser visitar poderá encontrá-lo na Aldeia do Souto (entre a Guarda e Belmonte) sua terra Natal. Grande contador de histórias fala com muita saudade das gentes de Pemba e de outras localidades por onde passou por terras de Moçambique.