8/23/07

Pemba terá centro cultural.

A Associação Cultural Tambo Tambulani Tambo, baseada em Pemba, vai inaugurar em Novembro o seu centro cultural, cujas obras estão em curso fruto duma parceria com a organização não governamental holandesa HIVOS, que aceitou financiar o projecto daquela agremiação cada vez mais robusta no norte do país. A infra-estrutura fará o resgate dos valores culturais e tradicionais da região através de expressões artísticas como o teatro, a dança e a música.
A associação afirma que o projecto para o centro Tambo foi executado em cerca de 80 porcento e espera concluir recorrendo ao seu orçamento para 2008, que consistirá na ampliação sonora e equipamento audiovisual, louça sanitária, palco, anfiteatro, transporte, por forma a criar a auto-sustentabilidade do mesmo.
A inauguração vai coincidir com a realização da terceira edição do Festival Tambo. O “Tambo Tambulani Tambo” acaba de eleger uma secretária-geral, Saquina Baboo, eleita numa assembleia-geral que também passou em revista os relatórios narrativos e financeiros.
Saquina destronou no cargo Abubacar Maurício, que chefiava o “Tambo” àquele nível desde a sua última assembleia, há cerca de dois anos. O encontro decidiu igualmente por eleição renovar o mandato de Vítor Raposo, na sua qualidade de coordenador da associação e preencher outras vagas dos órgãos sociais. Para o coordenador da Tambo Tambulani Tambo, os membros da associação estão perante aquilo que outrora foi um sonho e hoje um espaço físico com infra-estruturas e algum equipamento. Acredita que vai ser um lugar privilegiado, onde os artistas, e não só, terão a possibilidade de se encontrar para diversos objectivos culturais, incluindo o lazer.
“Mas devemos reconhecer que neste mandato não conseguimos responder ao workshop de dança que tínhamos como nosso plano neste ano, contrariamente àquilo que foi um sucesso em relação ao outro workshop de teatro, em parceria séria com a organização holandesa Theatre Embassy”, anota Vítor Raposo.
O relatório financeiro fala em termos gerais do acordo que o “Tambo Tambulani Tambo” assinara com a Action Aid Internacional Moçambique para a implementação do projecto de fortalecimento da sociedade civil em Cabo Delgado, financiado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional.
Tratou-se de um orçamento de 24.098,17 dólares, que entretanto só foram desembolsados 12.100 dólares para a realização de actividades da semana de Acção Mundial do Movimento de Educação para todos.
Maputo, Quinta-Feira, 23 de Agosto de 2007:: Notícias

8/22/07

A bela e o monstro - Turismo agrava custo de vida da população de Pemba.

Maputo-Segunda-feira 20 de Agosto de 2007, a TribunaFAX N°531-O custo de vida, na Baía de Pemba, capital de Cabo Delgado, está cada vez mais elevado, tornando-a numa das cidades mais cara do País, senão a mais cara, com os munícipes a apontar o dedo acusador ao sector turístico, que, neste momento, está a dominar o mercado local.
Os preços praticados na maioria dos estabelecimentos comerciais, casas de lazer, mesmo no mercado informal, chegam a se tornar o dobro e/ou triplo do praticado noutras capitais províncias, incluindo a Capital, com a alta de preços a abranger todo tipo de produtos, locais e importados.
A Baia de Pemba é rica em mariscos, com peixe de varias espécies, camarão, lula, até lagostas. Contudo, estes recursos, apenas, são consumidos por pessoas de maior poder financeiro, como são os casos de dirigentes e turistas, com os nativos a viverem de sobras.
“Você pode ir à praia para comprar peixe directamente aos pescadores, mas os preços são altos. Eles sabem que se você não comprar, há quem pode, os turistas, que, a qualquer preço, adquirem. Por isso, contribuem, grandemente, para o aumento do custo de vida”, desabafou
P. José, funcionário do Aparelho de Estado.
“Os preços dos produtos, sobretudo, no mercado informal, são variáveis. Nos estabelecimentos comerciais são razoáveis, visto existirem fiscalizações regulares”, disse, frisando que “quando o cliente se apresenta de carro ou de mota, o preço sobe, mas quando vai a pé, o mesmo desce. As pessoas aliam o facto de Pemba ser uma cidade turística para alimentar oportunismo e especulações nos preços dos produtos”.
Como alternativa, grande parte dos munícipes vêem-se obrigados a fazer compras na chamada Capital do Norte, Cidade de Nampula, que dista a mais de 410 quilómetros de estrada, num percurso de, sensivelmente, seis horas de tempo.
“Mesmo em Nampula, a vida é
cara, mas é relativamente melhor, em relação a Pemba”, disse, ajuntando que os operadores comerciais deveriam ter em mente, que para além de turistas, existem populações desfavorecidas, que dormem sem que tenham comido, “grande parte dos munícipes têm baixa renda. Eles não deviam avaliar o preço em função do cliente, como tem acontecido”.
T. Jemuce disse estar a pouco menos de três meses a trabalhar numa instituição pública, transferido de Maputo, sendo natural da província de Sofala. A primeira constatação que teve foi a alta de preços praticados no mercado local. A sustentar a afirmação, frisou que um electrodoméstico chega a custar o triplo do preço que custa em Maputo.
“Uma geleira que custa pouco mais de 6 mil meticais em Maputo, em Pemba está a 17 mil meticais. Preferi mandar vir a minha geleira e outros electro-domésticos de Maputo para cá,
pagando apenas cerca de 6 mil meticais que pagar 17 mil”, conta.
Frisou que, apesar de estar há pouco tempo, na Baía de Pemba, prefere fazer suas compras na Cidade de Nampula.
“É longe, mas é preferível”.
NN