11/20/07

106 jornalistas foram assassinados no mundo em 2007.


(Imagem original daqui)
Diz o Blue Bus: A Associação Mundial de Jornais (WAN), com sede em Paris, anunciou ontem que 106 jornalistas foram assassinados no mundo, desde janeiro.
No ano passado foram 110 e foi considerado um recorde.
A guerra do Iraque é responsável por 45 destas mortes.
Na América Latina foram 7 assassinatos, 3 só na Colômbia e um no Brasil.
.
Vienna, Austria, 19 November 2007
More than 100 Journalists Killed in 2007: WAN
One hundred and six journalists died on duty in 28 countries, 45 of them killed in Iraq, where 150 media workers have lost their lives since 2003.
The number of journalists killed in 2007 is approaching the record 110 deaths last year.
The full report can be read here. The list of journalists killed, with details about their cases, can be found here.

11/19/07

Eco da Imprensa Moçambicana - Jornalista Carlos Cardoso !

De quem vale a pena falar:
O próximo dia 22 de Novembro marca mais um aniversário da morte violenta do jornalista moçambicano CARLOS CARDOSO !
.
Segundo o "Observador" de hoje (n. 103) editado em Maputo e pelas palavras de Maria de Lourdes Torcato:
.
Carlos Cardoso era democrata convicto e uma pedra no sapato dos corruptos!
- O Jornalismo e a Política nunca mais foram o mesmo desde a sua morte.
Muitos de nós lembramos com saudade Carlos Cardoso, o mártir da liberdade de imprensa em Moçambique, pelo seu extraordinário trabalho de jornalista investigativo, que ousou interferir na rede da corrupção e no crime organizado e por isso foi assassinado.
Poucos recordam a voz de Carlos Cardoso como Autarca e venho refrescar a nossa memória. O Cardoso juntou-se ao grupo de independentes “Juntos pela Cidade” que conquistou nas eleições de 1998 não mais que uma dúzia de lugares na Assembleia Municipal, mas lugares que fizeram a diferença.
Ele era um dos deputados e raramente faltava a uma sessão.
Com a frontalidade apaixonada que o caracterizava, zurzia nos oportunistas e nos
indiferentes, na corrupção e na ilegalidade, clamava por transparência e honestidade.
E, o que foi extraordinário nesse tempo, é que o Cardoso incomodava, fazia muita gente torcer-se inquieta nas cadeiras da sala de sessões, mas criou mais admiradores que inimigos entre os seus pares–a maioria da FRELIMO inclusivamente.
O tema da legalidade era um dos mais caros para o Carlos Cardoso e gostava de interpelar o Presidente da Assembleia na altura, o jurista Teodoro Wate. Essas trocas de ideias com o Cardoso eram sempre tão manifestamente sinceras e construtivas que, como não podia deixar de ser, conquistavam o adversário.
Aliás, depois de muitos debates, os dois ficaram de facto amigos adversários.
A Assembleia Municipal conheceu, como nunca acontecera na sua história, a voz de um convicto democrata, reclamando em nome dos seus concidadãos um Município aberto, contas e decisões transparentes, justiça e honestidade na gestão da coisa pública.
Lembram-se das suas perguntas à Câmara Municipal sobre se era verdade que a família Chissano e outras da nomenclatura no poder, eram os donos de vários terrenos ao longo da marginal, desde a Baixa ao Bº do Triunfo?
Nunca obteve resposta, mas o silêncio foi eloquente.
Carlos Cardoso colocou o seu jornalzinho por fax, O Metical, ao serviço da cidade e as sessões municipais tinham nele lugar cativo.
Devo confessar que na altura lhe disse que não achava muito ético que ele, autarca e jornalista, pusesse o jornal de que era proprietário e Director, ao serviço do “Juntos pela Cidade”, sacrificando objectividade e imparcialidade na reportagem.
Hoje acho ridícula essa preocupação e arrependo-me de o ter questionado por isso.
Ele era um soldado, o jornal a sua arma e ele usou-a com brio ao serviço das boas causas, pelo país e pela cidade.
Carlos Cardoso faz-nos mais falta cada dia que passa mas uma coisa é certa: a política e o jornalismo em Maputo nunca mais foram os mesmos e alguns pequenos avanços que conhecemos na imprensa, a ele os devemos.
Quanto aos corruptos, nada mudou: eles não eram adversários do Carlos Cardoso, eram os reais inimigos a quem a sua morte deu uma trégua.
.
Sobre o assassinato de Carlos Cardoso (1951-2000) - aqui !
.
Hoje, o "CATOJA", deve estar sorrindo lá no Alto !
.
Repercussão do "post" (aqui):...e aqui: