10/17/08

Ecos da imprensa moçambicana: 35% da população moçambicana tem dificuldades em se alimentar.

Mais uma notícia que preocupa. O caminho para erradicar a pobreza de Moçambique é longo. E exige atenção e dedicação das autoridades locais que devem ponderar, buscar o meio-termo urgente entre a produção dos apregoados e recheados de interrogações, biocombustíveis, com que se entusiamam imenso, e a produção imperativa de mantimentos, que, sem qualquer dúvida, nutrirão o povo pobre e a economia carente de Moçambique:

""Metade de moçambicanos passam fome.
Celebrou-se ontem, Quinta-feira, o dia internacional da Alimentação. Estas comemorações calham numa altura em que cerca de 35 por cento da população, ou seja, quase metade dos moçambicanos, enfrentam a insegurança alimentar.

De acordo com a representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Moçambique e Suazilândia, Maria Zimmermann, cerca de 35 por cento da população moçambicana sofre de insegurança alimentar extrema, enquanto que a FAO indica que, no mundo, mais de 850 milhões de pessoas vivem em situação de fome endémica, nas áreas rurais e urbanas.

No País, o lema do lançamento da campanha agrícola é “façamos da Revolução Verde um Instrumento da Luta contra a Pobreza”; por outro lado, apela-se à necessidade de redobrar os esforços, de forma a aumentar a produtividade e a produção de alimentos. Assim, Zimmermam avançou que a estratégia da “Revolução Verde”, recentemente aprovada pelo Governo, é sinal de que o País está ciente da necessidade do aumento da produção e produtividade e o Governo tem feito esforços para despertar a consciência nacional nesse sentido. Assim, e ainda de acordo com a representante da FAO em Moçambique e Suazilândia, há uma necessidade de uma reflexão profunda sobre as mudanças climáticas e a subida dos preços dos alimentos, combustíveis e fertilizantes.

Dados referem que as celebrações desta data têm como objectivo conscientizar o conjunto da humanidade sobre a difícil situação que enfrentam as pessoas que passam fome e estão desnutridas, e promover, em todo o mundo, a participação da população na luta contra a fome.

Todos os anos, mais de 150 países celebram este evento. Nos Estados Unidos, 450 organizações voluntárias, nacionais e privadas, patrocinam o Dia Mundial da Alimentação e, em quase todas as comunidades, existem grupos locais que nele participam activamente. Durante o Dia Mundial da Alimentação, celebrado pela primeira vez em 1981, ressalta-se cada ano um tema em que se focalizam todas as actividades comemorativas.""
- Diário independente, Aida Matsinhe, 17/10/08.

Nas ruas de Santos-Brasil, um bonde (elétrico) do Porto-Portugal... 2

Restaurado e repleto de História e Amizade, já circula nas ruas de Santos desde Setembro/08 o segundo exemplar de elétrico (bonde) oferecido pela cidade do Porto (Portugal) à cidade de Santos (Brasil). Tudo isso acontece dentro de um projeto oportuno, excelente, da Prefeitura Municipal da cidade de Santos e que aproxima dois mundos irmãos... Mas, aqui fica o que diz o "Mundo Lusiada OnLine" a respeito:

""Santos entrega o segundo bonde português.

Após oito anos da volta da circulação dos bondes na cidade, Santos entregou em 23 de setembro, dia do Bonde Turístico, o segundo exemplar português, que já circula no Centro Histórico. O evento contou com autoridades municipais e representantes da comunidade portuguesa, além do grupo de fados Filhos da Tradição e do Rancho Folclórico Tricanas de Coimbra.

Doado pela Sociedade de Transportes Coletivos da Cidade do Porto, o bonde foi restaurado na oficina da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), onde ganhou as cores verde e branca. Para o presidente da empresa, Rogério Crantschaninov, “a CET e os funcionários que realizaram a restauração se dedicaram com muito carinho à tarefa, já que muitas peças tiveram que ser fabricadas”. A primeira viagem foi feita pelas crianças da escola Maria de Lourdes Borges Bernal, que se apresentaram com sua banda na Praça Mauá.

A linha turística agora possui quatro bondes, além de um reboque. O trajeto está sendo ampliado de 1,7 km para 5 km, passando por vários pontos de interesse turístico e histórico. Segundo o secretário de Obras e vice-prefeito, Antônio Carlos Silva Gonçalves, a expectativa é que a ampliação esteja concluída até o final do ano.

A jornalista Miriam Guedes de Azevedo, secretária de Turismo de Santos e que por anos manteve uma seção no jornal A Tribuna com notícias de Portugal, destacou a ligação entre o país e a cidade: “Portugal é um país irmão. Santos abriga a maior colônia de portugueses e descendentes em proporção ao número de habitantes do Brasil. Diversas pessoas do mundo social, econômico e político do município são portugueses. Aqui, as tradições lusitanas são fortes, com muitos ranchos, festas e entidades. A entrega do bonde é um presente para a cidade, pois temos um carinho especial pelos bondes portugueses”.

O conselheiro das Comunidades Portuguesas, José Duarte de Almeida Alves, que se encontra atualmente em Portugal para tomar posse, na Assembléia da República, de mais um mandato, esteve no evento e declarou que “é um orgulho para a comunidade luso-santista a presença de outro bonde português”.

O passeio turístico do bonde, que custa R$ 1,00, é realizado de terça à domingo, das 11h às 17h, com saídas na Praça Mauá, em frente ao Paço Municipal. Mais informações pelo Disk Tour 0800-173887.""
- Quinta-feira, 9 de Outubro de 2008, por Ronaldo Andrade, de Santos para O Mundo Lusiada.

  • Post's anteriores sobre o Bonde Elétrico de Santos - Aqui!

Por não reembolsarem cuidados médicos, a Comissão Europeia decidiu apresentar queixa contra Portugal e França.

A Comissão Europeia decidiu esta quinta-feira apresentar queixa contra Portugal perante o Tribunal de Justiça europeu devido a casos de não-reembolso de cuidados médicos recebidos noutro Estado-membro, noticia a Lusa.

O executivo comunitário, que também decidiu levar a França a tribunal pelos mesmos motivos, lembra que o Tribunal de Justiça, que se pronunciou várias vezes sobre a questão do reembolso dos cuidados de saúde recebidos noutro Estado-Membro, reconheceu aos doentes certos direitos que são ignorados por Portugal e França.

Bruxelas aponta que o Tribunal considerou nomeadamente, que, à luz do tratado europeu, os Estados-Membros deveriam suprimir a exigência de autorização prévia para efeitos de reembolso no que diz respeito aos cuidados de saúde não hospitalares que sejam prestados noutro Estado-Membro.

«A Comissão considera que, ao manterem a exigência de uma autorização prévia para o reembolso dos cuidados não hospitalares, no que diz respeito a Portugal, e de certos cuidados não hospitalares, no que diz respeito à França, estes dois Estados-Membros restringem os direitos reconhecidos aos doentes pelo Tribunal», finaliza a Comissão.
- IOL Portugal Diário, 17/10/08.

Portugal e Espanha: os destinos preferenciais das redes de prostituição brasileiras.

O tráfico de seres humanos continua, segundo se revela em seminário que acontece em São Paulo/Brasil:

Os países da Península Ibérica são os destinos preferenciais no estrangeiro de redes de prostituição que aliciam jovens brasileiras, com baixo grau de escolaridade, em regiões pobres do país. São 241 as rotas de exploração sexual, foi revelado num seminário sobre tráfico de seres humanos a decorrer em São Paulo.

Existem 131 rotas para o estrangeiro, com particular incidência em Portugal, e 110 dentro do mercado doméstico.

O Brasil funciona, de acordo com os especialistas que participam no colóquio, como plataforma de distribuição de mulheres oriundas de outros países da América do Sul. O aeroporto de São Paulo é a principal porta de saída do país.

“São crimes praticados por sofisticadas organizações criminosas que envolvem as vítimas em situações que, sozinhas, não têm condições de sair”, afirmou António de Freitas Júnior, professor da Universidade de São Paulo.

Um estudo divulgado no encontro concluiu que as vítimas são geralmente negras ou mulatas, têm entre 15 e 25 anos de idade, vivem nas zonas mais pobres e remotas do Brasil (principalmente as regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e apresentam um baixo nível de escolaridade.

“A falta de acesso à educação contribuiu para que as mulheres sejam alvos preferenciais do tráfico, que utilizam falsas promessas de emprego e até de casamento”, comentou a participante Flávia Piovesan.

Ainda de acordo com o estudo, cerca de 14 por cento das vítimas são entregues pela própria família às organizações criminosas a troco de dinheiro. O número de mulheres brasileiras sob controlo de redes criminosas especializadas no tráfico de seres humanos para exploração sexual na União Europeia ascende a 75 mil. O seminário, a decorrer na Procuradoria da República de São Paulo, termina amanhã.

ONU alerta para tráfico de seres humanos.

Cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas de tráfico todos os anos, um negócio ilícito que movimenta 23,7 mil milhões de euros, de acordo com a Organização das Nações Unidas. A ONU entende que o tráfico de seres humanos consiste na transferência ou alojamento destes para exploração, com recurso à coação ou a falsas promessas, abuso de um momento de vulnerabilidade. O turismo sexual, o comércio de órgãos, a adopção ilegal e os rituais religiosos são os principais destinos de quem cai nas malhas das redes. O trabalho forçado, potenciado pela crise de emprego e a procura por mão-de-obra barata estimulam a prática. Atribuir visibilidade à questão da exploração sexual é uma das formas definidas de combate ao tráfico dos seres humanos.
- In Notícias RTP, 16/10/08.

Portugal - Saúde: Negócio de shopping ???

Assim "diz" o Jornal virtual "Labor" de hoje:

""S. João da Madeira e Santa Maria da Feira estiveram na corrida, mas terá sido o concelho oliveirense a apresentar as melhores contrapartidas
O arranque da construção está previsto para o próximo ano, em local próximo da cidade de Oliveira de Azeméis. A autarquia oliveirense não quis divulgar os termos das negociações com a Sanusquali, o grupo privado proprietário do conceito Casa da Saúde que esteve nos últimos meses em conversações semelhantes com as câmaras municipais de S. João da Madeira e Santa Maria da Feira. Pelo menos, não até haver uma decisão oficial sobre o assunto, o que deverá acontecer no início de 2009. No entanto, a empresa confirmou ao Labor que Oliveira de Azeméis será a primeira localidade a acolher uma Casa da Saúde, juntamente com outra no sul do país.

As Casas da Saúde são uma espécie de “loja do cidadão da saúde”, já que concentram no mesmo espaço físico uma diversidade de prestadores de cuidados de saúde e de todas as actividades que apoiam a acção médica, com excepção da cirurgia de internamento. Estão assegurados todos os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, mas também uma clínica de medicina física e reabilitação , residências seniores, etc.

A lógica do conceito passa também por concentrar no mesmo espaço serviços comerciais que complementem os médicos, como farmácias, lojas de produtos naturais, ópticas, loja de próteses auditivas, loja de aparelhos ortopédicos, etc., e outros como restaurantes, cafés, papelaria, banco, seguradora, cabeleireiro, florista, health club, spa e OTL.

Em Oliveira de Azeméis, a Casa da Saúde será em “versão maxi”, uma vez que será complementada com uma unidade de internamento. Estima-se que a inauguração seja em 2011.

Inicialmente, o projecto previa abranger os utentes do Serviço Nacional de Saúde, mas feita a proposta ao Ministério da Saúde, este nunca respondeu. A ausência de uma confirmação por parte da tutela acabou por atrasar todo o processo e implicar reduções de investimento.

Se antes estava prevista a construção de 25 Casas de Saúde, hoje são 15 as unidades que a Sanusquali se propõe construir, sendo que o orçamento passou de 1,2 milhões de euros para 800 milhões.

O projecto foi apresentado a 68 câmaras municipais, sendo que mais de 50 se mostraram interessadas. Desta meia centena foram seleccionadas as melhores ofertas de contrapartidas.

A Sanusquali SGPS e a Sanusquali Serviços “sentam à mesa” várias figuras conhecidas da Saúde em Portugal. Na lista de nomes sonantes estão o presidente do Grupo Trofa, José Vila Nova, o representante da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Teófilo Leite, e o ex-deputado do PSD Nuno Delerue.

Aos investidores juntam-se ainda o ex-bastonário da Ordem dos Médicos — e responsável pelo laboratório de análises do Hospital Amadora-Sintra — Germano de Sousa e o economista e professor na Universidade Católica Miguel Gouveia. Ambos asseguram a presidência da Assembleia-geral das empresas.

Não foi possível recolher comentários da Câmara Municipal de S. João da Madeira sobre este assunto, a tempo do fecho desta edição.
- Por: Anabela S. Carvalho, Labor.pt, 16/10/08.""

E termino só com uma pergunta: Será possível um aposentado(a) português(a) usufruir de todas essas mordomias-hospitalares "vendidas" em shopping, com uma reforma miserável de 316,00 Euros por mês???... ...

10/15/08

Em Angola, poucos reagem à reabertura do escândalo Angolagate... 2

(Clique na imagem para ampliar)

Em Angola pouco se fala, por medo uns ou conveniência outros, do julgamento dos envolvidos no caso/escândalo "Angolagate" que corre no momento em tribunais franceses e que envolve o fornecimento em 1992 de armas e equipamentos de guerra ao MPLA, milhares de mortes inúteis, setecentos e noventa milhões de dólares depositados em paraísos fiscais, diversos traficantes de armas e senhores ligados ao poder passado mas recente da França e Angola... ...

Na íntegra abaixo, do jornal português "Expresso", 14/10/08, um pouco do pouco que em Angola e na net se comenta a respeito, com alguns detalhes dos contornos políticos que envolvem este caso escabroso:

""Julgamento do 'Angolagate' - Falcone e Gaydamak ganharam 397 milhões de dólares.

A acusação revelou, em Paris, que os dois sócios ganharam mais de metade do valor global (790 milhões) pago por Angola para comprar armas russas. Quando ouviram falar nos lucros astronómicos de Pierre Falcone e Arcadi Gaydamak com o negócio da venda de armas russas a Angola, nos anos 90, algumas pessoas na assistência nem queriam acreditar.
No banco dos réus, um dos acusados de ter recebido "comissões" da parte dos dois homens para "facilitar" a compra das armas, o ex-ministro francês do Interior, Charles Pasqua, bocejava ostensivamente. Com um sorriso trocista, o 'gaullista', actualmente com 81 anos, alegou "uma constipação" e saiu da sala quando foi evocado o seu envolvimento no negócio.
O representante do Ministério Público informava nessa altura o tribunal de que Pasqua tivera uma reunião com o Presidente José Eduardo dos Santos, em Paris, em Fevereiro de 1994, precisamente no dia em que foi assinada, na capital francesa, uma parte do contrato de armamento, no valor de 463 milhões de dólares.
A acusação diz ter provas de tudo o que tem estado a avançar nas audiências, iniciadas no passado dia 6. Designadamente sobre os "lucros fabulosos" dos dois sócios da empresa que montou a operação - 397 milhões de dólares. E também sobre as dezenas e dezenas de milhões que eles "generosamente" distribuiram por personalidades francesas e angolanas - entre elas, José Eduardo dos Santos, membros da sua família, militares e políticos do seu círculo mais próximo, bem como 40 franceses de primeiro plano, como Jean-Cristophe Mitterrand e Jacques Atali, respectivamente filho e ex-conselheiro do falecido ex-Presidente francês.
Nas audiências, Pierre Falcone, cérebro do negócio, tem seguido uma linha de defesa idêntica à dos outros arguidos. Todos garantem ter agido por "razões humanitárias". Por exemplo, a acreditar no que disse Jean-Cristophe, o 'Angolagate' teria tido como origem apenas a intenção de socorrer um país onde "faltava tudo, alimentos, medicamentos...".
Pierre Falcone, que tem as nacionalidades francesa, angolana e brasileira, confirmou: 'Senhor Presidente, exclamou para o juiz, a primeira coisa que lançámos de páraquedas na periferia de Luanda foi água!". Depois, foi um pouco mais explícito sobre as armas: "É bonito exibir grandes emoções em Paris e depois deixar morrer à vista de todo o mundo um Governo legítimo!".
Falcone, que é acusado de tráfico de armas, corrupção e fuga ao fisco, fazia alusão à "necessidade urgente" de armamento da parte do regime angolano que, na altura, estaria "a perder a guerra" contra a guerrilha da UNITA.
Porém, quando foi instado pelo juiz-presidente a explicar-se sobre uma sua viagem a Moscovo e à natureza do armamento comprado por Luanda, Falcone invocou a sua qualidade de "mandatário oficial" de Angola para efectuar o negócio e, em nome do princípio do "segredo-defesa", recusou responder.
O Estado angolano continua a contestar o julgamento, que prossegue hoje, e cujas audiências deverão durar até Março do próximo ano. De acordo com o seu advogado, o francês Francis Teitgen, Angola poderá apresentar um processo contra a França num tribunal internacional por "violação da sua soberania".
A acusação garante ter em sua posse extractos de contas bancárias, transferências e correspondência sigilosa que implicam o Presidente Eduardo dos Santos no escândalo.
- 13:47, terça-feira, 14 de Out de 2008, Daniel Ribeiro, correspondente do 'Expresso' em Paris.

  • Em Angola, poucos reagem à reabertura do escândalo Angolagate... 1 - Aqui!