12/15/07

PEMBA e os festivais...

Maputo, Sábado, 15 de Dezembro de 2007:: Notícias - Segundo o Pedro Nacuo: Tivemos o Festival Wimbe, no fim de semana passado, considerado pela crítica local como o movimento cultural que reuniu mais gente ao mesmo tempo, desde que a cidade de Pemba passou a ter esses encontros para “curtir” a sua beleza natural, o sabor da sua cultura gastronómica e a delícia que significa ser rodeado, acenado ou cumprimentado por quem é da terceira maior baía do mundo, a lutar para o ingresso ao clube das belas baías a nível planetário.
Não interessa a forma como vem o cumprimento, a saudação dos pembenses, lá eles têm diferentes, mas sempre com o cunho de aceitação.
Elas e eles até lhes fica fácil chamarem ao hóspede por TIO.
Ficas de repente tio e tratado até ao requinte pela hospitalidade de uma terra que não detesta estranhos e pelo contrário estes se cansam de serem servidos de muitos sorrisos, propostas de gente sempre disponível, menos para abusos!
E havia muitos tios em Pemba no fim-de-semana passado.
Não parecia que houvesse alguma alteração das datas que, provavelmente, pudesse desmotivar os hóspedes da cidade que desde Outubro não se mostra fácil o alojamento, pois, como se sabe, as reservas em Pemba são feitas no fim do ano para o seguinte.
Vivemos em Pemba com os donos dos hotéis em diferentes pontos do mundo.
Cada quarto tem o seu dono a viver algures num dos quatro cantos do mundo e que se fará presente quando o ano estiver no fim e a começar o outro.
Foram pagos há um ano atrás!
Por isso, ninguém discorda com aquelas iniciativas que, semeadas aqui e acolá, vão multiplicando mais casas de hospedagem ao longo dos bairros da cidade, sendo de destacar a nova hospedaria ali, frente à aldeia SOS.
Que mais ideias inovadoras venham, antes que Pemba se torne num martírio por falta de casas que substituam aquelas, como o Hotel Cabo Delgado, que de tanto degradado, já não se sabe se tem dono ou não.
E o festival realizou-se.
Sabemos ter sido furado o orçamento inicial da organização, porque a engenharia financeira viu-se desqualificada perante uma surpresa que foi a adesão ao evento.
Sabemos que há murmúrios, e não haveria?
Principalmente por os nossos “conterrâneos” Macondekos não terem actuado.
Os tanzanianos foram vítimas da sua inexperiência nessas andanças e foram legalmente “comidos” a nível contratual ao que juntaram a sua desorganização como grupo e o facto de terem confundido a sua presença em Cabo Delgado com uma passeata à sua terra.
Qual quê?
Ainda não acreditam que são estrangeiros, iguais aos outros que vinham dos seus países, devidamente organizados.
Nessas coisas têm razão os MASSUKOS, que ninguém ousa convidá-los sem ter-se preparado bem e tudo deixado claro em papéis limpos.
Não interessa que sejam chamados o conjunto mais caro de Moçambique, que por mais que haja concertos de muita robustez, ninguém, de noite para dia consegue trazer a um espectáculo, apenas para figurar.
De abusos estão cansados, preferem estar no seu cantinho, o grande Niassa, ao invés de se deixarem estar no “pingue-pongue” de cada vez que há um espectáculo.
Eles vão fazendo aquilo que é apenas, infelizmente, valorizado além-fronteiras.
Eles estão a “curtir” a importância que conquistaram, com o seu trabalho e sem favores de quem quer que fosse.
Ora, no mesmo dia em que o Festival Wimbe via o seu pano cair, realizava-se a reunião para a organização do festival turístico-cultural, ainda neste mês, de 27 de Dezembro a 3 de Janeiro.
Aquele estava sob a égide do governo provincial, através da sua direcção do Turismo e este é da responsabilidade do município.
Também se quer de arromba!
E se o festival Tambu Tambulani Tambu não tivesse sido adiado este ano, devido a grandes trabalhos relacionados com a construção do centro cultural daquela agremiação, teríamos, na verdade, ainda nesta temporada, como pode acontecer certamente nos outros anos, três festivais.
Na mesma cidade!
Porquê não juntá-los ou quem disse que são demais?
Enquanto não há respostas definitivas, Pemba fica a cidade dos festivais.
.
P.S. - Mas não é de uma cidade turística, uma porta de entrada nacional, a casa de banho da sala de embarque do aeroporto de Pemba.
Na terça-feira era uma verdadeira latrina, ainda assim, muito mal tratada.
Um moçambicano que parecia algum responsável nacional, não aguentou e foi chamar alguém do aeroporto para manifestar a sua tristeza e vergonha, perante aqueles passageiros que vinham de muitos pontos do mundo, via Nairobi e Dar-es-Salaam.
O (ir)responsável daquilo é, sim senhor, contra todos os esforços para pôr Pemba no lugar que augura.

  • Pemba - Festival do Wimbe... - aqui.

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