Inicia-se hoje a recolha de cerca de 118 toneladas de pesticidas obsoletos identificados nas províncias da Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
Trata-se da segunda fase de um projecto que já permitiu a identificação, remoção e armazenamento de um total de 227 toneladas daquelas substâncias perigosas ao nível das regiões centro e sul do país.
De acordo com Samson Cuamba, coordenador do projecto, depois de concluída esta etapa, em Março de 2007, o Governo moçambicano tem projectada a realização de uma conferência internacional de doadores com vista à mobilização dos fundos necessários para a reexportação dos pesticidas.
Tomando como base os dados do inventário realizado na primeira fase do projecto, Samson Cuamba disse que na província de Nampula serão removidas 78 toneladas de pesticidas obsoletos, sete toneladas em Cabo Delgado, dezasseis no Niassa e dezassete na província da Zambézia.
Na prática, segundo a nossa fonte, estes números podem vir a variar considerando que parte dos pesticidas pode ter sido usado desde a altura em que se fez o inventário a esta parte.
Tal como aconteceu nas região sul, onde os pesticidas recolhidos foram acondicionados num armazém central no disrito de Boane, e na zona centro num armazém localizado na cidade da Beira, no norte os gestores do projecto escolheram os armazéns do Instituto de Investigação Agronómica, em Nampula, para conservar os pesticidas a serem recolhidos nas restantes três províncias.
Para a escolha de Nampula, segundo Samson, concorreu o facto de ser a região com a maior quantidade de pesticidas identificados, além de oferecer melhores condições para o posterior escoamento, nomeadamente através do Porto de Nacala.
Considerando que a existência de grandes quantidades de pesticidas representa um risco, Samson Cuamba disse que a estratégia adoptada para a região norte é iniciar a recolha na província de Nampula, numa acção que deverá decorrer em simultâneo na província da Zambézia.
"Vamos começar a recolha na 2ª feira na cidade de Nampula. Depois iremos sucessivamente a Nacala, Namialo, Eráti, Malema, Rapale, Ribauè e Mogovolas. Só depois é que vamos arrancar para a província do Niassa e, por fim para Cabo Delgado. Apesar de fazer parte da região centro incluimos a Zambézia nesta etapa para evitar transportar os pesticidas até à cidade da Beira, sujeitos a atravessar o rio Zambeze. Por outro lado, ainda não foi coberta a província de Manica pelo que, depois de terminarmos o trabalho em Cabo Delgado, vamos avançar para Manica para concluirmos o trabalho de recolha", explica Samson Cuamba.
A operação de recolha e armazenamento de pesticidas na zona Sul foi concluída em Agosto de 2006 enquanto que na zona centro o trabalho se prolongou até finais de Setembro.
Espera-se que na zona norte a operação dure até Março de 2007 considerando as dificuldades que se esperam pelo facto de estarmos a entrar para a época chuvosa, o que vai influenciar negativamente o estado das rodovias, além de que são longas as distâncias entre os pontos onde os pesticidas serão recolhidos e o armazém central onde serão acondicionados.
Orçado em cerca de 1,5 milhão de dólares americanos financiados pelo Japão, o projecto de recolha de pesticidas obsoletos tem assistência técnica da FAO, estando o Governo representado pelos Ministérios da Agricultura e da Coordenação da Acção Ambiental (MICOA).
Maputo, Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006:: Notícias
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