CAMINHO PERDIDO
Se as noites envelhecessem,
se os meus olhos cegassem,
se os fantasmas dançassem
em blocos de neve para que me ensinassem o caminho
por onde eu caminhei.
A cidade sem porta, as ruas brancas de
minha infância que não voltam mais.
Se minha mãe se abruma,
se o mar geme,
se os mortos não voltam mais,
se as matas silenciosas
não recebem visitas,
se as folhas caem,
se os navios param,
se o vento norte
apagou a lanterna,
eu tinha nas minhas mãos somente sonhos.
eu tinha nas minhas mãos somente sonhos!
- Manoel Caixa D'Água.
O poeta Manoel José de Lima, mais conhecido como Caixa D’Água, faleceu com 72 anos aos 27 de Março de 2006 em João Pessoa, Paraíba - Brasil.
Caixa D’Água, ao longo de sua vida lançou 12 livros, alguns de poesia e outros contando suas histórias desde o período da infância até a idade adulta na cidade de João Pessoa.
Adorava caminhar pelas ruas da cidade que tanto amava, sempre vestindo um terno branco.
Dizem ter sido o último boêmio da Paraíba.
O poeta gostava de viver a noite intensamente e dormir durante toda a manhã.
Caixa D'Água também era tido pelo cantor e compositor baiano Gilberto Gil como uma das melhores referências da Paraíba. E, todas as vezes que cantava em João Pessoa e Campina Grande, fazia reverências ao poeta.
- Fonte: Lista Essas Coisas (Carlos Aranha).
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