O caso do italiano Cesare Battisti, preso no Brasil, considerado por uns "perseguido político", por outros um mero e frio assassino condenado na Itália à prisão perpétua, que se acoberta no status de refugiado político para escapar de suas responsabilidades de criminoso comum e usufruir de "benesses" diferenciadas(?) para "criminosos políticos" (até parece que a política justifica o crime?), e que obteve abrigo político e permissão para fica no Brasil por parte do Ministro da Justiça local, está a gerar a "maior confusão" nas relações diplomáticas entre os dois países.
Embora não pareça, o caso continua complicado e "notícia", entre "pressões", "críticas", "justificativas" de um lado e do outro. Tanto que até uma visita que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, faria ao Brasil, prevista para o fim de fevereiro, está cancelada segundo leio na BandNews.
Entretanto e porque existem dúvidas quanto à imparcialidade/isenção política do sr. ministro e do governo brasileiro neste caso do italiano Cesare Battisti, relembra o Estadão (São Paulo) de hoje, através de uma entrevista, acontecimento ainda recente envolvendo atleta cubano, "cansado" do regime comunista vigente na ilha do sr. Fidel Castro, que tentou ficar e viver no Brasil, o que lhe foi recusado.
Nessa época comentou-se e criticou-se até a rapidez com que o poder político brasileiro, atento às boas relações que mantém com o sr. Fidel Castro, resolveu a questão e remeteu o atleta cubano de volta à sua ilha de origem. O que não está sendo levado em atenção no caso do país Itália.
Transcrevo a entrevista publicada hoje:
""Sexta-Feira, 30 de Janeiro de 2009 - Pugilista cubano diz que queria refúgio no Brasil - O pugilista cubano Erislandy Lara afirma que gostaria de ter recebido o status de refugiado no Brasil. Hoje, vive como exilado em Miami, onde é boxeador profissional.
"Pedi asilo à polícia no Brasil e não me foi dada a oportunidade", afirmou Lara, em entrevista ao Estado.
Em 2007, o pugilista cubano tentou escapar da delegação de seu país nos Jogos Pan-americanos do Rio. Mas foi detido alguns dias depois e devolvido ao governo de Cuba, após ser encontrado pela Polícia Federal.
Na época, o governo garantiu que Lara não tinha pedido para ficar.
O então presidente Fidel Castro prometeu que o perdoaria. Mas Lara nunca mais voltou a lutar em seu país e sequer foi selecionado para os Jogos Olímpicos de Pequim.
Insatisfeito, ele voltou a tentar escapar de Cuba.
No ano passado, saiu de lancha no meio da noite de Cuba e chegou até o México. De lá, foi para a Alemanha.
Agentes de boxe conseguiram documentos necessários para que ele pedisse residência permanente na Alemanha. No fim do ano passado, seus agentes optaram por levá-lo aos Estados Unidos, onde obteve status de refugiado.
Lara admite que nunca ouviu falar do caso do italiano Cesare Battisti. Mas diz que achou "estranho" não ter recebido o mesmo tratamento.
"Não conheço esse caso, mas eu não estava fazendo nada de errado. Mesmo assim, não me aceitaram no Brasil", afirmou.
Sem esconder a contrariedade com comentários de que age com dois pesos e duas medidas, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que, em 2007, recebeu "fortes protestos" da embaixada de Cuba no Brasil, por ter concedido refúgio político a outros dois outros atletas cubanos - um jogador de handebol e outro ciclista. Além deles, Tarso citou três músicos do conjunto Los Galanes.
"Quem pediu para ficar no Brasil ficou", afirmou, repetindo que Lara e o também pugilista Guillermo Rigondeaux não solicitaram refúgio. "Obviamente que eles não pediram refúgio e isso está mais do que provado, pois tudo foi acompanhado pelo Ministério Público e pela OAB", insistiu Tarso.
"Ocorre que se martelou tanto uma inverdade que, aparentemente, ela se transformou em verdade."
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