Embora essa vergonhosa atitude, própria de extremista complexado e repleto de ódio racial não seja novidade para o mundo, transcrevo porque penalizou injustamente vidas e o futuro de milhares de moçambicanos de todas as cores e origens e um País chamado Moçambique, que ainda hoje se ressentem económica e socialmente dessa verdadeira, insana e irresponsável loucura.
Afinal quem não lembra, naquela época tremenda de 74/75, os aeroportos moçambicanos repletos de famílias luso-moçambicanas que, assustadas e ameaçadas a cada discurso demagogo e populista desse senhor, abandonavam todos os seus bens fruto de muito trabalho e suor e buscavam lugar e abrigo nos aviões de volta a Portugal?
- As revelações são de Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”.
Maputo (Canal de Moçambique) - Diplomatas soviéticos que deram início às relações diplomáticas entre URSS e Moçambique criticam a política de Samora Machel face à população portuguesa branca, sublinhando que, nesta área, o Presidente moçambicano se comportou de forma semelhante ao ditador soviético, José Estaline.
“De forma dura, como Estaline, Samora Machel tratou os portugueses que viviam em Moçambique. Muitos deles receberam com entusiasmo os combatentes pela independência quando entraram em Lourenço Marques e estavam prontos a cooperar de todas as formas com a FRELIMO”, escreve Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”, a que a LUSA teve acesso. “Não obstante, também aqui se revelou o extremismo de Samora Machel. Ele apresentou condições tais de cidadania e residência aos portugueses em Moçambique que eles foram obrigados, na sua esmagadora maioria, a abandonar o país... Com a fuga dos portugueses, a economia de Moçambique entrou em declínio”.
Piotr Evsiukov recorda que Machel era um convicto admirador de José Estaline. “Samora Machel falou- me várias vezes do seu apego e respeito por José Estaline.
Durante a visita oficial de uma delegação de Moçambique à URSS, Samora Machel terminou a viagem na Geórgia. Depois das conversações com Eduard Chevarnadzé, Sérgio Vieira, membro da direcção da FRELIMO, veio ter comigo e pediu-me, em nome do Presidente, para arranjar um retrato de Estaline. Claro que os camaradas georgianos satisfizeram o pedido com agrado”, escreve Evsiukov.
Arkadi Glukhov, diplomata soviético que chegou antes de Evsiukov para abrir a embaixada da URSS em Lourenço Marques, escreve: “Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Lisboa, tendo perante si os exemplos da queda dos impérios coloniais da Inglaterra e França, enveredou pela via da reforma intensa do seu sistema colonial, nomeadamente no campo das relações entre raças, da política social e cultural. Tudo isso foi levado à de ‘assimilação’, cujos rastos sentimos com evidência quando chegámos a Moçambique”. “Porém”, continua o diplomata soviético, “esses rastos começaram a desaparecer rapidamente, principalmente depois da entrada na cidade (Lourenço Marques) das unidades militares de medidas e de todo o tipo de limitações (frequentemente inventadas) contra a população portuguesa, não obstante, em geral, ela ser leal e estar pronta a cooperar com os novos poderes”.
Segundo Glukhov, “no fim de contas, isso levou à partida em massa dos portugueses do país, o que se reflectiu de forma grave na sua vida económica e aumentou a tensão nas relações entre raças”.
Segundo os diplomatas soviéticos, a política de Samora Machel provocou atritos com Joaquim Chissano, primeiro-ministro moçambicano, que defendia o diálogo com a população branca.
Evsiukov escreve que Machel reconheceu o seu erro e, “ao aconselhar Robert Mugabe, seu amigo e pretendente ao cargo de Presidente do Zimbabué, disse-lhe para não expulsar os rodesianos brancos da antiga Rodésia do Sul”.
- Canal de Moçambique, José Milhazes/In Lusa, 30/04/2009 06:22:00.
- Canal de Moçambique, José Milhazes/In Lusa, 30/04/2009 06:22:00.
É preciso chamar os bois pelos nomes. Samora Machel não foi nenhum menino de coro, mas um comunista ferrenho e um racista ainda maior. Não foi por ele que veio algo de bom ao povo Moçambicano.
ResponderEliminarPor causa dele e outros quejandos morreu Lázaro Kavandame e muitos outros Moçambicanos ingloriamente assassinados.
Somente quem não conhecia a Frelimo podia ter alguma esperança.
Paz à sua alma e que todos venham a aprender com os ensinamentos da história.
Um grande abraço
António Ventura