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5/18/07

TEMPLOS E ESPAÇOS SAGRADOS DAS ILHAS DE QUERIMBA - Parte 2.

-->Continuação

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Autor - Carlos Lopes Bento.
Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento aqui:
http://br.geocities.com/quirimbaspemba/

MEMÓRIAS DAS ILHAS DE QUERIMBA.TEMPLOS E ESPAÇOS SAGRADOS DAS ILHAS DE QUERIMBA.
ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO.
2- CEMITÉRIOS
Começarei pelos locais de enterramento dos moradores cristãos.
Como já foi salientado um pouco atrás, entre 1796 e 1798 foram feitos vários enterramentos, na Capela do Ibo, debaixo do coro, junto aos bancos, de acordo com o status social.
Para acabar com os danos que tal prática acarretava para a saúde pública, a Carta régia de 14/1/1801[1] proibia o enterramento de cadáveres em templos e igrejas, logo que, para o efeito, fossem construídos cemitérios. Em cumprimento desta disposição real mandava-se levantar um cemitério na ilha do Ibo.
O Governador das Ilhas[2] achava a providência de grande utilidade para as Ilhas em virtude dos templos existentes serem pequenos e existirem apenas dois onde se costumava fazer enterramentos(Quirimba e Ibo). De modo a obviar este inconveniente e cumprir aquela disposição legal, propunha a construção de dois cemitérios, um no Ibo e outro na Quirimba, em pedra e cal e não de madeira, material que exigia reparações anuais e permitia a entrada de animais nocturnos. Perguntava, ao mesmo tempo, quem suportaria as despesas com os materiais, que seriam de elevados montantes.
A resposta do Capitão General[3] era negativa ao determinar que os cemitérios deveriam fazer-se de madeira, o mais rapidamente possível e de maneira a evitar a entrada neles de animais. Por se tratar uma obra de interesse e benefício públicos caberia aos moradores contribuir com materiais e mão-de-obra escrava, uma vez que não haver cabimento para despesas extraordinárias.
Solicitava, ainda, aquela autoridade o envio de dados estatísticos anuais sobre o número de católicos que morriam e se enterravam nas igrejas e se havia probabilidades de aumentar o número de cadáveres de modo a poder "infeccionar os ares e causar epidemias, como acontece nas cidades populosas".
Desconhece-se se tais obras foram ou não concretizadas. Mas a construção de um pequeno cemitério, em 1846, junto à igreja do Ibo, dedicada a São João, pode levar a concluir pela negativa.
Os enterramentos tiveram lugar, primeiro, no interior da capela, depois na igreja e, posteriormente, naquele pequeno cemitério, ainda existente em 1974.
No último quartel do século XIX, mais precisamente em 1889, foi erigido o cemitério de Munawa para cristãos e não cristãos e na sua capela foi benzida em 1892 a imagem do Santo Africano Benedito, protector da gente escravizada.


Fig. XII- Cemitério de Munawa com a sua capela.
Crédito: Carlos Bento. 1972 e 1970.


Fig. XIII- São Benedito
Crédito Carlos Bento. 1970

São Benedito, descendente de escravos provenientes da Etiópia, nasceu em Itália, em 1562 e foi um grande defensor dos oprimidos e escravizados. É um Santo muito querido e popular no Brasil, entre as populações mais desfavorecidas.
A imagem deste Santo, toda pintada de preto, que foi benzida em 20 de Janeiro de 1892, encontrava-se na Capela do Cemitério de Munawa.
Em 1971, para a resguardar de cobiças alheias, foi depositada na Câmara Municipal do Ibo.
No interior do cemitério do Ibo encontravam-se belos jazigos e pedras tumulares, sinal de uma sociedade social e economicamente favorecida.(Fig. XII e XIV)

Fig.- XIV- Jazigo familiar
Crédito: Carlos Lopes Bento. 1970.

No exterior deste cemitério encontramos algumas campas, uma delas com dizeres em escrita oriental, que se julga com datas anteriores a 1889, onde teria havido um cemitério, vedado a madeira, que o tempo consumiu.

Fig. XV. Campas antigas
Crédito: Carlos Bento, 1970.


Fig.- XVI- Uma das campas mais antigas
Crédito: Carlos Bento. 1970
Para além deste cemitério público, e não muito longe dele, encontramos na Ilha do Ibo quatro pequenos cemitérios de família, construídos, no último quartel de século XIX.

Fig. XVII- Cemitério de família com lápide de mármore(Fig. XVIII). 1970
Crédito: Carlos Bento

Fig. XVIII. Lápide. 1970
Crédito: Carlos Bento


Fig. XIX- Cemitério de família 2. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XX- Lápide. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XXI- Cemitério de família 3. 1970
Crédito de Carlos Bento

Fig. XXII- Cemitério de família 4. 1970
Crédito de Carlos Bento
Para além dos cemitérios cristãos, existiam, ainda, na ilha do Ibo dois cemitérios maometanos e um crematório hindu, dos quais apresentamos imagens.

Fig. XXIII- Cemitério maometano destinado à população rururbana. 1970
Crédito de Carlos Bento

Fig. XXIV- Cemitério maometano destinado aos comerciantes da Vila. 1970
Crédito de Carlos Bento


Fig. XXV- Crematório hindu. 1970
Crédito de Carlos Bento
Numa 3ª parte serão abordados alguns dos problemas levantados à missionação das populações das Ilhas de Cabo Delgado.
Pesquisa e texto de: Carlos Lopes Bento, antropólogo e prof. universitário.
(CONTINUA)
[1]- Idem, Doc. Av. Moç., Cx. 92, Doc. 81 e Códice 1478, fls. 175v a 176v, Carta de 23/2/1802, do Cap. Gen. para o Cap. das Ilhas.
[2]- Idem, Códice 1478, fls. 176v, Carta nº 299, de 23/3/1802, do Cap. das Ilhas para o Cap. Gen..
[3]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 93, Doc. 46 e Códice 1478, fls. 178, Carta de 21/5/1802.

Quem é Carlos Lopes Bento
Carlos Lopes Bento, nasceu em 1933, na aldeia de Mouriscas/Abrantes/Ribatejo/Portugal.
FORMAÇÃO ACADÉMICA
- 4ª classe na Escola Primária de Mouriscas.
- 2º.ano e 5º ano liceais no Colégio Infante de Sagres, em Mouriscas.
- 7º.ano liceal no Instituto de Santo António, em Castelo Branco.
- Doutorado em Ciências Sociais, Especialidade História dos Factos Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa.
- Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto.
- Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA
Viveu em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até l974, onde desempenhou funções na Administração Civil, como Administrador de Concelho e Presidente de Câmara, e realizou pesquisa documental e trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Pemba(Porto Amélia).
Antropólogo, Professor Universitário e Investigador em vários projectos de natureza sócio-politíca e de desenvolvimento em Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, " A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- AspectosHumanos", comparticipado pela JNICT. Nos últimos anos coordenou o Projecto de I&D «A cozinha Tradicional na área do Pinhal Interior e do Vale do Tejo, num Processo de Mudança – Estudo Exploratório(meados do século xx).
Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de presidência, nas secções de Etnografia, Antropologia e História e, actualmente, faz parte dos seus Órgãos Directivos, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.
Participação em muitas dezenas de eventos científicos- congressos, seminários, mesas redondas, ...- ligados a temáticas da sua especialidade.
ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE
Actualmente, interessa-se pela Antropologia Africana-ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura-, e no domínio da Antropologia Portuguesa pela cultura alimentar tradicional e pelos problemas relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras.
PUBLICAÇÕES
Entre a múltipla colaboração dispersa por livros e publicações periódicas, realçam-se os seguintes artigos publicados ou em prelo:
- A Póvoa do Varzim e o seu Passado - A sua Comunidade de Pesca no Limiar do Séc. XX (1978);
- Pescadores e Artes de Pesca - Aspectos da Actividade Piscatória nos rios de Lisboa e de Setúbal (1978 e 1979);
- Achegas para o Estudo da Economia Alimentar em Portugal (1979);
- Problemas Eco-Sociais e a Reconversão da Pesca Artesanal ( 1980);
- Práticas costumeiras dos Wamwani do Ibo. A cerimónia da akika ( 1981);
- O Trabalho de Campo na Antropologia e o Desenvolvimento (1982);
- Problemas dos Países em Transição - Algumas considerações sobre a posse e a exploração na terra da Madeira e suas implicações (1982);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado(1984);
- A Historiografia e a Antropologia em África (1984):T;
- A Cozinha dos Wamwani das Ilhas de Querimba / Moçambique (1984);
- Moinhos e Azenhas em Mouriscas (1985);
- O casamento (arusi) entre Wamwani das Ilhas Querimba - A escolha da noiva e o pedido do casamento ( 1985);
- As Potencialidades das Fontes Históricas na Pesquisa Antropológica (1986);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado. Breves Considerações Finais (1986);
- A Pesca do rio Tejo. Os Avieiros: Que Padrões de Cultura? Que Factores de Mudança Sócio-Cultural? Que Futuro? (1987);
- O Desenvolvimento das Pescas nas Costas do Algarve - Achegas para o Estudo do seu Passado.-Ambiente, Tecnologia e Qualidade de Vida (1988);
- A Posição Geo-Política e Estratégica das Ilhas de Querimba. As Fortificações de Alguns dos seus Portos de Escala (1989);
- La Femme Mwani e la Famille. Étude Quantitatif des Quelques Comportements des Femmas de l’île d’Ibo (1990);
- As Companhas de Ceifeiros Ribatejanos no Alto Alentejo - Uma Forma de Organização Social Extinta(1991);
- O 1º Pré-censo de Moçambique - A Relação Geral de População de 1798 das Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado (1991);
- Uma Experiência de Desenvolvimento Comunitário na Ilha do Ibo/Moçambique entre 1969 e 1972 (1992);
- Os Prazos da Coroa nas Ilhas de Querimba e a sua Importância na Consolidação do Domínio Colonial Português (1997);
- Ambiente, Cultura e Navegação nas Ilhas de Querimba: Embarcações, Marinheiros e Artes de Navegar (1998);
- A Administração Colonial Portuguesa em Moçambique - Um Comando Militar em Mogincual, entre 1886 e 1921 (1999);
- Situação Colonial nas Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado - Senhorios, Mercadores e Escravos (Resumo da Tese de doutoramento) (2000);
- Contactos de Cultura Pós-Gâmica na Costa Oriental de África. O Estudo de um Caso Concreto(2000);
- Quem Defende os Interesses dos Pequenos Agricultores do Alto Ribatejo?(2001);
- A Ilha do Ibo: Gentes e Culturas-Ritos de Passagem (2001);
- Mouriscas: Terra Pobre, Gente Nobre (2002);
- A Antropologia da Alimentação em Portugal. - Um estudo concreto (2003);
- A Cozinha Tradicional na Área do Pinhal e o Desenvolvimento Regional - O Maranho como Prato Emblemático num Processo de Mudança (2003);
- A possessão em Moçambique - O Curandeiro N´kanga entre os Wamwuani do Ibo (1969 -74)(2003);
- As Ilhas de Querimba em Imagens (2004);
- A Antoponímia de Mouriscas, entre 1860 e 1910 (2005).

12/13/12

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO NO 1º QUARTEL DO SÉCULO XX

BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO, NO 1º. QUARTEL DO SÉCULO XX 
ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO E PARA A HISTÓRIA DA MÚSICA EM CABO DELGADO E EM MOÇAMBIQUE
Por Carlos Lopes Bento (Dr.) 
© Carlos Lopes Bento / ForEver PEMBA 2012 Dezembro de 2012

A vila do Ibo, capital política, económica e cultural de Cabo Delgado, durante mais de 200 anos, com uma intensa vida social, foi uma das vilas mais famosas e relevantes de Moçambique. Teve Jornais (O Nyassa e o Echo do Nyassa), um Teatro (Almeida Garret), Consulados…, dois clubes recreativos (Club 5 d’Outubro e Clube Recreativo Iboense),  duas bandas musicais e uma escola de música.

Nestas breves notas disponibilizo e partilho alguns dados sobre estas duas bandas filarmónicas, com nomes dos executantes e suas especialidades, que me foram testemunhados pelo ilustre morador Honorato Figueiredo, que constam das minhas fichas de trabalho de campo:

""""""
A PRIMEIRA, BANDA IBOENSE
Foi fundada em 1904, pelo Delegado Procurador da República, Dr. Eduardo Barbosa e era constituída por 25 elementos:

Dr. Eduardo Barbosa, maestro e instrutor
Adolfo de Morais, cornetim
Agostinho Jordão Soares, trompete.
Agostinho Resende, pratos
António Soares, trompete
Arsénio A. Macedo, (Empregado da Comp. do Nyassa), cornetim
Catarino de Morais, trombone
Constantino Dulba, barítono
Dante Andriolo (italiano), cornetim
Ernesto Fernandes da Silva, ?????
Francisco de Sousa, bombo
Gouveia de Figueiredo, ?????
Isodoro  (Alferes), ?????
João Maria Rebocho, caixa
João Soares Vilela, trompete
João Soares, trompa
Joaquim Teixeira Gomes, contrabaixo
José Hubber, flautim
José Maria Dias, (Empregado da Comp. do Nyassa), barítono
Luís Teixeira Gomes, cornetim
Manuel Alves Gomes, (Empregado da Comp. do Nyassa),????? 
Miguel de Oliveira, contrabaixo
Rudolfo Hubber, trompete

SEGUNDA BANDA
Esta teria sido fundada em 1915, sendo constituída pelos seguintes elementos:

Maestro... Góis 
Amorim, func., advogado
Abel Barreira Diogo
Abílio de Sousa
Arsénio A Macedo, instrutor e músico
Artur do Rosário
Carlos da Silva
Domingos Baptista Aguiar
Emílio Pereira
Francisco Luís Tramier
Isménio de Sousa
João Soares
José de Sousa.
Liberato António Dias
Luís António Dias
Pantaleão Macedo
Raul Gonzaga

Estas bandas tiveram sempre dificuldades em contratar professores de música.

Existiu grande rivalidade entre as duas bandas e a primeira já não existia em 1928 e a segunda em 1924.

Testemunho de Honorato de Figueiredo, que, de 1915 a 1920 fez parte dos corpos sociais da segunda banda. """"""

Algumas notícias publicadas no jornal quinzenário Eco do Nyassa, editado  na Vila do Ibo, que nos ajudam a conhecer, mais pormenorizadamente, a temática abordada.

Aqui deixo estas breves notas que, que por inéditas, irão surpreender muitos Filhos do Ibo.

Tenho esperanças que a Vila do Ibo volte a ser, em breve, uma urbe com uma vida sociocultural intensa.
- Carlos Lopes Bento, Portugal, Dezembro de 2012

  • Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue 
  • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google

Mais sobre "BANDAS FILARMÓNICAS EXISTENTES, NA VILA DO IBO, NO 1º. QUARTEL DO SÉCULO XX": 
Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Dezembro de 2012. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

12/01/05

MEMÓRIAS DAS ILHAS DE QUERIMBA...VI


Continuação daqui.

Referiremos, apenas, os versos que consideramos mais representativos e pertinentes para os objectivos do presente número:

EM KIMWANI:

VII
Senhor Governador epa rero catijira
Senhor Governador weto tijiwe cunssequera
Waca na walume pia tijiwe cunfuraira
Na wajire nawo wonse pia walawire nawo cunjira.

XVI
n'cate ya miaka mitano ipitire Wibo ykikuawa
na malundi
Tena ina nuro na kunuinra sana ata we raide
Halauwire nida akija akusaly akaide na akija
n'hene rero acuita cidade

XXVIII
Ofue tichukuro pakulo Governador weto
Kutikopecha n'zuruco kuandala nanhumba yeto
Alhamdulilai rabil halamina tichukuro ka buana
ieto tizidy
Kua naye sana hei Governo ieto.

XXIX
Governo weto atipenda kuelikuele kua
Aquitopoecha n'zuruco quila muno viassaka
Tiwandala manhumba ieto
Inquigua ince ilamuka, siwere kutenda
N'zungu admnistrador weto nanga zaribika.

XXX
Namuna iatipendire Governo ofue kussema atijiwa
Kapareka n'zuruko kawona, kamine Wibo
namuna yambyriwa
Yquiwa inte ya ybo piafua tikopechiwa
tiwandarira manhumba ieto mema awonia.

XXXI
Ofue tissema quinane wema watendire
Senhor administrador Bento
Senhor Governador atissemaia n'de matoto
Wibo aiwere na barabara yla n'jira basse noto noto
Para kuenanda n'ssana na masso ufungure
Ucopa kukuakula m'paca wenende patoto patoto.

XXXII
N'nhumba na barabara na luz pia ziwapo
Samby atijuze kurire neve pya aviquiwapo?
Senhor Governador tiwonere utungw wtitimizire
na ponte neio iwepo
Tipate magibo caribo nanga senhor administrador
Bento aripo.

XXXIII
Senhor administrador Bento katandessa vingue
Nhanhumba akulawa alamuka mengue
Governo aquimpa orde atendessa quino aifika
siko n'hingue
Nhanhumba mihã nato essire atiwalenga.

XXXIV
Sikuandariwa basse na n'hingue tijenguessa
Nhumba mihã nato nezo pya zissa
Tasse zibakire sazinamba kuikissiwa
Ezipa zissa pia nezo zankwikakarywa.

XXXV
Ziwapo zirykwimissywa samby na mawe
Cujlokotywa
Na n'hingue zimissywa na mite na utope
cupatiwa
Falá pyavy juhudi za Administrador weto noto
ari culaviwaiwo.

XXXVI
Fala quiniaruma za senhor administrador weto
N'de aquitafite chikuna, chiripo n'caiamueto
Aquititaia n'guvu yakutenda barabara pamoja
na n'nhumba zeto
Nacussema ka Governo tichiticuna n'caiamo
mweto.

XXXVII
Uwe Governador weto patissiquire camba
kuankuja
Atikukuriwala anta maramoja
Paticala ponce kukutajataja
Nofue tikiwa nahuzune n'ulo wepo kukaua kuja.

XXXVIII
Nihã na juhudy zeto pia tija cucuambira, na
viaticare naho admistrador weto
Pia wssiquira na viamandare cutenda
Pia cutitendera uwe Governador-Geral
Administrador na n'cauaque uwone camba
utassira.

XXXIX
Ofuepá tichanga na masso atikwanduala
Itichanguissa Wibo iweto atimona
Ativige aja camba akwa na wrwma nofwe sana
Nakutionera utungwe saca cuja cussigana.

XLI
Senhor Governador de Distrito Wibo
apenda sana sana
Na senhor administrador Carlos Bento
wacussiquizana
Estrada zitendiwa na luz pia zitawa
Eve muanavinuvi Wibo aviquidaniziriwa.

XLII
Cazi yatendyre sehor Adm. Weto atá
kussema atijiwa
Aquitenda camba preso wacwa
kafunguia
Cwa namuna yacazique walá apaná
ejiwa
Sivijy n'lunguw muanhewe conta quila
quino n'de ejima.

XLIII
Aquitenda 'nguvo paculo iakwajudary Wibo
Catiatia n'guvo pia catica wano
ya Ibo
Namuna yaquitenda kaze na macono iaque
Kussema aibo massikyne
Massiquine kutowa baraca Wibo.

XLIV
Administrador écare pakaia kustare
nhumba muake
Ie na n'cauake kila m'moja
aquicaziquira kuake
Juhwa na n-vula na machaca vikimuicira
muire muaque
Tango atiwene alá atissikire timona
noio iecaiaque.

XLV
Cuita banja na cuestudare senhor adm ei
estrada cutendiwa ianzina sya
dois de jan. na muaca waiaziwe 1970
Iwanwo miaca na miese sita na
suco kume nasaba.

XLVI
Massiquine, massiquine administrador weto
Issaca cuudira nhuma ei Wibo yeto?
Cajisse viaiquissaca culanda
inte zawenzeto
Tiwonerene damby umue
na senhor Governador weto.

XLVII
Na wanaweto ku escola wakizide
kwa m'mbere
Tilomba fadile na culebela ka kurira
senhor governador
Mafalume wakulo wazani mwone
mukkwmbukire
Kawamkussa senhor administrador
manhumba mengue abaquire atimarize.

LVIII
Wibo wemawaque kwassema atissa
Apikire kwa miaca mine cuja sambe
acua inhénhe cabissa
Catajudare senhor Administrador na cufurahica
Senhor Adm.Carlos Bento wema aumuissa.

LXI
Caciquine Wibo ieto ikissaka kwa viema sana
Senhor Adm. Catitaira luz
Nofué timpa mazina awakulungwa wakiwapo
baida muinti mueto wenhe nchima
Na catitaira pia kwakila barabara
nhipia apita once afioma.

LXII
Uwe Governador nculo weto wano wako
tissikire
Iacutissikira basse na utungutihonere
Senhor adm. wako tukulebela utassire
Nenza manhumba yanzire kujenga
noio atimarizire.

LXIII
Umue uafalume uakulo mure mabare ieto
Mutissuamihe chaticossa nde
curira cueto
Tafadale, tafadale ofue wajinga atina dereto
missintikine muno qauidiquica arira chaputo.

LXIV
Tafadali aje senhor admnistrador ua
uruma na moio muema sana
Aquija sana uruma Wibo aitafitiwa tena
Wazungw wengue, uaja na kuona wa
quiona
Fala ehio nakuja, Wibo yanza
kua sana.

LX
Nhenguine zanzire sambyzire
mapicho wawo
Umue mafalume uakulo n'de mussaca
kuijiua kuissa kuwao basse

Atina kacussema
Novi indi kuissa kuwao.

EM PORTUGUÊS:

VII
Senhor Governador- Geral hoje nos visitou
Se Governador- Geral para ti vão sorrisos
Mulheres e Homens agradecidos
Até a quem vos acompanha

XVI
Nos cinco anos do passado, a ilha do IBO
andava de gatas
Satisfeitos estamos até à presente data
Até a população agradece pelo novo cheiro
Dos antigos ausentes, chegando nesta data
chamarão como cidade

XXVIII
Aqui reunidos senhor Governador, agradecidos
estamos pelo empréstimo do dinheiro que nos tem dado para arranjo das nossas palhotas
Muito e muito obrigado, mais uma vez
agradecidos
Que continue a sua ajuda para o nosso bem-estar.

XXIX
Estimados somos pelo nosso Governo
Pelo empréstimo que nos dá conforme o nosso
desejo, para a construção das nossas antigas palhotas que se encontravam em ruínas
E que hoje se encontram em boa conservação.
Sem o muito interesse do nosso administrador nenhum de nós casa teríamos.

XXX
Conforme somos estimados pelo nosso Governo não sabemos até explicar
Tendo a máxima confiança pelo que ouvido
dos habitantes do Ibo, enviou-nos dinheiro
Todos nós fomos abonados, consertando as nossas
casas que hoje são admiradas.

XXXI
Não temos palavras para falar da bondade e do
trabalho que fez o nosso administrador Bento
Senhor Governador de tudo o que estamos a
explicar isto é pouco. A nossa Vila do Ibo nunca teve estradas a não ser caminhos apertados
Mesmo caminhando com os olhos abertos
Tínhamos medo de nos aleijar, só caminhando devagar.

XXXII
Casas, estradas e electricidade já temos
Não podemos chorar se tudo isto não existia?
Para benefício completo senhor Governador a
ponte necessitamos
Que nos dê uma breve resposta resposta antes da
saída do nosso administrador .

XXXIII
Muito fez na ilha o senhor administrador
As ruínas mais antigas da zona urbana algumas
já estão reconstruídas
Recebendo ordens do nosso Governo imediamente
Foram cumpridas
E não se contado com 300 casas já concluídas.

XXXIV
Não só reconstruídas como as que construímos
E as novas 300 palhotas já concluídas
Não incluindo as ainda em construção,
Aquelas são concluídas já habitadas.

XXXV
As novas que estão em construção, o material
está a a ser aprontado
E muitas de pau-a-pique estão sendo maticadas
Destas referidas palhotas do nosso actual
empréstimo, mas devido graças ao nosso
Administrador que nos deixará para sempre.

XXXVI
A grande bondade do nosso administrador
Sempre procurou saber o que se passa e o que
há dentro da nossa Ilha
Com todo o gosto e vontade fizémos estradas e
e nossas palhotas
Comunicado sempre foi o que se passa dentro
da Ilha.

XXXVII
A população do Ibo quando teve conhecimento
da sua vinda
Ansiosos estávamos à sua espera
Onde que estejamos não deixamos de citar o seu
nome
Pela sua demora e vinda estivémos sempre
preocupados.

XXXVIII
Aque unidos pedimos para que falamos da
forma como estamos com o nosso administrador
E de todas as ordens dadas, sempre por ele
são cumpridas
Pedimos ao Senhor G.Geral que nos deixe mais
Tempo o nosso administrador bem como a sua
esposa.

XXXIX
Tristes estamos neste momento e com os olhos
inflamados,
Tristeza essa por não sabermos quem
virá continuar com os melhoramentos do nosso
Ibo
Por não sabermos de que virá terá o mesmo
interesse e a mesma vontade connosco
E de ter muita pena e interesse daquilo que está em andamento

XLI
O nosso Governador de Distrito muito estima
o nosso Ibo
E com grande entendimento do nosso adm.
Carlos Bento
Estradas construídas e luzes eléctricas foram
montadas
Nunca o nosso Ibo teve essa esperança.

XLII
O grande esforço que fez o nosso Adm.
nem sabemos explicar
Trabalhou para o Ibo como se fosse um preso
E com a atrapalhação que ele tem
Ninguém sabe explicar
A não ser Deus Nosso Senhor que está a par de
tudo.

XLIII
Fez um grande esforço e interesse para o nosso
Ibo, tendo toda a população acompanhado tal
esforço
Trabalhava com as suas próprias mãos
Se tal contarmos é uma grande vergonha
Na inveja de alguns o Ibo nunca tem sorte.

XLIV
O senhor Administrador nunca esteve sossegado
na sua residência
A população inteira sempre recorria a ele e à
esposa
Com sol, chuva e sofrimento para ele era o pão de
cada dia
Ele é único porque nunca vimos nem ouvimos um
igual.

XLV
Pelos estudos das estradas organizou uma
banja em
2 de Janeiro de 1970
Quando principiou perfazendo até esta data
2 anos, 6 meses e 17 dias.

XLVI
Coitado, coitado do nosso administrador
O nosso Ibo voltará a atrasar?
Já que estava em andamento como
outras nossas terras vizinhas
Senhores Governadores tenham
Compaixão de nós.

XLVII
Nos estudos os nossos filhos andam
adiantados
Pedimos e choramos perante os senhores
Governadores
Como os maiores pensem e lembrem-se
de todos nós
Pedimos a estadia do nosso administrador para
a conclusão das nossas palhotas.

LVIII
Da beleza do Ibo não acabámos de informar
Quem passou há quatro anos atrás, chegando
hoje desconhece-o
Pela ajuda do nosso administrador Carlos Bento, a
bondade que nos deu far-nos-à renascer.

LXI
Em ritmo seguia a nossa Ilha do Ibo
O nosso Adm. montou-nos luz eléctrica
E pelas estradas que ele abriu demos
nomes dos nossos antepassados
E tendo colocado nas respectivas estradas os
Nomes para serem lidos por quem passar.

LXII
Oiça-nos senhor Governador-Geral
Não só nos oiça como tenha
compaixão de nós
Pedimos para que nos deixe com o nosso adm.
Para nós terminarmos as obras em
execução.

LXIII
Vós grandes autoridades em nossa frente, desculpai-nos pelos nossos choros
Nós aqui reunidos e incultos pedimos as nossas
máximas desculpas
Não desconhecem de que precisa chora
Para todo o mundo.

LXIV
Deus queira que venha um adm. idêntico
ao nosso
Não vindo um igual o Ibo nunca mais se tratará
Porque há muitos que por aqui passaram
, viram, conheceram e nada fizeram
Mas logo com a vinda deste nosso adm.
O nosso Ibo começou a desenvolver.

LXVI
Das novas estradas principiadas não sabemos
o seu final
Vossas Exªs é que saberão informar

Nada mais temos a dizer
Por daqui damos ponto final.

Para além das obras planeadas, algumas já concluídas e outras em fase de concretização, que muito contribuíram para a afirmação da sua auto-estima, a população há muito que sonhava com uma ponte que ligasse o Ibo às terras firmes, tal como se fizera na ilha de Moçambique.

O problema mais uma vez era colocado às mais altas autoridades de Moçambique em visita de trabalho à bicentenária vila do Ibo, sendo o pedido feito nos seguintes termos:
EM KIMWANI:
XXII
Tikulebela pia camba via tijire muinte mueto
Uano uerofi pia na uazungu weto
Tilebela fadile mititaire ponte
hei Wibo eto
Yquipita mikukuta camba inte za
wenzeto.
XXV
Senhor Governador-Geral indinkulungua
wa inte
Tiuankulebelia fadile nofwé kaia
eto ywempo ponte
Mutende n'guvo pia tipate
kaia ieto ponte
XXVII
Wazungu pia mujire ua uakulo
ticikirizeni via tirina tena
Wzune n'kulo kutowwa kupata ponte
Wibo ynte ia mida pakulo
Awa Senhor Governador tukukolane mahulo.
XLIX
Wibo mussasse nhuma achi kissirua
wawa na mama
M´bana quissirua cha n´sumbije
achassiué nhuma?
Muno aquipongola assoqueriwa?
Neie n'de pajuje kupiriwa? Kulamuka
ka quissiriwa sana iwepo ponte
ilungue n´rima.

EM PORTUGUÊS:
XXII
Pedimos mais uma vez aqui reunidos
Em que todos, pretos e brancos
Pedimos um grande favor a V.Exª
Que nos faça uma ponte nesta nossa ilha do Ibo
A passagem de carro que seja como nas outras
terras irmãs.
XXV
Senhor Governador-Geral mais uma vez
Pedimos que na nossa terra uma
ponte de travessia exista
Que nos faça esse grande favor que
satisfeitos por toda a vida estaremos.
XXVII
Meus Senhores de grande honra aqui
reunidos, oiçam os nossos choros
Tremendos para a nossa Ilha mais
antiga não possuir até à data uma ponte
Senhores Governadores ouçam-nos por favor.
XLIX
Como pai e mãe não deixem atrás
a ilha do Ibo
Por que não deixam atrasada a ilha de
Moçambique?
Somos nós rejeitados?
Supomos que não, como o velho Ibo está nas
suas razões de receber o bom trato que merece,
Trato esse que só com uma ponte ligando as terras firmes.
Com a saída do Ibo do autor deste trabalho, as acções ligadas à construção de arruamentos e à melhoria da habitação continuaram.
Mas com o 25 de Abril de 1974 e a independência de Moçambique, o processo foi interrompido. Contudo, a frutuosa experiência ficou, podendo, a qualquer momento e lugar ser retomada.
Semelhante experiência apenas conhecemos em Moçambique, uma realizada na cidade de Nampula, por Alexandre Cancelas.
A par das acções referenciadas, outras tiveram lugar, que neste momento se lembram. Concederam-se empréstimos, com base num outro Fundo (de 25.000$00), a pescadores e a ourives, destinados à aquisição de redes de emalhar para os primeiros e moedas de prata e algum material artesanal para os segundos. Conseguiu-se, igualmente, a cedência gratuita, por parte da Fundação Gulbenkian, de algum material para os ourives. Pelo menor número, aqueles empréstimos não tiveram resultados tão palpáveis como os anteriormente referidos, mas de qualquer modo, contribuíram para a manutenção de duas actividades artesanais com certo peso na economia do Concelho do Ibo.
A experiência aqui relatada, embora tanta vez agradecida publicamente pela população (1), só foi possível devido ao empenhamento e à ajuda dessa mesma e tão generosa população. Ela apenas vale e serve para mostrar como sempre é possível encontrar soluções para problemas que, tanta vezes, parecem insolúveis. Umas vezes por falta de vontade política ou incapacidade das autoridades responsáveis pelo bem-estar da colectividade, outras por insuficiência de meios materiais.
O relativo êxito alcançado pelas acções desenvolvidas na ilha do Ibo, entre 1969 e 1972, nos domínios referenciados, ficou a dever-se à influência conjugada de vários factores:

1 - Haver da parte da autoridade administrativa um razoável poder de observação e de preparação em etnografia, etnologia ou antropologia; que "gostava das populações que servia"; e possuia a capacidade de respeitar e de entender, correctamente, os valores fundamentais que caracterizavam e tipificavam a vida dessas populações, pondo de parte, até onde era, humanamente, possível o seu BIAS, o seu euro-etnocentrismo;

2 - A natureza insular do espaço que serviu de base ao desenvolvimento levado a efeito - limitativo da mobilidade geográfica -, aliada aos sectores de economia praticados, com relevo para a pesca e serviços, que deixavam mais tempo disponível às populações que, assim, aderiam mais, facilmente, às solicitações de cooperação e inter-ajuda que lhes eram dirigidas. Grande parte dos trabalhos foram realizados aos Sábados e Domingos, dias em que a maioria da população activa estava dispensada seus afazeres profissionais. No caso da economia ser, predominantemente, ligada à agricultura as coisas já não seriam tão fáceis, dada as exigências constantes de tempo que tal actividade reclama;

3 - Estar-se perante uma população quase 100,00% islamizada, em que as hierarquias religiosas, ao exercerem uma autoridade e uma influência, quase, sem contestação, desempenharam papel relevante na gestão dos recursos humanos necessários em cada uma das fases dos trabalhos;

4- Ter havido em relação ao projecto um apoio incentivador por parte das autoridades distritais, especialmente, destas, e provinciais que, para além da ajuda financeira, face às suas características inovadoras, na Colónia, prestaram valiosa contribuição na difusão do empreendimento, tanto dentro como fora de Moçambique.


Em todos os países, mas especialmente entre aqueles em que encontramos a denominada pobreza generalizada, existe a potencialidades das populações, muitas vezes em estado latente, que é preciso despertar para as tornar manifestas. A sua ajuda efectiva e participada constituem valiosos recursos que esses países têm de aproveitar, muito sabiamente, para que possam aumentar o bem-estar e qualidade de vida dos seus cidadãos.

A experiência em que o autor deste modesto trabalho participou, e que, aqui, deixa um sucinto testemunho, embora modesta, mostra bem como é possível, com a vontade e cooperação de toda uma Comunidade e seus dirigentes, encontrar soluções para problemas que parecem sem respostas e para as necessidades sem satisfação (2).
(1) - População que nos alcunhou de mzungo m'bara bara, ou seja,o senhor das estradas.
(2) - Aqui não colocamos a questão de saber se se tratava ou não de uma Antropologia ao serviço do Governo Colonial. Trabalho de campo idêntico ao que realizámos no Ibo, foi por nós efectuado em muitas localidades portuguesas, depois de 1975.
Por Carlos Lopes Bento - Antropólogo e Professor Universitário.
Este trabalho teve como base uma Comunicação* apresentada, em 26 de Maio de 1992, no Centro de Estudos Africanos, da Universidade Internacional, no Colóquio temático "Experiência Portuguesa em África. Encontro Multidisciplinar".*A dita Comunicação foi publicada In Separata do Boletim da S.G.L, série 115, nºs 1-12, Jan.-Dez., de 1997, pp 1757.
Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento aqui:
http://geocities.yahoo.com.br/quirimbaspemba/
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Conclusão!
A História de Pemba em texto e Imagens é uma nova página da Home Pemba que poderá ser vista aqui - http://geocities.yahoo.com.br/historiapemba/

6/17/13

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - MAIS UM ANIVERSÁRIO - 249º. DA FUNDAÇÃO EFETIVA DA VILA DO IBO

Por Carlos Lopes Bento 

Estão a iniciar-se as festas joaninas da Vila do Ibo, vila centenária que comemora os 249 anos da sua fundação e da instalação da sua primeira Câmara Municipal, que em 26.6.1764, já estava a funcionar.

Neste dia 16 de Junho, lembro a chegada ao Ibo, a 16 de Junho de 1764, do  responsável pela coordenação de todos os trabalhos, o governador e capitão-mor, Caetano Alberto Júdice.

Por continuar a não ser pacífica a data da fundação da Vila do Ibo, para uns 1761, para outros 1764, aqui deixo um pequeno apontamento que julgo trazer alguma luz sobre o assunto. Vamos aos factos documentais.

Para fazer face ao estado de ruína total em que se encontrava o governo civil e económico de Moçambique e doutros portos e, por nestes lugares, não haver, nem quem administrasse na primeira instância a justiça às partes, nem quem tivesse a seu cargo o cuidado do bem comum do povo, as Instruções régias, de 9 de Maio de 1761, vieram determinar que, a ilha de Moçambique e os portos e povoações de Quelimane, Sena, Tete, Zumbo, Manica, Sofala, Inhambane e Ilhas de Querimba, fossem erigidas em vilas, sujeitas ao Ouvidor de Moçambique, as quais ficariam a beneficiar de todos os privilégios concedidos às vilas do Reino...

- Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
- O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.
PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL
- MAIS UM ANIVERSÁRIO - 249º. - DA FUNDAÇÃO EFETIVA DA VILA DO IBO:
Clique nas imagens para ampliar. Colaboração de texto do historiador Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Junho de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

11/08/22

ALBUM ETNOHISTÓRICO DAS ILHAS DE QUERIMBA, IBO E MATEMO 1969 1972

👉 🇵🇹 🇲🇿 🇧🇷 — País MOÇAMBIIQUE  
— Região CABO DELGADO  
— Ilhas QUERIMBA, IBO e MATEMO  
— Autor professor doutor CARLOS LOPES BENTO  
** Edição ©forEverPEMBA OUT 2022  

Ver e ler em ☆ ▪︎   
https://issuu.com/gotael/docs/matriz/
Por Carlos Lopes Bento
Quem é Carlos Lopes Bento 
- Antropólogo. Doutorado em Ciências Sociais. Sócio da SGL. 
DADOS PESSOAIS
- Carlos Lopes Bento, nasceu no ano de l933, em  Mouriscas, concelho de Abrantes e reside no Monte de Caparica, concelho de Almada..

FORMAÇÃO ACADÉMICA
- Doutorado em Ciências Sociais –Especialidade: História dos Factos Sociais, em 1994, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa, Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo mesmo Instituto e Diplomado com o Curso Superior de Administração Ultramarina pelo antigo Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.

ACTIVIDADE PROFISSIONAL E CIENTÍFICA
- Em Moçambique, por motivos profissionais, de 1961 até 1974, onde desempenhou funções de chefia e realizou trabalho de campo entre os povos makhwa de Murrupula e Mogincual, makonde de Mueda e mwani das Ilhas de Querimba e Porto Amélia (Pemba).
- Em 1994, defendeu, publicamente, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, da Universidade Técnica de Lisboa, a tese de doutoramento “ As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado. Situação Colonial, Resistências e Mudança- 1742-1822.
- Docente universitário, desde 1980, nas Universidades Livre e Internacional e no Instituto Superior Politécnico Internacional. Para além da orientação de vários trabalhos finais de licenciatura, leccionou Introdução às Ciências Sociais, Metodologia da Investigação, Antropologia Cultural e Comportamento Organizacional nas licenciaturas de Gestão Turística e Hoteleira e de Gestão Bancária e Seguradora, do Instituto Superior Politécnico Internacional (ISPI).
- Foi director do Centro de Investigação Aplicada em Gestão Hoteleira e Turística, tendo coordenado o Projecto de I&D sobre “Culinária tradicional num processo de mudança, na zona do Pinhal”.
- Presidiu aos Conselhos Pedagógico e Científico do ISPI.
- Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde exerceu cargos de direcção, nas secções de Etnografia, Antropologia e História. Actualmente faz parte da Direcção da mesma, e de vários centros de investigação ligados a África, onde tem apresentado dezenas de Comunicações.
- Investigador em vários projectos de natureza sócio-politica e de desenvolvimento em todo o Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, designadamente, "A Reconversão da Pesca Artesanal, entre os rios Tejo e Sado- Aspectos Humanos", comparticipado pela JNICT.
- Participação em muitas dezenas de eventos científicos ligados à temática africana e do turismo.

ÁREAS CIENTÍFICAS DE INTERESSE
Continua a interessar-se pela Antropologia Africana- governação colonial, ritos de passagem, alimentação e contactos de cultura- pela cultura alimentar tradicional, pela cultura organizacional e pelos problemas humanos relacionados com a mudança em comunidades rurais e piscatórias e em organizações empresariais, particularmente, turísticas e hoteleiras

5/10/13

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO COLONIAL - GENTE HERÓICA DA VILA DO IBO QUE MERECE SER HOMENAGEADA



- Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
- O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.
- PARA  A  HISTÓRIA  DE CABO DELGADO COLONIAL - GENTE HERÓICA  DA VILA  DO IBO QUE MERECE SER  HOMENAGEADA - Por Carlos Lopes Bento:



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9/30/07

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO. ACHEGAS PARA O ESTUDO DO MUNICIPALISMO EM MOÇAMBIQUE

A CÂMARA DA ILHAS DE CABO DELGADO. POSTURAS E REGULAMENTOS
Por Carlos Lopes Bento[1]
1ª PARTE
[1] - Antigo administrador colonial. Foi presidente da C. Municipal do Ibo, entre 1969 e 1972. Antropólogo e prof universitário, continua a ser um dedicado amigo das históricas Ilhas de Querimba, que continua a investigar de maneira sistemática e a divulgar as suas inquestionáveis belezas.
.
Da sua criação à instalação
Para fazer face ao estado de ruína total em que se encontrava o governo civil e económico de Moçambique e doutros portos e, por nestes lugares, não haver, nem quem administrasse na primeira instância a justiça às partes, nem quem tivesse a seu cargo o cuidado do bem comum do povo, Instruções de 1761[1], determinavam que, a ilha de Moçambique e os portos e povoações de Quelimane, Sena, Tete, Zumbo, Manica, Sofala, Inhambane e Ilhas de Querimba, fossem erigidas em vilas, sujeitas ao Ouvidor de Moçambique, as quais ficariam a beneficiar de todos os privilégios concedidos às vilas do Reino.
Mandavam, ainda, as mesmas Instruções que fossem eleitos um juiz ordinário, três vereadores, um procurador do concelho, um escrivão e mais oficiais da câmara, entre as pessoas mais idóneas, na forma da Ordenança do Livro 1º, Título 67, servindo todos debaixo dos Regimentos que faziam parte da dita Ordenação.
Os senadores das Câmaras, presentes e futuros, obrigavam-se a administrar a justiça dos povos e a distribui-la, sem distinção de pessoas, a todos os que a tivessem a seu favor, fossem "mouros, gentios, cafres e outros semelhantes"
[2].
Do novo governo civil e económico das Câmaras a estabelecer, afirmava-se, adviriam resultados de muita utilidade: os habitantes das vilas e seus termos ficariam "reduzidos" à sociedade civil, os vários cultos dos países por ela dominados seriam absorvidos, num tempo mínimo, pela Religião dominante e, finalmente, "os gentios e cafres pelas Câmaras civilizados"
[3] aumentaria, significativamente, o número dos cristãos. Pensava-se, euro e etnocentricamente, na intensificação de uma política de assimilação das populações colonizadas e na sua integração na cultura de matriz europeia, considerada como superior.
Cabiam às Câmaras, entre outras, as seguintes funções específicas:
·administrar e defender os interesses do povo, procurando assegurar a vida, honra e bens das pessoas;
·aprovar, alterar e revogar Regimentos e Posturas, que faria respeitar, que regulavam matérias como: limpeza, sanidade e higiene públicas, circulação de animais;
·defender a população contra animais nocivos;
·conceder autorizações para pesos e medidas, mercados, estabelecimentos comercias e vendedores ambulantes;
·passar licenças para construção de novos edifícios;
·fixar de preços de venda de produtos;
·fixar feriados públicos e autorizar procissões religiosas;
·e cuidar do fomento da agricultura e outras actividades.
Regulava-se, ainda, o funcionamento das Câmaras, que ficavam proibidas de se intrometer nas matérias e negócios da competência dos Generais do Estado, por cujas ordens se deviam de reger, cabendo-lhe observá-las, inviolavelmente.
Embora as ditas Instruções régias fossem datadas de 19/5/1761, as Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado apenas teriam foros de vila, com câmara municipal e tribunal, três anos mais tarde, ou seja em 26 de Maio 1764. Eis a Provisão que testemunha este facto histórico:

[1]- Idem., Doc. Av. Moç., Cx. 19, Doc. 63 e Códice 1322, fls. 104 a 106, Instruções Régias de 9/5/1761, artes 43° e 44°; BOTELHO, J. T., A Primeira Carta Orgânica de Moçambique, A.C.L., Nova Série, Vol. I, 1929-30, p. 28.
[2]- A.H.U., Doc. Av. Moç., Cx. 19, Doc. 63 e Códice 1322, fls. 104 a 106, Instruções Régias de 9/5/1761, artes 43° e 44°; BOTELHO, J. Teixeira., A Primeira Carta Orgânica de Moçambique, A.C.L., Nova Série, Vol. I, 1929-30, p. 28.
[3]- Idem, Ibid, Regimento de 16/1/1763, cit..

Continua...

Investigação e texto de Carlos Lopes Bento

Templos e Espaços Sagrados das Ilhas de Querimba:

Quem é o Dr. Carlos Lopes Bento ? aqui

Mais trabalhos de Carlos Lopes Bento em http://br.geocities.com/quirimbaspemba/

7/26/12

AS FESTAS DE SÃO JOÃO BATISTA DO IBO, NO ANO DE 1900

PARA A HISTÓRIA DE CABO DELGADO-MOÇAMBIQUE 
AS FESTAS DE SÃO JOÃO BATISTA DO IBO, NO ANO DE 1900 
Carlos Lopes Bento "1"

A leitura do quinzenário O NYASSA, começado a publicar no Ibo, no primeiro dia do ano de 1900, deu-me a conhecer importantes notícias de natureza social, que nos ajudam a compreender melhor a realidade sócio-cultural e económica da vila do Ibo e demais lugares do seu concelho e de Cabo Delgado, no último ano do século XIX.

Comecarei este trabalho de divulgação, pelas notícias publicadas, nos números 11 a 15, da sua folha quinzenal, relativas aos festejos de São João Batista, o Precursor, padroeiro da Vila do Ibo.

Um grupo de militares em serviço na Vila do Ibo, em missão de serviço, lembrou-se deauxiliar a população mais desfavorecida da ilha. Para levar a efeito a sua louvável ebenemérita iniciativa, criou, em Maio de 1900, uma Comissão, para a qual convidoualgumas pessoas ilustres da Vila.

Seguem-se alguns excertos das notícias publicadas, entre Maio e Agosto de 1900:
Clique para ampliar.



"1" - Antropólogo. Administrador dos concelhos dos Macondes, Ibo e Pemba, entre 1967 e 1974. Diretor-Tesoureiro da Sociedade de Geografia de Lisboa.


  • Fotos do Dr. Carlos Lopes Bento sobre a Ilha do Ibo
  • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google
  • A Ilha do Ibo no ForEver PEMBA
  • Colaboração do Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Julho de 2012. Permitida a copia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    6/22/11

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884

    PARABÉNS ILHA DO IBO - SALVÉ 24 DE JUNHO !

    A vila de Ibo foi fundada em 1761, sendo uma das primeiras primeira capitais de Cabo Delgado. O seu auge posterior esteve relacionado com o comércio esclavagista. Com a sua abolição começa o lento declínio económico que se consuma politiciamente com a transferência das últimas repartições da administração de Cabo Delgado para Pemba (então Porto Amélia) em 1929. A ilha tem 10 km de comprimento por cinco de largura e está quase totalmente urbanizada, localizando-se aí a vila do Ibo, sede do distrito do mesmo nome. Encontra-se dentro do Parque Nacional das Quirimbas. (Fontes Dr. Carlos Lopes Bento* e Wikipédia)
    Neste 24 de Junho, passa-se mais um aniversário da histórica Vila do Ibo.

    • *Carlos Lopes Bento - A primeira capital de Cabo Delgado foi na ilha de Querimba, onde podemos encontrar as ruinas de monumentos religiosos do século XVI ou até, possivelmente, na ilha de Amisa.
    :: -- ::
    Link's para "Ilha do Ibo":
    Ilhas de Querimba (blog do Dr. Carlos Lopes Bento)
    Pesquisa de trabalhos sobra a Ilha do Ibo no blogue ForEver PEMBA
    Algumas imagens publicadas na net sobre a bela e histórica Ilha do IBO
    :: -- ::
    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL
    A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884
    ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO
    Trabalho de autoria do Dr. Carlos Lopes Bento elaborado em especial para o dia 24 de Junho de 2011- Aniversário da histórica Ilha do Ibo.
    (Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
    A ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ILHA IBO, DESDE 1884

    4/21/13

    A POPULAÇÃO DAS ILHAS DE QUERIMBA OU DE CABO DELGADO, NO SEGUNDO QUARTEL DO SÉCULO XVIII


    - Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
    - O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.

    CONTRIBUTO PARA  A HISTÓRIA  DA  DEMOGRAFIA  DE CABO DELGADO - Breve Apontamento por Dr. Carlos Lopes Bento:



    Clique nas imagens para ampliar. Colaboração de texto e imagens do historiador Dr. Carlos Lopes Bento. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Abril de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    9/30/07

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO. ACHEGAS PARA O ESTUDO DO MUNICIPALISMO EM MOÇAMBIQUE - III

    A CÂMARA DA ILHAS DE CABO DELGADO. POSTURAS E REGULAMENTOS
    Por Carlos Lopes Bento[1]
    1ª PARTE
    [1] - Antigo administrador colonial. Foi presidente da C. Municipal do Ibo, entre 1969 e 1972. Antropólogo e prof universitário, continua a ser um dedicado amigo das históricas Ilhas de Querimba, que continua a investigar de maneira sistemática e a divulgar as suas inquestionáveis belezas.
    .
    Continuação daqui.
    .
    Foi esta estrutura morfológica da Vila que Serpa Pinto encontrou em 1884, quando passou pelo Ibo:
    A vila assenta a NO da ilha e consta de dois bairros: o europeu e o indígena. O bairro europeu compõe-se de duas ruas principais, a rua de El- Rei e a Rua Maria Pia que correm proximamente E/O (...). É nesta parte da vila que residem europeus, baneanes, mouros da Índia e as principais famílias de crioulos da ilha. O bairro indígena fica a E do bairro europeu e é formado por muitas palhotas entre palmares. Neste bairro há também duas ruas principais, a de Sá da Bandeira e a 27 de Julho. No levantamento da planta, rigorosamente feito por esta expedição, com fim principal de referir as coordenadas geográficas da casa da expedição ao pau da bandeira do Forte de São João .[1]
    A planta cotada da Vila do Ibo, manuscrita, que se encontra da Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa:

    [1]- SERPA PINTO, A. e CARDOSO, Augusto - Diário da Expedição Científica Pinheiro Chagas - Do Ibo ao Nyassa. Lisboa, S.G.L., Manuscrito Reservado de 10 fls. (146-B-27), 1885, p. 5v e Boletim Oficial de Moçambique, nº 42, de 17/10/1885.

    O Regulamento do Serviço de Policial, de Limpeza e de Sanidade Pública do concelho do Ibo, de 1898[1], fornece-nos a toponímia da Vila que se segue:

    [1] - Boletim da Companhia do Nyassa nº3, de 14.5,1898, p. 34.
    Esta toponímia da Vila do Ibo, com a implantação da República Portuguesa, seria alterada pela Portaria nº 145, de 12/11/1910 (Boletim da Companhia do Nyassa, de 31/3/1911, para:
    - Rua de El-Rei→Rua da República;
    - Rua D. Maria Pia→Rua Almirante Reis;
    - Rua Conselheiro Mariano de Carvalho→Av. Mariano de Carvalho;
    - Rua Infante D. Afonso→Rua Miguel Bombarda;
    - Rua do Principe Real→Rua 5 de Outubro;
    - Rua D. Manuel→Rua Machado dos Santos;
    - Rua Nova→Rua António José de Almeida;
    - Rua d'Alegria→Rua João Chagas;
    - Rua do Forte de Santo António→Rua Coronel Barreto;
    - Rua 27 de Julho→Avenida Afonso Costa;
    - Travessa que liga as duas ruas anteriores, sem nome→Travessa Alves da Veiga;
    - Praça D. Manuel, Praça da Residência e Largo do Doutor→Praça da República;
    - Largo Joaquim Machado→Rua Conselheiro Machado;
    - Travessa de El-Rei→Travessa da República;
    - Travessa do Principe Real→Travessa Afonso Costa;
    - Travessa Mariano de Carvalho→Travessa Mariano de Carvalho;
    - Caminho que vai do Largo Joaquim Machado para a Praça→Avenida Teófilo Braga;
    - Largo do Matadouro→Largo António Enes.
    Estas designações toponímicas mantinham-se, ainda, em 1974.
    Investigação e texto de Carlos Lopes Bento.
    .
    CONTINUA

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