4/20/06

Cabo Delgado : Há mudanças na Saúde.


A DIRECTORA Provincial da Saúde em Cabo Delgado, Leila Monteiro, disse estar satisfeita com a maneira como os trabalhadores do seu sector aderem ao processo de mudanças em curso, no que respeita à luta contra comportamentos negativos de alguns, no sentido de humanizar o atendimento dos doentes e seus acompanhantes, bem como no combate a cobranças ilícitas.
"Nos últimos 12 meses vimos o nosso crescimento, mas a SIDA continua a alastrar-se e assume-se já não como um problema de saúde pública, mas uma séria ameaça ao desenvolvimento, pondo à prova a nossa capacidade de resposta", referiu. Monteiro falava na abertura do XXVI Conselho Coordenador, de quatro dias, através do qual a Direcção Provincial coordena, planifica e controla o desenvolvimento dos programas de Saúde e actividades a diversos níveis, com vista à aplicação da política da Saúde. Paralelamente, far-se-á uma prestação de contas das actividades realizadas no ano passado, assim como uma reflexão sobre alguns problemas considerados candentes, para além de definir prioridades de acção para 2006. "Entre os temas que merecem a nossa atenção, destacamos os novos rumos para a promoção da saúde na prevenção de doenças, prioridades na área de nutrição, novas direcções na luta contra a tuberculose e malária, estratégias de redução da mortalidade materna e do recém-nascido, retomada das actividades de saneamento do meio e controlo da higiene de água e alimentos", enumerou. As mudanças que ocorrem em todo o país, a nível do reatamento da ligação entre as unidades sanitárias e as comunidades por elas servidas e a criação dos chamados conselhos de base, no Hospital Provincial de Pemba, ao mesmo tempo que se estão a dar os primeiros passos visando a melhoria da higiene e limpeza nos estabelecimentos hospitalares, são, na opinião da directora da Saúde, os grandes ganhos do período que separa o anterior e este Conselho Coordenador. Entretanto, é ponto assente que a província se destacou na realização da campanha nacional de vacinação, tendo conseguido atingir 627559 crianças contra o sarampo e 404399 em relação à poliomielite, resultando numa taxa de cobertura de 94 e 116 por cento, respectivamente. "Foi um sucesso, mercê da dedicação, organização e abnegação dos trabalhadores da Saúde, aliado ao apoio maciço do Governo provincial e, em larga medida, ao auxílio generoso dos nossos parceiros de cooperação", qualificou Leila Monteiro. Para o resto, segundo aquele membro do Executivo de Lázaro Mathe, tudo deve girar à volta da luta que acredita venha a ser prolongada, contra a pobreza, que exigirá sempre muita coragem, paciência, perseverança e determinação.

4/19/06

Moçambique - Projecto de biodiversidade com novo alento no norte.


ESTÃO já em execução os programas de planeamento espacial e implementação de microprojectos de desenvolvimento nas comunidades abrangidas pelo projecto de biodiversidade marinha e costeira que abrange as províncias de Nampula e Cabo Delgado. A iniciativa contempla ainda o desenvolvimento de áreas de conservação dos recursos pesqueiros e faunísticos, por forma a deter os riscos de degradação do meio ambiente naquelas regiões do país.
Maputo, Quarta-Feira, 19 de Abril de 2006:: Notícias
Na província de Nampula, o projecto estava inicialmente virado para os distritos de Mossouril e Nacala-Porto, mas, por imposição do Banco Mundial, organismo financiador, a libertação dos fundos só podia ser feita após a constituição de associações comunitárias legalmente reconhecidas.
De acordo com o director substituto da Coordenação da Acção Ambiental em Nampula, Mussa Amade, nas comunidades rurais as pessoas dificilmente têm documentos de identificação pessoal, sem o que se torna difícil conseguir movimentar qualquer expediente junto das instituições, tanto para o registo de associações como para a obtenção de apoios financeiros.
E, porque muitas pessoas não possuem esta documentação, foi difícil legalizar as associações que, entretanto, foram sendo criadas no âmbito do projecto.
Para nosso interlocutor, depois que esta barreira foi ultrapassada após a visita efectuada pela missão do Banco Mundial às zonas abrangidas e constatada a realidade no terreno, o projecto que terminava em Outubro passado foi prorrogado por mais quinze meses, isto é até Dezembro do ano em curso.
Desde aquela data, foram identificadas três áreas de actuação, contrariamente às cinco inicialmente propostas, por forma a concentrar todas as atenções na produção de acções palpáveis, nomeadamente a criação de uma área de conservação, o planeamento e ordenamento do território, além do alívio da pobreza nas comunidades através de micro-projectos de desenvolvimento comunitário.
Face a este novo cenário, foi recomendado o alargamento do projecto para mais dois distritos da província, nomeadamente a Ilha de Moçambique e Nacala-a-Velha.
De acordo com Mussa Amade, além das quatro associações, cuja existência foi já formalizada, foram aprovados dez micro-projectos comunitários orçados em um bilião e oitocentos milhões de contos, valor que pode vir a aumentar com o esperado desembolso de mais dinheiro que vai ser depositado directamente nas contas bancárias das associações.
Com os fundos recebidos, algumas associações como a de Mossouril, construíram barcos de pesca enquanto outras recebiam "kits" de material pesqueiro, numa clara intenção de prover os seus membros de recursos para aliviarem a pressão.
O projecto de biodiversidade marinha e pesqueira foi concebido em 2001 para ser executado em quatro distritos das províncias de Cabo Delgado e Nampula, nomeadamente Palma, Mocímboa da Praia, Mossouril e Nacala-Porto, envolvendo um montante na ordem de nove milhões de dólares americanos.