8/09/06

Rio Rovuma - Ponte da Unidade.


Ponte da Unidade será concluída dentro do prazo - assegura empreiteira, que apresentou ontem o projecto executivo da obra.
A ponte sobre o rio Rovuma, também conhecida por Ponte da Unidade, ligando Moçambique e a Tanzania, estará concluída em Outubro de 2008, um mês antes do prazo fixado no contrato de empreitada assinado com os dois países. Tal garantia foi dada ontem a conhecer pela "China Geo Engineering Corporation", por ocasião da apresentação do projecto executivo da obra.
Segundo foi dado a conhecer na ocasião por aquela empresa chinesa, o processo de mobilização de equipamento está praticamente concluído e vai-se avançar, dentro dos próximos dias, para as obras de facto.
O período de construção da ponte é de três anos, contados a partir de Novembro de 2005, e, segundo a "China Geo Engineering", tanto o esboço preliminar como o detalhado já estão completos.
De igual modo, segundo a mesma fonte, que falava num seminário de apresentação pública do projecto executivo, o equipamento principal para o campo de obras já foi mobilizado, nomeadamente 140 toneladas de barras de aço e 300 de cimento, assim como 75 mil litros de combustível.
A empreiteira produziu, igualmente, 1200 metros cúbicos de agregados.
Os campos de engenheiros e para os contratados, tanto do lado da Tanzania como de Moçambique, foram concluídos.
As actividades principais do lado da Tanzania, nomeadamente a mobilização de material e equipamento, começaram em Novembro de 2005 e serão completadas em 31 de Agosto deste ano.
Do lado de Moçambique devem estar concluídas a 1 de Fevereiro de 2007.
Segundo explicações dadas na ocasião, para além da componente ponte está igualmente prevista a construção de cinco quilómetros de estrada do lado moçambicano e igual distância do lado tanzaniano, junto da infra-estrutura principal.
Do lado tanzaniano, os cinco quilómetros devem estar concluídos em Abril de 2007, enquanto que do lado moçambicano, que tem o início da construção física em Setembro do corrente, devem estar completos um ano depois.
A construção da ponte propriamente dita deverá iniciar-se no próximo mês de Setembro, decorrendo até 1 de Janeiro de 2008.
Porque haverá algumas outras componentes por completar, a obra só deverá estar apta para ser entregue em Outubro de 2008.
Informações dadas a conhecer por Abdurremane Lino de Almeida, do Comité Técnico para a construção da Ponte de Unidade, que vai ligar Negomano, em Moçambique, e Mtambaswala, na Tanzania, o empreendimento vai custar 24.6 milhões de dólares, suportados pelos dois países.
A ponte terá uma secção transversal de 13,8 metros, compreendendo duas faixas de rodagem de 3,25 metros cada uma, duas bermas de 1,5 metro cada, dois passeios de 1,5, ladeados de separadores de 0,25 metro cada, destinados a peões, ciclistas e gado.
A ponte terá 730 metros de comprimento e serão consideradas duas alternativas para as sessões longitudinais, com dois tramos de 40 metros cada e 13 de 50 metros ou 14 pilares.
Maputo, Quarta-Feira, 9 de Agosto de 2006:: Notícias

8/07/06

Aniversário - Faculdade de Arquitectura em Maputo.



O Aniversário é dia 12 próximo.
Pela importância que tem, aqui ficam as felicitações e a nota:
Historial da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da U.E.M.
Um país como Moçambique, tão grande como 4 a 5 países da Europa juntos, com 18 ou mais milhões de habitantes e todo por construir.
Após a sua independência em 1975, ficou no espaço de poucos meses, deserto de capacidade projectual exactamente no momento em que mais a necessitava, no momento da mais aprofundada e generalizada consciência da importância social do "plano”.
Seria então de aceitar que este País ficasse, ou continuasse a ficar na dependência, da arquitectura de importação, da urbanística no papel, do planeamento regional do mapa e relatório? Ou seria que era necessário e urgente desenvolver, a consciência, a sensibilidade e a competência dos que estão a fazer a própria casa, construir a sua cidade, modelar e ordenar a sua paisagem e a sofrer ou a gozar as consequências dos seus próprios erros ou sucessos?
Duas possibilidades, não antagónicas, se ofereciam: enviar moçambicanos para escolas no estrangeiro e formá-los em Moçambique.
Ambas foram aceites e seguidas e ambas começam a dar, agora, os seus frutos.

A nossa Faculdade foi a materialização da idéia de que um país se define, cresce e consolida como entidade sócio geográfica através da sua cultura ou da sua evolução; da idéia de que a cultura de um povo é a expressão das relações entre os grupos, as classes, as atitudes e as religiões que formam esse mesmo povo e, a forma como ele faz a apropriação do seu meio natural.
Com a sua abertura em 1986 e a formação dos primeiros graduados em 1991, a F.A.P.F. iniciou um processo que já produziu até 2001 quase duas centenas de arquitectos-planificadores físicos, e que é o início da construção de uma cultura arquitectónica erudita endógena, tendo em conta que os problemas do espaço e da sua humanização são fundamentais à construção duma nação e não podem ser resolvidos por soluções de importação.
Surgiu assim também e consequentemente da idéia de que, uma cultura do espaço não se faz ad hoc ou a partir de instituições com vocação mais eminentemente técnica ou política como são os organismos estatais ou mesmo através, exclusivamente, de possíveis órgãos de classe, de qualquer maneira ainda inexistentes.
Pode, e quanto a nós deve, fazer-se primordialmente a partir da academia, da instituição que investiga, analisa, codifica, estrutura e difunde o conhecimento e o saber, isto é, a Universidade.
E de alguma maneira o foi fazendo e assim construindo a base de intelectualidade necessária, e ainda não suficiente, para que se estruturar uma nova componente do ethos moçambicano que conhece e pode dirigir a forma como o homem, nestes nossos 800.000 quilómetros quadrados, habita.

A muitos estamos devedores, a pessoas, a paises. As pessoas foram tantas que seria injusto não mencionar todas. Dos paises um merece a distinção: a Itália, por sorte nossa, o epicentro clássico duma das mais vastas culturas arquitectónicas universais: a ocidental.
Sem a Itália não teria havido esta Faculdade; sem a Itália ela não pode ainda continuar a existir, mas a Itália não é uma idéia abstracta. Ela é feita de pessoas e de instituições.
À Faculdade de Arquitectura da Universidade de Roma "La Sapienza" e aos seus Presidentes e ao comité cientifico, nela formado, vai a nossa mais profunda gratidão, como vai também para os sucessivos Embaixadores de Itália no Maputo em quem encontramos sempre o maior apoio e entusiasmo.
Neste historial cabe uma palavra essencial de agradecimento à direcção da nossa Universidade aos quatro sucessivos reitores que sempre souberam reconhecer o significado do nosso trabalho e as razões das nossas posiçnoes no senado Académico.
Mas, afinal uma faculdade mede-se pela qualidade dos seus estudantes e professores. Do nosso microcosmo fazem e fizeram parte pessoas que o tornaram respeitável e respeitada, necessearia e útil.
Estudantes, professores e funcionários não podem existir uns sem os outros.