8/20/06

Moçambique - Dez mil crianças podem estar ilegalmente detidas nas cadeias do país.


Um total de 7012 crianças encontravam-se detidas ilegalmente nas cadeias do país até 2002, depois de no ano anterior terem sido identificadas 1355 na mesma situação. Estes dados foram revelados ontem por Lurdes Mabunda, do Ministério do Interior, citando uma pesquisa realizada pela Save the Children Norway, sem no entanto, apontar as condições em que as referidas crianças se encontram aprisionadas.
De acordo com a nossa fonte, porque pouco ou quase nada foi feito para inverter o cenário, as cadeias do país poderão estar actualmente com mais de 10 mil petizes em conflito com a lei, todos eles irregularmente detidos.
Os menores estão em penitenciárias com perigosos cadastrados, facto que leva as autoridades a acreditarem que não beneficiam de nenhum programa de reabilitação, mas, pelo contrário, aprendem comportamentos mais graves.
Apontou que o grupo tem idades compreendidas entre os 15 e 18 anos.
Porque Moçambique ractificou a convenção sobre os direitos da criança, considerado-se menor os que se situam na casa de zero aos 18 anos, o país está a registar anualmente graves situações de irregularidades, ao encarcerar milhares de crianças quando muito bem essa situação poderia ser contornada.
Lurdes Mabunda falava no fórum de harmonização com vista à construção de um centro de reabilitação de menores em conflito com a lei, projectado para a zona de Nhangau, na cidade da Beira, Sofala.
O referido centro será construído de raiz pela Save the Children Norway, em 2007, não tendo sido avançados os valores envolvidos.
A sua edificação é o corolário de um memorando de entendimento assinado em tempos por esta ONG e o Ministério do Interior, devendo albergar, numa primeira fase, cerca de 200 crianças de ambos os sexos não só em conflito com a lei, mas também em contacto com a própria lei.
A organização está disposta a construir e apetrechar o centro, assim como dar o seu contributo durante os primeiros três anos de funcionamento em 75, 50 e 25 porcento, respectivamente, da sua capacidade.
Findo este período, o Governo deverá assumir as despesas inerentes à sustentabilidade do mesmo.
"Esta é a melhor saída para resolver o problema, construíndo um centro que não só irá acomodar os petizes, mas será também um lugar apropriado que possa garantir a continuidade da sua educação (escolaridade), reabilitação psicológica e social e formação profissional", disse. Ontem, para além de se ter anunciado a iniciativa, o MINT e a Save the Children Norway discutiram com os restantes integrantes, nomeadamente os Ministérios da Educação e Cultura, da Mulher e Acção Social, Saúde, PGR e o Tribunal de Menores, de modo a colher sensibilidades e contribuições de como o referido centro poderá funcionar.
Na mesa das discussões esteve a questão da gestão e sustentabilidade do centro a partir do momento em que a Save the Children Norway se retirar.
O MINT e a Save the Children Norway assinaram em tempos um memorando de entendimento para a construção e apetrechamento de um centro de reabilitação de menores em conflito com a lei.
HÉLIO FILIMONE -Maputo, Sábado, 19 de Agosto de 2006:: Notícias

8/18/06

Desenvolvimento do transporte aéreo - Modernização de infraestruturas vai custar 135,5 milhões de dólares.


A reabilitação, ampliação e modernização das infra-estruturas aeroportuárias nacionais vai custar cerca de 135,5 milhões de dólares norte-americanos durante os próximos dois anos. Entre as infra-estruturas a serem abrangidas pelo processo destacam-se os aeroportos internacionais de Maputo e Beira e os nacionais de Pemba, Quelimane, Tete, Vilankulo e Ponta de Ouro.
Dados apurados pelo nosso Jornal à margem dos trabalhos do XXV Conselho Coordenador do Ministério dos Transportes e Comunicações que hoje termina, na capital provincial da Zambézia, Quelimane, indicam que as obras consistirão na ampliação e remodelações do Aeroporto Internacional de Maputo e a extensão da pista do de Pemba. Contempla ainda a ampliação e modernização do aeródromo da Ponta de Ouro cujos trabalhos deverão arrancar em 2008 e a reabilitação dos aeroportos da Beira, Quelimane e Tete prevista para Janeiro do próximo ano. O país tem, neste momento, 319 infra-estruturas aeroportuárias, das quais 19 pertencem à empresa Aeroportos de Moçambique, 229 campos de aviação, 10 são militares e 61 privadas. Na frota está igualmente previsto um investimento na ordem de 120 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 100 milhões serão aplicados na compra de aviões e os restantes 20 milhões na reestruturação. Um documento do Instituto da Aviação Civil de Moçambique em nosso poder indica que na componente do reforço da capacidade financeira e institucional será feito um outro investimento na ordem dos 7,5 milhões de dólares. Todo este volume de investimentos visa propiciar condições para o desenvolvimento do sector do transporte aéreo, por forma a responder às novas exigências do crescimento do sector. A aviação civil tem a necessidade de reactivar a formação de pilotos pela Escola Nacional de Aeronáutica, integrando as suas acções no programa quinquenal do Governo, preservação e manutenção dos campos de aviação evitando, deste modo, o seu parcelamento pelas autoridades comunitárias; harmonização dos aspectos ligados à pauta aduaneira, ratificação de alguns instrumentos jurídicos internacionais, cobrança de taxas de navegação aérea e definição de pontos de entrada para o país. Entretanto, no quadro de recursos humanos, de acordo com dados apurados pela nossa Reportagem, o sector é constituído por 103 pilotos, 102 mecânicos, 145 pessoal de cabine, 33 pára-quedistas, 64 controladores de tráfego. O património, em termos de aeronaves, é constituído por um total de 84 aparelhos, dos quais 21 aeronaves nacionais, 58 estrangeiros, um helicópetro nacional e quatro estrangeiros. Muito recentemente, de acordo com o titular da pasta dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, o Governo adquiriu dez viaturas de transporte de cargas para reforçar o programa-piloto de transporte na zona norte do país, mediante acordos a estabelecer. O referido programa visa aumentar a capacidade de resposta dos transportadores no manuseamento de carga diversa nas zonas rurais para os principais mercados do país e vice-versa. Apesar do facto, António Munguambe referiu-se ao maior desafio que ainda se coloca no sector dos transportes fluviais, nomeadamente para o estabelecimento da ligação entre Quelimane e a sede distrital do Chinde, na província da Zambézia. As dificuldades que se apresentam no estabelecimento de ligações entre aqueles dois pontos, preocupam sobremaneira as autoridades governamentais, conforme assinalou o titular da pasta dos Transportes e Comunicações.
Maputo, Sexta-Feira, 18 de Agosto de 2006:: Notícias