9/27/06

Em Cabo Delgado, a noite de sábado foi também marcada pela destruição de 36 casas no bairro de Muxara.


Quinze mil mudas de cajueiros ficaram destruídas na última segunda-feira no distrito de Moma, província de Nampula, em consequência de um incêndio que atingiu cerca de dez mil hectares, destruindo 48 casas e desalojando pelo menos 250 pessoas.
Nos últimos dias registaram-se quatro incêndios em diversos pontos do país, sendo um dos mais recentes o que ocorreu na madrugada de domingo na vila de Homoíne, em Inhambane, onde 230 barracas do mercado local foram consumidas pelo fogo, causando avultados prejuízos materiais.
Ainda na madrugada de domingo, um outro incêndio deflagrou na cidade de Xai-Xai, em Gaza, causando a morte de quatro pessoas que se encontravam a dormir no interior de uma das casas atingidas pelo fogo.
Este infortúnio foi facilitado pelo facto de a cidade de Xai-Xai não dispor de um corpo de bombeiros, o qual poderia se ter juntado ao esforço da vizinhança na tentativa de debelar as chamas e evitar o pior.
Na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, a noite de sábado foi também marcada pela destruição de 36 casas no bairro de Muxara, remetendo 284 pessoas a uma situação de emergência aguda, desprovidas de tecto e alimentos.
Neste caso, os três carros do Corpo de Bombeiros mobilizados para o local não foram suficientes para vencer o fogo, que lavrou durante cerca de três horas, reduzindo por completo a hipótese de os infortunados recuperarem alguns dos bens, devorados pelas chamas.
O governador provincial, Lázaro Mathe, deslocou-se ao local momentos após o sinistro, não só para se inteirar da situação como também para estudar possibilidades de apoio, uma vez que o incêndio atingiu praticamente todo o bairro de Muxara.
Entretanto, fonte de uma das famílias atingidas por este incêndio liga o sinistro a questões de natureza místico-tradicional, sustentando que o fogo começou num quarto onde dias antes se deu banho a uma criança falecida.
Na tradição local, no local onde se dá o último banho a um defunto não se deve fazer fogo, nem mesmo manter uma lamparina acesa por longos período de tempo.
A família acredita que tudo começou porque esta tradição não foi cumprida.
Sobre o incêndio ocorrido no distrito de Moma, em Nampula, a nossa Reportagem apurou que o mesmo reduziu os esforços dos habitantes locais no sentido de ver melhoradas as suas condições de vida, considerando que a cultura do caju assegura o rendimento da maior parte da população daquele ponto do país.
Informações de Inhambane dão conta de que o incêndio ocorrido no mercado do distrito de Homoíne deflagrou numa altura em que os respectivos proprietários se encontravam ausentes, situação que permitiu que os danos fossem de maior vulto, uma vez que ninguém foi a tempo de intervir para debelar as chamas enquanto cedo.
Segundo dados disponíveis, presume-se que este incêndio tenha sido originado por um fogão que teria sido deixado com carvão em brasa no interior de uma das barracas, a partir de onde o fogo se alastrou ,atingindo 230 postos de venda.
A administradora distrital, Mariazinha Domingos, disse ter sido constituída uma comissão encarregue de proceder ao levantamento dos danos e esboçar propostas de eventuais apoios.
Maputo, Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2006:: Notícias

9/26/06

Na cidade de Pemba: PR lança celebrações dos 73 anos do nascimento do primeiro Presidente de Moçambique independente.


O presidente da República, Armando Guebuza, lançou oficialmente ontem, em Pemba, o movimento nacional das celebrações dos 73 anos do nascimento do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel, e dos 20 anos da sua morte e dos 33 membros da sua delegação, em consequência do despenhamento do avião em que viajavam, em Mbuzini, território sul-africano, em 19 de Outubro de 1986.
O chefe do Estado voltou a reafirmar, na circunstância, que o Governo nunca descansará enquanto não forem esclarecidas as circunstâncias em que morreu o Marechal Samora Machel, mas acusou o regime do "apartheid" de ter sido o autor do crime de assassinato contra a vida do filho mais querido que Moçambique tinha e mais os seus companheiros.
Depois de enaltecer o papel de Samora Machel em cada etapa da sua vida e da organização a que pertenceu, a FRELIMO, o presidente da República acabaria por anunciar que a partir de ontem o movimento nacional comemorativo da tragédia de Mbuzini, cujo lema é "Samora Machel Vive na Luta Contra a Pobreza", inclui que em cada província haverá um monumento em memória daquele compatriota, estratega militar e libertador da nossa pátria.
Para Guebuza, a melhor forma de render homenagem, para além do monumento ontem descerrado na praça construída em memória do fundador da nação moçambicana, é a consolidação de um Moçambique unido do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, orgulhoso da sua soberania e história e que valoriza a sua diversidade cultural e linguística.
"Queremos um Moçambique em paz e livre da pobreza, com a sua prosperidade construída pelos moçambicanos, onde a auto-estima é a divisa nacional, o patriotismo é um valor assumido e a auto-superação constante uma maneira de ser e de estar de todos vós", disse o estadista.
A ligação entre o 25 de Setembro, dia do início da Luta Armada de Libertação Nacional, em 1964, das Forças Armadas de Moçambique e da Revolução ao lançamento do movimento em homenagem a Samora Machel, segundo explicou o chefe do Estado, deve-se ao facto de as FAM serem produto do primeiro presidente do Moçambique independente.
"Ele (Samora Machel) é que organizou e fundou as Forças Armadas, com base nas Forças Populares de Libertação de Moçambique. Ele é que comandou as várias batalhas, à frente daqueles de quem herdámos as actuais Forças Armadas. Por isso, este casamento não é descabido", disse.
Na ocasião, foram lidas mensagens que recordam os feitos de Samora Machel, do partido Frelimo, dos antigos combatentes, do Conselho Municipal local, entre outras entidades.
Em jeito de resposta a todas estas intervenções, a viúva do falecido presidente, Graça Machel, em nome da família sanguínea, como ela disse, falou das dificuldades que ainda persistem de viver sem Samora Machel.
"Tal como é difícil para todo o povo moçambicano viver sem Samora Machel, também para nós, família de sangue, não é fácil, pois, também não conseguimos viver sem ele, mas teremos que continuar a viver assim, mas com ele sempre presente, através dos ensinamentos que nos deixou", sublinhou Graça Machel.
Das restantes províncias, chegam-nos relatos de que os respectivos governadores encabeçaram as cerimónias comemorativas dos 42 anos do desencadeamento da luta armada de libertação nacional, bem como do Dia das Forças Armadas e do lançamento oficial das celebrações do 20º aniversário da tragédia de Mbuzini.
Maputo, Terça-Feira, 26 de Setembro de 2006:: Notícias