2/03/07

Diversificando...Jovens criam site com contagem de mortos no Rio de Janeiro.


RIO DE JANEIRO - É muito comum ouvir que o Rio de Janeiro e outros Estados brasileiros têm tantas mortes violentas quanto países em situação de guerra.
Pensando nisso, Andre Dahmer e Vinicius Costa, jovens moradores do Rio, decidiram criar o site Rio Body Count, que disponibiliza diariamente a quantidade de pessoas mortas e feridas no Estado.
O número de mortos é computado desde quinta-feira e tem como base notícias de imprensa e relatos de colaboradores.
Segundo o analista de sistemas Vinicius Costa, 25 anos, a idéia surgiu do site Iraq Body Count, que mantém e atualiza diariamente o número de civis mortos no Iraque devido a ação das tropas norte-americanas desde o início da guerra, em março de 2003.
"Olhando alguns estudos feitos pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEQ), percebemos o que todo mundo já sabe mas não quer enxergar: morre tanta gente aqui (no Rio) quanto lá (no Iraque)", acrescentou.
Para ele, as causas da violência no Rio são, entre outras, a falta de investimento em educação e falta de vontade "não só política, mas também da sociedade".
De acordo com Costa, o problema está na acomodação do povo, "que gosta muito de reclamar, mas depois liga a TV e fala que trabalhou o dia inteiro, tentando se isentar da responsabilidade. É preciso acordar. Parar de fechar os olhos, achando que o problema vai sumir".
Carioca do bairro da Água Santa, zona norte do Rio, Costa, que se considera minoria por nunca ter sido assaltado em sua cidade, diz que a violência não é grande apenas no Rio. "Temos recebido inúmeros e-mails de pessoas de São Paulo e Minas dizendo que nesses lugares é quase a mesma coisa.
Claro, o que acontece aqui no Rio tem maior exposição, mas a situação está crítica em todo o Brasil.
Não só no Brasil, mas em todo o mundo", finalizou.

2/02/07

Moçambique - A morte das florestas VI...

Porto de Pemba : Madeira apreendida ultrapassa mil toros.
O processo de verificação e inspecção da madeira apreendida em 50 (e não 47) contentores pertencentes à operadora propriedade de cidadãos chineses MOFID, em Cabo Delgado, permitiu concluir que 1154 toros iam ser ilegalmente exportados, não fosse a pronta intervenção do governo provincial, depois de uma denúncia popular.
Deste número, 853 toros eram de jambire e 301 de umbila, ambas espécies cuja exportação naqueles moldes é interdita por lei.
Lázaro Mathe, governador provincial, confirmou, ontem, o facto e acrescentou que, parta além de jambire e umbila, a MOFID ia exportar outras espécies, mas não proibidas, nomeadamente 132 metros cúbicos de pau-ferro,107 de pau-preto e 160 de muanga.
O executivo de Cabo Delgado, para além de ter ordenado a apreensão, que culminou no processo de verificação, toro por toro, que levou cerca de duas semanas, tomou outras medidas consideradas pesadas contra a empresa infractora, designadamente que ela fique fiel depositária do produto até que se faça a venda em hasta pública, conforme recomenda a lei em casos do género.
A MOFID vai ainda pagar uma multa no valor de 276 745 meticais pela infracção e terá que voltar a serrar a madeira que havia passado por este processo sem obediência às dimensões legalmente estabelecidas.
Por outro lado, dada a quase certeza de que possa haver negligência ou conivência de agentes do Estado, o governador de Cabo Delgado fez saber que um processo paralelo vai ser aberto contra os fiscais florestais que assistiram ou tinham a obrigação de assistir ao empacotamento da madeira antes de ser levada para o porto.
Mathe desmentiu que, para além, da madeira, tivessem sido encontrados outros produtos, entre os quais pontas de marfim, como se chegou a propalar na província, mas considerou a operação como um veemente sinal de que os moçambicanos estão a tomar consciência de que a riqueza lhes pertence, tendo em conta que a denúncia, segundo se disse, veio de um cidadão anónimo.
“Posso garantir que, para além da madeira não havia mais nada, porque os contentores, desde as 14 horas do dia 16 foram guarnecidos pela polícia, 24 sobre 24 horas, até à abertura do último”, acrescentou.
A denúncia terá vindo de uma mensagem de telemóvel dirigida ao governador, com o seguinte teor:
“A empresa MOFID tem 19 contentores no porto prestes a embarcar, contendo toros de madeira, na sua maioria jambire. Apelo vigorosamente que não deixe que estes desmandos continuem a acontecer na província”.
Maputo, Sexta-Feira, 2 de Fevereiro de 2007:: Notícias