8/28/07

Moçambique - Aprovados quarenta projetos para estradas.

Mais de 5.590 quilómetros de estradas nacionais serão cobertas por um total de 40 projectos de reabilitação e melhoria, orçados em 786 milhões de dólares, ao abrigo do plano estratégico para o período 2007/2011, recentemente aprovado pelo Governo. Daquele universo de projectos, o Executivo seleccionou 13 para implementação no triénio 2007/2009, cobrindo 1.565 quilómetros de extensão, com um custo estimado em cerca de 429 milhões de dólares.
Segundo fonte da Administração Nacional de Estradas (ANE), à excepção dos eixos Macarretane/Massingir, na província de Gaza, e Macomia/Oasse, em Cabo Delgado, todas as estradas seleccionadas são primárias, devendo, em todos os casos, os traçados respectivos ser revistos, para garantir que os projectos estejam conforme o padrão estabelecido no plano estratégico e os princípios de optimização da rede.
Para beneficiar de projectos de reabilitação, foram seleccionadas como prioritárias três secções da EN1, a sul do rio Zambeze, nomeadamente os eixos Jardim/Benfica, Xai-Xai/Zandamela/Chissibuca, e Massinga/Nhachengue, para os quais já existem financiamentos garantidos pela agência IDA, embora os correspondentes projectos em detalhe devam ainda ser objecto de pequenas revisões. Outros projectos inclusos neste lote são as estradas Vandúzi/Changara e Macarretane/Massingir que, embora não sendo uma estradas nacionais, vão beneficiar de manutenção periódica e reparação, com financiamento da OPEC.
Relativamente a projectos de melhoria, o plano estratégico do sector de estradas elegeu a EN14, o chamado corredor de Montepuez, que integra as secções Ruaça/Montepuez, em Cabo Delgado, e Marrupa/Ruaça e Lichinga/Litunde, no Niassa. Segundo projecções do Governo, estes projectos deverão ser iniciados em 2008 e concluídos até finais de 2009.
A ideia, segundo dados confirmados pelo Governador do Niassa, Arnaldo Bimbe, é fornecer uma ligação rodoviária em qualquer período do ano através de uma estrada pavimentada ligando as cidades de Lichinga e Pemba, assegurando o acesso da província do Niassa ao mar através do porto de Pemba.
A estrada Cuamba/Lichinga (EN13), porção ocidental da estrada Nampula/Lichinga, que também estabelece ligação ao sul da província do Niassa via Gúruè, na Zambézia, é considerada parte importante da rede primária principal, sendo no entanto muito cara a sua manutenção como estrada não pavimentada. Porque não tem ainda garantido o financiamento para a sua execução, este projecto poderá não ser iniciado antes de 2009, devendo a maioria dos trabalhos ser realizados na terceira fase, que se estende até 2011.
Relativamente à estrada Cuamba/Nampula, com 335 quilómetros, cujo projecto terá financiamento japonês, o Governo prevê que as obras arranquem em 2008, devendo prolongar-se por um período de quatro anos.
As obras na estrada Gúruè/Magige, que faz parte do Corredor do Niassa, incluindo o eixo Nampevo/Gúruè/Cuamba/Lichinga, serão financiadas pelo Bando Islâmico de Desenvolvimento. Com relação à estrada Mocuba/Milange, com 171 quilómetros, um dos corredores regionais no âmbito da SADC, há um compromisso de financiamento por parte da União Europeia, devendo os trabalhos começar em 2008, prolongando-se até 2011.
Outros projectos que poderão ser executados, tanto na fase 2 como na fase 3, em função da disponibilidade financeira, incluem as estradas Boane/Ponta d’Ouro (EN200), Nampula/Nametil (EN104), Moamba/Magude, Sussundenga/Chimoio e Espungabera/Sussundenga, Matema/Mualaze, Moma/Angoche e Oasse/Ponte da Unidade, na ligação entre Moçambique e Tanzânia.
Na opinião do Governo, esta estrada deverá ser reclassificada como secundária, e a sua reabilitação/construção executada em fases, por forma a coincidir com a conclusão das obras da ponte já em construção sobre o rio Rovuma.
Maputo, Segunda-Feira, 27 de Agosto de 2007:: Notícias

Ronda pela imprensa lusa: O que escreve Albano Loureiro.

Opinião - Universidade de Verão.
As coisas que eu aprendo em férias. Desculpem a ignorância que para alguns possam representar estas minhas lucubrações mas, na realidade, no ócio deste Verão fingido dei-me conta de algumas evidências que desconhecia de todo. De uma forma ou de outra, já todos demos de caras com esses canais de televisão exclusivamente dedicados ao anúncio e promoção para venda directa dos mais variados produtos milagrosos e com resultados retumbantes.
Ele é pentes para carecas, unguentos para emagrecer, aparelhos para transformar as barriguinhas em corpos esculturais e por aí fora. Claro, tudo sem qualquer esforço, basta comprar a coisa. Há tempos dei-me conta também de canais do mesmo género a anunciar pacotes de férias. E, como não podia deixar de ser, para além dos preços milagrosos, logo se oferecia crédito para pagamento em prestações. Num destes dias em que o tempo, mais uma vez, não dava para trabalhar pró bronze, resolvi fazer “mappling”. É um exercício assim como o “jogging” ou “footing” só que praticado sentado no sofá. Para ajudar ao esforço, comando na mão e toca de explorar o satélite. Dei então com um canal que vende casas e apartamentos de sonho em destinos turísticos. Destinado essencialmente ao mercado inglês lá se anunciavam os belos imóveis em Creta, Chipre, Grécia, Baleares e até no Algarve. Preços exorbitantes anunciados como pechinchas mas que, tomando por base os mercados alvo, soam atractivos. A técnica de venda consiste em proporcionar uma viagem ao potencial comprador para exploração e visualização dos locais dos imóveis, viagem essa a preço incrível de saldo e, uma vez apanhado lá o incauto, prega-se-lhe com uma lavagem ao cérebro e tortura chinesa tipo venda de colchões. Os resultados parecem ser bons, até porque se o comprador não fizer nenhum negócio é logo tratado abaixo de cão e, com algum azar, abandonado à sua sorte, tendo de pagar a viagem de regresso e suportar restantes despesas. Claro, para ajudar a entusiasmar o adquirente, as imagens da tv são divinas, quase sempre digitalizadas e distorcidas, apresentando jardins e piscinas enormes que na realidade não passam de quadradinhos de relva ou tanques de água onde mal cabem duas pessoas.Atente-se que o reverso da moeda foi-me dado por casal “very british” com o qual comentei o conteúdo do canal e que também me falou de como essas televendas têm dado celeuma nas ilhas inglesas. Logo desataram num ataque às civilizações do sul e do pouco escrúpulo desses vendedores que usavam a boa fé e honestidade intrínseca dos cidadãos britânicos para depois os vigarizarem. Uns malandros estes latinos. Ou seja, a postura é a mesma a que assistimos recorrentemente cada vez que essa gente tem de qualificar os restantes povos. Eles são os melhores e os mais santinhos que andam a aguentar com a corja do mundo. Lembre-se o recente caso da pequenita raptada no Algarve e de como a comunicação social britânica tratou as autoridades portuguesas e até o nosso país. Reconheço que fiquei danado com o desplante do dito casal e da forma ligeira como generalizavam logo as suas apreciações. Por isso dediquei mais algum tempo ao tema e fui tentar saber as origens daquela empresa promotora. Como era de esperar, sede na Inglaterra, controlada por ingleses, com os serviços em Londres prestados por ingleses para ingleses. O que a promotora faz é adquirir aos empreiteiros nacionais daqueles países os direitos de comercialização a preços esmagados e com comissões chorudas que lhes extorquem, controlando completamente o negócio sem qualquer intervenção, quer dos construtores, quer dos proprietários dos imóveis. Aliás, é a mesma empresa britânica que dispõe de um site na net para arrendamentos de casas de férias, com excelentes fotografias e descrições deslumbrantes que depois se revelam desoladoras mas já não há nada a fazer porque é exigido um pagamento de 50% antecipado. E aqui o mercado alvo é também o dos incautos cidadãos do sul.Virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Afinal quem são os verdadeiros doutorados da vigarice?
*Albano Loureiro-Advogado
* O autor é advogado e nascido em Porto Amélia/Pemba, filho dos antigos residentes Sr. Loureiro do A. Teixeira e da Professora D. Ana Alcina, sobrinha do Administrador do posto de Metuge (na época colonial), próximo a Bandar e à Companhia Agricola de Muaguide, Fernandes Pinto.
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