9/25/07

Cabo Delgado potencia desenvolvimento local.

A província de Cabo Delgado tenciona criar dentro dos próximos tempos uma Agência de Desenvolvimento Local (ADEL), com a principal missão de potenciar as comunidades e outros agentes de desenvolvimento económico local para promover a produção e auto-emprego. Para o efeito, realizou-se há dias, naquela província um encontro que pretendia entre outras questões, estabelecer uma visão comum sobre o que é o desenvolvimento económico local, propiciar a reflexão e o debate a nível da província e delinear as linhas de acção que conduzam à constituição da referida Agência de Desenvolvimento de Cabo Delgado.
Para além de representantes do Governo, o encontro também contou com a participação de representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), um dos principais parceiros do Governo de Cabo Delgado, representantes de outras organizações não-governamentais, entre outros membros da sociedade civil.
Com o estabelecimento do ADEL pretende-se, segundo os promotores, contribuir para o desenvolvimento socioeconómico sustentável da província, com base no processo participativo das comunidades e outros agentes de desenvolvimento local.
O governador de Cabo Delgado, Lázaro Mathe recordou durante o encontro, que o Governo de Moçambique definiu o distrito como pólo de desenvolvimento socioeconómico e base de planificação a partir do qual devem ser concentrados todos os esforços com vista ao combate à pobreza rumo ao desenvolvimento económico e social sustentável.
É com base neste desiderato que o Governo provincial tem vindo a criar instrumentos para a implementação da sua agenda como é o caso do Plano de Acção de Combate à Pobreza, Fome e do Programa de Capacitação Distrital (PROCADIS).
“Queremos aqui, destacar o funcionamento dos Conselhos Consultivos Locais como fóruns privilegiados de consulta participativa, inclusiva, descentralizada e democrática”, frisou Lázaro Mathe.
É que segundo ele, a abordagem do desenvolvimento local constitui uma ferramenta para promover o uso apropriado dos recursos locais do território, formando-se assim as iniciativas produtivas que obedeçam e privilegiam a interligação em cadeia, a coordenação inter-institucional entre o Governo e outros actores e agentes de desenvolvimento, nomeadamente, o sector privado e a sociedade civil e o empreendedorismo a nível local.
Para o governador de Cabo Delgado, o desenvolvimento económico local é um desafio que se coloca a todos intervenientes, nomeadamente a sociedade civil, o Governo, o sector privado, bem como a população em geral da província, a tomarem um papel activo e concertado para o aumento da produção e produtividade, criação de emprego e geração da riqueza pelos agregados familiares.
Durante o encontro, também foram apresentadas experiências das províncias de Nampula e Manica onde as Agências de Desenvolvimento Local já vêm sendo implementadas com algum sucesso.
Maputo, Terça-Feira, 25 de Setembro de 2007:: Notícias

9/24/07

ANCUABE - Custos elevados e equipamentos ultrapassados paralisam fábrica de grafites.

A reativação da fábrica de grafites de Ancuabe, em Cabo Delgado, está, em grande medida, condicionada à chegada da energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) ao distrito. Aquela unidade está paralisada devido aos elevados custos operacionais e à obsolescência dos equipamentos. O Governo diz que continua a desenvolver esforços no sentido de atrair investidores para aquele “gigante adormecido”.
Tal como apurou a reportagem do Notícias, a reactivação da fábrica é aguardada com muita expectativa, tanto que o projecto é considerado prioritário no Plano Estratégico Distrital aprovado no ano passado.
Segundo alguns membros do Conselho Consultivo Distrital de Ancuabe, a reactivação da fábrica não só poderá contribuir para a melhoria da receita local, como também poderá absorver muita mão-de-obra actualmente desempregada.
“A fábrica tem o problema da obsolescência dos equipamentos, daí que, mesmo chegando a energia, vai necessitar de uma reabilitação. Fala-se de um concurso que será lançado brevemente, mas a vinda da energia é uma prioridade porque esta é uma fábrica que absorvia grande parte da mão-de-obra do distrito”, explicou Geraldo Ndudo, administrador de Ancuabe. Acrescentou que a chegada da energia vai estimular o negócio no distrito, também pode promover a pequena indústria, como carpintarias, casas de frio para conservação do pescado, para além de dinamizar outros serviços.
Por seu turno, o governador da província, Lázaro Mathe, confirma o atraso que se verifica na chegada da energia a Ancuabe. Detalhou que, numa primeira fase, a corrente eléctrica da rede nacional chegou a Pemba e Pemba-Metuge. Na segunda fase prevê-se que, partindo da subestação de Metoro, a corrente chegue a Ancuabe, Montepuez, Chiúre e uma parte da zona norte de Nampula, que é o distrito de Namapa. Inicialmente estava previsto que os trabalhos estivessem concluídos até Junho deste ano, mas por razões organizacionais tal não foi possível. Lázaro Mathe diz que a província já tem a garantia do Ministério da Energia de que até Dezembro próximo a energia chegará a esses distritos.
O governador de Cabo Delgado acrescenta que a chegada da energia poderá levantar o “monstro” que é a fábrica de grafites de Ancuabe. É por isso que a Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia está a trabalhar no sentido de que quando chegar a energia não haver muitos tempos mortos. Observa, contudo, que isso não só depende do Governo provincial, mas também do executivo central e, por fim, dos proprietários daquele empreendimento.
Maputo, Segunda-Feira, 24 de Setembro de 2007:: Notícias