10/19/07

Ronda pela net - A África que encanta crianças...

(Imagem original daqui)
Os mistérios e mitos da "agreste" África vão sendo desvendados, expostos cada vez mais neste mundo mágico da informação que é a net e, com o conhecimento, vai acontecendo a transformação gradual do antipático, do inóspito e violento em charme, em poesia, em beleza e até em novidade e encanto para o mundo que a desconhece e até para as crianças.
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Do jornal "Estado de São Paulo"-Brasil, Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007:
África que encanta crianças
Editoras enfim descobrem o tom certo, sem ser superficial ou didático e sem resvalar no preconceito, para divulgar o melhor da cultura africana em livros infantis.
Beth Néspoli
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Sabe como se pronuncia leão em swahili, uma das línguas faladas na África?
- Simba!
- Ah! Por isso o nome do leão no famoso filme da Disney?
A descoberta agrada a crianças e a adultos e vem das páginas do livro infantil Um Safári na Tanzânia, que acaba de ser lançado pela editora SM.
Num país mestiço como o nosso, que tem na África uma matriz cultural importante na formação da identidade nacional, tal publicação é relevante, bem-vinda e deveria estar em todas as bibliotecas públicas.
Embora mais presente nos últimos cinco anos, esse tipo de livro infantil ainda pode ser considerado novidade no mercado editorial.
Mesmo os muito pequenos, que ainda não sabem ler, podem se encantar com as ilustrações de Julia Cairns para o texto de Laurie Krebs, em Um Safári na Tanzânia, que, de forma lúdica, ensina a contar, usando o olhar de um grupo de crianças que passeia pela savana.
Eles vêem javalis, gnus, hipopótamos e leões, sempre em grupo, em número crescente.
No fim do volume, uma espécie de posfácio didático, eficiente e atrativo traz o nome em swahili dos animais vistos pelas crianças, um mapa que localiza a Tanzânia no continente africano e um texto curto sobre o país e o povo Masai que habita a região que faz fronteira com o Quênia.
Outro lançamento infantil da SM é Yemanjá.
A autora, Carolina Cunha, profunda conhecedora da cultura iorubá, escreveu seu primeiro livro para crianças em 2002, Aguemon, também com temática africana, que, editado pela Martins Fontes, foi indicado para o Prêmio Jabuti.
Nas páginas de Yemanjá, o leitor encontra glossário que explica termos como ifá (oráculo iorubá) e ebó (oferenda aos deuses).
De certa forma, Carolina Cunha tenta dar às crianças de hoje algo que ela própria sentiu falta na infância.
Baiana, menina branca de classe média, ela conseguiu que os pais trouxessem da Inglaterra o brinquedo pedido: um bebê negro.
“Não tinha boneca negra em Salvador, só de pano, não é absurdo? Vivendo na Bahia, era inevitável que eu entrasse em contato com a religiosidade de raiz africana. Lembro-me da empregada lá de casa que toda noite de quarta-feira se arrumava, linda, para ir a um ritual que era cercado de mistério. Eu ficava muito curiosa, mas não entendia direito.”
Agora ela não só entende como compartilha essa compreensão, de forma poética e simples, com crianças brasileiras em seus livros.
Envolver o leitor mirim com lendas e mitos da cultura africana certamente é um filão editorial já descoberto.
Por isso mesmo, é preciso tomar cuidado.
Há o risco de simples superficialidade ou, pior ainda, da falsa arte, da historinha inventada unicamente com fins didáticos que, ao fim, não tem potência nenhuma.
Muito interessantes, nesse sentido, são as histórias assinadas por autores africanos.
Pelo menos nas conferidas pelo Estado, nada é explicitamente didático com relação à cultura negra.
Assim é, por exemplo, O Que Tem na Panela, Jamela?, também da SM.
Niki Daly, o autor, nasceu na Cidade do Cabo, na África do Sul.
E o que dizer de um infantil do premiado moçambicano Mia Couto?
Pois ele é um dos autores da coleção Mama África, da editora Língua Geral, que tem entre seus autores outro escritor de renome, José Eduardo Agualusa.
E eles são tão bons escrevendo para crianças quanto para adultos?
A resposta é um sonoro sim, a julgar por O Beijo da Palavrinha, de Mia Couto, e O Filho do Vento, de Agualusa.
“Entender a existência de diferentes visões de mundo é passo fundamental para combater intolerância e preconceito”, diz Dolores Prades, da editora SM.
Se é na infância que mais se aprende, livros agora não faltam.

10/18/07

ANIVERSÁRIO DE PEMBA.

(Imagem daqui)
Pemba completa hoje 49 anos
A cidade de Pemba completa hoje 49 anos desde que foi elevada a esta categoria, em 1958, por Decreto-Lei de 18 de Outubro do Governo-Geral da então Província Ultramarina de Moçambique, depois de em 1934 ter ascendido à categoria de vila, por Portaria de 19 de Dezembro.
Do programa previsto para as comemorações conta-se o lançamento das festividades das “bodas de ouro”, a assinalar no próximo ano, cuja preparação, segundo a edilidade, deve começar hoje, para que a celebração venha a condizer com a idade da cidade.
Em termos recreativos pouca movimentação está programada, facto que está a ser criticado pelos munícipes, habituados a viver festivais de canto e dança e música em momentos como este.
Maputo, Quinta-Feira, 18 de Outubro de 2007:: Notícias
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Um pouco sobre a história de Pemba:
Em Maio de 1897 a Companhia Colonial determinou ao capitão José Augusto Soares da Costa Cabral para proceder à implantação de um povoado na baía de Pemba – assim as populações nomeavam a região.Passaria a ser a capital dos territórios da companhia majestática.
Lendo-se a documentação daquele tempo, o primeiro estudo de construção de um colonato na Baía havia sido já planejada pelo antigo governador colonial, em 1858. Entretanto, o comércio que se fazia nas margens da Baía se desenvolveu imenso, com as populações locais e com as caravanas que vinham do interior. Em 1897 a companhia majestática construiu um Posto Militar perto da povoação "Muenha Amada" que se localizava a noroeste do hoje Bairro do Paquitequete.Essa região era apelidada "Pampira". E com esse nome passou a chamar-se a povoação junto do Posto Militar abrangendo também a "Muenha Amada".Quando o povoado começou a ser traçado, fala-se, na História de Cabo Delgado e Niassa, do Dr Medeiros, que "Começaram logo a seguir os pedidos de arrendamento e de aforamento de talhões.Proibiam-se as construções que não fossem de alvenaria e que não obedecessem a certas regras.A Companhia extorquiu as terras aos habitantes do local, classificando-as de 1ª Classe para efeitos de concessão. Gerou-se com isso uma onda de especulação em torno dos terrenos, por intermédio a maioria das vezes dos empregados da Companhia, tanto em Pemba como no interior, e foram de tamanha ordem que o Estado Português, ao recuperar a administração em 1929 tinha, entre outras, uma pretensa concessão em Pemba que compreendia quase toda a povoação, incluindo o cemitério público"."Abertos os primeiros estabelecimentos comerciais, foi criado em 13 de Outubro de 1899 um posto fiscal. Pela Portaria do Ministério português da Marinha e Ultramar, de 22 de Novembro de 1899, e proposta do Conselho de Administração da Companhia, Pampira passou a denominar-se Porto Amélia, em homenagem à última rainha de Portugal".
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A Companhia majestática.
O distrito militar de Cabo Delgado, na administração colonial, foi encerrado em 1891. O território compreendido entre o rio Rovuma e o rio Lúrio foi então concedido por Lisboa a uma Companhia majestática que passou a ter poderes soberanos sobre a região.A Companhia tinha exclusividade da coleta do imposto, o monopólio dos direitos alfandegários, da transação de terras, o direito de subconcessionar e de exercer atividades comerciais e industriais, agrícolas e mineiras.Os funcionários coloniais, crioulos e mestiços na sua maior parte, passaram a constituir o grosso dos funcionários médios e inferiores da Companhia e também a servir no seu corpo de milícias.Foi assim um capitão ao serviço da Companhia, José Augusto Soares da Costa Cabral, quem foi encarregado de implantar a povoação na baía de Pemba que está na origem da atual cidade capital da província de Cabo Delgado, no Moçambique independente.
Transcrição daqui.

Mais sobre PEMBA:

O que conta o "blogueiro" Miguel (lá de Angola) em seu não continuado "Agora Com Destino", sobre sua passagem por Pemba: