Transcrevo post do "Instante Fatal" sobre a discutida mas necessária série televisiva "A Guerra" de Joaquim Furtado que a RTP 1 está transmitindo desde o dia 16 de Outubro.
Após imensos anos de tanta "lenda" mal contada às jovens gerações dos povos envolvidos e falsos "mitos" fabricados por conveniências políticas, surge a esperança que a verdade da História Colonial Portuguesa seja reposta com imparcialidade justa, transparente e a confiança de que sejam derrubados do pedestal imerecido, muitos "heróis de barro" auto-proclamados e falsificados.
Após imensos anos de tanta "lenda" mal contada às jovens gerações dos povos envolvidos e falsos "mitos" fabricados por conveniências políticas, surge a esperança que a verdade da História Colonial Portuguesa seja reposta com imparcialidade justa, transparente e a confiança de que sejam derrubados do pedestal imerecido, muitos "heróis de barro" auto-proclamados e falsificados.
(A Guerra - Primeiro Episódio - Nota importante: se não conseguir ver o video acima, já que exige boa largura de banda devido a seu "peso" - 163Mb. em 53 m. e 10 s., tente o acesso por aqui)
A verdade inconveniente de Furtado
Não vi todo o programa do Joaquim Furtado sobre a Guerra Colonial.
Do que vi gostei muito.
Parece que foi um sucesso de audiência.
Isto prova que vale a pena fazer televisão com qualidade e não apostar só na fancaría das telenovelas e dos reality- shows.
É evidente que só a RTP tem rede para poder arriscar a pôr no ar, no horário nobre, um programa daqueles.
Numa privada o falhanço de uma experiência destas pode causar muito prejuízo.
Ninguém hoje arrisca.
O programa do Joaquim tem a grande qualidade de ser isento, objectivo.
É jornalismo puro: testemunha sem preconceitos.
As imagens de arquivo são de grande qualidade e vem reforçar a idéia de que na RTP havia uma escola de grandes repórteres, de grandes cameramen, na década de sessenta.
As imagens não são só boas por serem documentos únicos.
Têm qualidade técnica e formal.
A vida nas colônias era uma boa vida e ali dá para percebermos melhor o nosso passado muito mal contado no pós-25.
Aquelas manifestações na baixa contra a guerra, com milhares de pessoas, não podiam ser só encenadas.
Havia ali fervor, autenticidade, idéia de Pátria.
A forma como Holden Roberto (que entretanto morreu) contou o ataque da UPA no Norte de Angola, é brutal em verdade.
Os portugueses foram barbaramente chacinados para darem lugar a ditaduras, mas nada há a fazer contra a avalanche da História.
Sobrevivemos e pode-mo-nos orgulhar do que deixámos em África.
Assim pudéssemos dizer o mesmo do que fizemos em 30 anos de democracia.
Blogue "Instante Fatal"- 17/10/2007