11/08/07

Parque Nacional das Quirimbas: O saque continua...

Exploração de recursos inquieta autoridades.
O Parque Nacional das Quirimbas voltou a denunciar a continuação das actividades ilegais no seu interior por exploradores florestais e caçadores furtivos e anunciou ter apreendido nos últimos três meses 469 toros de madeira, 1.604 barrotes, 179 tábuas, 46 pranchas, e em consequência de tais infracções aplicou multas a sete operadores, avaliadas em pouco mais de 500 meticais.
Na verdade, segundo dados colhidos pelo nosso Jornal durante a realização da Terceira Reunião do Comité de Desenvolvimento do Parque Nacional das Quirimbas, pelo porta-voz José Dias, da fiscalização, em apenas três meses, Julho a Setembro deste ano, foram apreendidos 178 toros de pau-preto, 152 de pau-ferro, 123 de jambire e 16 de Muanga em mãos de operadores no interior do parque.
Trata-se de empresas e operadores singulares com licenças de exploração florestal passadas pelos serviços respectivos na Agricultura, que acabam invadindo as áreas de conservação no interior do Parque das Quirimbas, que abarca regiões de cinco distritos de Cabo Delgado.
Com a empresa “Pacific International” foram encontrados 23 toros de jambire, já na vila sede do distrito de Ancuabe, e pela infracção foi-lhe imposta uma multa de 86.020,00 MT, no mesmo lugar onde foram apreendidos mais 24 toros da mesma espécie, desta feita pertencentes à “Mozambique Tienhe”, razão por que foi multada em 78.500,00MT.
Entretanto a multa mais avultada veio a recair ao operador florestal Costa Ferreira, em Muaja, onde havia depositado 25 toros de pau-ferro e oito de jambire. A fiscalização do PNQ determinou que pagasse ao Estado pela infracção 250.99,00Mt.
José da Silva Mucavele, por sua vez, vai pagar por ter sido surpreendido com 34 toros de jambire, igualmente em Muaja, cabendo-lhe a multa no valor de 41.000,00MT e um seu colega da aldeia Napuda, em Quissanga, vai pagar 70.500,00Mt por haver sido encontrado com 537 barrotes e sete tábuas.
Todos estes processos, segundo soube a nossa Reportagem, foram remetidos ao juízo das execuções fiscais, mas as autoridades do Parque mantém o alarido decorrente da contínua violação dos recursos naturais que se pretende proteger.
De igual modo, a caça furtiva praticada por elementos das comunidades residentes no interior do parque está muito longe de se estancar.
Nos três meses em análise, com efeito, foram desactivadas e destruídas 195 armadilhas, 71 cabos de aço e 381 laços, nas aldeias Napuda, distrito de Quissanga, e Timamoco e Mtepo, em Meluco.
Foram igualmente capturados 12 arcos e flechas na aldeia Muaja que se encontravam à venda pública e destruídos, já na parte marinha, dois acampamentos com 17 pescadores ilegais, apreendidas duas redes mosquiteiras usadas para a pesca do peixe miúdo) e retiradas três embarcações.
Entretanto, os animais bravios continuam a semear intranquilidade no seio das comunidades residentes no interior do Parque Nacional das Quirimbas, razão por que as autoridades que o administram decidiram que a 10 de Junho passado fossem abatidos 10 leões que dizimaram 12 cabritos na aldeia Massasse (em Meluco). Passados 15 dias e devido a uma incursão de um elefante solitário, desta feita na aldeia Pulo, em Pemba-Metiuge, o animal foi abatido, tendo a sua carne sido distribuída pelos aldeões e os troféus deixados como património do parque.
Maputo, Quinta-Feira, 8 de Novembro de 2007:: Notícias
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Obs. - É lamentável que continue impune essa exploração descomedida dos recursos naturais das Quirimbas-Moçambique, como deplorável é também o massacre crimonoso e cobarde dos animais da floresta sob o olhar complacente de quem deveria fiscalizar e impedir.
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Algumas ligações do ForEver PEMBA que mencionam o Arquipélago das Quirimbas:

Moçambique - Panázio na História...politicamente tendencioso !

(Avenida Pinheiro Chagas, agora Eduardo Mondlane)
Nos edifícios públicos e ruas: Nomes coloniais serão substituídos.
Inicia-se, a partir do próximo ano no país, a retirada e posterior substituição de nomes geográficos que não tenham nada a ver ou que não se identificam com a história do país, estampados nos edifícios públicos, como escolas e hospitais, incluindo estradas, avenidas, ruas e outros locais.
Esta informação foi passada ao “Notícias” pelo Director Nacional da Organização Territorial, no Ministério de Administração Estatal, Manuel Rodrigues, que garantiu ter já terminado o estudo para o efeito.
A fonte assegurou que a mudança de nomes estrangeiros não vai incluir os de figuras ou países amigos, como Agostinho Neto, Keneth Kaunda, Nelson Mandela, Fidel Castro e outros, que de uma ou de outra forma estão intimamente ligados à nossa história.
Manuel Rodrigues explicou que não faz sentido que Moçambique continue a ostentar nomes colocados durante o regime colonial, como se o país não tivesse a sua própria história.
Em todas as províncias, distritos ou mesmo localidades estão patentes estes nomes, tomando como exemplo a cidade capital do país, cujas principais ruas dos bairros luxuosos ostentam nomes como Dom João, Fernão Magalhães, João Gama, Víctor Gordon, entre outros.
Segundo o nosso entrevistado, não faz sentido que 32 anos após a independência nacional o país continue refém de nomes que “só nos fazem lembrar momentos difíceis, de dor e humilhação que os moçambicanos viveram durante a dominação colonial”.
Para a concretização deste projecto, Manuel Rodrigues disse que foi criada uma comissão, que já elaborou os termos de referência, aprovados pelo Ministério de Administração Estatal.
Esta mesma comissão vai apresentar até ao próximo mês uma proposta concreta de toponímia, ou de nomes que podem ser atribuídos aos locais históricos, escolas, hospitais, avenidas, ruas ou pracetas. “Portanto, até ao final do ano vamos ter um banco de dados de toponímia, e o próximo ano arranca com a respectiva substituição”.
O nosso entrevistado, anotou que sendo este um assunto meramente moçambicano, deve prevalecer a vontade dos moçambicanos na indicação dos nomes. “Por exemplo, temos nomes de rios, de montanhas de figuras que participaram na luta de resistência à penetração português, até à luta de Libertação Nacional, ou de pessoas que nas suas comunidade se destacaram por qualquer feito para o bem dessa mesma comunidade”, disse, questionando porque é que não se pode apostar nesses nomes com os quais nos identificamos.
Maputo, Quinta-Feira, 8 de Novembro de 2007:: Notícias