2/03/08

Cabo Delgado - Tráfico humano ocorre perante a apatia das autoridades moçambicanas...

Por: Fernando Sidumo - Maputo - Diário do País - Um moçambicano que se dá pelo nome de Momed Ahmad acusa um grupo de 10 estrangeiros, entre originários dos países do Ocidente e da África, de o terem raptado, a 23 de Janeiro de 2008, para um acampamento com tendas de campanha montadas no mato, algures no distrito da Mocímboa da Praia, na província nortenha de Cabo Delgado.
Já no local, Ahmad diz ter encontrado um contigente de pouco mais de 20 pessoas, supostamente moçambicanos também feitos reféns dos raptores e lhe deram tempo para fazer uma última comunicação via telefone com um seu familiar, dizendo algo que ia na alma.
Depois de se comunicar com um seu tio, o raptado cidadão pediu para ser acompanhado para fazer necessidades fora do acampamento, ao que lhe foi autorizado e aproveitando-se da distraição dos que o acompanhavam e também da escuridão, pôs-se em fuga de regresso à vila sede do distrito da Mocímboa da Praia onde tratou de comunicar à Polícia da República de Moçambique (PRM) da ocorrência. Momed Ahmad disse ter a PRM apenas se limitado a tomar nota da ocorrência e aconselhá-lo a identificar o grupo às autoridades policiais logo que se deparar com o mesmo.
Inconformado com o comportamento da PRM, Ahmad diz, falando ao jornal que se dirigiu a Pemba para denunciar o sucedido, iniciativa que também resultou num fracasso, “pois ali também os agentes só me ouviram e mais nada fizeram”.
Momad Ahmed desconfia que o grupo seja de traficantes de pessoas para extração dos seus órgãos humanos ou para venda dos raptados nos países vizinhos.

A maKonde Reinata Sadhimba Passema e Inácio Matsinhe expôem em Lisboa.

Segundo o "Moçambique Para Todos" do macua Gil, acontece este mês exposição na galeria African Contemporary em Lisboa de Reinata Sadhimba (cerâmica escultórica) e Inácio Matsinhe (pintura, crâmica e escultura). Estará patente até ao final do mês.
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REINATA SADIMBA (Sadhimba) Passema (1945) (vêr obras disponíveis) - Reinata Sadimba nasceu em 1945 na aldeia de Nemu - planalto de Mueda e Província de Cabo Delgado, Moçambique.
Filha de agricultores, recebeu a educação tradicional dos Makondes que incluia o fabrico de utensílios em barro.
Apesar dos makondes atribuirem o papel preponderante na sociedade às mulheres, em Moçambique, e também na Tanzânia, a escultura é ainda um "trabalho de homens".
É provavelmente por esse facto que poucos levaram a sério o trabalho de Reinata no início.
No entanto, em 1975 ela inicia uma transformação profunda das suas cerâmicas tornando-se conhecida pelas suas formas fantásticas e estranhas.
Reinata Sadimba é hoje considerada uma das mais importantes mulheres artistas de todo o continente africano.
Recebeu inúmeros prémios e distinções pelo seu trabalho na Bélgica, Suiça, Portugal e Dinamarca e o seu trabalho está representado em várias instituições como o Museu Nacional de Moçambique, o Museu de Etnologia de Lisboa ou a colecção de Arte Moderna da Culturgest e inúmeras colecções privadas em todo o mundo. (fonte African Contemporary art gallery)
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INÁCIO MATSINHE (1945) (vêr obras disponíveis) - Inácio Matsinhe nasceu em Maxixe, Moçambique em 1945.
É um dos grandes nomes das artes plásticas Moçambicanas.
Fortemente ligado à sua terra natal, a sua pintura e cerâmica mostram geralmente cores vivas e quentes: encarnados, amarelos e azuis-cobalto mas também por vezes nostálgicas com amarelos e verdes.
Matsinhe frequenta ainda muito jovem, com 17 anos, a Escola de Artes Decorativas e em 1976 ganha a primeira de duas bolsas de estudo atribuidas pela Fundação Gulbenkian.
Esta oportunidade para estudar no exterior foi fundamental para a sua carreira.
Inácio Matsinhe começa por estudar técnica de ceramica na Pietro Vannucci Fine Arts Academy em Itália.
Em 1977 frequenta o Polytechnic Institute Sir John Cass - School of Arts em Londres e abre o seu atelier em Alfama, onde para além de formação, proporciona a outros artistas um espaço de exposições e encontros.
Matsinhe expõe regularmente desde os anos 60 em todo o mundo desde Portugal e Espanha ao Reino Unido (African Center-Londres) ou aos Estados Unidos (World Surrealist Exibition-Chicago).
O seu trabalho está representado em inúmeras colecções privadas mas talvez a sua obra mais emblemática seja o enorme painel de azulejos na Av. Gago Coutinho em Lisboa. (fonte African Contemporary Art Gallery)
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