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7/31/08

Escritos do Douro - História de um soneto! Eu estava lá...

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Na dramática noite do dia 8 de Agosto de 1953 eu estava lá, em frente à estação da Régua, junto ao muro que dá para o rio Douro, a assistir ao dantesco espetáculo. Com seis anos de idade à época, acompanhava meu saudoso Pai Jaime Ferraz Rodrigues Gabão. Jamais saiu de minha memória a beleza assustadora e dramática das chamas envolvendo o edifício enorme da Casa Viúva Lopes. Foi experiência que marca minhas lembranças com nitidez impressionante, até aos dias de hoje!
- J. L. Gabão, Brasil, Julho de 2008.
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O perigo anda de mãos dadas com a vontade de acudir e de servir a todos. A tragédia espreita a cada canto, e por vezes a morte sai a rua. Foi o que aconteceu no dia 8 de Agosto de 1953 com o Bombeiro João Gomes Figueiredo. João de Araújo Correia, homenageou o valente Soldado da Paz como se pode ler no texto abaixo:
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HISTÓRIA DE UM SONETO
- Por João de Araújo Correia
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Quando, em 1953, ardeu por completo, nesta vila, a CASA VIÚVA LOPES, empório de secos e molhados, como se diz no Brasil, morreu no incêndio o bombeiro João Figueiredo, mais conhecido por João dos Óculos.
No dia seguinte ao fogo, vi o cadáver, estendido de costas, do lado de dentro de uma abertura, que tinha sido, poucas horas antes, uma das portas da grande mercearia.
O corpo do João, ligeiramente vestido, como que ostentava, em toda a extensão das partes descobertas, o que se diz em Medicina, queimaduras do primeiro grau.
Não sei se a rápida morte do João foi devida às queimaduras, talvez mais extensas do que as ostentadas, se foi devida a asfixia ou queda. Não li relatório de autópsia nem sei até se o João foi autopsiado. Sei que morreu durantge o incêndio da CASA VIÚVA LOPES.
Era um pouco triste e um pouco frio, no trato, o João dos Óculos. Mas, homem bem comportado, honesto compositor na IMPRENSA DO DOURO. Vi-o trabalhar, muitas vezes, sem erguer os olhos do componedor.
Tive muita pena do desgraçado bombeiro. Tanto mais, que me eram simpáticos os seus padrinhos e pais adoptivos, o já cansado tipógrafo João Monteiro e sua mulher, a Senhora Glorinha, proprietários de uma arcaica tipografia quase morta chamada TRASMONTANA. Tinham descido de Vila Pouca de Aguiar à Régua, com seu prelo, como se tivessem embarcado para o Brasil. A Régua é chamariz de quem precisa de governar a vida.
Tive muita pena do João dos Óculos, falecido em 1953. Quando, em 1955, festejou as bodas de diamante a benemérita ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO PESO DA RÉGUA, lembrei-me dele e da sua trágica morte. E, vai daí, andando a passear no meu quarto, improvisei um soneto à sua memória. Digo improvisei, porque me apareceu no cérebro, desde a primeira à última palavra. Nasceu-me, de mais a mais, a conversar com um dos meus filhos, o Camilo, que não é nada tolo, como toda a gente sabe.
Por ele não ser tolo, recitei-lhe o soneto antes de o escrever.
Mas que má impressão lhe causei! Premiou-me os catorze versos com uma coroa de catorze espinhos. Disse-me que eram versos de cego.
Versos de cego, em 1955, eram uma versalhada, que os ceguinhos entoavam na rua, ao som da viola, violão ou outro instrumento de corda, para apurar tostões. Levavam de terra em terra, tocando e cantando, o noticiário de grandes casos. Eram, quase sempre, eco de grandes crimes, principalmente crimes passionais.
Estou a ouvi-los entoar a versalhada, que, na opinião de meu filho, era mãe do meu soneto.
Embora... Publiquei os meus catorze versos numa folha ilustrada, comemorativa dos setenta e cinco anos dos nossos Bombeiros.
Aqui reproduzo o soneto como se repetisse a minha oferenda a um quartel que festeja, em 1980, o primeiro centenário. É como segue:
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BODAS DE DIAMANTE
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O João dos Óculos nasceu bombeiro.
Embora fosse pálido e franzino,
Cumpriu até o fim o seu destino
Com impoluta alma de guerreiro.
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Nenhuns braços lhe foram cativeiro
Mal da sereia ouvisse o som mofino...
Em uma noite de luar divino
Foi encontrar a morte num braseiro.
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A sua Associação, cândida amante,
Celebra hoje as bodas de diamante,
Quase cem anos de exostência honesta.
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Um bom diamante, sócios, é carvão.
Ide buscar o coração do João
E fazei dele o símbolo da festa.
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Mal chegou a Lisboa o sonetito, encontrou no Dr. Nuno Simões carinhoso acolhimento. Depois de o ler na folha única, não se conteve o ilustre publicista. Comunicou o seu entusiasmo à Associação dos Bombeiros.
Isto de críticos... Se todos pensassem o mesmo, a respeito de qualquer obra, tombava o mundo para uma banda, correria o risco de se perder na imensidade.
Todos os conselhos ouvirás e o teu não deixarás - reza o prolóquio. Todas as críticas ouvirás e a tua não deixarás - digo eu antes e depois de publicar os meus escritos. Sei ou suponho que sei até que ponto merecem ser publicados.
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Não se ficou somente pelo texto atrás reproduzido, a homenagem do "Mestre de todos nós" ao bombeiro falecido no incêndio da Casa Viúva Lopes...
Foi fatídico esse ano de 1953. A 24 de Dezembro, coube a desdita ao garboso e corajoso Afonso Pinto Monteiro, que acabado de almoçar, ao primeiro toque da sirene veio a correr atá ao Quartel. O incêndio era em Sedielos, e ainda a viatura subia a rua junto à Igreja Matriz de Godim, e já o Bombeiro falecia por indigestão provocada pela pela aflitiva corrida de momentos antes.
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Livro - "Bombeiros Voluntários do Peso da Régua -125 anos da sua História";
Propriedade - Bombeiros Voluntários do Peso da Régua;
Autor - Manuel Igreja;
Fotografia - B. V. do Peso da Régua, Foto Baía, Manuel Igreja;
Paginação, fotolitos e impressão - Imprensa do Douro;
Depósito Legal n. 234957/05;
Tiragem - 2.000 exemplares.
  • O site dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua - Aqui!
  • Escritos do Douro - Aqui!
  • O novo site da Câmara Municipal de Peso da Régua - Aqui!
Jornal "O Arrais, Quinta-Feira, 27 de Janeiro de 2011
História de um Soneto
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História de um Soneto

    4/24/09

    Buscando no tempo, lá pelo Douro: Os bombeiros no Cais Fluvial da Régua.

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    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...

    Nesta excelente imagem, de meados de 1980, vê-se uma instrução de alguns elementos do Corpo de bombeiros do Peso da Régua, junto à margem do rio Douro, no cais fluvial (sem a actual recuperação feita pelo ainda Instituto de Navegabilidade do Douro, presidido pelo saudoso Eng. Mário Ferreira) em exercícios de manobras, com as bombas e as mangueiras, ligadas a dois veículos de combate aos fogos urbanos.

    “Voluntários por opção, mas profissionais na acção” é o que se pede a todos os bombeiros. Entre os bombeiros, é comum dizer-se que só “salva quem sabe”.

    Em sociedades, cada vez com maiores riscos e perigos, os bombeiros precisam de ter melhores conhecimentos técnicos, mais formação, cursos de matérias específicas, completados com frequentes exercícios de instrução.

    Os bombeiros voluntários estão actualmente sujeitos à avaliação do desempenho das actividades que prestam nesta área da protecção civil e do socorro, com as estruturas operacionais cada vez mais qualificadas, competentes e responsáveis, orientadas por objectivos de qualidade.

    Destaca-se nesta foto, o emblemático Chevrolet, modelo Viking 60, com um motor de 4637 cm³, de 8 cilindros, baptizado na Associação com o nome de S. Faustino, sendo mais conhecido por o “Nevoeiro” (assim designado pela razão de a bomba ao lançar a água fazer uma espécie de nuvem).Este veículo de origem americana transporta no seu interior dez bombeiros e está equipado com depósito de água de 1.800 litro, material de incêndios e uma potente bomba Darley. Adquirido à General Motors de Portugal, Lda., em Novembro de 1960, pela avultada quantia de 397 contos, com comparticipação do Estado, era considerado, como então se dizia, “um carro que não encontra hoje similar no país.”

    Ainda hoje, se a completar os seus 50 anos de actividade nos bombeiros, esse pronto-socorro tem todas as condições para prestar qualquer serviço de combate ao fogos urbanos, (precisamos da ajuda de um benemérito para a sua reparação de chapa e nova pintura, será que alguém nos pode ajudar?) como nos seus velhos tempos, o das memórias da nossa infância, quando o contemplávamos ao vê-lo passar em alta velocidade, com a sirene a tocar e luzes a assinalar sua urgência.

    Para se valorizar a importância da formação dos bombeiros reproduzimos um artigo (ligeiramente adaptado) da autoria do nosso amigo Eng. Álvaro Ribeiro, Comandante dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, de Vila Real, onde aponta estas ideias:

    “Ao longo dos tempos os Corpos de Bombeiros procuram dar respostas às necessidades das populações. Primeiro, com exclusiva participação no combate aos incêndios urbanos e industriais, socorros a náufragos, depois na área da saúde na vertente de transporte de doentes e na emergência pré-hospitalar e, no inicio da década de 80, como responsáveis directos pelo combates aos fogos florestais.
    A mobilização dos efectivos operacionais era feitas pelas badaladas dos sinos das igrejas, posteriormente passou-se aos silvos das sirenes e hoje já se utiliza os meios de SMS e outros.
    A velha figura do quarteleiro deu lugar a operadores de central de comunicações e aos motoristas que garantem o serviço de saúde e/ou incêndios.
    A tecnologia entra facilmente na área da protecção e socorro. São por isso necessários conhecimentos profundos e treinos para manusear equipamentos, alguns com elevada sofisticação.
    A sociedade exige um serviço profissional, independentemente de quem o faz, se é sapador ou voluntário. Para dar resposta a uma sociedade que vive com a informação a todos os instantes, é preciso dispôs de tempo para a formação, treino regular e participar nas actividades operacionais e de representação.”
    - Peso da Régua, Abril de 2009, José Alfredo Almeida.

    - Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:
    • O Padre Manuel Lacerda, capelão do Bombeiros do Peso da Régua - Aqui!
    • A Ordem Militar de Cristo - Uma grande condecoração para os Bombeiros de Peso da Régua - Aqui!
    • OsBombeiros no Largo da Estação - Aqui!
    • A Tragédia de Riobom - Aqui!
    • Manuel Maria de Magalhães: O Primeiro Comandante... - Aqui!
    • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
    • O Baptismo do Marçal - Aqui!
    • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
    • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
    • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
    • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
    • Os Bombeiros da Velha Guarda do Peso da Régua - Aqui!

    - Link's:

    • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
    • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Exposição Virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

    5/04/11

    Sport Clube da Régua - Conheça o Reguense Jaime Ferraz Rodrigues Gabão

    Conheça o Reguense Jaime Ferraz Rodrigues Gabão
    As cartas enviadas desde Porto Amélia em Moçambique sobre o Sport Clube da Régua.
    Jaime Ferraz Rodrigues Gabão

    Nasceu na cidade do Peso da Régua em 13 de Abril de 1924.
    Com 68 anos, faleceu a 18 de Junho de 1992, dia do Corpo de Deus, em Lisboa - onde, uns dois meses antes, se submetera a melindrosa intervenção cirúrgica.

    Tive a oportunidade de ler algumas cartas, vindas de longe, de uma comoção difícil de esquecer. Voltou a dar vida às ruas velhinhas, de comércios e ofícios, hoje fechados na própria nostalgia dos tempos e costumes que não voltam.  
    Jaime Ferraz Gabão era um reguense pelo nascimento e pelo coração, mas de origem vareira. Sempre se orgulhou dessa origem. Viveu a geminação Régua-Ovar como um encontro dentro de si próprio. Seguiu-a do seu canto, pequeno mundo de livros e papéis. A falta de saúde não lhe permitiu assistir às cerimónias oficiais.
    Estivesse onde estivesse, o seu coração pulsava pela Régua. São disso eloquente testemunho as HISTÓRIAS DO SPORT CLUBE DA RÉGUA e do NOTÍCIAS DO DOURO.

    Jaime Ferraz Gabão foi um jornalista espontâneo. Como tantos outros expoentes do nosso jornalismo, foi homem de formação sem formatura. O sentimento dos jornais, o espírito atento e a experiência, foram fazendo dele o apreciado jornalista que veio a ser.
    Nos muitos anos de África, passados em Porto Amélia, foi colaborador de quase todos os jornais moçambicanos, muito especialmente do DIÁRIO de Lourenço Marques. Neles praticou um jornalismo de noticiário oportuno e de inabalável sentimento patriótico. Quando a descolonização lhe desmantelou a vida, ficou a lamentar mais os prejuízos da terra portuguesa, do Atlântico ao Índico, que as suas próprias perdas. Foi em Moçambique um saudoso de Portugal e em Portugal um saudoso de Moçambique.

    No seu regresso de África, veio a ser, pouco a pouco, a alma e a sobrevivência do NOTICIAS DO DOURO. Por fim, era ele, com a dedicação dos tipógrafos, a conseguir, em cada semana, um número difícil.
    Quando o NOTICIAS DO DOURO sofreu, bruscamente, uma grande mudança de clima,Jaime Ferraz Gabão sentiu um desconforto tão inesperado como injusto. Para se recompor da enorme frustração, não lhe bastava ser correspondente do PRIMEIRO DE JANEIRO e colaborador esporádico do JORNAL DE MATOSINHOS. Precisava de mais espaço no jornalismo regional. Teve-o da magnânima e hospitaleira VOZ DE TRÁS-OS-MONTES e, depois, do ARRAIS. Com inquebrantável assiduidade, colaborou nestes jornais do seu espírito e do seu coração, até às últimas migalhas de saúde.

    O Sport Clube da Régua, distinguia-o, desde 1965, como "Sócio de Mérito".
    Depois de completar 50 anos de jornalismo, muitas foram as homenagens e distinções merecidas por Jaime Ferraz Gabão: Rotary Clube da Régua, Clube da Caça e Pesca do Alto Douro, Voz de Tráz-os-Montes e Arrais; "Medalha de Mérito Jornalístico" da Câmara Municipal de Peso da Régua e "Louvor pelos relevantes Serviços Prestados à Imprensa Regional" da Presidência do Conselho de Ministros.


    - Peso da Régua, Junho de 1992, Camilo de Araújo Correia.*


    Conheça algumas das cartas enviadas e publicadas pelo Jornal Notícias do Douro, sobre o SC Régua.
    Clique nas imagens acima para ampliar
    Transcrito do site - Sport Clube da Régua

    Alguém disse: Cruzar a linha não é muito fácil, em especial quando não há vantagens ou ganhos em retorno. É nesta hora que você percebe e entende quem tem consideração, quem reconhece! Minha gratidão imensa ao Dr. José Alfredo Almeida, Amigo sempre presente pela pesquisa dos textos, ao pessoal do Notícias do Douro pela autorização, na pessoa do Dr. Armando Mansilha, salientando também o velho Amigo, funcionário e jornalista Fernando Guedes, que se encarregou de fotocopiar os recortes acima expostos e ao Sport Clube da Régua, a quem meu saudoso Pai ofertou amor e inúmeras horas de dedicação intensa, desinteressadas e permitiu a digitalização-publicação no site do clube. Seu pensamento-coração, mesmo longe, em terras de África (Porto Amélia, hoje Pemba), estavam também no rincão natal. - Jaime Luis Gabão, 4 de Maio de 2011.

    3/29/09

    A FANFARRA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE PESO DA RÉGUA.

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    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...

    Peso da Régua, 28 de Novembro 2008. - A FANFARRA DOS BOMBEIROS DE PESO DA RÉGUA.

    Integrada na Associação está a magnifica Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua, da qual fazem parte cerca de 55 elementos do sexo masculino e feminino com idades compreendidas entre os 6 e os 55 anos.

    A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua foi fundada em 15 de Agosto de 1976 e, durante estes 32 anos de existência, marcados com muitos pontos altos, tem dado inúmeros espectáculos de rua, em cerimónias de bombeiros, desfiles de festas de cidades, vilas e aldeias, mostrando toda a sua animação, cores, sons e coreografias variadas, as quais o público muito admira e aplaude.

    Esta Fanfarra foi criada e mantida, durante muitos anos, graças ao trabalho e à determinação do saudoso director António Jacinto Dias, mais conhecido por senhor Dias (como carinhosamente lhe chamam elementos dessa época), isto sem esquecer muitos outros directores e bombeiros que ao longo dos anos lhe deram vida.

    A Fanfarra começou apenas com os elementos masculinos, numa primeira fase, para aprenderem a manusear os instrumentos e, numa segunda fase, integraram-se já os elementos de sexo feminino, para lhes ensinarem os passos e coordenação geral de todos. O fardamento masculino foi pago pelos próprios elementos, mas o feminino foi feito pelas costureiras de Peso da Régua. Quando estava tudo pronto e afinado, decidiu­-se que a Fanfarra sairia no dia 15 de Agosto de 1976, a acompanhar a procissão solene em honra de Nossa Senhora do Socorro, com saia vermelha, botas vermelhas e camisa azul para as raparigas e calças azuis e camisa branca para os homens. E a partir daí iniciou as suas actuações por todo o país. Mas, uma dela nunca se vão esquecer, foi a actuação em Castro Daire, no ano de 1976, onde foram participar num concurso de fanfarras, tendo conseguido arrecadar o primeiro lugar.

    Os anos foram passando e o fardamento teria que ser mudado e para tal a Direcção dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, passados anos decidiu oferecer o fardamento a todos os elementos, sendo composto por camisa branca e calças azuis para os homens e camisa branca, saia às pregas azul e botas brancas para as mulheres.

    Com a entrada de uma nova direcção e de um novo responsável pela Fanfarra mudou-se radicalmente o fardamento, passando as raparigas a ter minissaia travada azul, camisa azul clara com manga a três quartos e botas brancas e os homens com calças, botas e camisa de estilo bombeiro, visual que se manteve até ao ano de 2008.

    No ano de 2008, as novas responsáveis pela Fanfarra (Sónia Coutinho e Mónica Silva), decidiram valoriza-la ainda mais e mudaram o fardamento, não em estilo, visto que só as camisas de manga curta das raparigas é que deixou de ser à três quartos, mas a cor modificou e o tipo de chapéus quer de uns quer de outros e os cordões que levam ao peito ficaram menos pesados e mais pequenos.

    Com a Fanfarra dos Bombeiros de Peso da Régua, a quem é reconhecido grande valor na área recreativa, leva-se a qualquer parte o bom nome da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, como aconteceu no passado dia 5 de Janeiro de 2009, na cidade galega de Santiago de Compostela, onde esteve presente, a abrir o importante desfile da “Festas dos Reis Magos”.
    E, quem viu disse:“brilhantemente”.
    - Peso da Régua, Março de 2009, José Alfredo Almeida e Sónia Coutinho.

    • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua no Hi5 - Aqui!
    • O blogue da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
    • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Exposição Virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Carros Históricos dos Bombeiros da Europa (na galeria encontrará viaturas antigas e históricas da nossa valorosa Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Régua) - Aqui!

    Outros textos publicados sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:

    • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
    • O Baptismo do Marçal - Aqui!
    • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
    • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
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    6/08/09

    Buscando no tempo lá pelo Douro: A bênção da bandeira.

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    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...:

    Esta imagem de 29 de Novembro de 1959, da autoria do fotógrafo reguense Baía Reis, assinala a cerimónia da bênção de uma nova bandeira da Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua que se realizou na Igreja Matriz com a bênção do distinto pároco Dr. Avelino Branco, acolitado pelo senhor José da Silva Pinto (filho do benemérito que mais tarde abraçou o sacerdócio e foi um dos fundadores da vizinha Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fontes), por ocasião das comemorações do 79º aniversário da instituição.

    Esta bela bandeira que, se encontra guardada no Museu da Associação (também visitável em: http://www.museudodouro.pt/exposicao_virtual/BVRegua.html), foi oferecida, com veneração aos bombeiros da Régua, por uma figura muito conhecida e carismática no Peso da Régua, o senhor Manuel Pinto, – temos uma fotografia sua que aqui mostramos em sua homenagem - já falecido, residente na freguesia de Canelas que, segundo sabemos, a essa data, se encontrava emigrado na Venezuela.

    Pode ver-se, através desta imagem, que a bandeira é transportada pelas mãos de um grande bombeiro, o Chefe Joaquim Laranja e é agarrada numa das pontas pela madrinha do acto, a bonita menina Maria Celeste da Silva Pinto (actualmente emigrada em Inglaterra), uma filha deste nosso benfeitor. Em sua volta, encontram-se presentes vários cidadãos, ainda nossos conhecidos, que assistiam a esta singela cerimónia.

    A bandeira é o símbolo máximo da Associação que a representa em todas as sessões solenes, desfiles de bombeiros, cerimónias oficiais, funerais de todos aqueles que estiveram a serviço desta nobre causa e ainda nas mais importantes festividades religiosas, como é o caso da procissão solene em honra de Nossa Senhora do Socorro, a quem os Bombeiros da Régua prestam homenagem e devoção.

    Na bandeira estão todas colocadas as condecorações atribuídas a esta Associação e ao seu Corpo de Bombeiros, das quais destacamos as seguintes:

    O grau de Cavaleiro da “Ordem da Benemerência” (1930), o grau de Oficial da “Ordem da Cruz de Cristo” (1931), o título de membro Honorário da “Ordem do Infante D. Henriques” (1984), o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (1980), a Medalha de Honra da Câmara Municipal de Peso da Régua (1989), a Medalha, de Ouro de 2 estrelas (1977) da LBP, a Medalha de Mérito de Mérito, de grau Ouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real (1980) e ainda os Louvores da Câmara Municipal do Peso da Régua, Câmara Municipal de Armamar e do Governo (1904 e 1931).

    Para além destas mercês honoríficas, destaca-se ainda o título de “REAL ASSOCIAÇÃO” que foi concedido à Associação pelo Rei D. Luís I, em 1882, - dois anos após a sua fundação -, designação que adoptou ainda durante alguns anos.

    Esta importante distinção régia, apenas atribuída a algumas associações no nosso país, testemunha a grande importância que os bombeiros do Peso da Régua sempre tiveram.
    Por fim, é de salientar que as associações humanitárias dos bombeiros voluntários de Ermesinde, de Cheires (Alijó) e da Figueira da Foz concederam à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, o honroso título de “SÓCIA HONORÁRIA”.
    - Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.
    - Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:
    • Comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros: Fidalgo e Cavaleiro dos Bombeiros da Régua - Aqui
    • A força do voluntariado nos Bombeiros - Aqui!
    • A visita do Presidente da Républica Américo Tomás - Aqui!
    • Uma formatura dos Bombeiros de 1965 - Aqui!
    • O grande incêndio dos Paços do Concelho da Régua - Aqui!
    • 1º. de Maio de 1911 - Aqui!
    • Homens que caminham para a História dos bombeiros - Aqui!
    • Desfile dos veículos dos bombeiros portugueses - Aqui!
    • Uma instrução dos bombeiros no cais fluvial da Régua - Aqui!
    • O Padre Manuel Lacerda, Capelão dos Bombeiros do Peso da Régua - Aqui
    • A Ordem Militar de Cristo - Uma grande condecoração para os Bombeiros de Peso da Régua - Aqui!
    • Os Bombeiros no Largo da Estação - Aqui!
    • A Tragédia de Riobom - Aqui!
    • Manuel Maria de Magalhães: O Primeiro Comandante... - Aqui!
    • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
    • O Baptismo do Marçal - Aqui!
    • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
    • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
    • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
    • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
    • Os Bombeiros da Velha Guarda do Peso da Régua - Aqui!

    - Link's:

    • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
    • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Exposição Virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

    5/27/09

    Buscando no tempo lá pelo Douro: A força do voluntariado nos bombeiros

    (Clique na imagem para ampliar)

    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...:

    Esta imagem do início da década de 1960 mostra um grupo de garbosos bombeiros do Peso Régua, os principais responsáveis pela afirmação da vitalidade da Associação que se fundou e cresceu na força do movimento de adesão à causa do voluntariado.

    Ela referencia uma das sucessivas gerações de generosos bombeiros que, com o seu espírito de dedicação e de abnegação, contribuíram em inúmeras missões de socorro, para segurança das nossas vidas e bens.

    O valor de uma instituição, como a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, com o peso de 128 anos de história, define-se essencialmente pelos homens que a representaram ou a representam e souberam dar o melhor contributo para o seu engrandecimento.

    Ao contrário do que muitos afirmam, nunca estará esgotada a missão de uma associação humanitária que nasceu da vontade do povo e para servir o povo. Para além do seu fim principal – manter um Corpo de Bombeiros – esta intuição proporciona à população da sua comunidade a participação em actividades da área cultural, recreativa, musical e desportiva.

    Uma organização social e humanitária só pode permanecer viva e actuante se, no seu seio, tiver cidadãos de elevada dimensão moral e ética, empenhados na defesa de valores fundamentais para a realização humana.

    Podemos recordar, através desta imagem, com nostalgia e saudade, formados à entrada da porta principal do Quartel Delfim Ferreira, excelentes bombeiros como Francisco Ferreira, Diamantino Peixe, José Pinto, Manuel Figueiredo, Joaquim Espírito Santo, o Trovão, todos já falecidos, e entre nós, o Agostinho Narciso, o Zé Grande.

    Um dia, com mais tempo, do generoso bombeiro Zé Grande havemos de contar a sua engraçada história – há quem diga que é verídica - para obter uma “carta de condução” para conduzir uma grua de construção civil, na extinta firma A Construtora do Douro, onde em jovem trabalhou como servente.

    No tempo actual, afectado de grandes crises económicas e dificuldades sociais de vária ordem, o exemplo de dedicação e de solidariedade destes homens – inesquecíveis bombeiros voluntários - deve ser uma referência para os jovens. A eles, a comunidade pede uma maior participação cívica nesta causa do voluntariado nos bombeiros, pilares na salvaguarda da segurança colectiva.

    Devemos ter a consciência que vivemos num mundo vulnerável, cada vez com maiores riscos e situações de catástrofes, que fazem com que haja mais pessoas desprotegidas, à espera da ajuda de um bombeiro voluntário.

    Neste contexto, visando reforçar e valorizar a causa do voluntariado nos bombeiros, recordarmos que o Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses divulgou na opinião pública, durante o ano de 2008, uma importante mensagem de que destacamos estas ideias principais:

    “O voluntariado nos bombeiros é um meio de integração e inclusão social que contribui para a construção de uma sociedade coesa e solidária. Através do voluntariado nos Bombeiros, os indivíduos adquirem e desenvolvem competências, no contexto de uma formação cada vez mais exigente e diversificada, sendo, por isso, um instrumento de aprendizagem ao longo da vida.

    Por outro lado, representa uma forma de as pessoas de todas as religiões, convicções políticas e origem socioeconómica poderem contribuir para a defesa de vidas e bens, o mesmo é dizer, exercem uma cidadania activa e responsável, alicerçada nos valores de solidariedade, da partilha, do trabalho em equipa, da eficácia no cumprimento de uma missão”.

    Para que sejam cumpridos os princípios aqui enunciados estamos convencidos que os jovens reguenses aceitarão este desafio proposto, de generosamente assumirem a causa do voluntariado como “soldados da paz”, seguindo os ideais do 1º Comandante do Corpo de Bombeiros do Peso da Régua, Manuel Maria de Magalhães.
    - Peso da Régua, Maio de 2009, José Alfredo Almeida.

    - Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:

    • A visita do Presidente da Républica Américo Tomás - Aqui!
    • Uma formatura dos Bombeiros de 1965 - Aqui!
    • O grande incêndio dos Paços do Concelho da Régua - Aqui!
    • 1º. de Maio de 1911 - Aqui!
    • Homens que caminham para a História dos bombeiros - Aqui!
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    • Uma instrução dos bombeiros no cais fluvial da Régua - Aqui!
    • O Padre Manuel Lacerda, Capelão dos Bombeiros do Peso da Régua - Aqui!
    • A Ordem Militar de Cristo - Uma grande condecoração para os Bombeiros de Peso da Régua - Aqui!
    • Os Bombeiros no Largo da Estação - Aqui!
    • A Tragédia de Riobom - Aqui!
    • Manuel Maria de Magalhães: O Primeiro Comandante... - Aqui!
    • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
    • O Baptismo do Marçal - Aqui!
    • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
    • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
    • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
    • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
    • Os Bombeiros da Velha Guarda do Peso da Régua - Aqui!

    - Link's:

    • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
    • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • Exposição Virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
    • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

    6/19/09

    Buscando no tempo, lá pelo Douro: As “madrinhas” dos bombeiros.

    (Clique na imagem para ampliar)

    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...:

    Foi assim em 28 de Novembro de 1995 a cerimónia religiosa da bênção de uma nova ambulância - igual a muitas outras que se repetiram ao longo dos 128 anos da Associação - que, nesse mesmo ano, havia sido adquirida para o serviço de transportes de doentes, uma importante missão do Corpo de Bombeiros da Régua, que presta à população do concelho e aos doentes do Centro de Saúde e do Hospital D. Luís I.

    É, por tradição, o acto mais significativo do programa das comemorações dos aniversários da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua. Cada uma das Direcções, nos seus mandatados, pretende não só valorizar o património como dotar de mais meios materiais os bombeiros, de forma que prestem um socorro mais eficaz e um serviço de transporte de doentes com eficácia e qualidade.

    Muitas destas cerimónias realizam-se, após a celebração da missa em sufrágio dos bombeiros falecidos, em frente ao Quartel Delfim Ferreira ou nas imediações do Largo Dr. Manuel Vieira de Matos – este um ilustre reguense que foi bispo de Braga – junto à Igreja Matriz, como acontece com esta documentada pela fotografia, em que distinto padre Arcipreste Luís Marçal celebrou a bênção da nova viatura.

    Como acto simbólico para os bombeiros, ele chama a atenção da população, que gosta de assistir e festejar, e conta com a presença de alguns bombeiros e dos directores, orgulhos de mostrarem novos carros, e especialmente as madrinhas (ou os padrinhos) que nobilitam a cerimónia por serem pessoas generosas, beneméritas ou que se tenham distinguido na sociedade pelos seus gestos humanitários com os bombeiros.

    Para a posteridade esta imagem, que marca o tempo e a história, assinala a comparência de duas bonitas jovens “madrinhas” - a Marta Monteiro e a Sara Mota – , filhas de duas famílias que sempre apoiaram a Associação, que nesse dia, ajudaram a dar brilho à cerimónia mais esperada por qualquer bombeiro.

    E, no rosto dos bombeiros que ali se encontravam, como se fossem receber um presente desejado, vê-se uma satisfação de partilharem esta sua alegria com estas pessoas muito especiais. Sente-se no olhar deles, um indisfarçável orgulho de terem ao seu lado estas simpáticas “madrinhas” dos seus carros.

    Por sua vez, as “madrinhas” que tiveram esta oportunidade, sentem-se gratificadas por contribuírem com um pouco de si para a felicidade dos bombeiros. Para muitas, sobretudo as mais jovens, fica realizado um dos seus sonhos da infância, isto é, de um dia na vida estarem mais perto dos bombeiros, andarem nos carros de fogo e entraram na sua casa, onde todos zelam pela segurança dos nossos bens e das nossas vidas.

    Como aconteceu com a Marta Monteiro e a Sara Mota que, nesse ano de 1995, entraram na história dos bombeiros da Régua. Para elas, e ainda bem, desta maneira feliz.
    - Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.
    .
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    • Comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros: Fidalgo e Cavaleiro dos Bombeiros da Régua - Aqui
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    5/15/09

    Buscando no tempo lá pelo Douro: Uma formatura dos Bombeiros de 1965

    (Clique na imagem para ampliar)

    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...:

    :: Em homenagem ao prof. Eurico Patrício.
    Esta imagem é de 1965, o ano em que o Presidente da República Américo Tomás esteve de visita ao Quartel dos bombeiros de Peso da Régua.

    Nela vê-se o ambiente de festa, o passeio encontra-se devidamente engalanado com uma passadeira de flores e, numa janela do Quartel, foi pendurado um retrato do Presidente do Governo, o Prof. António de Oliveira Salazar.

    Mas, o destaque maior é para o Corpo de Bombeiros desse tempo sob o comando de Carlos Cardoso dos Santos, realçando os nomes dos bombeiros que, durante muitos anos, foram os únicos agentes de protecção civil do nosso concelho.

    De uma importante geração de bombeiros voluntários, podemos ver homens nossos conhecidos, como António Martins, José Resende Dias, António Monteiro, Manuel Pinto, estes felizmente vivos, e ainda, José Matos, Francisco Ferreira, José Pinto, José Morais, José Macedo, José dos Santos, Bernardo Ferreira, José Morais e o Chefe José Clemente.

    Este é mais um exemplo de grandes homens generosos que gostamos de lembrar, prestando-lhes um devido reconhecimento pelo trabalho que prestaram como bombeiros voluntários, ao mesmo tempo mostrando-os aos mais jovens como referência para lhe seguirem os seus passos.

    Como forma de realçar a importância do ser bombeiro transcrevemos parte de uma crónica da autoria de um grande benemérito da Associação, o professor Eurico Patrício, intitulada “UM MEU ALUNO”, publicada em 6 de Maio de 1968, no jornal “Vida por Vida”:

    “ Frequenta a 3ª classe o miúdo. Não é um aluno brilhante, excepcional, mas não é todavia um mau aluno.
    No quartel dos nossos bombeiros soou há dia, forte como sempre, e a chamar os nossos briosos Soldados da Paz à sua humanitária missão, a atroadora sirene.
    Como que pressentindo que algo de anormal se iria passar com o pequeno, observei-o dissimuladamente. A reacção habitual manifestou-se, mas desta vez mais forte, mais excitante e mais intimativa.
    Eu, que quase adivinhava o que se passava no íntimo do Joaquim, é este o seu nome, para me certificar de que não me enganava, perguntei-lhe se estava doente, se sentia mal, se queria ir até lá fora. Que não, que estava bem, dizia-me ele. Dizia-o de boca, que a expressão e o corpo traíam-no sem ele o poder evitar.
    Os outros miravam-no atentos e pairava no ar uma expectativa que os mantinha presos ao seu companheiro. Propus-me aproveitar o momento, que tão oportuno se deparava, e interroguei novamente o Joaquim:

    - Que tens rapaz, pareces tão aflito?
    - Nada sr. Professor, mas…é que eu gostava muito de ser bombeiro.

    Que grande lição de amor ao próximo nos deu nesse dia o pequenito!
    E eu, cuja missão é guiar crianças para no futuro serem homens (....) senti que a escola pode e deve (….) indicar-lhes o espinhoso, mas tão nobre caminho que os eleva acima de todos os egoísmos: o caminho que conduz as fileiras dos Bombeiros”.

    O nosso obrigado ao amigo prof. Eurico Patrício, neste momento a viver um momento de grande dor, por mais esta sua grande lição de amor e generosidade aos seus amigos Bombeiros, brilhantemente contada no exemplo desse seu velho aluno, cujo exemplo nós gostaríamos que se repetisse mais vezes.
    - Peso da Régua, Maio de 2009, José Alfredo Almeida.

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    • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

    5/12/09

    Buscando no tempo lá pelo Douro: O grande incêndio dos Paços do Concelho da Régua

    (Clique na imagem para ampliar)

    Em atenção aos "vareiros" que nos lêm e visitam por esse mundo virtual afora, alguns post's irei trazendo de um outro blogue ("Escritos do Douro") onde se fala do Douro em Portugal, da cidade de Peso da Régua, de sua história e cultura, de personagens que marcam e dão exemplo e de outras coisas mais que não só da "vinha e do vinho do Porto", de Pemba e Moçambique...:

    Este antigo retrato documenta o combate dos bombeiros ao grande incêndio, no último andar do edifico dos Paços do Concelho do Peso da Régua, no dia 5 de Abril de 1937.

    Ele permite ver os pormenores do trabalho dos bombeiros no combate à extinção do incêndio que, teve como consequência para além, dos elevados prejuízos materiais, resultantes da destruição total do andar superior do imóvel, de bens móveis e muita documentação antiga, a perda de três vidas humana, todos funcionários a trabalharem em serviços dessa instituição.

    Assistimos ao desenrolar da operação no telhado do prédio, sob uma nuvem de fumo, com os bombeiros a lançarem água aos destroços da cobertura das águas furtadas, onde as chamas teriam deflagrado e rapidamente se haviam propagado a outras partes deste magnífico edifício público, até hoje a servir de “paços do concelho”, adquirido pela vereação liderada pelo Dr. Joaquim Claudino de Morais, em 1876.

    Destaca-se no sinistro, o foco do incêndio circunscrito ao último andar e a acção dos corajosos bombeiros do Peso da Régua, que utilizaram duas linhas de mangueiras, ligadas já as bocas da rede pública, desforradeiras para retirar as telhas, uma manga de salvamento de pessoas e, para o escalonamento, uma “escada portuense” (quatro lances que se encaixam até uma altura de 12 metros).

    A salvaguarda das vidas das vítimas num incêndio urbano constitui a primeira prioridade num plano estratégico de intervenção de qualquer Corpo de Bombeiros. Este do edifício dos Paços do Concelho, devido à violência da explosão, com que se iniciou, não lhes permitiu o sucesso de evitarem perdas humanas.

    Mas, o plano de acção montado pelos patrões Álvaro Rodrigues da Silva e António Guedes Castelo Branco (receberam um louvor que consta da histórica Ordem de Serviço nº 20, de 10 de Abril de 1937, assinada pelos 1ª e 2º Comandantes), que comandavam os bombeiros no salvamento e ataque ao fogo, prova os conhecimentos dos manuais de instrução e, sobretudo, a sua grande experiência, ao iniciarem logo que chegaram ao local, os trabalhos pela extinção do incêndio.

    Esta imagem regista o traçado antigo da rua Serpa Pinto, onde se situa o edifício dos Paços do Concelho e, mesmo à sua frente, o desaparecido Jardim Alexandre Herculano. Foram as suas condições amplas e a vizinhança com a rua do Quartel que permitiram o acesso fácil e rápido aos equipamentos dos bombeiros (daí que não tenham levado os carro de pronto-socorro), as suas primeiras intervenções e as manobras de salvamento, pela fachada principal do edifício público atingido.

    Este incêndio teve destaque na primeira página do semanário “Noticias do Douro”, edição do dia 8 de Abril de 1937, que com o título “O incêndio dos Paços do Concelho da Régua”, dava a notícia, desta forma circunstanciada:

    “Na segunda -feira, perto das 15 horas, a Régua foi alarmada com a notícia de que, devido a uma explosão, estava a arder o último andar dos Paços do Concelho.
    O perigo iminente que corriam as pessoas que, surpreendidas pelo sinistro da parte superior daquele edifício, havia já saltado para o telhado, provocava gritos aflitivos da multidão que rapidamente se juntava nas imediações da Câmara Municipal (…)

    Esses gritos ainda alarmavam mais as pessoas em perigo, e impediam que em baixo lhe dessem indicações (…) para se defenderem das chamas que iam tomando conta da cobertura do edifício.

    A explosão deu-se num compartimento onde estavam os empregados municipais José Artur de Seixas, Ângelo Correia, Manuel Loureiro e Manuel Gonçalves, mais conhecido por “Manuel Ceguinho”.

    Este último, que parece ter sido o causador involuntário da explosão, foi, depois de dominado o incêndio, encontrado completamente carbonizado.
    O primeiro e o Manuel Loureiro foram arremessados pela escadas (…) extensas queimaduras considerado muito grave o estado do segundo deles.

    Quanto ao picheleiro Ângelo Correia, por pouco não resvalou para a beira do telhado, valendo-lhe Octávio da Silva (…) e que, encontrando-o ao procurarem fugir, evitaram a sua queda para o lado da Alameda (…) O seu estado é muito grave, havendo poucas esperanças de que se salve, devido à extensão de pele que perdeu.

    Uma senhora (…) foi salva por um indivíduo que trepou por uma esquina do edifício da câmara, utilizando os ornatos de cantaria para se agarrar, e que abriu uma fenda no telhado do corpo mais baixo desse edifício, por onde a fez descer até uma dependência da Secretaria Municipal.

    O Sr. Administrador do Concelho e outras pessoas que estavam perto dele, entre elas o menor José Félix, que ficou bastante ferido, tiveram de descer por um pontalete dos fios telefónicos.

    Entretanto chegaram os bombeiros da Régua que montaram o ataque ao incêndio.
    Uma meia hora depois chegavam também uma viatura dos bombeiros de Lamego a atacar o incêndio e mais tarde uma outra, ficando os bombeiros da Régua a atacar o incêndio principalmente pela frente e os de Lamego pelo lado da Alameda.

    Uns e outros portaram galhardamente. Dentre os bombeiros da Régua distinguiram-se Claudino Clemente e João Bonifácio Júnior.

    Vieram também bombeiros de Vila Real, acompanhados de excelente material, mas quando chegaram já o incêndio estava dominado.”


    A imagem deste fogo faz do tempo uma linha de continuidade da vida e marca um acontecimento histórico: no meio da tragédia humana, os murmúrios da cidade, a demarcar-se nos contornos telúricos das vinhas erguidas em incontáveis socalcos, da “paisagem cultural evolutiva e viva”, prolongam-se nas margens do Salgueiral, embelezadas pelas serenas aguas da bacia do rio Douro.
    - Peso da Régua, Maio de 2009, José Alfredo Almeida.

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