11/13/08

Crimes da Frelimo em discussão na Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos.

Execuções sumárias da Frelimo chegam a fórum africano.
Queixa contra o Estado moçambicano implica Armando Guebuza.

A participação foi remetida ao Secretariado da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, pela advogada da família Zitha, a Professora Dra. Liesbeth Zegveld, em nome de José Eugêncio Zitha, e do filho deste, o professor universitário, Paceli Zitha, soube-se em Abuja onde decorre a 44.ª Sessão da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

Maputo (Canal de Moçambique), 12 de Novembro de 2008 - Foi oficialmente aberta segunda-feira última na capital nigeriana, Abuja, a 44ª Sessão Ordinária da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Este organismo da União Africana vai discutir, entre outros pontos, uma queixa apresentada contra o Estado moçambicano em nome de José Eugêncio Zitha, e do filho deste, o professor universitário, Paceli Zitha. A queixa foi remetida ao Secretariado da referida Comissão pela advogada da família Zitha, a Professora Dra. Liesbeth Zegveld.

De acordo com a queixa a ser analisada pelos juristas da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, no dia 26 de Outubro de 1974, o então ministro da Administração Interna do Governo de Transição de Moçambique, que funcionou até à proclamação da Independência, e actual presidente da República, Armando Emílio Guebuza, intimou o cidadão José Eugêncio Zitha a participar numa reunião de Grupos Dinamizadores. Ao entrar no recinto onde decorria a reunião, para onde havia sido encaminhado numa viatura militar na companhia de soldados fortemente armados, o cidadão José Eugêncio Zitha foi humilhado e acusado de traição.

Lê-se ainda na queixa que foi “o Sr. Guebuza quem ordenou a detenção” de José Eugêncio Zitha, sem contudo lhe terem sido dadas as razões, nem tão pouco os familiares sido informados ou notificados do caso. Acrescenta a queixa que o cidadão José Eugêncio Zitha deixou repentinamente a Cadeia Judiciária em Maputo sem conhecimento dos familiares. Estes viriam apenas a tomar conhecimento de que o cidadão José Eugêncio Zitha se encontrava sob prisão no Centro de Preparação Político-Militar de Nachingwea, na Tanzânia, através da leitura de um artigo inserido no jornal Tanzania Daily News publicado em Dar es Salam.

O artigo, publicado na edição de 23 de Abril de 1975, dizia que o cidadão José Eugêncio Zitha havia sido apresentado publicamente no decurso dos julgamentos sumários presididos por Samora Machel e em que desempenhou papel de relevo o coronel na reserva, Sérgio Vieira.

Desde essa data, adianta a queixa apresentada à Comissão da União Africana, os familiares de José Eugêncio Zitha não mais tiveram notícias suas.

Na queixa, a advogada Liesbeth Zegveld afirma que os queixosos, nomeadamente José Eugêncio Zitha, e o filho deste, Professor Paceli Zitha, viram violados os seus direitos consagradas nos Artigos 2, 4 5, 6 e 7 da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

O Artigo 2 refere que “todos os indivíduos deverão ter direito ao usufruto dos direitos e liberdades reconhecidos e garantidos” nessa mesma Carta. O Artigo 4 trata da “inviolabilidade dos seres humanos” e do “direitos dos mesmos à vida e à integridade da sua pessoa”, e no artigo seguinte vem explícito que “todos os indivíduos terão direito ao respeito pela dignidade inerente aos seres humanos e ao reconhecimento do seu estatuto legal”.

O Artigo 7 citado pela advogada dos cidadãos José Eugêncio Zitha e do Professor Paceli Zitha refere em particular “o direito a julgamento dentro de um prazo razoável por um tribunal imparcial.”

Nos julgamentos sumários de Nachingwea compareceram várias centenas de cidadãos moçambicanos presos arbitrariamente ou até mesmo raptados em países estrangeiros, como foram os casos do Reverendo Uria Simango, da Dra. Joana Simeão, de Paulo Gumane, Adelino Gwambe, entre outros. Nenhum deles teve direito a defesa legalmente constituída.

O travesti de justiça encenado pelo coronel na reserva, Sergio Vieira na base militar de Nachingwea, culminaria na execução sumária de muitas das vítimas do processo extrajudicial que em Moçambique assinalaria a inauguração da era da chamada “justiça popular”. (Redacção)

Alguns post's que referem crimes ainda impunes praticados pela Frelimo. A "ficha" é extensa e nada nobre:

  • Moçambique 1980: Operação Produção - Aqui!
  • Campos de reeducação: O silêncio cúmplice da Cavaco e Silva - Aqui!
  • As chicotadas que dividiram e aterrorizaram Moçambique - Aqui!
  • Banco de dados - A. Guebuza: de marxista a empresário - Aqui!

11/11/08

Sete Maravilhas Portuguesas no Mundo - o concurso!

(Imagem original daqui.)

Portugal promove concurso das sete maravilhas além-mar.
Lisboa, 10 nov (Lusa) - Monumentos de origem portuguesa edificados fora de Portugal e classificados como patrimônio da humanidade são o tema para o novo concurso Sete Maravilhas Portuguesas no Mundo.

A votação será por internet e celular, com início em 7 de dezembro.

O resultado do concurso apresentado nesta segunda-feira, na Torre de Belém, em Lisboa, será conhecido em 10 de junho, em uma cerimônia de entrega que será realizada também na capital portuguesa, com o lema "Heróis do mar".

O projeto foi estimulado pelo "êxito alcançado no ano passado com a eleição das Sete Maravilhas de Portugal", disse à Agência Lusa Luís Segadães, que faz parte da organização do concurso.

A partir dos 22 monumentos portugueses espalhados pelo mundo, e classificados como patrimônio da humanidade pela Unesco, serão escolhidos apenas sete.

A lista contém, entre outros, a cidade de Fasil Ghebi, na Etiópia, a ilha de Moçambique, os centros históricos das cidades brasileiras de Salvador, São Luís, Diamantina, Goiás, Olinda e Ouro Preto, o centro histórico de Macau, conventos e igrejas de Goa, na Índia e a cidade velha de Galle e suas fortificações, na ilha de Sri Lanka.

A subdiretora do Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, Andreia Galvão, anunciou a realização de "uma maratona do conhecimento dirigida às escolas portugueses do ensino básico e secundário, com o objetivo de estimular os mais novos sobre estas maravilhas portuguesas no mundo".

Concorrentes.
Com dez candidaturas, a América lidera a lista.

O brasileiro concorre com os centros históricos de seis cidades e também com o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (MG).

A oitava candidatura brasileira é apresentada em parceria com a Argentina, pois engloba o conjunto das missões jesuítas dos guaranis.

Do continente sul-americano constam ainda as missões jesuítas de Trinidad do Paraná e Jesus de Tavaranque, no Paraguai, e, no Uruguai, o bairro histórico da Colônia de Sacramento.

África tem sete monumentos, sendo Moçambique a única ex-colônia portuguesa representada, por meio da ilha de Moçambique.

Outros países com "maravilhas portuguesas" são Marrocos (a antiga cidade portuguesa de Mazagão), Gâmbia (ilha James), Gana (fortes e castelo em Volta), Senegal (Ilha Goreia), Tanzânia (ruínas de Kilwa e de Songo Mnara), e Etiópia (cidade de Fasil Ghebi).

Os quatro monumentos situados na Ásia são, além do Centro Histórico de Macau, das igrejas e conventos de Goa, e da cidade velha de Galle e as suas fortalezas, também o sítio arqueológico de Qal'at al-Bahrain, no Emirado do Bahrain.
- Lusa, 10/11/2008.

Miriam Makeba - O último adeus maroto...

A voz forte da África apaixonante e livre partiu... Deixa a luz de seus cânticos, a mensagem de seus versos e a vereda colorida na floresta da esperança, aberta com paixão e luta no coração de seu povo e de todos nós que aprendemos a escutá-la repletos de orgulho e respeito, embevecidos, desde nossa infância africana.

Faço minhas as palavras da IO:

""Um embondeiro contra a intolerância - «OBRIGADA, Jaime!, sabes que uma noite de 2005, na Irlanda, uma americana, numa das ilhas Aran (IRL) cantou-me o seu tema (dela, Miriam) 'Moçambique, a luta continua'? - era uma deusa para nós, os miúdos que sonharam a Independência. E tive a sorte de a ver ao vivo, pois MM fechou a EXPO 98 em Lisboa. Abraço, IO». - foi assim que, a 6 de Abril de 2006, respondi a este ‘post’ do Jaime.

Miriam Makeba morreu ontem a lutar contra a intolerância, o que fez uma vida inteira. À Mamã África, o meu tributo.

Grande lutadora contra o ‘apartheid’, tendo sido proibida de viver na África do Sul (e as suas canções censuradas na rádio) pelo regime racista, Mandela recorda-a assim:

«Her haunting melodies gave voice to the pain of exile and disclocation which she felt for 31 long years. At the same time, her music inspired a powerful sense of hope in all of us».

Mas, defensora dos Direitos Humanos que era, o advento da Liberdade no seu país não a fez parar e ainda esta Primavera esteve na «RD Congo para apoiar as mulheres que sobreviveram a agressões sexuais, famílias afectadas pelo HIV/Sida e outras pessoas vulneráveis na sequência de um clima de paz frágil».

Para quando a Àfrica (e o Mundo) que sonhamos?... Esse continente (e planeta) que hoje prestam a última homenagem a quem cantava, por exemplo, como o Miguel e o Eugénio a recordam nos seus ‘posts’.""

Miriam Makeba 2007


(Evite sobreposição de sons "desligando" a "Rádio Douro.FM". O player localiza-se no menu deste blogue, lado direito.)

  • Miriam Makeba - O adeus maroto... - Aqui!

11/10/08

Diversificando - Terno de Moçambique, do povoado de Fagundes, no município de Santo Antônio do Amparo (MG)...

O título do post pode levar a suposições erradas... Não se trata de digressão artística de moçambicanos por terras de Vera Cruz, mas sim de matéria que acabo de ler na net, a respeito da forte influência que os escravos oriundos de África e Moçambique em anos já distantes, têm na tradição cultural e religiosa do povo brasileiro.
Segundo o "Góias Agora"(Brasil) de hoje:

""Terno de Moçambique (Minas) se apresenta em Goiânia: - Os museus da Imagem e do Som e Zoroastro Artiaga, da Agepel, recebem a visita do terno de Moçambique, do povoado de Fagundes, no município de Santo Antônio do Amparo (MG), na quinta-feira, 13. A recepção, às 16h30, será na porta do Museu Zoroastro Artiaga. Duas horas mais tarde, às 18h30, depois de que terminar o cortejo pela Praça Cívica, será exibido o DVD Cê me dá licença: capitão Julinho e o Congado de Fagundes .
O trabalho está associado ao projeto Registro Audiovisual da Congada de Santa Ifigênia de Niquelândia (GO), a ser realizado pela Rede Goiana de Pesquisa em Performances Culturais – memória e representações da cultura em Goiás, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), em parceria com a Agepel por intermédio do Museu da Imagem e do Som.
O grupo de Minas encena as visitas que os ternos fazem a reis, rainhas e festeiros durante o Reinado/Congado, criando, assim, um ambiente em que a espontaneidade da interpretação dos capitães possa ser, em alguma medida, preservada e a alegria e a emoção da festa compareçam. Essas visitas também, podem propiciar a gestores e técnicos dos órgãos e instituições um contato mais próximo com manifestações cuja preservação, valorização e divulgação constituem a finalidade de parte de suas ações....""" E o texto segue na íntegra aqui!

E o que tem a ver a matéria acima com Moçambique e África? Tudo, como se pode constatar no que continuo transcrevendo com a devida vénia:

""CONGADO: origens e identidade - A identidade do congado, antes de tudo, é brasileira. A partir da África, são 500 anos de história desde a viagem no Atlântico (calunga), a escravidão, as lutas, os reinados e tudo, até hoje. É brasileira a identidade do congado. Os irmãos do rosário estão vivos e sua identidade é dinâmica, mesmo quando pretendem conservar suas tradições, sabedorias e organização. Vejamos: antigamente não existia a Federação dos Congados. No mundo de hoje, as mudanças são grandes. No congado, mudamos algumas coisas para ver se assim fica melhor. Mas, qualquer adaptação necessária há de ser feita pelos próprios congadeiros a partir da tradição e das raízes, a partir da espiritualidade recebida na irmandade. Falamos de uma identidade dinâmica e brasileira. O congado e a "irmandade do rosário dos Homens Pretos" são fruto de muita criatividade desde o princípio. Esta criatividade é de beleza e fé, mas principalmente de necessidade e sobrevivência.

A identidade faz parte do tripé: história, identidade e cultura. As raízes do congado estão na África, principalmente nos povos bantus. Toda identidade tem uma história. Até mesmo a identidade de uma pessoa tem tudo a ver com a história dela desde criança; tudo que ela aprendeu dos pais, da escola, da vida. Uma identidade cultural surge na história de comunidades ou povos. No congado, os antepassados, as almas dos escravos, o fundador da irmandade, reis, rainhas, capitães falecidos são lembrados e reverenciados. A cultura congadeira é fiel aos ancestrais.

Na África, os bantus (mais de 500 povos) formam um grupo lingüístico. O termo "bantu" não significa uma cultura. Muito tempo antes dos portugueses chegarem à África, já havia os povos bantus. Atravessaram as densas florestas do centro da África e, isso demorou séculos. Nessa façanha, misturaram-se com outros povos e venceram outros. Forjaram-se reinados, e uma civilização hieraquizada; não uma única cultura e sim muitas. Explicamos a diversidade cultural dos bantus, pela importância dada aos antepassados. Cada grupo étnico bantu tem seus antepassados como ponto de união. É deles que apreenderam a sabedoria dos provérbios; dos antigos receberam as leis para fazer justiça no caso de uma briga de terras ou entre famílias; é deles que aprenderam a religião, a cura das doenças e os instrumentos musicais e todas as outras coisas da vida. Assim, cada grupo, cada clã, cada povo de bantu tem sua cultura própria. Portanto, existe a civilização bantu na África, o grupo lingüístico bantu e muitas culturas bantu.
... ...

No Censo 2000, 50% dos brasileiros declararam ser afro-descendente. Isso mostra a importância do nosso assunto. Ao falar da identidade das irmandades do rosário em Minas - e que também existem em outros estados, - não podemos esquecer que a grande maioria dos escravos que vieram para o Brasil são de origem bantu. A questão bantu é complexa. Isso observamos, por exemplo, na luta pela valorização da identidade negra no Brasil. Ao afirmar a "negritude", muitos afirmam principalmente valores dos iorubas, jejes, quêtos (no Brasil chamados nagôs). Dizem axé (!) e consultam os búzios para saber qual é seu orixá. Ora, o candomblé é respeitável. Conheço e reverencio seus grandes líderes e admiro os cultos nos ilês. Mas, na busca da identidade do congado, não podemos confundir as coisas. O candombe e o candomblé são diferentes desde a origem. Os nagôs dos candomblés do Brasil vieram de reinados situados ao norte do rio Congo. Os congadeiros do Brasil são bantu-descendentes do Congo, da Angola e do Moçambique, regiões colonizadas por Portugal. Suas origens estão nos reinados localizados principalmente ao sul do rio Congo. Os numerosos povos bantus africanos formam um grupo linguístico. Alguma origem comum percebe-se pelo uso de línguas parecidas. Os bantus também têm em comum vários elementos importantes, como a fé em um só Deus próximo aos humanos (Nzâmbi, Zambiapunga e outros nomes) e a amorosa dedicação devida aos antepassados, sempre presentes. O sistema perverso da escravidão no Brasil colônia, visava desestruturar os grupos étnicos de origem. Para evitar conspirações, os donos de escravos compravam africanos de línguas e origens diversas. Com grande criatividade, os bantos do Brasil partiram para a adaptação, sem poder reconstruir os grupos étnicos originais com os mesmos antepassados. Desde a travessia do mar em navios negreiros, escravos bantus de povos e línguas diferentes criaram uma língua comum, o chamado "português crioulo". Entre si, estes escravos tornavam-se "malungos", companheiros na luta pela sobrevivência, também cultural. Mas foram as irmandades de Nossa Senhora do Rosário (ao menos, desde 1496), que possibilitaram uma sofrida reorganização e a busca da identidade dos bantos, escravos, cristãos, no Brasil. Surgiram grupos de "homens pretos" e de "pardos". Criar é preciso. Muitos dos congados atuais começaram a partir de uma família líder que polarizava a participação de outras. Na grande Belo Horizonte, temos os arturos de Contagem, o Moçambique "Treze de Maio" na Concórdia, o congado do Jatobá e muitos outros que cultivam seus antepassados recentes No congado distinguimos vários grupos: o candombe é o mais antigo e o mais banto; depois vêm moçambique, congada, marujos, caboclinhos, catopês, os cavaleiros de São Jorge. Em Araçuaí (MG) têm os tamborzeiros; lá ninguém fala “congado” e sim “tamborzeiros do rosário”. As irmandades do rosário comprovam que é possível viver no Brasil a diversidade própria e tradicional dos bantos, mantendo viva a memóriada África bantu. Há reinados, "ngomas" (tambores), os antepassados e Deus que é chamado de Zâmbi.
... ...
CHICO REI - Do famoso "Chico Rei", a história oficial não conta muita coisa. Não existem documentos a seu respeito. Há romances que são inventados. Mas, a história de "Chico Rei" é verdadeira na medida em que ela representa coisas acontecidas com muitos negros escravos. Imaginem, no tempo da escravidão que, uma vez por ano, um negro que vai saindo à rua com uma coroa bonita na cabeça e acompanhado por uma guarda de congo, dizendo: “Eu não sou escravo nada! Eu sou é Rei!” Este homem dá uma demonstração de coragem e dignidade! É isso que significa a memória de Chico Rei. Ele representa essa resistência histórica do povo negro do Brasil, essa consciência de dignidade humana, essa memória dos reinados da África. Por isso, Chico Rei tornou-se um personagem tão importante. Olhem, com essas coisas não se brinca. Ninguém pode dizer por si: “Eu quero ser rei Congo também!”. Um rei Congo é escolhido na sua comunidade aos poucos. As lideranças, os capitães, vão observando quem servirá melhor para representar essa dignidade e essa memória da África. Nada vale sair dizendo: “Nós somos reis pela herança, herdeiros dos templários, misteriosa memória das cruzadas na Europa!” Isso aí é uma falta de respeito, um absurdo que não deveria existir.... Pois, a identidade brasileira do congado tem tudo a ver com a memória da África e da escravidão. ... ... ""

O texto é apaixonante e longo. Poderá ser lido por completo aqui!

  • Capitão Terno de Moçambique (imagem Reinado Lamounier-Flickr) - Aqui!
  • Fonte do post acima "CONGADO: origens e identidade" - Aqui!
  • Religiosidade Popular "Vida e Religião dos pobres no Brasil" - Aqui!

História da Rádio Clube de Moçambique.

(Clique na imagem para ampliar)
A História de Moçambique está sendo escrita ainda...

Enaltecem-se feitos de heróis (de barro), de libertadores coloridos a sangue e morte destacando-se as máculas do colonialismo como sendo a única, exclusiva História. E muita inverdade e disparate se tenta ensinar aos jovens do Moçambique de agora.

Esquecem vergonhosamente a parte salutar da "herança colonial", aquela que permite e estrutura a nação Moçambicana do hoje.

No XicoNhoca (arquivo digital que recomendo) leio a história da célebre Rádio Clube de Moçambique, emissora que funcionou na então Lourenço Marques colonial e que era à época, em meu ver, uma das maiores e melhores fontes de informação, cultura e lazer de toda a África.

Em seu edíficio amplo e belo funciona hoje a Rádio Moçambique. Faz parte, afinal e naturalmente, da vasta e útil "herança colonial" que diversos revolucionários de meia-tijela, intelectualizados vaidosos, de palavra-fácil ou escrita venenosa, criticam e renegam, mas usam:

""Corria o ano de 1931 quando Augusto das Neves Gonçalves e Firmino Lopes Sarmento conceberam a idéia de criar em Lourenço Marques um posto de radiodifusão. Mas a tentativa não pode ir para diante. Uma outra, pouco tempo depois, também não encontrou eco na população, mal amadurecida, ainda, para realizar os grandes sonhos. Volvidos alguns meses, porém, aproveitando o regresso a Lourenço Marques de um dos seus dedicados amigos, Aniano Mendes Serra, puderam então Augusto das Neves Gonçalves, Alberto José de Morais e Firmino Lopes Sarmento formar com aquele um grupo de vontades fortes para vencer todas as resistências e aplanar todas as dificuldades. E a fundação de uma Emissora, que antes tinha sido inviável, teve enfim possibilidades de corporização.""

Leiam o texto integral sobre a Rádio Clube de Moçambique:
  • DIGITAIS. HISTÓRIA DO RÁDIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE @XicoNhoca - Aqui ou Aqui!