10/19/05

TV em Moçambique - Guerra de audiência...


«Fama Show» revoluciona televisão moçambicana.
Concurso dá destaque ao canal privado STV.

Um concurso televisivo de música, que intercala emissões em directo sobre a vida dos concorrentes com transmissões em diferido, está a impor uma nova ordem na «guerra» das audiências em Moçambique.
Com base na imitação de estrelas internacionais e em algumas referências musicais locais, o «Fama Show», do canal de televisão privado moçambicano STV, tem monopolizado nos últimos meses as conversas nas «barracas», como são conhecidos em Moçambique os bares informais em mercados e noutros locais.
Em muitos desses locais «não se fala noutra coisa», e do dia para noite desconhecidos e sofríveis cantores tornaram-se caras conhecidas da televisão, chegando mesmo as suas «façanhas» a abrir os telejornais do STV.
Num país onde não existem instrumentos de medição das audiências televisivas, a vivacidade com que se discute o desempenho dos artistas concorrentes leva a acreditar que a STV já remeteu a estação pública TVM para um plano discreto nas preferências dos telespectadores.
«Sem meios formais de medição das audiências, não podemos afirmar que o 'Fama Show' nos colocou à frente nas preferências dos telespectadores, mas reforçou a nossa posição de opção credível entre os canais de televisão», afirmou o director de informação do STV, Jeremias Langa.
Além do STV e da estação pública TVM, a única com difusão nacional, Maputo dispõe ainda das emissões da TV Miramar (ligada à IURD), da RTP-África e do mais recente Canal 9.
A atribuição de «fabulosos prémios», num país que é tido como dos mais pobres do mundo, também transformou o «Fama Show» e o seu canal em temas incontornáveis das conversas do dia-a-dia.
O primeiro classificado do «Fama Show» irá receber um automóvel, uma viagem ao Brasil, a gravação de um disco e ainda cerca de três mil euros - privilégios astronómicos num país onde muitas vezes é o próprio Governo que tem que pagar o caixão a artistas mais consagrados que frequentemente morrem na miséria.

17 Outubro 2005 -Via: Expresso África

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