D. José dos Santos Garcia, bispo emérito de Porto Amélia-Pemba, comemora hoje (16 de Junho) as Bodas de Ouro episcopais. Com 94 anos de idade, o prelado é membro da Sociedade Missionária da Boa Nova e vive na sua terra natal, Aldeia do Souto (Guarda). Antes de ser nomeado bispo daquela diocese de Moçambique, D. José dos Santos Garcia foi professor de "Matemática, Prefeito e Vice-Reitor do Seminário de Cernache do Bonjardim" - disse à Agência ECCLESIA.
Nascido a 16 de Abril de 1913, D. José dos Santos Garcia trabalhou, enquanto jovem padre, nos seminários de Portugal. Foi nomeado, em 1955, para Moçambique "onde cheguei a 31 de Dezembro" - frisou. Na antiga colónia portuguesa foi um grande obreiro da «Missão do Mutuáli», Diocese de Nampula, onde construiu a Igreja, internatos masculino e feminino e centro de saúde. Apesar da idade avançada, D. José recorda-se que foi professor dos "primeiros padres nativos daquele país". E acentua: "a «Missão de Mutuáli» foi classificada, por dois inspectores, como a mais pobre de Moçambique".
Passados mais de cinquenta anos, D. José Garcia apelou à sua memória e disse que a Igreja que mandou construir "tinha cerca de 42 metros de comprimento por 18 de largura". O templo tinha três naves e duas torres. "Bem perto da Igreja, ajudei também a edificar uma maternidade e um posto de saúde" - salientou o prelado.
Nomeado Bispo de Porto Amélia, hoje Pemba, em 1957, promoveu uma pastoral planeada em que eram prioridades a formação do clero, dos leigos e de religiosas moçambicanas. Para isso criou os Seminários, a Escola de Professores Catequistas e a primeira congregação religiosa de Moçambique, Filhas do Coração Imaculado de Maria. "Recordo com saudade aqueles tempos" - afirmou o prelado. Promoveu a evangelização e dotou as missões de esmerada estrutura. Sofreu com a divisão da sua diocese nos tempos da luta pela independência quando não podia visitar todos os cristãos.
Voltando a Portugal em 1974, colaborou com a Diocese da Guarda naquilo que lhe foi pedido e ele faz questão de destacar as "aulas de missionologia aos seminaristas". Veio "muito doente de África" e "ajudava naquilo que podia". O primeiro trabalho pastoral depois de voltar de Moçambique foi "o Crisma a antigos alunos de Cernache" - realça D. José Garcia.
D. António Santos, Bispo emérito da Guarda, reconheceu, recentemente, que "é difícil fazer o registo completo dos valiosos serviços prestados a esta Diocese". Depois dos 85 anos dedicou-se a reformar a Igreja e as capelas da sua terra natal, Aldeia do Souto e a escrever livros: «Alicerce e Construção duma Igreja Africana»; «Diário do Mutuáli»; «Evangelização de Cabo Delgado» e «Notas para a História da Paróquia de Aldeia do Souto». Este dois últimos foram oferecidos aos amigos no dia da festa dos 90 anos. Além de reflexões pessoais, os três primeiros são documentos para história da Igreja em Moçambique.
Já voltou a África depois da independência de Moçambique e "notei muitas diferenças". Na sua viagem àquele país lusófono, D. José dos Santos Garcia recorda que algumas pessoas "fizeram centenas de quilómetros para me verem". E adianta: "fiquei sensibilizado". Na sua visita a Moçambique, o bispo emérito de Porto Amélia-Pemba lembra que andou por "todo o lado sem problemas nenhuns porque muitos ainda se recordam de mim".
Na aldeia do Souto onde passa grande parte dos dias, D. José Garcia continua a escrever relatos históricos da sua vida. «Pequena enciclopédia de Medicina Natural» é a obra que está na forja. "Agora estou a escrever a homilia para a festa de homenagem que será sobre o lado missionário da Igreja".
A Sociedade dos Missionários da Boa Nova presta homenagem a este membro da Congregação no próximo dia 21 de Junho, em Fátima. Os bispos portugueses, terminam nesse dia as Jornadas Pastorais naquele santuário, associam-se também à festa. O diálogo com o decano dos bispos portugueses teve de terminar porque "estou a ficar um pouco cansado e não quero perder a voz para a celebração de homenagem". E avança: "tenho de proferir a homilia com vigor".
Esta não é a primeira homenagem feita ao bispo emérito daquela diocese africana. Em Outubro de 2006, nas celebrações do dia da cidade da Covilhã, a edilidade local concedeu-lhe a medalha de ouro da cidade. Homenagens justas ao «homem das longas barbas brancas» que deixou saudades em terras africanas.
Nascido a 16 de Abril de 1913, D. José dos Santos Garcia trabalhou, enquanto jovem padre, nos seminários de Portugal. Foi nomeado, em 1955, para Moçambique "onde cheguei a 31 de Dezembro" - frisou. Na antiga colónia portuguesa foi um grande obreiro da «Missão do Mutuáli», Diocese de Nampula, onde construiu a Igreja, internatos masculino e feminino e centro de saúde. Apesar da idade avançada, D. José recorda-se que foi professor dos "primeiros padres nativos daquele país". E acentua: "a «Missão de Mutuáli» foi classificada, por dois inspectores, como a mais pobre de Moçambique".
Passados mais de cinquenta anos, D. José Garcia apelou à sua memória e disse que a Igreja que mandou construir "tinha cerca de 42 metros de comprimento por 18 de largura". O templo tinha três naves e duas torres. "Bem perto da Igreja, ajudei também a edificar uma maternidade e um posto de saúde" - salientou o prelado.
Nomeado Bispo de Porto Amélia, hoje Pemba, em 1957, promoveu uma pastoral planeada em que eram prioridades a formação do clero, dos leigos e de religiosas moçambicanas. Para isso criou os Seminários, a Escola de Professores Catequistas e a primeira congregação religiosa de Moçambique, Filhas do Coração Imaculado de Maria. "Recordo com saudade aqueles tempos" - afirmou o prelado. Promoveu a evangelização e dotou as missões de esmerada estrutura. Sofreu com a divisão da sua diocese nos tempos da luta pela independência quando não podia visitar todos os cristãos.
Voltando a Portugal em 1974, colaborou com a Diocese da Guarda naquilo que lhe foi pedido e ele faz questão de destacar as "aulas de missionologia aos seminaristas". Veio "muito doente de África" e "ajudava naquilo que podia". O primeiro trabalho pastoral depois de voltar de Moçambique foi "o Crisma a antigos alunos de Cernache" - realça D. José Garcia.
D. António Santos, Bispo emérito da Guarda, reconheceu, recentemente, que "é difícil fazer o registo completo dos valiosos serviços prestados a esta Diocese". Depois dos 85 anos dedicou-se a reformar a Igreja e as capelas da sua terra natal, Aldeia do Souto e a escrever livros: «Alicerce e Construção duma Igreja Africana»; «Diário do Mutuáli»; «Evangelização de Cabo Delgado» e «Notas para a História da Paróquia de Aldeia do Souto». Este dois últimos foram oferecidos aos amigos no dia da festa dos 90 anos. Além de reflexões pessoais, os três primeiros são documentos para história da Igreja em Moçambique.
Já voltou a África depois da independência de Moçambique e "notei muitas diferenças". Na sua viagem àquele país lusófono, D. José dos Santos Garcia recorda que algumas pessoas "fizeram centenas de quilómetros para me verem". E adianta: "fiquei sensibilizado". Na sua visita a Moçambique, o bispo emérito de Porto Amélia-Pemba lembra que andou por "todo o lado sem problemas nenhuns porque muitos ainda se recordam de mim".
Na aldeia do Souto onde passa grande parte dos dias, D. José Garcia continua a escrever relatos históricos da sua vida. «Pequena enciclopédia de Medicina Natural» é a obra que está na forja. "Agora estou a escrever a homilia para a festa de homenagem que será sobre o lado missionário da Igreja".
A Sociedade dos Missionários da Boa Nova presta homenagem a este membro da Congregação no próximo dia 21 de Junho, em Fátima. Os bispos portugueses, terminam nesse dia as Jornadas Pastorais naquele santuário, associam-se também à festa. O diálogo com o decano dos bispos portugueses teve de terminar porque "estou a ficar um pouco cansado e não quero perder a voz para a celebração de homenagem". E avança: "tenho de proferir a homilia com vigor".
Esta não é a primeira homenagem feita ao bispo emérito daquela diocese africana. Em Outubro de 2006, nas celebrações do dia da cidade da Covilhã, a edilidade local concedeu-lhe a medalha de ouro da cidade. Homenagens justas ao «homem das longas barbas brancas» que deixou saudades em terras africanas.
In - "Agência Ecclesia"
Ver também - http://br.geocities.com/gotaelbr/imagens5.htm
E claro que já há link no chuinga a agradecer a distinção! - um beijo, Jaime, IO.
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