1/11/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...IV

O drama ou tragédia que vivem milhares de portugueses atingidos com o encerramento das "urgências hospitalares" é danoso, preocupante e desperta sentimento de revolta para com os "artífices" de tal requalificação desastrosa de serviços de saúde em Portugal.
As notícias vão chegando via net e falam até em situação desesperante.
O "Portugal Diário" (edição eletrónica) em reportagem de Anadia a Vila Real, onde o senhor António Correia de Campos arremeteu em força com o encerramento de urgências sem antes providenciar alternativas, diz que "a população fala em situação «desesperante», não entende as razões da mudança e já não sabe a quem recorrer em caso de emergência."
E continua: "O desabafo foi lançado por um grupo de pessoas que aguardava pacientemente pelo familiar junto às urgências do Hospital de Vila Real.
Vindos de Chaves, tiveram de percorrer 60 quilómetros para resolver uma emergência, quando tinham à distância de 20 quilómetros, em Verín, um serviço que poderia resolver-lhes o problema:
«Se no Alentejo vão a Badajoz, nós também deveríamos aproveitar e ir a Espanha».
A requalificação dos serviços de urgência em Portugal está a causar polémica, com o ministro Correia de Campos a seguir as indicações dos peritos e os doentes a sentirem o seu impacto sem que haja uma real comunicação com as populações.
No terreno, sente-se apenas a reacção e não a acção.
Sabe-se o que vai fechar, não se conhecem as alternativas.
À porta das antigas urgências, como acontece em Peso da Régua ou Anadia, surge agora um aviso: em caso de urgência ligue para 808 24 24 24 (linha Saúde 24) ou 112.
Na realidade, as pessoas queixam-se, necessáriamente pela falta de informação, talvez pela falta de habituação, quase sempre pelas longas deslocações, pelo cansaço acumulado.
O Hospital de Vila Real acaba por ser um exemplo de aglutinação, pois passa a receber cada vez mais pacientes.
Numa noite, que não precisa de ser muito agitada, é usual ver chegar ambulâncias de sítios tão díspares como Chaves, Santa Marta de Penaguião, Alijó ou Lamego... ..."(e o restante da reportagem continua aqui).
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E eu acrescento:
Em suma, boa reportagem expondo a realidade.
Entretanto vem a público muita conversa-fiada por parte de "responsáveis" que tentam simplificar e justificar esta tragédia lusa como se fosse possível "cobrir o sol com uma peneira".
De minha parte repito aqui a vivência dolorosa de familiares em Portugal que, por e-mail, detalham a realidade lamentável acontecida em Vila Real-emergência há poucos dias:
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""""Todos temos de reclamar, de falar até que nos ouçam !!!!
Conto o que se passou dia 4 de Janeiro último, no hospital de Vila Real:
- Por volta das 18h30 da tarde a nossa Mãe sentiu-se mal em casa na Régua.
- Liguei de imediato para o 112 e eles demoraram cerca de 10 minutos.
- Os bombeiros que atenderam ao chamado perderam imenso tempo à procura do equipamento médico para emergências que não encontravam e que teriam de usar com a nossa doente...Falta de hábito ?... Depois telefonaram, porque a isso são obrigados, não sei para quem, a questionar para onde levar a paciente. Mais tempo perdido e eu desesperada a desatinar...Decidem então que vai para o Hospital de Vila Real.
- Deu entrada às 20horas. Uma hora e meia após o pedido de "socorro emergêncial".
- Quando chegou ao hospital não tinha maca para ficar já que o mesmo hospital estava a "estourar pelas custuras".
- Como os bombeiros não a podiam deixar no chão tiveram que aguardar que liberassem uma maca para a deitar. O que aconteceu um longa hora depois quando voltaram à Regua para atender outras emergências.
- A Mãe deu entrada no hospital como caso urgente mas, até ser vista por um enfermeiro quando deveria ser atendida por um médico, demorou mais de uma hora. Nessa noite malfadada do dia 4 de janeiro chegavam constantemente ambulâncias de todas as partes e o hospital "explodia" de doentes.
- Por volta das 22 horas (três horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) finalmente é vista por um médico que manda fazer alguns exames.
- Às 23 horas (quatro horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) faz os exames ao sangue. Mais tarde um raio x. E a espera na sala da urgência era horrível com montes de pessoas doentes. A maior parte idosos... Não imagina o corredor repleto doentes a passar mal. No ar um cheiro forte, enjoativo que me fez sentir mal.
- Entretanto a espera continuava... De tempos em tempo perguntavamos o que se passava com nossa Mãe e ninguém dizia nada. Só que tinhamos que aguardar.
- O tempo passou e cerca das 04h30 da madrugada (dez horas depois que chamei os serviços de emergência) o segurança veio informar que a nossa Mãe doente tinha de ficar "internada" para observação, naquele corredor de hospital sem condições e a abarrotar de doentes.
Nesse tempo todo de espera não apareceu um médico para nos informar o que se passava com nossa Mãe. Só a boa-vontade de um leigo em saúde - o segurança - é que esclareceu por dó, algumas de nossas interrogações.
- Na manhã de sábado, dia 5, às 9h00 (quatorze horas e meia depois que chamei os serviços de emergência) fomos informados pelo hospital que a Mãe tivera alta e, quando lá cheguei para indagar ao médico o mal que a acometera não o localizaram. Não consegui falar com ele. Um enfermeiro, a meu pedido, pegou os papéis que estavam sobre a Mãe e informou lacónicamente que teria sido um mal súbito...!!!
...Traumatizante. Deus permita não tenha de usar a "emergência" tão cedo.""""
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É este o "retrato" do atual sistema de saúde em Portugal.
Não dá para ficar calado.
Magoa, revolta, preocupa.
Entre outras coisas é muita falta de respeito para com o cidadão comum, limitado económicamente e dependente desses serviços públicos sociais. Porque, repito, se fosse a digníssima Mãe do senhor Sócrates ou de outro ministro, não passaria certamente, como a Mãe cidadã anónima e comum passou, por uma qualquer emergência hospitalar fria, desprovida de condições de atendimento e de bem cuidar dos doentes, distante de sua casa, neste Portugal interiorano...!
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Post's anteriores:
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 33 !

Leia também:

  • Requalificação das urgências ainda por cumprir - aqui !
  • O que fazer em caso de emergência ? - aqui !
  • Ministro não cumpre plano para as urgências. - aqui !
  • Algumas imagens - aqui !

9 comentários:

  1. Caro Jaime:
    Olha o que está escrito no Noticias do Douro

    - DESABAFOS
    Sobre o Hospital da Régua e o Serviço de Urgência -


    A última semana do ano de 2007 trouxe-nos a «prenda» que um ministro descartável já havia prometido, faz tempo: o encerramento do serviço de atendimento (se quiserem ou não, “serviço de urgências”…) no nosso Hospital D. Luis I, tal qual o conhecemos durante gerações.
    Foi substituído por um outro serviço do qual ainda não fixei o nome (penso que o mesmo descartável ministro também ainda não o terá fixado…) e bom seria que a sua nova substituição fosse tão rápida que nem me desse tempo de o vir a decorar.
    Com isso lucraria a minha esvaída memoria e, acima de tudo, a nossa população!
    Importa referir que o tal serviço encerra à noite, a partir das vinte e quatro horas!
    Descansem contudo os doentes mais vespertinos ou de patologias mais noctívagas pois o nosso descartável ministro não se esqueceu deles!
    Ao soar da meia-noite passa a circular o pirilampo magico (SIV para os mais íntimos…), uma espécie de “PROCISSIONARIA” visto de dia e que, com um enfermeiro e um motorista lá dentro, envolvem sedosamente as patologias e as depositam rapidamente no casulo vila-realense.
    Os doentes aproveitam a boleia e vão também!…
    E é mesmo de aproveitar porque se tiverem de chamar uma ambulância e a “SIV” estiver ocupada, ou esperam ou pagam 40 cêntimos o quilómetro, até Vila Real, a menos que na “Vila” considerem, nos seus doutos critérios, a deslocação como urgente!
    Um dia, quando houver tempo, ainda gostaria de ver, neste pais de faz de conta, as contas referentes aos custos directos e indirectos desta medida – suspensão do atendimento no Hospital D. Luis I – em comparação com a situação anterior.
    E não me venha o “tal” ministro com a história que, agora, as populações ficam mais bem servidas e que podem, finalmente, adoecer à vontade porque ele criou as condições para suportar (será suprimir?...) imediatamente as nossas vidas…
    Tretas!!!
    Bom, mas nem tudo é mau na decisão do “tal” ministro.
    Senão, vejamos:

    - Multiplicou as condições políticas para ser descartado mais depressa;
    - Tornou indispensável a reformulação do pensamento, da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Régua, sobre as questões da saúde na nossa área de influência, tanto mais que é proprietária do edifício onde funciona o D. Luis I;
    - Promoveu a operacionalização (julgo eu), por parte do Município de Peso da Régua, daquilo que designam por PLANO B, formulado para suprir as carências de saúde no concelho, no período nocturno, caso o encerramento do Hospital se viesse a verificar;
    - Oferece, de bandeja, ao seu e nosso deputado e meu colega Dr. Jorge Almeida as condições necessárias para aprofundar o seu «discordo profundamente desta postura ministerial» bem como para poder materializar o «opor-me-ei com todas as minhas forças ao encerramento nocturno, com as acções mediáticas que achar convenientes…»;
    - Incentivou a direcção da Associação dos Amigos do Hospital de D. Luis I, a continuar a sua luta, de forma autónoma (de preferência) ou ao lado do Município (se assim tiver de ser…), pela melhoria, em quantidade e qualidade, da prestação de serviços à população, pelo nosso Hospital;
    - Criou junto do SR. Governador Civil e dos senhores deputados do Partido Socialista mais e melhores condições para serem impiedosamente assertivos junto do Sr. Primeiro-ministro, no sentido de ser rapidamente substituído, por alguém com outro tipo de sensibilidade e conhecedor do Portugal inteiro;
    - Deve ter desenvolvido junto da população “socialista” (e não só) a necessidade de, também em politica, ser preciso ter MEMÓRIA. Deve dar jeito no acto cíclico de VOTAR…
    - Poderá ter desenvolvido junto de alguns causídicos reguenses, a sublime inquietação quanto à inconstitucionalidade da medida. Este tratamento desigual dos cidadãos do interior versus litoral, quanto ao direito constitucional aos cuidados de saúde parece-me capaz de ser merecedor de tratamento jurídico;
    - Deu-me mais alguma energia para não deixar morrer o assunto…

    por Eduardo Miranda, Dr.

    ----Assim vai o nosso Portugal e a nossa Régua. Viva o 25 de Abril ora pois !

    Timótio de França

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  2. ...e tem mais. Esta é do "Avante" na net eh! eh! eh !:

    Governo beneficia grupos privados
    Ofensiva contra os serviços públicos de saúde


    Insensível aos inúmeros e graves problemas que tem causado, o Governo, por intermédio do Ministério da Saúde, presenteou milhares de utentes com novos encerramentos de serviços de saúde, nomeadamente em Alijó, Murça, Vila Pouca de Aguiar e Chaves. Com os argumenos habituais da melhoria dos serviços e redução de custos, ambos de muito duvidosa verdade, o Executivo PS continua assim a criar condições para a privatização gradual dos serviços de saúde que ainda funcionam no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com custos financeiros a recaírem sobre os utentes e respectivas famílias de menores recursos financeiros.

    Ao todo, sem contar com os demais encerramentos no resto do País, o Governo PS condenou, com esta medida, cerca de 43 mil habitantes, residentes em 52 freguesias dos concelhos de Alijó, Murça, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, numa área de 1141 quilómetros quadrados, ficando muitas destas populações sem qualquer apoio à saúde no nocturno da noite e a mais de 50 quilómetros quer do Hospital de Vila Real quer do Hospital de Chaves.
    Esta onda de encerramentos vai ainda prejudicar mais de 40 mil habitantes residentes em 29 freguesias dos concelhos de Peso da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, numa área de 200 quilómetros quadrados, que vão deixar de ter serviço de urgência.
    Por fim, mas não menos importante, cerca de 100 mil habitantes residentes em 157 freguesias (mais de metade do distrito de Vila Real) dos concelhos de Chaves, Boticas, Montalegre, Ribeira da Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, numa área de três mil quilómetros quadrados, perdem a sua maternidade, ficando muitas destas populações a mais de 100 quilómetros do Hospital de Vila Real.
    A agravar a situação, o encerramento da Maternidade do Hospital de Chaves arrastará a despromoção do seu serviço de urgência médico/cirúrgica e ao encerramento de outros serviços, com tendência para a perda de mais serviço público e de postos de trabalho, criando mais dificuldades não só na saúde mas também no desenvolvimento económico da região do Alto Tâmega.
    «O encerramento destes serviços de saúde e a sua concentração em Vila Real é, por um lado, um atentado à saúde dos transmontanos e durienses e, por outro, sabendo-se que o Hospital de Vila Real não responderá a tal concentração, representa a promoção da privatização da saúde enviando-a para o “Hotel do Parque” onde está anunciado o novo hospital privado de Vila Real e para o hospital privado previsto para Chaves, favorecendo assim os grupos privados de saúde, à custa da saúde das populações e dos dinheiros públicos que os protocolos legalizarão», acusa, em conferência de imprensa realizada na passada semana, o PCP de Vila Real.
    Para os comunistas esta é «uma criminosa política de saúde do Governo», que concorre para criar «mais dificuldades à região de Trás-os-Montes e Alto Douro, na luta pela sua sustentabilidade e desenvolvimento».
    «Depois do encerramento de escolas e outros serviços públicos, os anunciados encerramentos da área da justiça/tribunais, segurança/postos da GNR e Segurança Social, o encerramento dos serviços de saúde é um poderoso contributo para aumentar as assimetrias regionais, acelarar a desertificação e agravar a coesão económica, social e territorial, pondo em causa o futuro da região», acrescenta o PCP, responsabilizando o PS e o PSD, que detém o Poder Local e os deputados eleitos pela região, «pelo deixar andar, pelas suas cumplicidades, ilusões e hesitações quanto às “boas” intenções do Governo».

    Abandono e desertificação do interior

    Jerónimo de Sousa criticou, de igual forma, o encerramento deste serviços de saúde, prevendo que irá «provovar maiores assimetrias em regiões carenciadas». «O encerramento puro e simples de serviços sem alternativas para as populações leva a uma maior litoralização do País, ao abandono, à desertificação», afirmou o secretário-geral do PCP, lembrando que a decisão do Governo obriga a população a fazer dezenas de quilómetros para terem assistência médica.

    PCP contra encerramento das urgências
    Jorge Machado em Anadia

    O deputado Jorge Machado, do PCP, foi, sexta-feira, a Anadia dizer à população que «é preciso manter a luta acesa (pela urgência hospitalar) para que o ministro perceba que este não é o caminho».
    O deputado comunista participou em Anadia na vigília, onde participaram centenas de pessoas, organizada pelo movimento «Unidos pela Saúde», em defesa da reabertura do serviço de urgências do Hospital Luciano de Castro.
    «É preciso manter a luta acesa para que o ministro perceba que este não é o caminho que o povo quer e que a urgência deste hospital é para reabrir porque é isso que é preciso», declarou.
    Jorge Machado manifestou ainda a sua solidariedade para com os utentes do Hospital de Anadia «na luta justa pela manutenção da urgência que é uma necessidade para a população». Lembrou também que, no ano passado, foram feitos ali 40 mil atendimentos e concluiu que o ministro da Saúde só não compreende essa necessidade «porque não olha para a realidade em volta do gabinete».
    O deputado sublinhou, no final, que o PCP propôs que o processo de encerramento de urgências fosse suspenso para maior ponderação «mas a proposta foi chumbada pela maioria PS».
    «A urgência é o primeiro auxílio para as pessoas e tem um papel importante para aproximar o Serviço Nacional de Saúde, uma conquista de Abril que está interiorizada pelas populações e que o ministro e este Governo estão a querer destruir», disse.
    José Paixão, do movimento «Unidos pela Saúde», revelou que estão programadas acções de protesto «até à Páscoa». «O ministro vai-se fartar de ouvir falar de nós e, na próxima acção, é preciso que cada um dos presentes traga consigo mais alguém», apelou.

    Redução de serviços prejudica a população

    A política do Governo de encerrar dezenas de serviços de urgência, determinada por razões economicistas, pela obsessão do défice, pelo cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento e pela necessidade de concentrar recursos humanos – que há muito se sabem serem escassos – é indissociável do rápido desenvolvimento do mercado de saúde como resultado de um compromisso com os grupos privados, levando a que estes vão ocupando o espaço do Serviço Nacional de Saúde.
    Antes desta opção existiam, em Portugal, 73 hospitais com serviço de urgência e 103 centros de saúde com atendimento urgente de 24 horas. O Executivo PS impôs, entretanto, que os hospitais de urgência polivalente e médico cirúrgica passassem a ser 42 e as urgências básicas em hospitais e centros de saúde 41, sendo que alguns poderão encerrar, como já aconteceu, entre as 0 e as 8 horas.
    Só em Dezembro foram anunciados e, muitos deles, concretizados vários encerramentos de serviços de saúde. Entre eles destacam-se Vouzela (SAP passa a encerrar das 00h00 às 8h00), Anadia (urgência do hospital encerra a partir das 20h00), Fundão (urgência do hospital encerrada), S. Pedro do Sul (SAP encerra das 00h00 às 8h00), Lourinhã (SAP encerra totalmente), Alijó (SAP encerra à noite), Murça (SAP encerra à noite), Vila Pouca de Aguiar (SAP encerra à noite), Peso da Régua (urgência do hospital encerrou) e Chaves (bloco de partos encerrou).
    Durante a governação PS foram ainda fechadas maternidades em Mirandela, Barcelos, Figueira da Foz, S. Tirso, Elvas, Amarante e Oliveira de Azeméis.
    Em Celorico de Basto, Seixal, Corroios, Lourinhã, Vergada – S. Maria da Feira, Mealhada, Azambuja, Beja, Ourém, Silves, Lagos, Condeixa-a-Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Penacova, Soure, Coimbra, S. Iria da Azóia, Vieira do Minho, Queluz, Santiago do Cacém, Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção, Arcos de Valdevez, Grândola, Chamusca, Monchique, Ovar e Estarreja foram encerrados os Serviços de Atendimento Permanete (SAP's).
    Quanto às urgências hospitalares as áreas abrangidas foram Peniche, Cantanhede, Montijo, Macedo de Cavaleiros e Ponte de Lima.

    Governo aumenta custos de saúde
    Taxas moderadoras de urgência aumentam 4 por cento

    Num diploma publicado em Diário da República, o Ministério da Saúde anunciou, na passada semana, um aumento das taxas moderadoras de 2,1 por cento, correspondente à inflação prevista. Contudo, as taxas moderadoras no acesso às urgências hospitalares sofrem um aumento superior, acima dos quatro por cento.
    Assim, o acesso a uma urgência de um hospital central passa a custar 9,20 euros, mais 45 cêntimos. Aceder a uma urgência de um hospital distrital passa a custar 8,20 euros e 3,60 cêntimos para uma urgência num centro de saúde.
    As taxas moderadoras para o internamento passam a ter um acréscimo de mais 10 cêntimos, situando-se nos 5,10 euros por cada dia nos primeiros dez dias. As taxas para a cirurgia de ambulatório ficam em 10,20 euros.

    Protestos por todo o País

    O início do ano ficou marcado pelo encerramento de vários serviços de saúde por todo o país e com protestos das populações contra estas medidas.
    Em Anadia dezenas de pessoas concentraram-se nas urgências do hospital. O Movimento «Unidos pela Saúde», que já tinha organizado um buzinão na sede da Administração Regional de Saúde, em Coimbra, mobilizou os utentes para expressarem a sua indignação face à político deste Governo. Em Vouzela, mais de cem pessoas concentraram-se frente ao Centro de Saúde para demonstrar o seu descontentamento com o fecho nocturno das urgências.
    Em São Pedro do Sul o SAP passa a encerrar entre a meia-noite e as oito da manhã. A região abrange milhares de utentes das termas e centenas de operários das zonas inústriais de três concelhos.
    Também as urgências do Hospital do Fundão foram substituídas por uma consulta aberta, o que está a motivar a queixa de utentes.
    Ainda em 2007, cerca de 500 pessoas desfilaram pelas ruas da Lourinhã em protesto contra o encerramento do SAP e contra «a falta de respostas concretas do Ministério da Saúde».

    Mulher morre no Hospital de Aveiro
    Ordem dos Médicos e utentes responsabiliza Executivo PS

    O bastonário da Ordem dos Médicos responsabilizou, na passada semana, o Governo e o primeiro-ministro pela morte de uma idosa no Hospital de Aveiro, atribuindo a situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais.
    «Que fique bem claro que a responsabilidade do que se passa no terreno é da errada política de saúde do Governo. É ao primeiro-ministro, José Sócrates, que devem ser imputadas responsabilidades», afirma José Manuel Silva, o bastonário em exercício.
    «Tal como a Ordem dos Médicos tem insistentemente chamado a atenção, as urgências hospitalares estão a funcionar para além do limite das suas capacidades para atender os doentes, com qualidade, humanidade e rapidez. É óbvio, portanto, que a responsabilidade do que aconteceu não pode ser imputada ao Hospital de Aveiro e aos seus profissionais de saúde», conclui.
    O comunicado, em que o bastonário apresenta condolências à família da vítima, reporta-se ao caso de uma idosa que morreu nas urgências do Hospital de Aveiro sem sequer ter chegado a receber assistência médica e questiona quantos casos terão já acontecido no anonimato.
    A doente deu entrada, dia 1 de Janeiro, na Urgência do Hospital de Aveiro pelas 14h00 e, na fase de triagem, foi-lhe atribuída a cor amarela, pelo que teria de ser observada por um médico no espaço de uma hora. Quando finalmente ia ser observada por um médico, pelas 17h45, três horas e 45 minutos depois de ter dado entrada, estava morta.

    Obcessão do Governo

    Também a Comissão de Utentes do Hospital Infante D. Pedro se pronunciou sobre este «grave acontecimento». «A ideia de que uma qualquer pessoa pode permanecer mais de seis horas, sem qualquer atendimento, até falecer, nos corredores das urgências, não pode deixar ninguém descansado», acusam os utentes, que exigem, do director do hospital, esclarecimentos «até às últimas consequências».
    «Pela parte da Comissão de Utentes do Hospital Infante D. Pedro não podemos deixar de associar este triste acontecimento aos avisos que oportunamente lançamos, quanto às consequências da obsessão economicista do Governo na saúde. Menos meios a funcionar, menos pessoal, menos serviços, teria que ter maus resultados», acentuam.

    Carta aberta a José Sócrates
    Odivelas contra destruição da saúde

    O Movimento «Mais Saúde» entregou uma carta aberta ao primeiro-ministro alertando-o para o facto de, em Odivelas, não estar previsto qualquer tipo de investimento em equipamentos de saúde e que, inclusivamente, foram rejeitadas propostas nesse sentido, na Assembleia da República, aquando do debate na especialidade do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2008.
    «Queremos expressar-lhe a nossa mais profunda consternação por esse facto, lamentando não ter havido da parte do Ministério da Saúde e, em última análise, de V. Exa., a ponderação sobre o real significado dessa decisão e das suas consequências para a população desta freguesia e deste concelho», afirma o movimento, lembrando que «o acesso aos cuidados de saúde tem vindo progressivamente a degradar-se e as instalações onde hoje se prestam são indignas desse nome».
    Instalados em prédios de habitação, construídos há mais de 40 anos, como acontece com o Centro de Saúde de Odivelas e a maioria das extensões, os serviços debatem-se com variadíssimos e graves problemas, nomeadamente infiltrações, esgotos que rebentam, elevadores que não funcionam e onde não cabe uma maca ou uma cadeira de rodas, ausência de acessibilidades a deficientes ou pessoas com mobilidade reduzida, consulta materno-infantil num terceiro andar sem elevador, exiguidade de salas de espera e o atendimento clínico ou de enfermagem, ausência de equipamentos de diagnóstico.
    «Como bem sabe, a população deste concelho tem vindo a aumentar de forma significativa e apenas nos últimos quatro anos cresceu mais de nove por cento, aumentando para quase 150 mil o seu número de habitantes, com as freguesias de Odivelas e da Ramada a registarem o maior crescimento, ambas servidas pelos serviços de saúde existentes na cidade de Odivelas», explica o Movimento «Mais Saúde».
    Ao invés de acompanhar o crescimento demográfico, o número de médicos, pessoal técnico e de enfermagem diminuiu e continua a diminuir, extinguiram-se especialidades, retiraram-se meios complementares de diagnóstico, como o Raio X, no CATUS, onde também se reduziu o horário de atendimento.
    «Onde falta quase tudo, optar por não fazer nada, não pode, em nossa opinião, constituir uma boa opção», sublinha o movimento, que, em poucos dias, conseguiu reunir milhares de assinaturas em protesto com a político do Governo PS.

    Timotio de França

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  3. Gostei do teu cantinho!
    Bom fim de semana!

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  4. Que País é este que não cuida, humanamente, da saúde dos seus idosos? É criminoso fazer reestruturações dos serviços de saúde sem ter em conta as dificuldades e fragilidades da maioria da população geronta. Fazer mudanças sim, mas nunca com prejuizo dos que pouco ou nada têm.
    Governo humano precisa-se.

    Carlos Bento

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  5. Não faltará muito para que os doentes em Vila Real e outros hospitais do interior de Portugal fiquem "internados" não só em macas nos corredores, mas também nas casas-de-banho (ou retretes), nas dispensas, nas cozinhas, nas garagens. UMA VERGONHA ! Está igual ao Brasil e aos países sub-desenvolvidos.

    Marisa

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  6. Em qualquer parte do mundo civilizado investe-se, procura-se melhorar, ampliar, em termos de infraestruturas hospitalares, o que existe e criar novos hospitais pois a demanda e necessidade é crescente com o aumento da população e da idade média de vida do cidadão. E em Portugal é o contrário? Pombas...estão brincando ou chamando de idiota o povo português, depois não querem que o pessoal conte anedota de "português" aqui pelo Brasil...Pois isso é uma ANEDOTA, embora díficil de engolir pelo cidadão consciente e esclarecido.
    Boa-sorte para os irmãos portugueses, pois bem precisam.

    Marcos Gucci

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    Have a nice day! - himalman :)

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  8. Olá. Vim retribuir a visita e saio agradavelmente surpreendida. Bom 2008!

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