1/14/10

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO - A Ilha do Ibo historicamente maltratada.


Nas minhas viagens pelo espaço da Net, sobre a encantadora ilha do Ibo, uma das jóias do arquipélago da Querimbas, detentora de um invejável e riquíssimo património histórico-cultural, encontrei alguma informação, distorcida e contraditória,(por mim assinalada a negrito) que está longe de ser verdadeira e de corresponder à realidade dos factos:

“A Ilha do Ibo foi ocupada pelos Árabes, a quem se atribui a construção da Fortaleza de São João Baptista e dos Fortins existentes na Vila.

Em 1834 chegaram à ilha os primeiros portugueses, na sua maior parte, professores e funcionários.

Em 1860, a Administração Colonial do Ibo registou uma população de 20 339 falantes de Kimwani, língua usada pelos povos de Quissanga a Mocímboa da Praia.

O aumento da população Mwani, no Ibo e em todo o litoral deveu-se ao apogeu da expansão comercial estrangeira que remonta a finais do século XVII e princípios do século XVIII, como resultado da proliferação, em larga escala, do tráfego de escravos, para o qual contribuíram as Ilhas do Arquipélago das Quirimbas e, sobretudo, a Ilha do Ibo e de Quisiva, onde foram montados entrepostos comerciais do chamado negócio negro, assim como à presença massiva dos portugueses entre os séculos XVIII e XIX, depois que a Colónia Ultramarina de Moçambique passou a ser administrada através da Companhia Majestática do Niassa.

Nos finais do século XIX, os territórios de Cabo Delgado passaram a ser directamente administrados pelo estado Colonial.”

“Fortaleza de S. João Baptista.
Segundo alguns autores foi construída em 1760, sendo restaurada em 1813, após ter sido queimada pelos sacalaves. Construída em pedra talhada ainda conserva peças de artilharia. Em forma de estrela foi uma obra militar de vulto.

Na época tinha espaço para acomodar mais de 300 praças, armazéns de víveres e munições. Sobreviveu aos ataques dos holandeses e dos sacalaves de Madagáscar.

Na decadência do império português transformou-se em prisão política. Foi restaurada e pode ver-se ainda a capela, latrina dos presos com cinco buracos, a cozinha, a sala do interrogatório no tempo da Pide onde se lia numa das paredes: entra vivo, sai morto.

As duas portas por onde entravam os escravos e uma porta bem escondida nas traseiras onde Vasco da Gama ia buscar os escravos. Actualmente é utilizada pelos ourives da ilha onde fazem os colares e os vendem. Será preparado para funcionar como museu da ilha.

Fortim de S. José.
O primeiro dos três a ser erguido. Construído em 1760 para defender a ilha dos ataques dos invasores franceses e Madagáscar. Também serviu de prisão civil.”

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É conhecida a importância da História na divulgação das potencialidades turísticas de determinada cidade, vila, lugarejo, com realce para as que estão relacionadas com o seu Património Cultural: arquitectónico, natural e histórico.

As várias entidades, responsáveis pela promoção e divulgação das potencialidades da sua realidade paisagística, têm de ser rigorosas na caracterização do produto turístico ofertado, que deve ser feita de acordo com a realidade dos factos, sejam eles de ontem ou de hoje.

Mas nem sempre as coisas se passam assim. Por vezes, por ignorância ou por razões de outra natureza, divulgam-se dados históricos sem fiabilidade, que não só desfavorecem o desenvolvimento turístico, como também enganam os estudiosos ao fornecer-lhes informação pouco fidedigna.

De seguida, mostrarei o que nos dizem as fontes documentais, a maioria delas de natureza primária, sobre cada um dos pontos controversos apontados:

“Fortim de S. José - O primeiro dos três a ser erguido. Construído em 1760 para defender a ilha dos ataques dos invasores franceses e Madagáscar. Também serviu de prisão civil.”

“A Ilha do Ibo foi ocupada pelos Árabes, a quem se atribui a construção da Fortaleza de São João Baptista e dos Fortins existentes na Vila.”

“Fortaleza de S. João Baptista - Segundo alguns autores foi construída em 1760, sendo restaurada em 1813, após ter sido queimada pelos sacalaves. Construída em pedra talhada ainda conserva peças de artilharia. Em forma de estrela foi uma obra militar de vulto.

Na época tinha espaço para acomodar mais de 300 praças, armazéns de víveres e munições. Sobreviveu aos ataques dos holandeses e dos sacalaves de Madagáscar.

Na decadência do império português transformou-se em prisão política. Foi restaurada e pode ver-se ainda a capela, latrina dos presos com cinco buracos, a cozinha, a sala do interrogatório no tempo da Pide onde se lia numa das paredes: entra vivo, sai morto.

As duas portas por onde entravam os escravos e uma porta bem escondida nas traseiras onde Vasco da Gama ia buscar os escravos. Actualmente é utilizada pelos ourives da ilha onde fazem os colares e os vendem. Será preparado para funcionar como museu da ilha.

A construção das três fortificações militares - Fortim de S. José (1764), Fortaleza de São João Baptista(1789-1794) e Forte de Santo António(1818) - edificadas na Vila do Ibo e chegadas aos nossos dias, deve-se aos Portugueses. No tempo em que foram erigidas, os Árabes apenas visitavam o porto do Ibo como mercadores.


Comecerei por fornecer alguns dados sobre o Fortim de S. José, que não foi construído para defender a ilha do Ibo dos ataques dos Franceses, que viriam a ser perpetrados em 1796, nem nunca foi queimado, nem tão pouco atacado pelos Sakalava. Estes, apenas, invadiram a ilha do Ibo, no ano de 1815, tendo, então, mas sem êxito, procurado tomar a Fortaleza de S. João Baptista.

As razões principais da sua construção formam as que de seguida se enumeram.

As autoridades de Moçambique e da Índia, a partir do primeiro quartel do século XVIII, face ao constante aumento de interesse dos Franceses e Ingleses por Moçambique , excelente território para o fornecimento, em condições vantajosas, de escravos, começaram a preocupar-se, seriamente, com as Ilhas de Querimba e com a sua defesa, uma vez que estava em jogo a segurança da capital da Capitania Geral, então sediada na ilha de Moçambique, e demais portos da sua jurisdição.

As ditas Ilhas que, até então, tinham constituído uma eficaz e firme barreira, pelo norte, do restante território sob o domínio português, encontravam-se, nos meados daquele século XVIII, sem qualquer fortificação digna desse nome e "em tais termos que é providência grande de Deus não se ter inserido nelas alguma nação estrangeira, mui, especialmente, naquelas que ficam mais a norte, vizinhas de Cabo Delgado, por lá não residir homem branco algum e aqueles cafres serem de condição de amigos de novidade ...".

Receava-se a sua perda e, com a sua queda, de todo o território moçambicano. Para ultrapassar esta fase crítica, o Governo da Índia fizera saber a Lisboa da conveniência de "fortificar-se alguma das Ilhas para ao menos se arvorar uma bandeira da nação, porque de não a haver, tomam os Franceses pretexto para entrar nelas" . As suas condições eco-geográficas limitariam essa escolha, pois, nem todas poderiam "ser fortificadas por não haver nelas portos capazes de ancorarem navios e, somente, na Ilha do Ibo há uma grande baía de fundo para todo o lote de naus e junto a ela uma coroa de areia capaz de fortificação, a qual se deve erigir e por nela um capitão-mor com guarnição (...), porque doutra sorte se virão a perder e por ali entrava primeiro a ruína desta conquista toda".

Reconhecia-se a importância e a necessidade urgente de uma obra de defesa, indispensável para proteger a barra do Ibo, manter o respeito dos habitantes ao seu Governador, conter "os diferentes régulos da terra firme com que avizinham, de cujo comércio dependem inteiramente as mesmas Ilhas" . Mas mais do que essa obra, procurava implantar-se novos símbolos que aos olhos das populações locais, submetidas ou não, e dos estrangeiros, demonstrassem mais autoridade, poder e força.

Os levantamentos prévios da área pareciam apontar para a escolha da ilha do Ibo, que era aquela que oferecia melhores condições para a implantação de uma fortaleza.

Por influências de moradores locais ou por outras razões, para as quais, por agora, não se encontram explicação, optou-se pela ilha de Matemo, que com as ilhas do Ibo e Querimba forma uma enseada e um surgidouro, sendo o mais capaz e mais seguro o situado "entre a Ilha do Ibo e a terra firme porquanto todo o fundo é limpo de pedra e consiste o fundo de areia e erva".

As Instruções provenientes de Moçambique não deixavam quaisquer dúvidas, ao determinarem que na parte sul da ilha de Matemo deveria ser erigida "uma fortificação no melhor terreno e paragem que achar para defender a entrada da barra", sendo suficiente que dispusesse de "uma bateria sobre o canal, que o defenda, capaz de sete ou oito canhões e algum fogo nos lados quanto baste a fazê-la defensável e com a capacidade de ter dentro dos quartéis, para água da guarnição (...) cisterna ou poço de que beba" . Para as Ilhas e segundo as mesmas Instruções, foi mandado, expressamente, o Capitão Engenheiro António José de Melo com a missão de examinar:
  1. O local mais vantajoso para a nova fortificação;
  2. Se no mesmo local existia pedra para a construção e da qual também se pudesse fazer cal, de modo a evitar as despesas de transporte de Moçambique e, igualmente, se havia lenha perto para os fornos de cal;
  3. Da existência de ostras na marinha próxima ou de pedra do mar, que localmente é designada por momba de que se faz a melhor cal, devendo na recolha de informação para além de ver, ouvir as pessoas práticas das Ilhas e o Juiz delas;
  4. O fundo existente entre os canais que separam as diferentes ilhas, elaborando um Mapa de todas elas em que esteja desenhada a fortificação projectada na ilha de Matemo, como também de toda a costa que corre até Moçambique.
Os trabalhos topográficos e hidrográficos executados na área levaram à conclusão de que a "fortaleza deve fazer-se na ilha do Ibo porque fica mais próxima ao canal do que a de Matemo" , que não tem barra capaz.

A este contratempo, outros se iriam somar, que seriam responsáveis pelo atraso no início das obras. Apesar de facilitadas, pela existência próxima de pedra, tanto para as fundações e paredes como para o fabrico de cal, elas não arrancariam pelo facto de não haver oficiais em Moçambique e os 20 recrutados em Damão e Diu tardarem a chegar.

Mas as coisas, em vez de se tornarem fáceis, complicavam-se. O Conselho Ultramarino solicitava a Moçambique, em 23/5/1758, Parecer sobre as fortificações levantadas e por levantar nos portos da costa de Moçambique. Em resposta o Capitão General, no que respeitava às Ilhas de Querimba, prestava uma informação que parecia contrariar todas as expectativas até então existentes. Pura e simplesmente manifestava a opinião "de que na Ilha  do Ibo, cuja barra é capaz de nela entrar toda a sorte de embarcações (...) não deve haver fortificação". Como fundamento para a sua argumentação apontava como principais causas:
  • a falta de verbas para suportar as despesas necessárias e não ser possível recorrer-se a empréstimos indispensáveis para as despesas ordinárias, por não haver, baneanes ou moradores, que os possam ou queiram fazer a El-Rei de Portugal;
  • a escassez de efectivos militares para a defesa de qualquer ofensiva do inimigo e a impossibilidade de ser socorrida, com êxito, de Moçambique, devido à distância e aos ventos, por vezes, contrários, levariam a sua queda, dando-se assim ao adversário uma "casa segura" à custa de erário público;
  • a sua queda viria a ser a ruína do resto do território por a praça de Moçambique passar a ter por vizinho um poderoso inimigo que não se limitaria ao domínio das Ilhas mas intentaria alargá-lo a horizontes mais vastos;
  • e, finalmente, a posse das Ilhas por qualquer nação europeia, representaria a perda do comércio dos Yao.
Tratava-se de uma construção dispendiosa para as débeis disponibilidades financeiras da Fazenda Real, apenas possível, com a ajuda dos foreiros e demais autoridades auxiliares e respectivas escravaturas.

As opiniões continuavam a divergir, e à tese dos que defendiam a não construção de uma fortificação, como meio de manter e conservar as Ilhas "debaixo do domínio português", juntava outra, segundo a qual seria suficiente, para fiscalizar o porto de desembarque, uma guarnição militar e o levantamento de "uma faxina, com parapeito de mar, de pedra, sobre o canalzinho que está na ponta da Ilha e de onde, somente, possam laborar 5 peças de calibre 18 e juntamente se arvorará um pau de bandeira".

A antiga ideia da construção de uma obra de defesa vem a ser concretizada quando da implantação da Vila do Ibo, no ano de 1764.

O Governador José Caetano Júdice incumbido dessa missão, entre as muitas obras que mandou edificar, contam-se "um forte em redentes a que se deu o nome de Santa Bárbara em que se assestou a artilharia que há nesta Vila e estava quase inútil, por se achar sobre a terra sem plataforma e em sítio onde não podia produzir o efeito que tanto é preciso e se requer do seu exercício" . A vila do Ibo ficava deste modo, "com alguma defesa, assim para a entrada do rio como depois, sendo entrado pela figura como o dito forte está construído que pode jogar a sua artilharia, para uma e outra parte sem grande trabalho".

Para assinalar e marcar mais rigorosamente o prestígio e a presença lusíada nestas paragens do Indico, o dito Governador "logo junto ao forte teve o honorífico trabalho e honra de arvorar a Bandeira de El-Rei Fidelíssimo de Portugal Nosso Senhor, com sua mestra de pedra e cal no extremo inferior do pau de bandeira, para segurança dele" , não se esquecendo da protecção dos seus defensores ao construir "em um ângulo da mestra, uma guarita, também de pedra e cal, com as suas fendas ou frestas, para abrigo e vigia da sentinela".

As obras iniciadas depois de Junho de 1764 viriam a ser concluídas, no mês de Dezembro, desse mesmo ano.

Este pequeno forte, mais tarde, denominado de S. José, que demora a SW da Ilha, junto ao porto de cabotagem e de pesca, construído a pedra, terra e cal, mede 3,49 m de altura, tendo de parapeito 1,50 m.

Estava artilhado, em 1810, com 1 peça de calibre 3, 1 de calibre 4 e 1 de calibre 6, a que se juntava mais a artilharia de campanha (incapaz), constituída por 1 peça de calibre 2 e 2 peças de calibre 3. Nos meados do século XIX continuava guarnecido com 7 bocas de fogo, de ferro.

Teve, com o decorrer do tempo, funções militares, de cadeia e de alfândega.

(Clique nesta e nas imagens acima para ampliar)

A total ruína e as fracas possibilidades de defesa que oferecia o forte de São José como consequência da sua má e irregular construção e implantação em terreno arenoso impróprio e das despesas avultadas exigidas para a sua restauração, aconselhavam a "fazer-se antes outro forte novo em terreno melhor para segurança da mesma construção como vantajoso para a defesa dessa Ilha e sua barra do que reparar-se a ruína do velho (...) V.M. proporá a construção de um novo forte no sítio vantajoso ..." . No entanto, anos mais tarde, num novo contexto geo-político, o velho forte de S. José viria a ser reactivado.

De acordo com os novos objectivos, o Governador das Ilhas escolheu o local, desenhou a planta e propôs a construção de uma fortaleza em forma de pentágono regular com as oficinas que devia conter. Esta figura geométrica era a que melhor se acomodava ao terreno; ficava menos dispendiosa à Fazenda Real; defendia os edifícios a construir no seu interior; permitia uma posterior ampliação; e defendia a Vila de "qualquer ataque de Mouros ou Macuas, que é o inimigo com quem presentemente nos defrontamos", para além de recuperar o comércio "nas mãos dos Mouros da Costa e usurpado pelos de Quiloa, Pate, Mombaça e Zanzibar" e dos Europeus, especialmente, dos Franceses.

As obras principiaram em 25/5/1789 com a ajuda de oficiais, cabouqueiros e serventes, vindos de Moçambique e por "serventes e gente de picareta que eram soldados, adimos oucafres forros, e escravos de alguns moradores e do então Governador Tigre" , fazendo-se o seu pagamento em milho, aguardente, fato e dinheiro.

Esta fortaleza, dedicada a São João Baptista, padroeiro da ilha do Ibo, foi construída em pedra talhada, extraída localmente , tendo no seu interior sido erguida uma capela militar que, depois de ali ser colocada a imagem daquele Santo , foi, convenientemente, ornamentada.

Demorando a NO da Vila, assenta em rocha firme, junto ao mar, mede 3,80 metros de altura e 1,36 metros de parapeito e cada uma das 5 estrelas do pentágono tem 50 metros de extensão. A sua área total é de 6 400 metros quadrados.

Dada a sua má construção, poucos anos depois, exigia grandes reparações.

Alguma vez foi queimada pelos Sakalava. Embora, estes piratas do mar tenham estado, no ano de 1815, por três vezes, na Ilha do Ibo, nunca conseguiram tomar a dita Fortaleza. No que respeita aos Holandeses, eles tentaram conquistar a Fortaleza da Ilha de Moçambique, nos anos de 1607 e 1608, datas bem longe de 1789-1794, anos em que decorreu a construção da Fortaleza de S. João Baptista do Ibo.

De igual modo é de questionar como seria possível Vasco da Gama, ir abastecer-se de escravos à dita Fortaleza. O grande almirante português, passou pelas Ilhas de Querimba, em 1 de Abril de 1498, quando, se dirigia para Índia, navegando, por ser enganado pelo piloto árabe, muito perto de uma delas, que passou a ser conhecida por ilha do Açoutado.
- Por Carlos Lopes Bento - Continua.
  • O autor, Dr. Carlos Lopes Bento, antigo administrador dos concelhos dos Macondes Ibo e Porto Amélia (actualmente Pemba) é doutorado, em Ciências Sociais e Políticas, especialidade História dos Factos Sociais e licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo I.S.C.S.P., da Universidade Técnica de Lisboa. Foi professor coordenador do Instituto Superior Politécnico Internacional e professor catedrático convidado, da Universidade Internacional. Interessa-se pela Antropologia Africana- Moçambique e pela Antropologia Portuguesa, domínios do turismo e do comportamento organizacional. Faz investigação no domínio da cultura alimentar- Culinária tradicional. É sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, fazendo parte da sua Direcção e de algumas das suas Comissões e Secções!
  • Outros trabalhos do Dr. Carlos Lopes Bento neste blogue e anexos!
  • Porto Amélia/Pemba - distrito do Ibo!
  • Panorâmio - Photo of Ilha do Ibo!
A FORTALEZA DE SÃO JOÃO BAPTISTA DO IBO
A FORTALEZA DE SÃO JOÃO BAPTISTA DO IBO

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