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8/31/08

SAÚDE EM PORTUGAL - Um grande negócio...

(Imagens recolhidas na net)
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A problemática dos serviços de saúde pública em Portugal não se resolve do dia para a noite. Também não apresenta melhoras. Pelo contrário! Ecoa pelo mundo como moribunda e na unidade de emergência do descalabro conveniente que gera bons negócios para quem deseje investir. E o povo, que é "quem mais ordena", que aguente, ora pois!
Eis o que diz Boaventura de Sousa Santos, direto de Coimbra para o Jornal Correio do Brasil do dia 30/08/2008:
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Saúde: do serviço ao negócio.
O modo como está ocorrendo a transformação da saúde, de serviço público em negócio lucrativo, é escandaloso, inconstitucional e certamente violador do direito dos cidadãos à saúde. O que se passa é caso único nos países de desenvolvimento comparável a Portugal.
Alguns exemplos bastarão para dar conta da gravidade da situação. Recentemente a Ministra da Saúde convocou todos os diretores de serviços públicos de reprodução assistida, no sentido de lhes criar as condições financeiras e humanas para aumentar significativamente a oferta pública destes serviços. Todos, exceto um, recusaram a oferta, sob vários pretextos e por uma só razão: Todos eles dirigem serviços privados de reprodução assistida e não queriam que os serviços públicos lhes fizessem concorrência.
Outro exemplo, ainda mais perturbador. Um determinado hospital público decidiu aumentar a oferta de serviços especializados para corresponder às solicitações crescentes dos cidadãos. Pois viu esta decisão contestada nos tribunais pelo setor empresarial hospitalar com o fundamento de que, ao expandir os serviços públicos, estavam pondo em causa as legítimas expectativas do setor privado quanto à sua expansão e lucratividade.
Apesar de um tal propósito bradar aos céus, há juristas de renome dispostos a dar pareceres eloquentes a favor dos queixosos e só nos resta esperar que os nossos tribunais façam uma ponderação de interesses à luz do que determina a Constituição e decidam corretamente.
Terceiro exemplo. Contra o parecer da Ministra da Saúde, o Ministro das Finanças autorizou um acordo entre um hospital privado, pertencente ao Grupo Espírito Santo, e a ADSE (Direção de Proteção Social dos Funcionários e Agentes da Administração Pública), com o objetivo de, com o novo fluxo de doentes, viabilizar um hospital em dificuldades. O dinheiro gasto nesse acordo não poderia ter sido aplicado, mais eficazmente, na expansão dos serviços públicos? A ironia da história é que, pouco tempo depois, os jornais anunciavam em primeira página que os utentes da ADSE estavam a ser preteridos no referido hospital por a ADSE pagar pior.
Estes três exemplos são ilustrativos do ataque cerrado a que está sendo sujeito o Serviço Nacional de Saúde e do poder político que o setor privado já adquiriu entre nós. A atividade empresarial no domínio da saúde é uma atividade legítima, mas deixará de sê-la se interferir com o direito à saúde gratuita constitucionalmente consagrada. Imagina-se que a Polícia Judiciária pudesse ser accionada em tribunal por, ao desenvolver os seus serviços de investigação, violar as legítimas expectativas dos detetives particulares.
A destruição do SNS esteve até agora a cargo dos governos do PSD e do Ministro Correia de Campos. Perante o protesto cidadãos, o governo procurou mudar de curso e a atual ministra parece ser uma honesta defensora do SNS. Terá poder? Os sinais não são animadores porque as medidas a tomar são drásticas. Primeiro, os diretores de serviços hospitalares devem estar em regime de exclusividade, não só pelo tempo que devem dedicar ao serviço, mas para evitar conflitos de interesses. Até agora, sempre que o Governo tentou, deixou-se atemorizar pelo medo de perder os melhores. Não há que ter esse medo, já que dispomos de muitos profissionais competentes e dedicados.
É preciso acabar com a figura do diretor de serviços que não dirige o serviço e é apenas o chefe dos médicos. Segundo, é urgente repor e valorizar as carreiras médicas para não criar incertezas desmoralizadoras. Terceiro, leva dez anos a formar um médico num sistema público: não faz sentido que, ao fim desses anos, o sistema privado se aproprie de todo esse investimento e o transforme em lucro. Os médicos deveriam ser obrigados a ficar no serviço público por um período razoável. Quarto, devem aprofundar-se as formas de contratualização nos serviços públicos – desde que não passem pelas parasitárias empresas de fornecedores de médicos (onde desaparece a responsabilidade pelo ato médico) – para permitir a redução das listas de espera, como aconteceu recentemente em oftalmologia. Quinto, não há nenhuma razão para que uma lâmpada num sistema de imagiologia leve mais tempo para ser substituída no sistema público que no sistema privado.
Se, num dado momento, o SNS não tiver condições para garantir a saúde de todos os cidadãos, pode comprar serviços médicos aos serviços privados, mas, no espírito da Constituição, isso só pode ocorrer se não puder expandir os seus próprios serviços públicos. Os casos atrás mencionados mostram que pode e quer. Ainda temos tempo?
- In "Jornal Correio do Brasil" - 30/08/2008.
*Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).
  • Em Portugal, a ministra da saúde "descobriu" que... - Aqui!
  • Saúde em Portugal - Nota negativa! - Aqui!

Post's anteriores do ForEver PEMBA sobre o tema:

3/06/08

SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares...Parte VI

(Imagem original daqui)
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SAÚDE EM PORTUGAL:
- Não custa perguntar: Trocaram o Ministro!... Será que já melhorou o atendimento à população nas "emergências" de Vila Real ?...
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Continuam uma porcaria e sem tendência de melhora, para não falar palavrão! O atendimento é péssimo, a desmotivação e o quase desinteresse dos funcionários é generalizada. Dia 04 de Março/08, familiares na Régua da Mãe que não é a Mãe do sr. Sócrates nem da ministra da saúde, tiveram de voltar a chamar a ambulância pois a Mãe que não é a Mãe do sr. Sócrates nem da ministra da saúde apresentava sintomas de falta de ar...Foi na tal ambulância para a vizinha (+ ou - 25 Kms.) Vila Real onde ficou no atendimento emergencial do hospital das 12 até às 19 horas, mais uma vez no tal corredor, na maca, suja de vômitos, com fezes e urina por todo o corpo (tem de usar fralda devido ao seu estado físico) e sem ninguém que lhe desse cuidados de higiene ou a alimentasse. Só após os Familiares que a acompanharam se aperceberem de seu estado e reclamarem com veemência é que se dignaram providenciar cuidados de higiene. E a imprensa pouco fala ou denuncia. É mais interessante bajular o poder, falar de futebol e de apitos dourados, acreditar em comunicados demagógicos, justificativas de Pinóquio e promessas que nunca se concretizam enquanto o povo sofre e morre por falta de assistência médica adequada num sistema de saúde ultrapassado, despreparado, pseudo reformado e arrasado. UMA VERGONHA de terceiro mundo... E ainda vem para a imprensa, um senhor de nome Carlos Vaz que se diz presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro salientar "a capacidade instalada no Centro Hospitalar, negando problemas na área da urgência resultantes do encerramento da urgência do hospital da Régua e do atendimento nocturno dos SAP de Alijó, Murça e Vila Pouca de Aguiar"(Noticias RTP)...
É preciso ter muita "lata" !
J. L. Gabão - 06/03/08.
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Post's anteriores do ForEver PEMBA relativos ao assunto:
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 3 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 4 !
  • SAÚDE em Portugal - Morreu Manuel Pinto, o idoso que o Hospital de Vila Real mandou para casa NU !...- Parte 5 !

1/28/08

SAÚDE EM PORTUGAL - RÉGUA: Morreu Manuel Pinto, o idoso que o hospital de Vila Real mandou para casa NU !...

Mil e uma desculpas ou justificativas virão por aí...
Os arautos do governo e seus simpatizantes fanáticos lançarão ao ar que é tudo campanha orquestrada da oposição contra a "iluminada" reestruturação das urgências...
Só que, esses seres "iluminados", fecharam as urgências sem a tal reestruturação estar providenciada...
Ninguém se responsabilizará pelo caos, pela anarquia, pela desorganização, pela vergonha e pela tragédia que imperam no sistema de saúde português. Nem pela morte do pobre Manuel Pinto lá da pacata Godim na cidade da Régua onde fecharam a urgência hospitalar.
E acabarão por concluir que o único culpado foi o pobre do Manuel Pinto...teve a culpa de adoecer aos 79 anos de idade...aí, mandaram-no para casa em Godim na Régua, para morrer depois de lhe darem alta NU, numa maca...no hospital de Vila Real, o tal hospital onde também deram alta no passado dia 4 de Janeiro, a uma Mãe que não é a digníssima Mãe do Sr. Sócrates nem de nenhum ministro, depois de sete horas internada numa outra maca, num corredor qualquer desse tal hospital.
Resumindo, É UMA VERGONHA...para não dizer UMA TRAGÉDIA ! Mas melhor que qualquer linha que eu escreva, falarão as linhas que abaixo transcrevo retiradas da imprensa portuguesa de algumas horas atrás:
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Correio da Manhã/27.01.08 - Manuel Pinto, residente em Godim (Peso da Régua), tinha 79 anos. Sem um historial clínico de doenças, foi assistido no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, e teve alta às O9h00 de anteontem. Às 14h00 voltou a dar entrada nas Urgências de Vila Real e duas horas depois estava morto.
A família quer apurar responsabilidades, perceber como é que os médicos não verificaram a gravidade do seu estado de saúde. “É incrível o que aconteceu. Como é possível deixarem sair um homem de aspecto cadavérico e sem roupa? E ainda mais deixá-lo ficar nas Urgências mais de quatro horas?”, interroga-se José Carvalho, o taxista que o transportou até casa ainda durante a manhã.O caso volta a colocar fortes dúvidas na qualidade da assistência a doentes. As acusações de negligência repetem-se e os familiares da vítima não escondem a indignação.Maria Julieta, viúva de Manuel Pinto, recorda os últimos dias de sofrimento, em que a saúde do marido parecia deteriorar-se. “Ele nunca tinha ido a um médico, mas nos últimos dias começou a queixar-se de dores de barriga”, lembra. As queixas agravaram-se na madrugada de sexta-feira. “Por volta das O2h15, chamei os Bombeiros da Régua, que o levaram para o Hospital de Vila Real. Passado quatro horas, uma médica disse-me que o meu marido não tinha nada de assustador. Tinha açúcar no sangue, tensão baixa e sintomas de princípio de pneumonia. Deu-lhe alta e passou algumas receitas”, continua.Maria Julieta ficou depois à espera de ser conduzida a casa. Visto que os bombeiros não consideraram que se tratava de uma situação urgente, foi necessário recorrer a transporte particular. Esperaram duas horas para serem conduzidos por um taxista amigo, possibilitando uma viagem acessível para os seus parcos recursos.Manuel Pinto chegou a casa ao princípio do dia. Aí ficou até às 14h00, altura em que piorou. “Como já não comia nada, chamei novamente os bombeiros”, recorda ainda a viúva da vítima, que o acompanhou na nova viagem às Urgências do Centro Hospitalar.Duas horas depois Manuel Pinho estava morto. Desconhece-se a causa da morte, que só será revelada com a autópsia. “Estou revoltada. Primeiro, se ele tem ficado no hospital da primeira vez, se calhar estava vivo. Depois mandarem o meu homem nu, para casa, sem uma peça de roupa. Nem uma bata lhe vestiram, é o desprezo completo”, lamenta Maria Julieta.A possibilidade de uma queixa junto do hospital não está posta de parte. O Centro Hospitalar vai amanhã averiguar o que sucedeu.
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ACUSAÇÕES AO HOSPITAL
Vizinho taxista que transportou Manuel Pinto para casa diz que o idoso estava nu quando teve alta em Vila Real.
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AINDA SEM EXPLICAÇÃOO
Centro Hospitalar promete amanhã averiguar o sucedido. Para já não tem explicação para morte do idoso.
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"CASOS IDÊNTICOS REPETIR-SE-ÃO"
“Era evidente quando o dissemos, há um ano, que o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) sem estar finalizada a reestruturação das Urgências era um crime.” Foi desta forma que o bastonário da Ordem dos Médicos reagiu ontem aos mais recentes casos divulgados pelo CM. Pedro Nunes diz que, “mais cedo ou mais tarde, estes casos teriam de acontecer”. O bastonário entende que “casos idênticos repetir-se-ão se não for rapidamente repensado o sistema”.
- A reportagem integral aqui!
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Portugal Diário - 26.01.08 - Hospital enviou idoso para casa nu: Homem tinha 79 anos e recorreu ao hospital de Vila Real com dores de barriga, gripe e fraqueza. Deram-lhe alta de madrugada. Taxista encontrou-o numa maca sem roupa. No dia seguinte voltou ao hospital, onde faleceu.
Vizinhos de um septuagenário falecido sexta-feira no Hospital de Vila Real acusam a unidade hospitalar de «falta de humanidade», depois de terem encontrado o idoso «numa maca completamente nu», disse à Agência Lusa o taxista e vizinho que o transportou.
O vizinho e taxista José Carvalho contou que Manuel Pinto, de 79 anos, entrou na urgência do Hospital de Vila Real ao início da noite de quinta-feira, queixando-se de dores, gripe e fraqueza. Depois de ter sido avaliado pelos médicos, teve alta às 02:00 da madrugada de sexta-feira.
José Carvalho contou ainda que recebeu um telefonema de uma vizinha para ir buscar o idoso ao Hospital de Vila Real, onde o encontrou numa maca, completamente nu e num estado que considerou muito debilitado.
«Tive que gritar por ajuda, para que alguém me auxiliasse a levantá-lo, sentá-lo numa cadeira de rodas e transportá-lo até ao carro. E isto depois de ter sido eu também a procurar um casaco para o tapar, porque estava sem roupas», descreveu. À SIC, o mesmo taxista precisou que pediu à esposa para esta dar o seu casaco ao marido e que colocou o xaile dela a «tapar os genitais».
Também à SIC, a viúva explicou que o marido não conseguia controlar as necessidades fisiológicas, pelo que, quando chegaram ao hospital «despiram o meu homem todo e deixaram-no em pelota».
Depois de ter recebido alta e com um diagnóstico de que não era nada de grave, o idoso regressou a casa, em Godim, Peso da Régua, onde vivia com a mulher, de 80 anos. Só que durante a manhã começou a sentir-se cada vez pior. Regressou à urgência do Hospital de Vila Real ao início da tarde de sexta-feira, transportado pelos bombeiros do Peso da Régua, onde faleceu a meio da tarde.
Em declarações à TVI, a viúva do idoso, explicou que ainda não sabe o que vai fazer. Primeiro tem de falar com as filhas que estão emigradas na Bélgica.
O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, no qual está inserido o Hospital de Vila Real, já anunciou que vai avaliar a ocorrência e pronunciar-se no início da próxima semana.
- A reportagem integral aqui !

Post's anteriores relativos ao assunto:

  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 1 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 2 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 3 !
  • SAÚDE em Portugal - Como não é a digníssima Mãe deles que precisa do serviço de urgências hospitalares... - Parte 4 !