12/01/06

Cabo Delgado-Caju, riqueza roubada por tanzanianos...


Tanzanianos contrabandeiam castanha de caju.
A Direcção Provincial de Agricultura de Cabo Delgado, através dos Serviços Provinciais do Caju (SPC), acusa comerciantes informais tanzanianos de estarem a participar ilegalmente no processo de compra de castanha de caju a produtores dos distritos nortenhos de Cabo Delgado, sendo o produto, posteriormente, contrabandeando para o país vizinho.
Segundo o chefe dos Serviços Provinciais do Caju (SPC), Adelino Tadeu, o fenómeno deve-se à fragilidade de controlo nas zonas fronteiriças, resultando na saída ilegal de castanha de caju da província.
Não há muito tempo, eram os produtores moçambicanos que levavam a castanha para a vizinha província tanzaniana de Ntwara.
Havia duas razões para isso: a falta de compradores no mercado local e o baixo preço praticado no acto da compra.
De acordo com Tadeu, a partir da campanha de comercialização da castanha de caju são comerciantes informais tanzanianos que invadem ilegalmente Cabo Delgado e fixam postos móveis de compra de castanha nas comunidades rurais dos distritos de Nangade, Mueda e Palma, escoando depois, no final da campanha, o produto para Tanzânia.
A monitoria
Felizarda Macome, engenheira dos Serviços do Instituto Nacional de Fomento do Caju (INCAJU) na província de Cabo Delgado, acredita que as quantidades da castanha de caju que a província regista anualmente no final de cada campanha de comercialização deste produto não correspondem à realidade. lsto porque há muita castanha que sai com os comerciantes informais das vizinhas províncias tanzaniana de Ntwara e moçambicana de Nampula.
Felizarda exemplificou que, nas campanhas anteriores, os comerciantes informais de Nampula montavam os seus postos de compra de castanha na ponte sobre o rio Lúrio, que separa a província de Cabo Delgado da de Nampula.
Estes postos foram desmantelados graças à intervenção dos governos provinciais.
Face a isto, optaram por entrar nas comunidades rurais de Chiure, Montepuez, Namuno, Balama, Mueda, Nangade e Palma, onde participam ilegalmente no processo de compra de castanha de caju.
A castanha comprada é escoada para Nampula.
O mesmo acontece com os comerciantes informais tanzanianos.
Estes compram nos distritos de Mueda, Nangade e Palma, havendo ainda casos em que estes estrangeiros montam postos de compra da castanha de caju nas margens do Rio Rovuma.
Para fazer face a esta situação, foi montado um sistema de monitoria envolvendo todos os intervenientes da cadeia produtiva de castanha de caju, desde a produção até à comercialização. Tudo para permitir uma forma articulada de recolha de informação sobre o processo de comercialização e as quantidades vendidas.
Actualmente foram treinados chefes dos postos administrativos, administradores e técnicos de agricultura.
Cada um deles tem a seu cargo a coordenação do controlo das quantidades comercializadas na zona.
Também junto das alfândegas e da guarda de fronteira, está a efectuar-se um trabalho de vigilância no sentido de impedir a saída da castanha de caju para a Tanzânia.
Essa vigilância está a ser efectuada nas travessias de Namoto, no distrito de Palma, Namatil e Negomano no distrito de Mueda, e Nangade.
Sualehe Saide, produtor da castanha de caju na Comunidade Rural Litingina, no distrito de Nangade, vende a sua produção na província tanzaniana de Ntwara devido aos bons preços da venda do produto naquela zona e à falta de mercado a nível local.
O administrador de Mueda, Leôncio Julai, vê na degradação das vias de comunicação do interior do distrito o principal entrave para a venda da castanha de caju naquela região.
Outra razão é a falta de mercado para a venda deste produto.
Recorde-se que Cabo Delgado prevê comercializar este ano 7 mil toneladas de castanha de caju, contra as 4 mil da campanha do ano passado.
A província conta apenas com duas fábricas de processamento de castanha de caju, uma localizada na cidade de Pemba e outra no distrito de Chiure.
SAVANA – 01.12.2006 - Via "Moçambique Para Todos"

Pemba continua sob chuva intensa.

As chuvas intensas voltaram a fustigar a cidade de Pemba durante o dia de ontem, embora com algumas interrupções, mas foram suficientes para deteriorar ainda mais as condições habitacionais nas zonas tradicionalmente propensas a inundações.
Trata-se dos bairros Natite, muito particularmente no sub-bairro de Namavi, Cariocó, em Lioze e no popular Chibuabuari.
Em Chibuabuari os habitantes não conseguiram sair para os seus locais de trabalho na cidade de Pemba, uma vez que os solos tornaram-se lamacentos e não permitem que os residentes circulassem nem mesmo para irem aos mercados locais.
As entradas urbanas ficaram cheias de lama e arreias arrastadas pela corrente da água, constituindo obstáculos para a circulação de viaturas, sobretudo na zona da Marginal, no bairro Paquitequete, que liga o porto de Pemba ao resto da província.
Enquanto isso, esta ainda por começar o trabalho de tapamento da cratera formada nesta estrada, junto ao tribunal, que devido ao perigo que representa se encontra sinalizada para chamar a atenção dos automobilistas.
Durante o dia e noite é colocado um corpo de guardas para evitar possíveis acidentes na enorme cova que se formou na via a partir do mar.
O Governador da Província, Lázaro Mathe, que esteve no local, disse que a situação resultou de alguma desatenção por parte dos responsáveis municipais, pois as condições existiam para prever e evitar o estado em que a cidade de Pemba se encontra neste momento, prometendo que um trabalho conjunto poderá minimizar o problema a breve trecho.
Até ao fim do dia de ontem, o tempo continuava a denunciar a continuação das chuvas, ao mesmo tempo que os serviços de meteorologia informavam que a perturbação tropical ainda se mantinha na costa litoral norte, muito precisamente na província de Cabo Delgado, cujos efeitos deverão continuar a incidir na cidade de Pemba.
Entretanto, a cidade de Quelimane está também sob fortes chuvas desde a madrugada de ontem, mas os meteorologistas afirmam que não estão associadas ao temporal que fustiga Cabo Delgado.
De acordo com o director da Estação Meteorológica da Zambézia, Alberto Colarinho, trata-se de chuvas normais previstas na presente época.
Não foram reportados até ao momento danos a lamentar, mas a vida dos munícipes esteve perturbada devido às dificuldades de circulação causadas pelas inundações associadas ao mau funcionamento do sistema de drenagem.
Maputo, Sexta-Feira, 1 de Dezembro de 2006:: Notícias