5/24/07

Turismo em Moçambique poderá ter maiores receitas de sempre este ano.

Lisboa, Portugal, 23 Mai - Moçambique espera receber cerca de um milhão de turistas este ano, o maior número das últimas décadas, afirmou terça-feira em Lisboa o vice-ministro do turismo do país, de acordo com a agência noticiosa portuguesa Lusa.Rosário Mualeia adiantou que estes turistas vão contribuir com cerca de 150 milhões de dólares para a economia Moçambique."Temos grandes expectativas de que este ano seja o melhor das últimas décadas no que diz respeito ao número de turistas a visitar Moçambique", disse.Mualeia disse também que o investimento no sector do turismo será de cerca de 250 milhões de dólares este ano, mais 100 milhões do que em 2006.As autoridades moçambicanas lançaram recentemente um pacote de medidas de incentivo para encorajar o investimento no sector do turismo.Rosário Mualeia disse ainda que o número de turistas a visitar Moçambique cresce cerca de 7 por cento todos os anos e que a maioria destes visitantes vêm da África do Sul, Portugal e Suazilândia.A capital do país, Maputo, é um dos destinos mais requisitados. (macauhub)
Veja também:

Moçambique - neocolonialismo chinês ?...

Activista moçambicano alerta para neocolonialismo chinês.
A crescente influência chinesa em África está a tomar contornos de exploração do continente, com o comportamento actual da China a fazer recear abusos futuros, alertou Daniel Ribeiro.
«A tendência dos projectos actuais indica que a China vai seguir o mesmo caminho da Europa, que é a exploração de África e não a ajuda ao continente», disse Daniel Ribeiro, activista ambiental da organização não-governamental moçambicana Justiça Ambiental (JA), à margem de uma conferência em Pequim com o tema A China em África, Desafios e Oportunidades.
«A China representa ainda uma pequena percentagem na economia de Moçambique, mas se continuar neste caminho a relação entre os dois países vai acabar por ser mais uma relação como a que tivemos com Europa e os Estados Unidos», afirmou Daniel Ribeiro, em entrevista à Agência Lusa em Pequim.
O biólogo e membro fundador da JA, disse que Moçambique ainda pode ir a tempo de evitar males maiores e não deixar que a relação com a China se torne num «grande problema».
«Precisamos da boa intenção dos investidores estrangeiros e neste momento a China não está a respeitar isso», disse.
O activista alertou para a necessidade de convencer a China a aprofundar o diálogo com Moçambique na aplicação de projectos de desenvolvimento e convencer Pequim a alinhar os seus objectivos com as metas que os moçambicanos acham adequadas para o país.
«Se não começarmos a fazer pressão agora e a mudar a experiência que temos no presente, a herança da influência chinesa para as futuras gerações de Moçambique não será muito positiva», considerou.
Ribeiro acrescentou que «a componente social e ambiental está mais fraca do que devia estar e este é um problema que deve preocupar Moçambique, que precisa de criar regulamentação para defender as riquezas do país».
O comércio bilateral entre Moçambique e a China atingiu 208 milhões de dólares (154 milhões de euros) em 2006, mais 26 por cento em comparação com 2005.
Nos últimos anos, a China passou de 26º para sexto investidor em Moçambique, com um número crescente de empresas chinesas a entrar em Moçambique, sobretudo na área da construção.
As empresas chinesas estão a construir mais de um terço das estradas de Moçambique, desenvolvendo também projectos na área de infra-estruturas de água e saneamento básico.
Apesar das exportações moçambicanas para a China, na maioria madeira e gergelim, terem crescido 38,1 por cento entre 2004 e 2005, a balança comercial é ainda favorável à China, que exportou em 2005 bens no valor de 71 milhões de euros, importando de Moçambique o equivalente a 59 milhões de euros.
A cooperação entre os dois países, que remonta ao apoio que Pequim concedeu à FRELIMO na luta armada contra a dominação colonial portuguesa, traduz-se em acções de cooperação económica e comercial em áreas como a agricultura, industria mineira, construção de infra-estruturas e formação de recursos humanos.
A China construiu e financiou em Moçambique algumas das mais importantes infra-estruturas da capital, como os edifícios do Parlamento, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Centro de Conferências Joaquim Chissano, tendo Pequim anunciado também o financiamento da construção do futuro estádio nacional do país.
Lusa / SOL