5/26/07

Cabo Delgado - Nem tudo que brilha é ouro...

Produtos fora do prazo:
Há cerca de três semanas a saúde em Cabo Delgado fez uma incursão pela mais famosa casa de hóspedes da actualidade nacional, o “Beach Hotel” onde foi encontrar esta surpresa: produtos fora do prazo.
Levou amostras de cervejas e água tónica para análises laboratoriais que vieram a provar que, na verdade, não se deveriam consumir no dia em que foram servidos aos clientes do cinco-estrelado hotel.
Uma realidade que não deixa sossegados e que nos aconselha a preferir as nossas barracas, onde os produtos são consumidos no dia que chegam, com pouca probabilidade de ficarem armazenados. Lá o grande problema é a higiene.
Há também quem disse uma vez que Robert Mugabe está fora do prazo por causa da crise do seu país, que na semana passada não conseguiu ver nas proporções em que em Moçambique se fala.
Na companhia de mais três moçambicanos, vimos muitos produtos à venda em toda a nossa trajectória, via terrestre, de Mutare até Harare, passando por regiões do interior, entre montanhas. Ficamos chocados pela diferença entre o que ouvimos e o que vimos no Zimbabwe. Serviços, supermercados, estradas, restaurantes e escolas a funcionarem em pleno.
O povo vai-se “lixando” com o que os políticos acham ser uma crise, vendendo os seus produtos ao longo das estradas e no dia 13 deste mês duas carrinhas de matrículas amarelas, cheias de repolho, transpunham a fronteira de Machipanda, na província central de Manica, para fornecimento às instituições sociais (saúde e educação), no interior do nosso país.
Um homem das Alfândegas disse que se tratava de um contrato de fornecimento firmado com alguns sectores sociais das províncias de Sofala e Manica. É verdade!
Há quanto tempo que a produção escolar desapareceu dos centros internatos do meu país, exemplos de Jécua, Iapala, Boroma, Amatongas, entre outros. No Zimbabwe fomos visitar um colégio missionário no interior de Rusepa e ficamos boquiabertos de tanta produção, sobretudo animal para o consumo e venda para a sustentabilidade do centro educacional.
Ficamos impressionados com a organização e os programas educacionais mais virados para a moralização da sociedade. Mas não gostamos das condições de alojamento que contrastam com a dieta que está reservada aos estudantes.
O outro senão que não escapa a qualquer estrangeiro é, na verdade, a quantidade de dinheiro que é necessário para pagar determinada aquisição, de tal jeito que, para pagar um jantar de quatro pessoas no Restaurante Cascais, na mesma avenida onde se localiza o Portugal Restaurant, foi necessário uma máquina de contar notas. Tantas eram, mas que equivaliam no nosso país, a perto de dois mil meticais, que na actualidade podem ser apenas duas.
Esse aborrecimento pode-se transformar em crise, pois é a verdadeira chatice que provoca um mal-estar em quem não está habituado. Há notas a mais, sendo que, algumas nem os mendigos da rua recebem, por saberem que nada valem.
P.S. Nunca tinha visto um povo tão “louco” pelo futebol como o do Niassa em apoio ao seu Futebol Clube de Lichinga. Grita do princípio até ao fim. Bate-se até que se farta. Polícia ou não, desde que seja para apoiar o clube da casa, as normas e tarefas são esquecidas, nem mesmo para deter quem agride outrém e só se recorda dois dias depois que houve quem foi agredido fisicamente até à exaustão.
Pedro Nacuo - Maputo, Sábado, 26 de Maio de 2007:: Notícias

5/25/07

Moçambique - Incêndio - Mais um...

Do Blogue do Carlos Serra - http://www.oficinadesociologia.blogspot.com/
O "O país online" já tem uma referência ao incêndio hoje no Ministério de Agricultura. Destaco três partes que me pareceram significativas e que não vou comentar:
I
"Três pisos do edifício do Ministério da Agricultura foram atingidos por fortes chamas de fogo, por volta das cinco horas da manhã de hoje. A vice-ministra da Agricultura disse que ficaram destruídos o seu gabinete, o do ministro e o departamento de economia, onde estava arquivada toda a informação sobre o Programa da Agricultura (PROAGRI)."
II
"Para debelar as chamas, o Serviço Nacional de Bombeiros, que não conseguiu controlar a situação nos primeiros momentos, contou com o apoio dos Aeroportos de Moçambique, do Porto de Maputo e da Mozal, provando-se a deficiência dos “soldados da paz” no combate a situações do género. Pedimos ajuda quando vimos a dimensão do incêndio, pois a maioria dos nossos meios estão obsoletos”, disse Renato Taveira, porta-voz do Serviço Nacional de Bombeiros."
III
"Entretanto, o coordenador executivo do PROAGRI, Fernando Songane, disse que não haverá perturbações no funcionamento daquele programa, que foi gravemente afectado pelo incêndio, pois, segundo ele, grande parte da sua informação estava no departamento de economia e finanças. “A informação disponível é suficiente para produzir o relatório do fim de semestre”, garantiu Songane, para quem “
esta é a primeira experiência deste calibre”."
posted by Carlos Serra at
5/25/2007 02:39:00 PM