9/04/07

Moçambique - Alimentos ou biocombustível ???

Corrida aos biocombustíveis compromete segurança alimentar.
(Maputo) A corrida para a produção de biocombustíveis no País, pode comprometer a segurança alimentar e nutricional(SAN)no sector familiar.
Segundo um técnico do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que nos falou na condição de anonimato, “a produção de biocombustíveis vai complicar mais a SAN no País, porque se actualmente os agricultores do sector familiar não conseguem produzir o suficiente para garantir a SAN, o que vai acontecer se deixarem de produzir comida e plantarem Jatropha por exemplo?”, indagou.
A nossa fonte disse que a campanha de plantio da Jatropha lançada pelo governo no ano transacto, já está a reflectir-se em alguns distritos, pois muitos camponeses do sector familiar, reduziram a produção de alimentos e envolveram-se no plantio da Jatropha e actualmente regista-se a insuficiência de alimentos e a falta de mercado para a Jatropha.
“O plantio da Jatropha devia ser em projectos localizados, devia se excluir o sector familiar porque as populações reduziram a produção de alimentos. O camponês, primeiro, tem que produzir comida para si próprio”. A nossa fonte disse ainda que ao nível do Ministério da Agricultura (MINAG) houve debates acesos em relação ao plantio da Jatropha, porque enquanto os técnicos do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) e do IIAM
alertavam para a necessidade de não se envolver o sector familiar na produção da Jatropha o Governo defendia o contrário, “nós alertamos, porque a Jatropha ainda não tem mercado, mas o Ministro disse que independentemente do que der e vier, devia se envolver o sector familiar porque essas são as orientações superiores”.
Segundo dados do SETSAN, a prevalência da insegurança alimentar em Moçambique é de 34 porcento dos agregados familiares, onde 20,3 porcento são classificados como altamente vulneráveis, sendo que a vulnerabilidade à insegurança alimentar é mais saliente na zona norte do País, particularmente nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete.
Recorde-se que durante a sua presidência aberta no presente ano, o Presidente da República, Armando Guebuza, disse ter ficado impressionado com o plantio Jatropha no País. No ano passado, Guebuza liderou pessoalmente a campanha da promoção do cultivo desta planta.
(Daniel Maposse)-MediaFAX 03.09.07
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9/03/07

Diversificando - A agonía de OMAYRA

Em tempos de intolerância, violência e egoísmo, transcrevo:
Omayra Sanchez foi uma menina vítima do vulcão Nevado do Ruiz durante a erupção que arrasou o povoado de Armero, Colômbia em 1985.
Omayra ficou três dias jogada sobre o lodo, água e restos de sua própria casa e presa aos corpos dos próprios pais.
Quando os paramédicos de parcos recursos tentaram ajudá-la, comprovaram que era impossível, já que para tirá-la precisavam amputar-lhe as pernas, e a falta de um especialista para tal cirurgia resultaria na morte da menina.
Omayra mostrou-se forte até o último momento de sua vida, segundo os paramédicos e jornalistas que a rodeavam.
Durante os três dias, manteve-se pensando somente em voltar ao colégio e a seus exames e a convivência com seus amigos.
O fotógrafo Frank Fournier, fez uma foto de Omayra que deu a volta ao mundo e originou uma controvérsia a respeito da indiferença do governo Colombiano com respeito às vítimas de catástrofes.
A fotografia foi publicada meses após o falecimento da garota.
Muitos vêem nesta imagem de 1985 o começo do que hoje chamamos globalização, pois sua agonia foi vivenciada em tempo real pelas câmaras de televisão de todo o mundo.
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