1/02/08

QUÊNIA - A nova vergonha africana...

Milhares fogem de violência após eleição no Quênia
Dezenas de milhares de quenianos deixaram suas casas nos últimos dias para fugir da onda de violência que tomou conta do país africano desde as eleições presidenciais realizadas na última quinta-feira.
Os confrontos se intensificaram a partir de domingo, quando foi confirmada a reeleição do presidente Mwai Kibaki. O resultado oficial foi contestado pela oposição e provocou protestos e episódios de violência nas principais cidades do país.
A onda de violência, considerada a pior registrada no país nos últimos anos, já deixou mais de 250 mortos em diversas cidades.
Agências internacionais de ajuda humanitária alertaram que o país se encaminha para uma catástrofe caso os confrontos continuem.
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Queimados vivos
O pior incidente ocorreu na cidade de Eldoret, no oeste do Quênia, onde pelo menos 30 pessoas, entre elas 25 crianças, foram queimadas vivas na manhã desta terça-feira dentro de uma igreja.
Na hora do ataque, estavam dentro da igreja cerca de 400 pessoas que se refugiavam da violência nas ruas da cidade. Uma multidão cercou o prédio e ateou fogo.
O pastor Jackson Nyanga disse à BBC que muitas pessoas foram espancadas antes que o prédio fosse incendiado.
As pessoas que se refugiavam na igreja pertenciam ao grupo étnico Kikuyu, o mesmo do presidente Kibaki.
Segundo correspondentes da BBC no Quênia, a região de Eldoret tem um histórico de tensão entre diferentes grupos étnicos, e nos últimos dias centenas de Kikuyus têm procurado abrigo em igrejas e na delegacia de polícia da cidade.
A Cruz Vermelha disse que pelo menos 70 mil pessoas ficaram desabrigadas na região de Eldoret desde o início dos conflitos e descreveu a situação como uma calamidade.
O porta-voz do governo, Alfred Mutua, acusou apoiadores do principal candidato de oposição, Raila Odinga (que pertence ao grupo étnico Luo), de uma campanha sistemática de violência étnica... ...
BBCBrasil.com - 02/01/08 - Leia a notícia na íntegra aqui !
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Entenda a crise no Quênia
A divulgação do resultado das eleições presidenciais do Quênia, realizadas no último dia 27 de dezembro, provocou protestos da oposição e mergulhou o país na pior onda de violência dos últimos anos.
Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em confrontos em diversas cidades do país e dezenas de milhares foram obrigadas a deixar suas casas para fugir da violência.
A Comissão Eleitoral deu a vitória ao presidente, Mwai Kibaki, reeleito para um segundo mandato de cinco anos. No entanto, o principal candidato de oposição, Raila Odinga, contesta o resultado e afirma que houve fraude.
Entenda a crise desencadeada pelas eleições.
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Qual a diferença desta eleição para as anteriores realizadas no Quênia?
O presidente Mwai Kibaki foi eleito em 2002 com a promessa de mudança, encerrando 40 anos de domínio de um único partido, o Kanu, no governo.
As eleições de 2002 foram amplamente elogiadas, depois de votações anteriores marcadas por alegações de irregularidades e violência étnica.
O presidente do Quênia na época, Daniel arap Moi, concordou em deixar o poder depois de 24 anos de governo. O candidato apoiado pelo presidente também aceitou a derrota.
No entanto, nas eleições atuais a impressão é de que o Quênia retrocedeu.
Observadores da União Européia criticaram o pleito e disseram que alguns dos resultados divulgados na capital, Nairóbi, eram diferentes dos apurados nos distritos eleitorais. Em algumas regiões, o número de votos foi maior do que o número de eleitores registrados... ...
BBCBrasil.com - 02/01/08 - Leia a notícia na íntegra aqui !

Moçambique: Onde se rouba dos mais vulneráveis.

- Save the Children descobre vários casos de roubo de bens por familiares, deixando órfãos de SIDA sem nada.
- 1,6 milhões de jovens moçambicanos com SIDA.
- Explosão de número de órfãos destabiliza estruturas sociais.
Num programa efectuado em 4 distritos moçambicanos, Save the Children descobriu que é comum para familiares roubarem os bens deixados por pais às suas crianças quando morrem.
Com a taxa de mortalidade por SIDA a disparar – 1,6 dos 10 milhões de crianças em Moçambique são seropositivos e 380.000 perderam um ou os dois pais e a taxa de prevalência nacional é de 16,2 por cento – a situação de desprotecção está a causar ruptura social em alguns distritos.
O código civil de Moçambique estipula que os bens passam automaticamente aos filhos e esposo/a.
No entanto, o estudo efectuado por Save the Children demonstrou que cerca de metade dos inquiridos no distrito de Bárue não sabiam dos seus direitos.
Muitas vezes o código entra em conflito com a lei tradicional, que estipula que os bens passam para os homens e por esta razão é frequente para familiares masculinos ficarem com a casa, a maior parte das propriedades, os animais e o dinheiro, enquanto familiares do sexo feminino recebem roupas e utensílios de cozinha.
Além disso, a prática de poligamia leva a uma situação em que a primeira mulher geralmente tem mais poder e influência e só ela sabe quais são os bens do marido e 80 por cento dos inquiridos no estudo declararam que um testamento oral (e não escrito) seria suficiente e que é a prática normal.
Além disso, a burocracia e a dificuldade envolvida em fazer um testamento escrito desencoraja as pessoas, que muitas vezes têm de fazer várias visitas a um tribunal.
Save the Children, uma ONG sem fins lucrativos, revela no estudo que os órfãos de pais com SIDA são frequentemente vítimas de abusos, exploração sexual e laboral.
Várias ONG estão a efectuar campanhas de sensibilização e informação, para que as populações saibam os seus direitos, para não se tornarem vítimas de exploração.
Bento Moreira - Pravda.Ru