1/16/08

Filme Moçambicano "Terra Sonâmbula" compete no Pune International Film da Índia e Londres.

Dados colhidos nos “IMENSIS”, "CCPM", "DIÁRIO DIGITAL/LUSA" e outros sites informativos da net - O filme `Terra Sonâmbula´, inspirado no livro de autoria de António Emílio Leite Couto (Mia Couto) com o mesmo nome, realizado por Teresa Prata, foi seleccionado para competir no Pune International Film Festival, que começou ontem na Índia, e no Bird`s Eye Film Festival de Londres, dedicado ao cinema realizado por mulheres.
De acordo com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), o festival de Pune decorre até 17 de Janeiro e o festival de Londres decorrerá entre os dias 06 e 13 de Março.
`Terra Sonâmbula´ é uma co-produção portuguesa, alemã e moçambicana, através da ÉbanoMultimédia, baseado no livro do escritor Mia Couto.
Primeira longa-metragem da realizadora, «Terra Sonâmbula» conquistou em Dezembro do ano passado o Prémio da Federação Internacional da Crítica de Cinema no Festival Internacional de Cinema que decorreu em Kerala, na Índia.
Depois da estreia absoluta a 27 de Agosto passado, no Festival de Cinema de Montreal (Canadá), «Terra Sonâmbula» estreou-se na Europa em Outubro, no Festival Internacional de Cinema de Mannheim-Heidelberg (Alemanha).
O filme, que conta a história de Muidinga, um menino moçambicano que procura a família em plena guerra civil, só tem dois actores profissionais no elenco, a moçambicana Ana Magaia e a portuguesa Laura Soveral. Os restantes actores, incluindo o menino de 12 anos que protagoniza Muidinga são amadores.
Teresa Prata, formada em argumento e realização pela Deutsche Film und Fernsehakademie Berlin (Academia de Cinema e Televisão de Berlim), é também autora das curtas-metragens «Uma Questão de Vida ou Morte» (1994), «Mil Olhos, O Sonhador do Oeste»(1996), «Leopoldo» (1999) e «Partem tão Tristes, os Tristes» (1999).
A realizadora, que passou a infância em Moçambique e a adolescência no Brasil, estudou em Portugal, e agora está baseada na Alemanha, tem uma formação bastante eclética: estudou piano no Rio de Janeiro, formou-se em biologia em Coimbra e cinema em Berlim. "Acho que um cineasta precisa ter a formação mais diversificada possível", defende. Leu o livro de Mia Couto quando estudava em Berlim e achou a história «maravilhosa e fantástica», decidindo passá-la ao cinema, com o consentimento do escritor, que quando visionou a longa-metragem gostou da adaptação feita.
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Terra Sonâmbula - O Fime:
Gênero: Drama
Tipo: Longa-metragem / Colorido.
Produtora(s): Ebano Multimedia, Filmes de Fundo, Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, Radiotelevisão Portuguesa, ZDF/Arte
Diretor: Teresa Prata
Roteirista: Teresa Prata baseado no romance homónimo de Mia Couto
Elenco: Tânia Adelino, Candido Andrade, Valdemar António, Aron Silva Bila, Marcela Chambale, Eugénio Cumbane, Márcia Cumbane, Aliaga da Silva, Eduardo Durão, Cergílio Félix, Afonso Francisco, Hélio Fumo, Ilda Gonzalez, Prafutabai Jaiantilel, Aladino Jasse
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Primeiro romance do moçambicano Mia Couto, já bem conhecido e apreciado pelo público português, Terra Sonâmbula tem como pano de fundo os tempos de guerra em Moçambique, da qual traça um quadro de um realismo forte e brutal.
Dentro deste cenário de pesadelo movimentam-se personagens de uma profunda humanidade, por vezes com uma dimensão mágica e mítica, todos vagueando pela terra destroçada, entre o desespero mais pungente e uma esperança que se recusa a morrer.
Terra Sonâmbula é um romance admirável, sem dúvida uma das melhores obras literárias que nos últimos anos se escreveram em português.

Ronda pela net - Moçambique, Brasil e as cheias...

Escrito há pouco no "Lanterna Acesa" por Zé Paulo Gouvea Lemos:
Ao ler notícias sobre as cheias em Moçambique, pensei em fazer um paralelo da tragédia moçambicana com a que se vem passando no Brasil, em especial no estado de São Paulo.
Acabei por deletar o texto quando tinha ainda poucas linhas por já me mostrar que não há como se fazer paralelos de tragédias, ou porque temos situações sociais diferentes, embora em planos terceiros “mundistas”, ou porque temos condições geográficas diferentes nas regiões mais atingidas ... O que pude perceber é que se levanta em Moçambique a possibilidade das cheias que por lá chegam ainda não estarem no seu pico e que podem mesmo virem a ter níveis piores do que as que aconteceram em 2000/2001. Coloca-se mesmo a possibilidade que os níveis das cheias venham aumentando nos últimos anos, mas não se sabe ainda dizer se é uma tendência ou um ciclo.
Casualmente, ou não, as chuvas que se precipitam na região do Estado de São Paulo estão acima da média dos últimos 15 e 40 anos, dependendo das micro regiões atingidas. Também é por aqui período de chuvas e de enchentes, termo mais usado por terras brasileiras, mas o volume de água que tem caído estes dias é muito grande.
Se é o “El Nina”, se é o planeta que está ficando quadrado,... que é difícil de brigar com e prever a natureza, é...mas sabendo que existem alguns ciclos a serem repetidos, com mais ou menos intensidade, haveriam os governos envolvidos estar mais comprometidos com programas preventivos, em especial quando temos inúmera população em regiões hidrográficas e geograficamente localizadas que as deixam mais prepostos a este tipo de tragédia.
Postado por Zé Paulo Gouvêa Lemos no "Lanterna Acesa" - 16/01/08.
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E eu acrescento que tais tragédias têm muito a ver com o descaso e atrevimento do ser humano para com a natureza: lixo, poluição, desmatamento irresponsável, emissão de gases, falta de educação ecológica e cívica, caça e pesca ilegal e cruel, natalidade descontrolada gerando excesso de população, migração exagerada, etç., etç., além da ganância irresponsável de países e lideres políticos que, visando lucro financeiro e político/eleitoral, alteram o curso da natureza, desprezam o controle da poluição e permitem a invasão e destruição de santuários ecológios e não só.
É ! Belo legado oferecemos ou deixamos para nossos filhos e netos !!!