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4/23/14

MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - OBSERVAÇÕES NA BAÍA DE TUNGUE, NO CABO DELGADO E NO RIO ROVUMA, NO ANO DE 1888. UM BREVE RELATO.


- Lisboa, Carlos Lopes Bento, 16 de Abril de 2014.


  • Outros trabalhos do historiador Carlos Lopes Bento neste blogue.
  • O Dr. Carlos Lopes Bento no Google.

  • Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Abril de 2014. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

    4/03/14

    Histórias sem tempo...


    Posted by Hello...Ou Histórias de África !
    Por Maria de Lourdes Sant’Anna
    A.A. Nº 278/36
    Uma vez que vou contar algumas das histórias que vivi nos anos 57/58 em Cabo Delgado, parece-me que devo começar por caracterizar a região em causa.

    A província de Cabo Delgado situa-se no extremo nordeste da República de Moçambique, com uma densidade populacional de vários milhares de habitantes cujas etnias representativas são as macondes, macuas e mwani.

    Com uma superfície de 82.625 km², que inclui 4.758 km² de águas interiores, é limitada a norte pelo rio Rovuma, a sul pelo rio Lúrio e a oeste pelo rio Lugenda. O Oceano Índico banha o litoral leste, uma extensão de aprox. 425 km.

    A vegetação característica é de florestas de mangais, junto dos rios e do mar, de planícies e savanas com árvores de pequeno e médio porte mas com predominância de embondeiros, além das matas e das florestas.

    Existe ainda a norte do Cabo Delgado um arquipélago de 31 ilhas e ilhéus, o arquipélago das Quirimbas, que inclui, entre outras, a ilha do Ibo. (Por curiosidade direi que as mulheres do Ibo são conhecidas pelas sua beleza, com um tom de pele castanho dourado e grandes e alongados olhos verdes).

    Aos que entram por mar em Porto Amélia, depara-se um espectáculo inesquecível: a baía de Pemba.

    Considerada como a terceira do mundo em grandeza, com cerca de 15 quilómetros de amplitude, dizia-se que “podia dar abrigo a uma esquadra naval inteira”. E que, sendo também uma das mais profundas, num dos seus recessos, o “poço”, viviam tubarões de mais de 6 metros, jamantos com uma envergadura de cerca de 4 metros e garoupas de centenas de quilos.

    Foi em 1897 que a companhia colonial determinou ao Capitão José Augusto Soares da Costa Coleral que procedesse à implantação de um povoada na baía de Pemba, que era assim que as povoações nomeavam a região.

    O comércio que se fazia nas margens da baía desenvolveu-se imenso, tanto com as populações locais como com as caravanas que vinham do interior. E os pedidos de arrendamento e de aforamento de talhões começaram logo a seguir ao traçado da região, enquanto que a região de “Pampira”, junto do posto militar construído em 1897, passou a denominar-se Porto Amélia, em homenagem à última rainha de Portugal.

    Com a nossa chegada em janeiro de 57, os habitantes não crioulos, africanos ou mestiços atingiram o número de 502. E foi nessa região que vivemos cerca de dois anos.

    Além do lado fortemente positivo em relação a paisagens deslumbrantes, ao grande relacionamento humano, devo dizer também que havias aspectos fortemente negativos. Infelizmente o polo negativo levou-nos a deixar Porto Amélia e a ir para o Dondo (Beira).

    Como já disse a baía de Pemba surpreendia pela sua enorme beleza. Em linhas gerais, na margem esquerda erguia-se a cidade baixa, com a ponte-cais, a capitania do Porto, o posto meteorológico, o comércio, as empresas, o consulado (alemão), o único banco e também a única pensão, além de três creches e de um cinema.

    Na parte alta da cidade, erguia-se o bairro residencial, o hospital, a igreja paroquial e mais adiante o quartel e depois dele o campo de aviação.

    Havia apenas uma única estrada alcatroada, a ligar a baixa com a alta, e cá em cima as ruas eram todas de terra batida, dum vermelho que o vento levantava e manchava tudo de um pó grosseiro.

    Mas a par da terra, vermelha que o vento levantava, havia o outro vermelho/róseo, que surgia por vezes quando o sol ia a caminho do poente, tingindo a atmosfera de tons rosados a envolver suavemente árvores, a nós próprios, numa imagem de irrealidade, como se de um sortilégio se tratasse.

    Disseram-se ser um fenómeno pouco frequente mas normal em paisagens equatoriais.

    E era um livro surpreendente, aquele cujas páginas eu ía lendo num dia a dia cheio de expectativas.

    Também a ponte-cais era local de reunião, não só para os pescadores à linha, mas também para nós, os outros que ali apareciam não só para confraternizar mas também para apreciar a beleza das trovoadas que, do outro lado da baía iam riscando os céus com as faíscas que aos zigue-zages, entrecruzando-se, se lançavam vertiginosamente no mar entre os tons exaltados de todas as cores do arco-iris, numa beleza sem limites.

    O fundo do grande círculo da baía de Pemba descia da escarpa alta, que a dominava, até ao mar, numa cerrada floresta de verdes. E no dizer dos nativos que não se aventuravam lá, aquela era a região das jibóias e dos leões.

    Pois havia uma história que se prendia com aquela teimosa região. Uma criança de três anos, residente numa machamba, situada na “zona possível” antes da floresta das jibóias e dos leões, iludindo o “pequenito” cuja missão era brincar com ele, desapareceu uma tarde.

    Da cidade vieram todos os transportes disponíveis e, ao entardecer, as lanternas foram-se acendendo à medida que todos se internavam mais na floresta. E foi já tarde de noite que se encontrou a criança, a uns três quilómetros dentro da floresta, a dormir serenamente encostada a uma árvore.

    Quase impossível de acreditar, mas assim aconteceu.

    A primeira vez que por convite dum residente entrámos numa “zona de caça grossa”, num minúsculo Volkswagen que era o carro utilitário usado, tivemos a sorte de encontrar um majestoso leão.

    O nosso carro havia parado, pois o dono, que era caçador experimentado, pelo abanar do capim alto percebeu que seria um dos tais animais que ele gostaria que nós, recém-chegados, apreciássemos em pleno mato, além das dezenas de macacos que, pendurados nas árvores, nos espreitavam guinchando.

    O desejo do nosso amável anfitrião cumpriu-se, pois, pouco depois, a monstruosa cabeça dum leão surgiu ali, a cerca de dois metros de nós. É de facto uma sensação de tanto medo, que não se pode descrever, apenas sentir.

    O animal olhou para um lado e para o outro (onde nós estávamos, eu completamente muda e paralisada) e internou-se de novo no capim alto para surgir mais adiante, atravessar a estrada num passo lento, embrenhando-se de novo no capim.

    À medida que prosseguíamos, começaram a aparecer africanos que caminhavam sempre no meio da estrada. Todos eles levavam levantado, ao ombro, um alto e grosso pau em cuja ponta balançava um pequeno saco branco, enquanto que, com a outra mão, seguravam na cabeça uma lanterna de querosene, acesa, que, na tarde que caía, espalhava uma luz leitosa.

    (Foi-nos dito que, em regra, o leão só ataca quando tem fome e as suas zonas de caça não são nas proximidades das estradas. No entanto, o leão, já velho, pode esperar as mulheres que vão buscar água, longe da aldeia, ou viajantes que, por necessidade, se afoitem noite dentro longe das suas cubatas).

    Pois a lanterna que aqueles que íamos encontrando levavam à cabeça seria então para afugentar as hienas que, traiçoeiras, não atacam as pessoas de frente e que, seguindo-as, não se atrevem a investir contra aqueles que lhes parecem mais altos. Portanto, a lanterna, além da luz que projectava, era também uma defesa contra esses animais.

    Lembro-me que, quando fomos visitar as quedas de água do rio Lúrio, descemos por uma vereda até lá abaixo, onde o rio era mais estreito e havia uma pequena língua de areia. Sentados num dos rochedos existentes já no rio, reparámos num africano que o atravessava a nado, levando numa da mãos erguida acima da cabeça um tronco a arder.

    Quando chegou perto de nós, perguntámos-lhe se ali havia crocodilos. Que sim, que de manhã tinham visto um muito grande a apanhar sol. Já na areia, a nossa pergunta se não tinha tido medo quando atravessara o rio, a resposta simples surpreendeu-nos a todos: “Patrão, quando Deus quer...”

    Numa das caçadas onde participei fomos até uma lângoa (área pantanosa, com bancos de nevoeiro) de cerca de 40 quilómetros de diâmetro. Levávamos dois pisteiros africanos, bem conhecedores da zona, que, porém, daquela vez se perderam devido ao denso nevoeiro que nos envolvia. Andámos por ali às voltas mais de duas horas e caça, nem uma peça se via. No entanto, pelos excrementos que, por vezes, o nevoeiro deixava ver, compreendi que, pelo menos, búfalos e outros animais de grande porte poderiam ser encontrados.

    Dentre as várias caçadas em que participámos apenas como “mais dois”, uma ficou na minha lembrança.

    Saíramos da cidade já de noite a caminho duma pequena lagoa onde, de madrugada, os animais iam beber. E durante a viagem, os caçadores lá atrás “repartiam” entre si a caça que poderiam adivinhar por entre a vegetação: olhos verdes pertenceriam a gazelas, a antílopes, a palaves, a leopardos, etc. Mas olhos vermelhos, esses seriam sempre de leão.

    Quando surgiu um par de olhos fosforescentes, bem vermelhos, desceu da carrinha o caçador ao qual cabia aquela peça. O silêncio era impressionante, mesmo aterrador. Guiado apenas pelo próprio foco preso à cabeça, o caçador breve se afastou para reaparecer pouco tempo depois em corrida desordenada, gritando “talaco”, “talaco” (nome dado pelos nativos às formigas carnívoras que se deslocam em grossas e espessas colunas de milhões destes insectos e que destrói tudo por onde passa). Mas embora tenha dito que havia pisado a coluna, não se lhe encontrou uma única formiga. Ainda hoje mantenho as minhas dúvidas sobre a realidade deste encontro...

    Mais para a madrugada surgiu então o local procurado. E não tenho adjectivos suficientemente convincentes que possam demonstrar o que vi.

    Os animais erguiam-se numa frente única, num magnífico conjunto a sobressair do branco leitoso que o sol ia tingindo de tons rosados. Eram cerca de 14 palaves, que bebiam tranquilamente, enquanto o mais alto e mais forte que atento vigiava em breve deu pela nossa presença. E logo aquele nobre animal levou a manada em carreiras desordenadas e voltou atrás para enfrentar os caçadores de armas apontadas.

    E fecho mais uma série de “Histórias de África” com a partida de que, para não fugir à regra, fomos alvos pouco depois de chegarmos.

    Em terras pequenas, alguns caçadores gostavam de pregar partidas aos crédulos recém-chegados. E foi assim que, durante várias horas, entre cafés e whiskies pudemos ouvir histórias de caçadas cada vez mais empolgantes, cada vez a deixar-nos – porque não dizer? – mais encantados.

    Claro, o herói era sempre um, ele , o nosso contador. Mas como se tratava dum caçador profissional bem conhecido pela sua grande coragem e valentia, depressa se esqueciam as partidas que adorava pregar aos novatos que chegavam de longe, prontos a acreditar em tudo sobre a vida do mato, que aliás ouviam com agrado.

    Voltarei a contar mais “Histórias de África”. Em 13 anos de vivências por terras africanas, muitas foram as histórias acontecidas e que ficaram registadas no grande livro das nossas memórias, umas boas, outras más...
    In: http://www.aaaio.pt/public/ioand096.htm

    2/27/14

    Momentos de PEMBA

    (Clique na imagem para ampliar)

    1/30/14

    PEMBA - O DESAFIO: Projecto Escadarias 2014

    VERDADE OU FICÇÃO?
    PEMBA rumo a um futuro sustentável e de preservação histórica quanto a sua arquitectura e monumentos ?

    26 DE AGOSTO DE 2011 - Às Escadarias de Pemba

    esse passo lento com que sobes as escadas 
    em cada passo 
    no que de curto o olhar é pensamento 
    distante e raro mas de beleza constante 
    em que a particularidade do sonho 
    é desembainhado 
    quando o moscardo passa

    no calor da subida em que cada degrau é um fardo 
    em cada passo uma memória 
    e a mulher na descida faz chegar ao rosto suado 
    vento breve mas certeiro

    de que pedras raras são 
    esses degraus largos e compridos 
    de que pedras raras são

    olha para trás 
    vê a buganvília 
    ainda te recebe na descida

    - Inez Andrade Paes
    PEMBA - RECORTES 
    PEMBA A CAMINHO DA REALIDADE PROMISSORA ?
    Clique nas imagens para ampliar:
    Pemba - Entrega do Projecto Escadarias em 29JAN2014 
    Engº. Alvarinho, Presidente Tagir e Vereador Naba. Courtesy: John Supeta — com Municipio Pemba-Facebook e Manuel Alvarinho. (Municipio de Pemba no FaceBOOK)

    1/20/14

    Relendo Nogueira Borges: OS IGNORADOS

    Falo-vos da África dos matos sem fim,
    Dos ecos perdidos no capim,
    Das picadas vermelhas mas livres,
    Tão livres como a liberdade.
    Em cada curva uma palmeira,
    Em cada lugar uma saudade,
    Em cada sorriso uma clareira
    De brancura e de amizade.

    Falo-vos das noites de encantamento,
    Das queimadas para lá do pensamento,
    Da lua a beijar a baía de Pemba,
    Do batuque e das esteiras na temba
    Onde o meu corpo se satisfazia
    Em outro corpo que, depois, dizia:
    « São cinco quinhentas, patrão! »
    E eu, cá dentro, aqui onde bate o coração,
    Nem sei o que sentia.
    Só sei que, depois, voltava
    Com mais quinhentas na mão,
    Roído pelo tédio e a solidão.

    Falo-vos dos poemas proibidos,
    Alguns esquecidos,
    Outros lembrados
    E agora publicados.

    Falo-vos dos loucos a berrarem no entardecer,
    Das sentinelas a dispararem para a escuridão
    Com o medo aos saltos, na indecisão
    Da manhã que não se sabe se vai nascer.

    Falo-vos dos rios em que lavei o rosto,
    Matei a sede ao sol- posto,
    Gritei que não queria a guerra,
    Mas não desertaria da minha terra.

    Falo-vos da África onde não voltarei
    Para matar a fome das minhas recordações,
    Abraçar os irmãos que deixei
    E lamber as feridas de todas as desilusões.

    Falo-vos da África dos nossos soldados,
    Dos seus sorrisos e dos seus abraços,
    Uns, já mortos, outros, vivos-despedaçados,
    Mas, todos eles, ignorados.

    - De M. Nogueira Borges* extraído com autorização do autor de sua obra "O Lagar da Memória".

    *Manuel Coutinho Nogueira Borges é escritor e poeta do Douro-Portugal. Nasceu no lugar de S. Gonçalo, freguesia de S. João de Lobrigos, concelho de Santa Marta de Penaguião, em 12.10.1943. Frequentou o curso de Direito de Coimbra, cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique, como oficial mil.º e enveredou pela profissão de bancário. Tem colaboração dispersa por diversos jornais, nomeadamente: Notícias (de Lourenço Marques); Diário de Moçambique (Beira), Voz do Zambeze (Quelimane), Diário de Lisboa, República, Gazeta de Coimbra, Noticias do Douro, Miradouro, Arrais e outros. Em 1971 estreou-se com um livro de contos a que chamou "Não Matem A Esperança". (In 'Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses', coordenado por Barroso da Fonte. Manuel Coutinho Nogueira Borges está no Google. Manuel Coutinho Nogueira Borges, foi Alferes Milº. do Comando de Agrupamento 1985 - Moçambique (Quelimane e Porto Amélia)de 1967 a 1969 e faleceu no dia 27 de Junho de 2012 na cidade de Vila Nova de Gaia - Portugal.
    Também pode ler M. Nogueira Borges no blogue "Escritos do Douro". A imagem ilustratrativa acima representa parte do Parque Tsavo no Quénia/África e foi recolhida no site "Viajologia-Época-Viajando com Haroldo Castro". 

    Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA" em Janeiro de 2014. Este artigo pertence ao blogue ForEver PEMBA. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores.

    1/14/14

    MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL - NOTAS SOBRE ALGUMAS DAS SECULARES MANUFACTURAS DAS ILHAS DE QUERIMBA OU DE CABO DELGADO

    - Lisboa, Carlos Lopes Bento, 13 de Janeiro de 2014. Em memória e com saudade, a minha querida Esposa Maria Augusta, que Deus chamou deste Mundo faz hoje 13 meses.
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    1/05/14

    Eusébio, o 'Pantera Negra', morre aos 71 anos

    Eusébio, a 'Pantera Negra', a lenda do futebol português, morreu na madrugada de hoje, aos 71 anos. In "Notícias ao Minuto".

    Eusébio da Silva Ferreira, o ‘Pantera Negra’, nascido em Lourenço Marques (atual Maputo, em Moçambique), a 25 de Janeiro de 1942, parte assim, a uns dias de completar 72 anos.

    Fonte do Benfica adiantou que Eusébio morreu às 4h30 da madrugada de hoje, vítima de paragem cardiorrespiratória.

    A lenda do futebol português, considerado por muitos um dos melhores futebolistas de todos os tempos, sempre teve várias complicações de saúde, principalmente problemas cardíacos. Em junho de 2012 esteve internado no Hospital da Luz, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu na Polónia.

    Eusébio estava em Poznan a acompanhar a seleção nacional durante o Campeonato da Europa de futebol, quando se sentiu mal e foi internado num hospital daquela cidade polaca.

    O perfil de um campeão português

    O futebol nos pés de Eusébio começou ainda menino, quando aos 15 anos jogava no "Os Brasileiros Futebol Clube", em Moçambique.

    Foi uma passagem curta na vida de Eusébio, que depois de não passar nos testes para o Desportivo de Lourenço Marques, filial do Benfica no seu país de origem, representou o Sporting de Lourenço Marques, onde se começou a distinguir.

    As notícias que chegavam à metrópole davam conta das qualidades do jogador e o brasileiro Bauer 'aconselhou' Eusébio a Bella Guttman, alertando o treinador para as qualidades daquele miúdo.

    A década de 1960 estava a despontar e Benfica e Sporting envolveram-se numa disputa pelos serviços do 'Pantera Negra': as 'águias' comprometeram-se com a mãe de Eusébio, D. Elisa, e o Sporting com o clube.

    O processo demorou a clarificar-se e Eusébio, que chegou a Lisboa em dezembro de 1960 com o nome de código Ruth, apenas viria a estrear-se pelo Benfica em maio de 1961.

    Foi o princípio de tudo: uma carreira ímpar, com sucessos, prestígio, lesões, notoriedade e um nome que se transformou numa verdadeira marca, fosse ao serviço do Benfica ou da seleção, com a qual se estrearia em 08 de outubro de 1961.

    No Benfica, acabado de se sagrar campeão europeu, Eusébio assumiu papel fundamental no último ano do treinador húngaro.

    As 'águias' tinham acabado de alcançar o seu primeiro título europeu e já todos os consagrados (José Águas, Germano, Mário Coluna ou José Augusto) comentavam sobre quem sairia da equipa que derrotara o FC Barcelona (3-2) na final para Eusébio entrar. A rifa saiu a Santana.

    O reinado do argentino Alfredo di Stefano (Real Madrid), um dos ídolos do próprio Eusébio, estava perto do fim e uma nova estrela surgia nos relvados, rivalizando com jogadores como Pelé, Puskas, Bobby Charlton ou Beckenbauer, e mais tarde, Johan Cruyff.

    Explosão ou velocidade eram características normais em Eusébio, mas sob a sua chancela fica a excelência do remate: de qualquer ângulo, forte, colocado, em sucessivas imagens de corpo dobrado prestes a afligir os guarda-redes contrários.

    Na final da Taça dos Campeões Europeus de 1962, o Real Madrid até esteve a vencer por 2-0, mas na noite dos pontapés de longe, mais de metade dos golos resultaram de remates de fora de área, Eusébio brilhou, pese embora o 'hat-trick' de Puskas.

    A fama estava a caminho e o 'Pantera Negra' fez não só parte de um Benfica qual águia imperial na década de 1960 - cinco finais dos Campeões Europeus, duas ganhas e três perdidas -, mas de uma seleção 'gigante' no Mundial de 1966, em Inglaterra.

    Na estreia de Portugal em campeonatos do Mundo, Eusébio foi um dos grandes responsáveis pelo terceiro lugar, ganhando o troféu destinado ao melhor marcador (nove golos) e sendo considerado por muitos o melhor futebolista da competição.

    Na memória de todos ficaram os quartos-de-final com a Coreia do Norte, com Portugal a perder por 3-0 aos 25 minutos, naquele que Eusébio define como "o melhor jogo com a camisola da seleção e um dos melhores" da sua vida.

    "Sempre acreditei e disse ao Simões que íamos ganhar. Falei com o Coluna para aguentar a defesa e não sofrermos mais golos".

    A partir dos 27 minutos, Eusébio arrancou para uma das melhores exibições individuais da história do futebol: virou o resultado com quatro golos (4-3) e José Augusto ainda fez o quinto para Portugal.

    Do primeiro Mundial de Portugal também permanece a imagem de Eusébio a chorar, depois de perder a meia-final frente à seleção da casa, a Inglaterra (2-1), numa carreira pela equipa das 'quinas' em que disputou 64 jogos e marcou 41 golos.

    Com o Benfica, o 'King', nome que também passou a ser dado a Eusébio após a Puma ter criado umas botas de homenagem ao jogador, foi 11 vezes campeão nacional, ganhou cinco Taças de Portugal e foi campeão europeu (1961/62).

    Até há pouco tempo, e antes do surgimento de jogadores como Luís Figo ou Cristiano Ronaldo (outros nomes grandes de tempos mais recentes), o currículo de Eusébio não tinha rival à altura entre os jogadores portugueses.

    O 'Pantera Negra' foi sete vezes o melhor marcador do campeonato português (1963/4, 1964/5, 1965/6, 1966/7, 1967/8, 1969/70 e 1972/73), duas vezes o melhor marcador europeu (1967/8 e 1972/73) e uma vez eleito melhor futebolista Europeu.

    Na fase final da carreira passou por outros clubes (Rhode Island, Boston, Monterrey, Beira-Mar, Toronto Metros, Las Vegas, New Jersey Americans e União Tomar), mas a possibilidade de emigrar em pleno auge foi 'vetada' no final da década de 1960.

    O Inter de Milão cobiçava Eusébio e rezam as crónicas que oferecia três milhões de dólares (então cerca de 450.000 euros), mas o negócio nunca se chegaria a realizar: uns dizem que a Itália fechara as fronteiras a jogadores estrangeiros, outros que Salazar impediu a transferência.

    Além dos golos e jogadas de génio, a carreira de Eusébio foi também marcada pelos sacrifícios impostos pelas várias lesões sofridas, que o levaram sete vezes à sala de operações para intervenções cirúrgicas aos joelhos, seis das quais ao esquerdo.

    Hoje, Eusébio continua a ser nome de referência no Benfica e um embaixador da seleção portuguesa, mas a sua importância e mediatismo extravasou o mundo desportivo, tornando-o num autêntico símbolo.

    Eusébio recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas os colares de Mérito Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990), além da "Águia de Ouro", o mais alto galardão do Benfica, em 1982.

    Do desporto às artes, Eusébio viu a sua imagem inspirar cronistas, realizadores, bandas de música, escultores ou outros criativos.

    Uma banda desenhada - Eusébio, o Pantera Negra (de Eugénio Silva) -, uma minissérie, da autoria de Manuel Arouca, uma estátua no Estádio da Luz e uma réplica em Boston, o nome de um avião da TAP e o nome de uma lontra no Oceanário são exemplos.

    Eusébio também se 'transformou' em boneco no já extinto programa humorístico televisivo 'Contrainformação', onde tinha o nome de Deusébio.


    O antigo jogador tem também o nome em ruas de várias localidades, na galeria da fama em Manchester, em Inglaterra, ou as pegadas no cimento da calçada da fama do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em iniciativas que prolongam no tempo um futebolista de exceção.

    • No blogue ForEver PEMBA em 14 de JUnho de 2009 - Ronda pela net: Jornalismo brasileiro relembra o Moçambicano Eusébio - Pantera Negra...:
    Transcrevo pela dimensão deste ídolo, grandioso e ao mesmo tempo simples que faz parte das memórias de nossa adolescência.

    Por mérito, continua a ser, para mim e muitos de nós, o NÙMERO UM do desporto português, moçambicano e além fronteiras. Tanto é assim que o brasileiro GloboEsporte.com dedica-lhe reportagem neste dia 14 de Junho.
    Aqui fica, com a devida vénia à "Globo", porque vale a pena ler e é homenagem a este gigante do futebol luso-africano que sempre recordaremos, gratos por todas as alegrias que nos fez viver:


    ""Amigos do Pantera Negra relembram histórico do maior craque do futebol português e revelam que apelido do jogador quando criança era 'Didi'. - Eusébio conseguiu reconhecimento internacional e títulos jogando pelo Benfica e pela seleção portuguesa durante as décadas de 60 e 70, mas a glória é compartilhada pelo povo de Moçambique, terra natal do craque, que reencontram o ídolo que costuma fazer visitas freqüentes aos amigos.


    - Ele vem sempre aqui. A última vez foi em janeiro e quando chega é aquela festa. Ele jogava com os dois pés, corria muito e, tecnicamente, era o melhor. Tinha um chute mortífero impressionante. A qualquer distância o “gajo” marcava. - contou Bessa, ex-companheiro de Eusébio no Sporting do Moçambique no começo da década de 60. Segundo ele, Eusébio - que nasceu no dia 25 de janeiro de 1942 quando Moçambique era ainda uma colônia portuguesa - está no mesmo patamar que Pelé e Maradona. - Se for para citar outros grandes comparados a ele, lembro apenas desses dois.


    Guerra complica o futebol no Moçambique - Além do Sporting do Moçambique, o companheiro de Eusébio jogou em grandes clubes do país como o Textáfrica e Ferroviário na época em que o futebol tinha uma exposição muito maior. Hoje, a paixão dos moçambicanos permanece, mas o esporte ainda se reergue, junto com todo o país que ficou em ruínas com a guerra civil (1976/1992).


    - A guerra atrasou muito o nosso país. Não podíamos viajar, jogar, disputar torneios por conta dos conflitos - conta Bessa. Nessa época, Eusébio já estava bem longe e quase pendurando as chuteiras (1979) após, entre muitas conquistas, ser considerado o melhor jogador do Mundial de 1966. Atualmente, 17 anos após o término do conflito, o esporte caminha para o crescimento.


    - Acho que o futebol moçambicano está melhorando. Muitos jogadores vão para o exterior e adquirem mais experiência. O Dominguez, por exemplo, é um deles - afirmou Bessa sobre o jogador que está no futebol sul-africano.


    “Os Brasileiros”, o primeiro time de Eusébio - Natural de Maputo, Eusébio começou a dar seus primeiros dribles no bairro de Mafalala, região bem pobre, a cerca de 15 minutos do centro da capital (que na época, ainda se chamava Lourenço Marques).


    - Ele praticamente nasceu jogando bola. Quantas vezes deixava de ir ao colégio só para jogar futebol! Era uma ligação impressionante! Eusébio sempre foi simples, uma pessoa muito boa e um fenômeno nos gramados – afirmou Alfredo da Silva, amigo de infância de Eusébio que serviu como guia da reportagem do GLOBOESPORTE.COM em Mafalala. A primeira equipe de Eusébio foi um time amador de garotos que tinha um nome bastante sugestivo: “Os Brasileiros”. Cada jogador tinha um apelido que se referia a algum jogador canarinho da época. Eusébio, por exemplo, foi apelidado de Didi.""
    - GloboEsporte.com, 14 de Junho de 2009, 10h05.
    • Eusébio da Silva Ferreira - Aqui!
    • Bessa, amigo de Eusébio, mostra fotos antigas do eterno craque do Benfica - Aqui!
    • Alfredo, outro amigo de infância de Eusébio - Aqui!
    • FOTO: Eusébio tira ‘casquinha’ da taça - Aqui!
    • Em Roma, Eusébio lembra rivalidade com Pelé ao comparar Messi e C. Ronaldo - Aqui!
    Clique na imagem para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue ForEver PEMBA. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    1/02/14

    José de Castro Cabral - Nikére, faria hoje aniversário de 117 anos

    De origem fidalga, nasceu em 2 de Janeiro de 1897 (há 117 anos) na Freguesia de Paulistas em Lisboa José de Castro Cabral, mais conhecido na antiga Porto Amélia e todo o Cabo Delgado por Administrador José de Castro ou "Nikére".
    Filho de José Augusto Coelho Leite Pereira de Castro e Maria Luisa de Castro Cabral Soares de Albergaria faleceu em 29 de Abril de 1969 também em Lisboa, com 72 anos.
    Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão (que teve o privilégio de o conhecer pessoalmente e com ele conviver na então Porto Amélia entre 1957/59) para o blogue "ForEver PEMBA". Fotos dos arquivos de Jaime Ferraz Rodrigues Gabão em Portugal. Faleceu em 29 de Abril de 1969Atualização em Janeiro, Abril, Agosto de 2013 e Janeiro de 2014. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    12/31/13

    Que venha 2014 ... !

    Clique na imagem para ampliar. Imagens da net e texto de J. L. Gabão. Este artigo pertence ao blogue ForEver PEMBA. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores.

    12/13/13

    Em mais um Natal, recordam-se as escarpas vinhateiras do Douro e da Régua.

    Um dia, no já distante ano de 1957, deixamos as nossas raízes e partimos para o mundo. Mas Peso da Régua, onde nascemos, que na história do Douro Vinhateiro é uma das mais importantes cidades beirando o rio Douro dos barcos-rabelo, aconchegada entre montanhas revestidas de videiras que oferecem o único Vinho do Porto, permanece firme no coração, a dividir paixão afetiva com a Pemba de nossa adolescência e demais recantos hospitaleiros que nos abrigaram ao longo da vida.

    Nela aprendemos a magia dos primeiros Natais em Invernos felizes de convívio e brincadeiras infantis com Família numerosa e, então, unida.

    Naquela época, nossos queridos Avós, Pais, Tios, em sua maioria já no Alto, responsáveis por essa "mágica" de encanto, acompanhavam e transmitiam-nos o gosto pela tradição, o entender da confraternização, a percepção do perfume das pinhas queimadas na lareira, do odor das rabanadas com molho de vinho do Porto e canela, do sabor do bolo-rei, da competição do raspa, do bacalhau em bolinhos ou cozido com todos, do polvo, do creme com açúcar queimado, das batatas do Menino Jesus e de tantas outras deliciosas iguarias que só o Natal traz para a mesa lusitana farta, pródiga mesmo nos lares mais humildes.

    Com seu olhar complacente, protector, realizavam os nossos tutores sua incansável missão de nos educar também nos costumes, na tradição, na hospitalidade e na afabilidade do Douro do nosso Portugal.

    Continuam, acredito em minha FÉ cristã, resguardando e acompanhando lá do Céu certamente, os nossos Natais e os nossos passos terrenos.

    Para eles, para meus Familiares (incluindo minha querida Mãe Nair e meu saudoso Pai Jaime Ferraz que já 'partiram'), para meus conterrâneos, para meus Amigos no presente e para mim também porque me faz bem, fico discorrendo com as lembranças desse tempo feliz, percorrendo veredas do planeta virtual em busca da afirmação do sentir e da confirmação de que estamos próximos, mesmo quando distantes fisicamente.

    E aqui fica para todos, o simbólico presente de Natal forjado em imagens de vários autores que nos levam à Régua, ao Douro e a Portugal.

    Apreciem e aproveitem bem, em mais um NATAL de nossas vidas!
    - Jaime Luis V. F. Gabão - Transcrito com alterações do blogue ForEver PEMBA de 23 de Dezembro de 2007. Actualizado em Dezembro de 2013.
    flicKr --> Encontramos fotos quase sem fim sobre Peso da Régua aqui !

    Clique nas imagens para ampliar. Imagens da net e texto de J. L. Gabão para os blogues "Escritos do Douro" e "ForEver PEMBA". Actualizado em Dezembro de 2013. Este artigo pertence aos blogues Escritos do Douro e ForEver PEMBA. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores/créditos.

    12/11/13

    Um homem único

    Gostava de ser capaz de dizer a toda a gente quem foi aquele Mandela, aquele herói invulgar, que suportou 27 anos de cadeia, por ter lutado em favor da libertação do seus irmãos negros, tendo por arma única a palavra, que manteve esclarecida, sem sentir ódios aos seus compatriotas de cor branca, como seria comum a todos os outros humanos.

    Teve companheiros leais nessa luta, mas ele, Mandela, foi o condutor de todos os outros, dos negros impacientes - que não eram senhores do seu chão – e dos de cor diferente - que se alcandoraram num poder que não podia ser exclusivamente seu.

    O comportamento de Mandela – quando liberto da longa reclusão que suportou – fez-me lembrar o comportamento de um militante do PCP, quando tive a oportunidade de conversar com ele, pouco depois de liberto do Tarrafal, onde acabara de cumprir 23 anos de prisão, às mãos dos juízes dos plenários do pequeno Salazar. Este comunista notável chamava-se “Chico Miguel”. Fora sapateiro de profissão, mas, quando o conheci, era também senhor de muito boas palavras, que ponderava, e de onde sempre sobressaía o seu espírito harmonioso. Depois de uma vida passada na torreira de Cabo Verde, longe da família, surpreendeu-me a sua enorme capacidade para perdoar aos seus verdugos.

    Pergunto-me a mim próprio se os sofrimentos longos e injustos não desenvolverão nos homens a tendência estranha para o desenvolvimento do sentimento de perdoar aos que deles abusaram, talvez porque considerem estes gente menor, gente irresponsável.

    Que mais posso eu – homem que andei pela Guiné, que vi a fragilidade dos negros, gente lançada para os matos, atemorizada por feitiços, e explorada pelo homem branco à medida dos seus próprios interesses – que mais posso eu dizer, para relevar a excecional personagem de Mandela? Porque, para falar da imortal figura deste tão grandel africano, ser-me-ia necessário conhecer mais profundamente outras suas particularidades.

    É ele uma personalidade que vou reter na minha memória, talvez à frente de todos os outros que me sensibilizaram: o 1º dos primeiros!...
    - Coimbra, 27 de Junho de 2013, Abeilard Vilela.
    No Twitter.

    Clique na imagem para ampliar. Sugestão de texto de José Alfredo Almeida (JASA). Edição de imagem e texto de J. L. Gabão para os blogues "Escritos do Douro"  e "ForEver PEMBA" em Junho de 2013. Actualizado em Dezembro de 2013. Este artigo pertence aos blogues Escritos do Douro e ForEver PEMBA. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores/créditos. 

    12/09/13

    Aniversário do "novo" cinema de Porto Amélia/Pemba - 41 anos!

    Sob administração do Sr. Ismael (empresário do ramo no norte de Moçambique), foi inaugurado em 9 de Dezembro de 1972 (faz hoje 41 anos), na então cidade de Porto Amélia, uma das mais modernas, apetrechadas e bonitas salas de cinema de Moçambique. E, em boa hora acontecia sua inauguração, já que substituia a velha sala de cinema que, precáriamente, funcionava  no salão de festas da antiga sede do então Clube Desportivo de Porto Amélia, na parte baixa da cidade. A sessão inaugural foi prestigiada pelas mais diversas figuras e entidades da época, acontecendo com a sala totalmente lotada e com o filme "Os maridos de Elizabeth" (Paint Your Wagon - 1969 US) estrelado por Clint Eastwood. Presente a esse evento, jamais esqueceremos o calor sufocante que passamos, porque e por ironia, o equipamento central de ar-condicionado, moderno (na época), avariou logo na sessão inaugural... Em 2003 sabíamos que o Sr. Ismael residia em Maputo. Não mais tivemos informações a seu respeito*, mas, por nossas contas, deverá contar atualmente mais de 80 anos de idade que esperamos sejam repletos de saúde e boas recordações... tantas e tão boas como as que muitos de nós, guardamos no peito e na memória!
    Transcrição daqui - OS EDIFÍCIOS PÚBLICOS - Projectos para o cinema: sala de espectáculo e restaurante.
    O novo cinema da cidade representou nos anos sessenta um significativo investimento económico e em consequência um importante desafio para os arquitectos chamados ao melhor aproveitamento de uma área de grande significado paisagistico (DCU-Pemba Arquivo da Direcção, Construção e Urbanização da cidade de Pemba).
    Está abaixo apresentada uma foto actual do edíficio e o projecto (DCU-Pemba Arquivo da Direcção, Construção e Urbanização da cidade de Pemba) de 1967, em duas imagens, executado pelo arquitecto Paulo de Melo Sampaio que corresponde fielmente a quanto foi realizado:
    (Clique nas imagens para ampliar)
    • Sobre o cinema de Porto Amélia/Pemba neste blogue
    Segundo Mamudo Jacob (Bobito - filho do Bob do Ibo), o sr. Ismael Issufo Sale, dono do cinema Pemba, faleceu em Maputo em 2013.

    12/08/13

    RIP Virgílio de Lemos!

    Recebido de um Amigo, via e-mail:

    Faleceu o grande poeta moçambicano, natural da ilha do Ibo, Virgílio de Lemos, ontem, em Paris. Pela mão de outra grande poeta (poetisa) de Cabo Delgado, Glória de Sant'Anna pude "conhecer", em Pemba, a poesia daquela grande figura das Letras. Leiam este lindo poema escrito,em 1995, em Pemba/Ibo, "Ibo, eu calo a minha pena". - Assina JNC.
    Clique na imagem para ampliar

    Virgílio de Lemos nasceu na Ilha do Ibo em Cabo Delgado - Moçambique em 1929. Cresceu e estudou entre Lourenço Marques e Joanesburgo. É uma das figuras fundamentais da poesia moçambicana, ao lado de Rui Knopfli e José Craveirinha. Fundador da revista de poesia Msaho em 1952, que simboliza a ruptura com a literatura colonial. No seu primeiro número figuram Noémia de Sousa, Reinaldo Ferreira e Alberto Lacerda. A sua obra conta poemas, contos e crónicas, e um estudo sobre o "barroco estético" na literatura de Moçambique. Ele teve uma parte activa na vida política e na resistência ao regime colonial entre 1958 e 1963, altura em que opta pelo exílio em França. O seu livro de poesia, Para fazer um mar, editado pelo Instituto Camões foi lançado a 31 de Maio 2001 na Feira do Livro de Lisboa, com prefácio de Luís Carlos Patraquim. - In António Miranda, Setembro de 2009.
    • Notícia do falecimento de Virgílio de Lemos em "PÚBLICO"

    12/01/13

    PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 2014

    REGULAMENTO 

    O GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA (GAC), Associação de Utilidade Pública de âmbito cultural, nos termos do Decreto-lei n.º 460/77, por despacho publicado em DR II Série n.º 174, de 31 de Julho de 1998, em colaboração com várias entidades patrocinadoras, e a Família de Glória de Sant'Anna, organizam o Prémio de Poesia denominado “PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA”, destinado a galardoar o melhor trabalho apresentado no âmbito deste Regulamento.

    Prémio - 
    Prémio no valor de 3.000.00 euros a ser atribuído ao Autor do melhor livro de Poesia em língua Portuguesa editado desde Janeiro de 2013 até 7 de Março de 2014.

    Elegibilidade - 
    a) Primeira edição em Portugal e países Lusófonos.
    b) Não serão aceites antologias ou colectâneas.
    c) O livro não pode ser constituído na totalidade por trabalhos seleccionados noutras publicações.
    d) O livro terá de incluir poemas inéditos, num mínimo de 80% do total.
    e) Um livro editado postumamente será considerado se for publicado no período de um ano após a morte do Poeta.
    f) O livro terá de ter pelo menos 32 páginas.
    g) Edições de autor e trabalho apresentado directamente pelos poetas não serão considerados.
    h) Livros de poesia para crianças também serão considerados.
    i) Não serão permitidas petições de qualquer indivíduo a qualquer membro do júri.
    j) A premiação de um Autor não impede que esse seja considerado de novo nos anos seguintes.

    Condições - 
    Qualquer livro seleccionado para o Prémio só será considerado se a editora se comprometer com o seguinte:
    a) Contribuir com €300 para publicidade se o livro for seleccionado na lista final.
    b) Garantir que um mínimo de 200 exemplares do livro estejam disponíveis em stock em Portugal, dentro de 20 dias a partir do anúncio da lista final.
    c) Fazer todos os possíveis para que os autores dos livros concorrentes estejam disponíveis para a imprensa a partir da data de anúncio da lista final.
    d) Fazer todos os possíveis para que o Autor do livro premiado esteja disponível para a cerimónia da entrega do Prémio.
    e) O valor do prémio estará sujeito aos respectivos impostos, nos termos contemplados na lei.

    Inscrições – 
    a) A data limite das inscrições é 7 de Março de 2014.
    b) Os trabalhos devem ser enviados pelos editores no formato pdf juntamente com um boletim de inscrição por cada título a concorrer para premio.literario.poesia@gmail.com ou em forma de livro acabado. No entanto seis exemplares do livro impresso/acabado deverão estar na morada indicada, o mais tardar uma semana a partir do limite das inscrições.

    Enviar a Obra, para: 
    PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 
    GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA 
    Rua Professor Domingos Matos, 187
    3880-515 VÁLEGA 
    PORTUGAL

    c) Nenhum dos exemplares enviados para concurso será devolvido aos editores.
    d) Todas as inscrições serão confidenciais.

    Lista final - 
    a) A lista final dos livros seleccionados será anunciada a 7 de Abril de 2014.
    b) Da lista constarão um máximo de 10 livros no total.
    c) Livros submetidos em processo de acabamento deverão ser fornecidos prontos, se forem seleccionados na lista final.

    Reprodução de Poemas - 
    Poemas dos livros seleccionados poderão ser publicados no JORNAL DE VÁLEGA, no site Glória de Sant’Anna, outros órgãos da Imprensa e press-releases com o propósito de divulgar os livros, a sua leitura e o Prémio.

    Júri - 
    a) O painel de Júri inclui o Presidente mais quatro elementos.
    b) Cada membro do Júri terá o direito de exercer um voto.
    c) O Prémio não poderá ser dividido. Os fundos doados não podem ser usados para outros fins do que custos directamente associados ao prémio.
    d) O Júri reserva-se o direito de não atribuir o Prémio por razões justificáveis.
    e) Os casos omissos serão resolvidos pelo Júri, que é soberano e de cujas decisões não haverá recurso.
    f) A decisão final do Júri é irrevogável.
    g) A atribuição e entrega do prémio será a 25 de Maio 2014 em local a anunciar.
    Mais informações por favor contacte através do e-mail: premio.literario.poesia@gmail.com

    11/09/13

    PEMBA - A origem do nome


    PENSANDO EM QUEM, COMO EU, CONTINUA APAIXONADAMENTE SAUDOSO POR PORTO AMÉLIA, OCORREU-ME PROCURAR A ORIGEM DO TERMO 'PEMBA' PARA LHES ENVIAR. COM OS MEUS POBRES 'CONHECIMENTOS DE FAZER COISAS' NESTA COISA CHAMADA COMPUTADOR. E CHEGUEI AQUI. 
    UM ABRAÇO DE SAUDADE,
    - Maria Emilia Gil, Novembro de 2013



    Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA". Atualização em Novembro de 2013. Colaboração de Maria Emília Gil, antiga professora do Colégio Liceal de São Paulo em Porto Amélia, hoje Pemba. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.

    10/18/13

    18 de Outubro - DIA DA CIDADE DE PEMBA

    ''Extr. da publicação PEMBA, SUA GENTE, MITOS E A HISTÓRIA-1850 a 1960, de Luis Alvarinho, que também se baseou em documentação do Arquivo Hist. de Moçambique, B.O. e Boletim da C. do Niassa, entre outros:

    - O embrião que veio dar origem à actual cidade de Pemba, data de 1857, como parcela da Colónia 8 de Dezembro, fundada por Jerónimo Romero e dissolvida 5 anos depois por diversos problemas de organização e adaptação dos colonos
    • - Porto Amélia ascende a vila por portaria de 19 de Dezembro de 1934.
    • - É elevada à categoria de cidade em 1958 pelo decreto-lei de 18 de Outubro-G.G. da Província.''
    PEMBA DE ONTEM E DE HOJE
    Por Carlos Lopes Bento para o ForEver PEMBA
     
    Ao comemorar-se mais um aniversário da elevação de Pemba a cidade, aproveito a ocasião para saudar todos os seus habitantes e respectivas autoridades e visualizar algumas imagens do meu Album, que lembram um pouco da História recente desta bela urbe, do norte de Moçambique.
     



    Para a cidade de Pemba e suas Gentes votos de um futuro próspero e pacífico.
    - Portugal, Lisboa, 18 de Outubro de 2009, Carlos Lopes Bento.
    Dia da Cidade de PEMBA
    LEMBRANDO A CIDADE DE PORTO AMÉLIA/PEMBA E A POETISA GLÓRIA DE SANT’ANA
    Pemba - Wikipédia
    =======================================

    E O HOJE DE PEMBA, em 18 de Outubro de 2013:
    Aniversário de uma cidade surpreendida! - Noticias OnLine - (Na ótica de Pedro Nacuo)

    """A situação com que a cidade de Pemba é obrigada a coabitar não estava nas previsões de quase todos urbanistas, gestores públicos, incluindo os actores das diferentes áreas político-sociais, cultural e económico, razão porque hoje não é exagero dizer que esta cidade, aos 55 anos de idade, sente-se positivamente surpreendida com cada vez maior demanda, visando satisfazer os apetites que o desenvolvimento económico, por via das descobertas dos recursos naturais, mais a Norte, impõe.

    Mesmo localizando-se há cerca de 500 quilómetros de Palma, o epicentro das descobertas de hidrocarbonetos, principalmente o gás, a cidade de Pemba, vive no seu dia-a-dia, o frenesim que uma indústria desse quilate exige, por conta do facto de, até aqui, ser a principal base logística de todas as operações das multinacionais em actividade, tanto em terra como no alto-mar.

    Tagir Ássimo Carimo, presidente do Conselho Municipal de Pemba, eleito intervalarmente e que pretende concorrer para as eleições autárquicas do próximo mês, diz que a comemoração dos 55 anos, sobretudo por esta razão, deve servir de momento de reflexão do que será a capital de Cabo Delgado nos próximos 10 a 15 anos.

    “As soluções não devem ser encontradas hoje, é o que costumo dizer aos meus colegas, mas deviam tê-lo sido Ontem. Estamos perante evidências às quais devemos simplesmente corresponder, para não defraudarmos as expectativas” diz.

    Ainda que se fale da criação de condições logísticas em Palma, incluindo um porto, nada indica que a cidade de Pemba possa vir a ser dispensada a favor do eventual recurso àquele ou outros locais desta província.

    Pemba tem um porto marítimo com capacidade de manuseamento de carga de 200.000 toneladas/ano, um aeródromo com ligações directas para Nairobi, Dar-es-Salaam e Joanesburgo e aqui operam cinco bancos e duas agências de crédito.

    A baía de Pemba, poderá continuar por muito tempo ainda, a atrair turistas, pois para além de acolher um dos melhores portos da África Austral, oferecendo um amplo ancoradouro que pode ser demandado a qualquer hora, as suas águas são cristalinas sem par, tornando-se num chamariz para os diferentes apetites turísticos de quem vem das outras latitudes.

    Ela mede cerca de 10 quilómetros no sentido Norte-Sul e cerca de 11.5 quilómetros Este-Oeste e tem na parte terrestre espaço que hoje é ocupado por 10 bairros e duas unidades residenciais, habitados por 141.316 habitantes, se tivermos fé nos dados do último censo populacional.

    Tranquila, como lhe é tradicional, a cidade de Pemba tem encontrado dificuldades de os seus habitantes abraçarem as oportunidades que se oferecem, decorrentes das anteriormente propaladas descobertas dos recursos naturais, mais a Norte da província, justamente porque os seus habitantes ficaram literalmente surpreendidos, mesmo na formação dos seus residentes.

    As contas que se fazem actualmente, falam numa força de trabalho de 77.668 pessoas, das quais 42.9% são mulheres, e 57,1% de homens e desse total, 72.5% são empregados e 25% sem emprego, uma carga a não menosprezar, tendo em conta que depois vão engrossar o sector informal, que representa 31,9%, para depois a agricultura e pesca ficar com 19.8 porcento.

    É dentro deste quadro que passam os 55 anos de elevação de categoria de cidade, da antiga Porto Amélia, o que ocorreu a 18 de Outubro de 1958 e a edilidade em jeito de balanco, acha que tudo o que foi planificado, à luz do manifesto eleitoral, está a ser realizado, sendo que maior parte foi concluído.

    UMA PEQUENA PONTE QUE MARCOU…
    O bairro Josina Machel, mas que os populares chamam-no Noviane, nasceu da teimosia dos pembenses face aos rigores de ordenação territorial que eram impostos, que obrigavam que algumas zonas consideradas inóspitas ou reserva de Estado não fossem ocupadas.

    A teimosia levou a que, à forca, os citadinos residentes noutros bairros invadissem tais zonas, onde avulta o Chibuabuari e Noviane (Josina Machel), permanentemente alagadiços, íngremes e apertadíssimos. A edilidade, depois que Assubugy Meagy, que foi o primeiro presidente eleito para o município de Pemba, deu lugar a Agostinho Ntauale, cedeu completamente, tendo, inclusive, a autorização da sua ocupação sido um cavalo-de-batalha para as eleições que conduziram este último ao cargo.

    Os ocupantes, porém, vinham das suas casas, noutros bairros, onde deixavam novos inquilinos, no advento da “febre” de aluguer de casas para diferentes fins, incluindo, aqueles resultantes do nascimento de muitos serviços na cidade e universidades que chamaram a Pemba, estudantes e docentes que antes não viviam nesta autarquia.

    Consumada a ocupação, nada mais restava ao município, do que assistir a um rápido e crescente avolumar de necessidades a satisfazer para os munícipes ali residentes, desde o abastecimento de água, energia eléctrica e outras facilidades, já em pé de igualdade com aqueles que, tendo entendido a medida proibitiva, não quiseram desafiar a autoridade municipal.

    Na verdade, tanto Noviane (Josina Machel) quanto Chibuabuari, pertencem ao bairro de Cariacó, razão porque passou a ostentar o estatuto de mais populoso, mais de 47.000 habitantes, suplantando Natite, que até fins da década 90, era o que mais pessoas acomodava.

    Nessa sua nova qualidade, Noviane enfrentava, entretanto, um dilema, de travessia de um riacho no seu interior que se havia transformado no maior entrave para que os seus residentes não fizessem a sua vida normalmente. Passou a ser a lamentação de primeiro plano, sempre que alguém das estruturas provinciais ou municipais reunisse com a população daquela área residencial, até que Tagir Ássimo Carimo, toma as rédeas da municipalidade.

    No conjunto de infraestruturas e estradas urbanas concluídas, consta, pois a ponte que liga os bairros de Cariacó e a Unidade Josina Machel, inaugurada com pompa que a ansiedade justificava, no dia 20 de Setembro deste ano.

    Foram igualmente construídos, no resto da cidade, os mercados dos bairros de Muxara, Mahate e Ingonane, já entregues às estruturas locais para a sua operacionalização, o mesmo que aconteceu em relação às sedes administrativas de Mahate e Maringanha.

    Mas ainda há infra-estruturas em construção, nomeadamente, a sede administrativa do bairro de Paquitequete, do posto de saúde do bairro de Alto-Gingone e da Escola Secundária de Amizade Sino-moçambicana, nesta mesma zona habitacional.

    Está, por outro lado, em construção uma estrada de terra batida, considerada via rápida, de 5 quilómetros, partindo dos escritórios da ANE (Administração Nacional de Estradas) ao bairro de Chiuba, bem assim foi iniciada a pavimentação em pedra argamassada a rua CI 034.

    A LINGUAGEM DAS RECEITAS E A SUA APLICAÇÃO
    O nosso jornal teve acesso aos balancetes que se referem às receitas do município, onde deparou com o facto de que houve uma auto responsabilização de colectar 55.525.720,00 MT, pelo menos até Junho do corrente ano, do que resultou um sobre cumprimento em 14%, pois a colecta foi de 62.898,341,95 Meticais.

    O fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica foi executado em 73 porcento, o de compensação em 71, de estradas em 46 porcento, de combate à pobreza em 99 porcento e do Programa de Desenvolvimento Autárquico,em 64 porcento.

    Está-se, com as baixas no fundo de estradas e PDA, perante um grau de cumprimento fixado nos 83 porcento. Especificamente, no que toca ao fundo de redução da pobreza urbana, o município de Pemba, nestes últimos dois anos, recebeu um financiamento no valor de 18.799.948, 21 Meticais, designadamente, para 269 projectos, em 2012 e 201, no presente ano, abrangendo ao todo 469 munícipes, dos quais, 326 homens e 144 mulheres. Os reembolsos dos valores inscritos no fundo de redução da pobreza urbana, situa-se em 52 porcento.

    Desde 2011, os 253 projectos financiados, na agricultura, comércio, pecuária, pequena indústria, prestação de serviços, turismo, pesca, entre outras actividades económicas, beneficiando a  182 homens, 71 mulheres(adultos), 61 jovens e 4 associações,  criaram 396 postos de trabalho.

    A CAPULANA VEIO COLORIR MAIS A FESTA DA CIDADE
    Havia  pouca crença numa festa visível, por ocasião da passagem dos 55 anos da cidade de Pemba, provavelmente, devido ao facto de tudo estar a ser feito em preparação do pleito que a 20 de Novembro próximo, vai chamar os cidadãos para se pronunciarem à boca das urnas sobre o seu destino, escolhendo quem lhes pode dirigir nos próximos cinco anos.

    Por outro lado, a preparação da festa esteve fechada no edifício do município e nas sedes administrativas dos bairros, criando um vão a meio, que deixou cidadãos não informados sobre o que iria acontecer desta vez, no dia de Pemba.

    Afinal, havia um programa, o que vai ser cumprido por esta ocasião, que não foge muito ao habitual, no que toca à parte oficial da comemoração, mas cheio de muito entretenimento e desporto, como seja, torneios de vólei de praia, canoagem, feira de artesanato, de Gastronomia, espectáculos musicais com artistas locais, entre outras actividades.

    Cada um dos 10 bairros de Pemba, terá uma oportunidade de subir ao palco e apresentar o que terá preparado em termos culturais e recreativos por ocasião dos 55- aniversário da cidade.

    Porém, o facto de se ter escolhido a cidade de Pemba, como o palco do festival internacional da Capulana, veio dar outro alento à festa de Pemba, que se preparou para participar e ganhar, conforme afiança Tagir Carimo.

    “ Nós vamos participar com um desfile fabuloso. Tivemos nos bairros 12 equipas de inscrição de participantes. É verdade que somos apenas hospedeiros do festival, pois não somos os organizadores, mas não queremos deixar os nossos créditos em mãos alheias” assegura o presidente do município de Pemba.

    Para a fonte, não há nada a inventar, se bem que a capulana é a forma comumente usada pelas mulheres da baia de Pemba, razão porque não vê a dificuldade de se atingir o número de 15.000 mulheres trajadas de capulana, que se prevê no desfile que fará o festival.

    “ Se só o bairro de Cariacó sair com as suas mulheres de capulana, sem falar dos outros, atingiremos o recorde”."""

    Edição de J. L. Gabão para o blogue "ForEver PEMBA". Atualização em Outubro de 2013. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.